DISPONIBILIZAÇÃO: SORYU TRADUÇÃO: SORYU REVISÃO INICIAL: VALENTINA VS REVISÃO FINAL: HIRANO LEITURA FINAL: PAULA NAPONIELLI FORMATAÇÃO: VALENTINA VS C...
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DISPONIBILIZAÇÃO: SORYU TRADUÇÃO: SORYU REVISÃO INICIAL: VALENTINA VS REVISÃO FINAL: HIRANO LEITURA FINAL: PAULA NAPONIELLI FORMATAÇÃO: VALENTINA VS
Casa não é suposto ser perigoso, mas para Sidney é. Voltando para casa significa que ela tem que enfrentar seu passado. Não é só o homem que machucou Sidney que torna horrível, mas a família que não acreditava nela. Eles estavam mortos para ela, mas agora que sua mãe está realmente morrendo as coisas parecem diferentes. É uma chance para acertar as coisas. O que Sidney não percebe é que ela está arrastando Peter em rota de colisão com o seu passado. Peter tem que lidar com os demônios assombrando se ele quer seguir em frente com Sidney. Ele está disposto a desistir de tudo por ela, até mesmo percorrer mais profundo em sua vida passada para ajudá-la a seguir em frente. Mas, Peter não tem certeza se ele pode superar o que aconteceu com ele em Nova York.
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Depois que Sam foi embora, Peter pegou seu telefone celular. Seu olhar se levanta e encontra o meu. É como se o seu coração estivesse preso na garganta. Ele está pensando em algo, mas não sei. Aqueles olhos de safira diminuem quando olha para o telefone embalado em sua mão. —Vamos dar um tempo para sair daqui e colocarmos algum espaço entre você e Dean. Preciso fazer uma chamada e, em seguida, podemos resolver os detalhes. Ok? — Quando ele finalmente olha para cima, tenho a sensação de que está escondendo algo. —Quem você está chamando? —Meu irmão. Preciso perguntar-lhe uma coisa. — Peter vira abruptamente com a determinação em seu rosto. Suas feições embrutecem, e já não se parece com o homem que conheço. Eu não sou bisbilhoteira, mas encosto na porta ouvindo aquele telefonema. Há algo entre ele e seu irmão, talvez velhas cicatrizes. Eu não quero tornar a vida de Peter difícil. Talvez eu devesse ir? Quer dizer, isso não é a sua luta. É minha. Só porque fracassei totalmente na última vez, não significa que vou bater a merda fora de mim neste momento. Olho para as minhas mãos, que estão cobertas de crostas. Droga. Eu não sei o que fazer. Olho de volta para a sala de Peter. Tomo a decisão, quando a porta se abre e Peter caminha em minha direção. Vejo linhas de tensão do pescoço e ombros. Sua mandíbula se desloca de um lado para outro como se a conversa que teve apenas o tivesse irritado mais. Seus olhos deslizam para cima do chão e encontram os meus. —Meu irmão é um idiota. Eu sorri para ele. —Então, é meu. Peter me observa por um momento e suspira. Ele passa as mãos pelos cabelos e puxa-os. A raiva que estava, se afasta, mas não está totalmente desaparecida. —Eu preciso te contar uma coisa. — A maneira como ele diz, faz o
meu estômago girar. O tom, a forma como olha para longe de mim envia um arrepio na coluna. As palavras pairam no ar como um mau presságio. Peter pega as minhas mãos e me puxa para o sofá. No início, estamos sentados ao lado um do outro e ele está segurando a minha mão, mas é como se não pudesse ficar parado. Peter levanta momentos depois, e fica andando. A cada poucos segundos, ele tenta me dizer alguma coisa, mas não consegue escolher as palavras certas. Peter faz um som irritadiço na parte de trás de sua garganta enquanto trabalha sua mandíbula. Quando se vira e olha para mim, eu sei que há algo errado. Olhando para mim, seus lábios se separaram. —Eu não queria trazer isso, não agora, mas você precisa saber algo sobre mim. — Ele engole em seco e olha para longe. Saio do sofá e vou até ele. —Você pode me dizer qualquer coisa. — Quando toco seu braço, Peter recua. O movimento tão sutil, mas faz. Isso me deixa nervosa. Por que ele está agindo dessa maneira? Tento ser infantil para tentar aliviar o seu humor. —Não foi você que colocou o esquilo fora da janela do banheiro, não é? Peter bufa uma risada surpreso e olha para mim. Ele me toma em seus braços e me puxa para o seu peito. É tão bom, tão seguro. Ele beija o topo da minha cabeça. —Você sabe alguma coisa sobre a família Ferro? Sua pergunta me confunde, mas aceno. —Sim, quem não conhece? —Diga-me o que você sabe. — Dou um passo para trás e olho para o seu rosto, mas não esclarece nada. Oh! Ok? Esta parece ser uma pergunta estranha, mas respondo-lhe de qualquer maneira. —Bem, eles têm mais dinheiro no bolso do que Tio Patinhas tem em sua caixa forte. A mãe é osso duro de roer, o pai é um jogador com uma nova amante a cada duas semanas, e os três filhos não conseguem ficar fora de problemas. —O mais novo, Jonathan, estava no jornal outro dia por fazer algo estúpido, mas a maioria das pessoas esquece e são pegas de surpresa por seu charme e sua aparência. O irmão mais velho, Sean, está distante; pelo menos é o que disse o jornal. O mesmo vale para o filho do meio. — Eu não tenho nenhuma ideia de onde ele está indo com isso. Eu paro de falar e o espero para me dar uma pista, mas ele não faz.
—O que mais você ouviu? —Nada realmente. As mesmas coisas que você ouviu, provavelmente. —Eu duvido, mas vá em frente. Dou-lhe um olhar estranho e olho para trás. —O irmão mais velho foi acusado de matar sua esposa. Ele foi notícia por um longo tempo, até que sumiu. Depois disso, Sean deixou a família e se afastou de todo esse dinheiro. Os jornais começaram a chamar isso da maldição da fortuna Ferro ou algo parecido. Depois do irmão mais velho ir embora, o próximo herdeiro era Pete Ferro. Algumas semanas mais tarde, ele propôs casamento a sua noiva no Rockfeller Center e... — eu paro de falar. Meus olhos se arregalam. O aperto de Peter em minhas mãos se intensifica. —Diga isso. Termine a história, Sidney. Engolindo em seco, continuo porque não pode ser, não importa o quão impressionante as semelhanças sejam. —E ela foi morta. Peter foi esfaqueado no lado. Ele parecia à deriva por um tempo, não tendo interesse em qualquer coisa, até que um dia desapareceu. Ele afastou-se da fortuna Ferro completamente. Quando os nossos olhos se conectam, percebo que esta é a sua história. Meu queixo treme e não sei o que pensar. Parte minha quer gritar com ele, por não me dizer que ele é Peter Caralho Ferro, mas a outra parte está com medo. Os irmãos Ferro têm uma reputação, e ele é um deles. Eu fico lá muito tempo e deixo escapar: —Você é Pete Ferro. Ele está me observando, seus olhos azuis estão presos nos meus. Peter acena lentamente. Ele esfrega o polegar sobre a palma da minha mão. —Sim, eu sou. — Eu pisco, chocada demais para falar. —Não é algo que eu fale. Isso faz parte do meu passado, Sidney. Quando perdi Gina, andei para longe de tudo. Sean tinha ido embora e meus pais não eram exatamente úteis. A solução da minha mãe para tudo, é ver um psiquiatra. Eu tentei isso. Decidi que a melhor maneira de continuar com a minha vida era começar de novo, então o fiz. Peguei o sobrenome de Gina e terminei o meu trabalho de doutorado. — Ele dá de ombros como se não é fosse um grande negócio. —Então, eu vim para cá e conheci você. —Você é o irmão de Sean Ferro? — Ele acena com a cabeça. Parece que estou perdida em um sonho, e estou sendo sugada mais e mais para o fundo. — Como? Como você pôde...? — Eu vacilo. Eu não sei o que dizer. Não posso dizer o que está correndo pela minha mente. Como você pode ajudar a encobrir um
assassinato? Como você pode ser relacionado a alguém assim? Como você pode ser Pete Ferro, o jogador, que é muito parecido com seu pai? As pessoas diziam que Peter não amava Gina, que era uma fusão de casamento/negócio, mas isso não é verdade. Peter a amava. Eu ouço isso em sua voz. Aquela noite o persegue. —Me desculpe, eu não lhe dizer antes. Não queria que eles me encontrassem. Eu queria uma chance de começar de novo. Você pode entender isso. —Isso não é o mesmo. O que eu fiz não é a mesma coisa! Corri de alguém que estava me machucando. Como você pode ajudá-lo? Como você pode ajudar o seu irmão encobrir a algo tão cruel com sua esposa? — A questão é apresentada na minha garganta. Não posso cuspir porque atinge muito perto de casa. Algo que se encaixa dentro da minha mente. Eu me sinto enganada, como se ele me ludibriasse. A percepção pública de Peter não é nada com a do homem por quem caí de amores. Um deles é falso, porém não sei qual. Isso faz o meu coração disparar, e estou com medo de que o perdi, e que Peter nunca foi realmente meu, que meu Peter não existe. Eu retiro minhas mãos de seu controle e começo a recuar. O olhar em seu rosto não é reconfortante. Peter não me corrige, o que torna as coisas piores. — Quem é você? Afinal, eu conheço você? —Sidney, você me conhece... —Então por que sinto como se não o conhecesse? Por que sinto como se você tivesse mentido para mim esse tempo todo? — Lágrimas fazem meus olhos arderem, mas não as deixo caírem. —Eu tenho que pensar. Tenho que ir. Peter corre na minha frente e bloqueia a porta. —Eu não posso deixar você ir embora. Não com Dean lá fora esperando por você. —Estou realmente mais segura aqui? Peter recua como se eu lhe desse um tapa. Ele se afasta da porta e abre-a. —Você me conhece melhor do que ninguém. Nomes não importam, não para mim. Se você acha que a enganei em tudo e que estive mentindo para você desde o início, se sair por aquela porta, não volte. — Seu olhar se estreita enquanto me espera decidir.
Eu não sei o que pensar, e não posso acreditar que ele me disse isso. Estou falando sem perceber o que estou dizendo. É tudo instinto, e logo em seguida sinto que minhas entranhas estão girando em uma rotação por vinte anos. —Nomes significam alguma coisa Peter, ou você não teria escondido o seu de mim. Você não é o homem que pensei que fosse. Nem consigo... — Eu balancei minha cabeça e empurrei seu passado. Eu saio pela porta voando pela escada. Eu não paro. Peter chama atrás de mim do patamar acima. Eu salto para dentro do carro e disparo para fora do estacionamento o mais rápido que posso. Eu preciso pensar, mas não consigo. Tudo que conheço sobre Peter Ferro, está falhando em tudo o que conheço sobre Peter Granz. Nada se encaixa, não há nenhuma linha, nenhuma continuidade. Minha mente bobina, procurando por um fio, qualquer coisa sobre algo que Peter fez. No momento achei que era bom empurrar Peter para seu passado. Mas as ameaças sussurradas para Sam e a maneira que meu irmão ficou branco como um lençol. As coisas que a família Ferro pode fazer, fez minhas lágrimas virarem grandes soluços. Paro em um estacionamento e bato as mãos no volante. Outro mentiroso. Outro homem que me fez pensar que é uma pessoa e, em seguida, passa a ser outra pessoa. Parece que meu coração foi arrancado do meu peito. Eu não posso respirar. Empurro a cabeça para trás e grito. Se Peter dissesse qualquer outro nome de família, eu não seria estúpida por ir embora, mas ele disse Ferro. Essa família é tão confusa. Isso não me faz sentir pena de Peter, me faz sentir tocada. Ele me usou. Peter teceu uma teia de mentiras e eu me deitei no centro. Ele tem mentido para todos, sobre tudo. Eu me pergunto se Strictland sabe quem ele realmente é, se ela percebeu quando o contratou. Eu nunca os teria colocado juntos. Esse Pete Ferro lembra-me das inúmeras aparições grosseiras, rudes, e nada com o homem que passei os últimos três meses. Estou satisfeita com que isso fez com ele. Eu não posso levar a dor de cabeça. Eu não consigo. Eu não vou.
Quando estaciono devagar em frente ao dormitório, Millie está lá com a minha mala já embalada. Ela dá um passo em direção ao carro enquanto vou parando. Depois de lançar a minha bolsa no banco de trás, ela diz: —Você tem certeza que quer dirigir até lá sozinha? — Preocupação cobre o seu rosto. Concordo com a cabeça. Eu não confio em mim para conversar. —Eu posso ir com você. Só tenho que terminar minha monografia e podemos ir. Ou posso ir agora e pedir ao professor uma extensão. Você não deve dirigir sozinha, não com sua mãe doente. —Já dirigi sozinha antes. Vou ficar bem, Millie. Termine o semestre e se divirta com Brent. A boca de Millie está aberta, mas não diz mais nada. Quando muda o assunto, sinto-me boquiaberta. —Onde está o Dr. Granz? —Eu não me importo. — Meu punho aperta no volante. —O que vou dizer a ele quando procurar por você? Eu olho para ela, desconfiada. — Quando ele me procurou? O que faz você pensar que ele virá atrás? —Brent estava com um grupo de rapazes no Intramural Field na noite passada. Ele disse que algo aconteceu, que o Dr. Granz estava lá. A universidade disse que ele acabou brigando. — Ela engole em seco. —Há rumores de que você era a razão pela qual eles estavam brigando. Eu pego a minha cabeça com as mãos e fecho os olhos. Eu aperto tirando toda a luz, o dormitório, o ruído, e tento apagar isso. É claro que as pessoas pensariam isso. Todo mundo pensou que eu estivesse transando com meu professor durante todo o ano. Bem. Que seja. — Sidney... — Millie começa. Cortei-a e coloquei as mãos pela janela. É um gesto normal, algo que faço para manter Millie focada quando estou dizendo-lhe algo importante. Eu nem
sequer penso nisso. —Não foi nada disso, ok? Acredite no que quiser, mas não era... — As palavras secam na garganta quando Millie pega meus pulsos e gira as palmas das mãos. Seu olhar me diz que quer saber a verdade. —Sidney, o que aconteceu? Parece que você tentou abrir caminho através de uma parede de tijolos. Puxo minhas mãos e empurro o meu cabelo do meu rosto. —Nada. — Meu queixo trava. Eu quero ir embora. Não quero falar sobre isso. Eu não quero dizer nada a ela. Não há nenhuma explicação. Uma resposta faz mais de vinte perguntas, e eu não quero que ela saiba o que Dean fez para mim. —Isso não é nada. —Eu caí, ok? Ontem à noite, quando saí do Inglês, caí. —Então, o que acontece com Granz? As pessoas estão dizendo que ele... —Millie. — Eu a cortei. —Eu tenho que ir. Vou chamá-la e dar notícias, ok? Ela acena com a cabeça, o que faz com que seus cachos loiros vão para trás. —Tudo bem, mas acho que você está sendo estúpida. — Ela quer dizer algo mais, como se eu fosse estúpida para tantas coisas. —Eu vou sentir sua falta também. Vemo-nos a tempo para o Summer Session, ok? — Millie acena com a cabeça e dá passos para longe do carro. Devemos ter uma aula sobre o feminismo juntas neste verão. Pedi-lhe para fazê-la comigo, o que significa que se eu não voltar com a minha bunda em uma cadeira em vinte e dois dias, Millie irá me matar. —É melhor você vir. Caso contrário, vou transformar em uma feminista e você vai ser a minha puta. — Ela pisca para mim de uma forma distinta do sul, que leva a mordida fora de suas palavras. Isso me faz rir. —Eu vou. Vou chamá-la assim que der certo. —Tudo bem, mas não mande mensagens enquanto estiver dirigindo há 120 quilômetros por hora. Eu não quero dizer a todos para quem a elogio, que você age realmente estúpida às vezes. E, Sidney... Eu resisti à vontade de revirar os olhos. —Sim?
—Não importa o que esteja acontecendo com você, estarei sempre por perto. Você sabe disso, certo? Uau, porcaria. Millie me dá um grande e gordo olhar de corça. Entre minhas mãos, meu humor, e os rumores sobre Peter, ela sabe que algo está acontecendo. —Tudo bem. —Eu resmungo. —Entra, mas se você pedir para fazer xixi a cada cinco segundos, vou deixá-la do lado da estrada. — Millie quica e salta para o banco. —Você não precisa de roupas? —Psh. — Ela acena com a mão para mim e sorri. —Elas já estão na sua mala. Realmente acha que eu deixaria você fazer isso sozinha? Caia na real. — Millie puxa o cinto de segurança em seu colo, enquanto me repreende. —Legal, verborragia adolescente. —Isso é mal. Nós duas começamos a rir enquanto me afasto. Estou tão emocionalmente frita e realmente quero ficar sozinha, mas Millie está certa, eu não deveria tentar fazer isso por conta própria. Talvez isso ajude. É estranho, esta pequena cidade era o meu refúgio, mas agora está me estrangulando. Eu quero colocar uma distância entre mim e Peter, o mais rápido possível. Meu estômago se contorce por pensar nele. Eu não posso acreditar que ele é um Ferro. Eu não posso acreditar que minha vida ficou tão confusa rapidamente. Ver Dean foi ruim o suficiente. Não posso esperar para entrar na interestadual e dar o fora daqui.
Há uma grande parte do caminho que não tem nada entre a faculdade e a próxima cidade. Estou perdida em meus pensamentos quando Millie finalmente diz: — Então você vai me dizer o que aconteceu na noite passada? Olho para ela com o canto do meu olho. —Realmente não quero falar sobre isso. —Ok, então me diga outra coisa. O que está acontecendo com você e o Professor Gostosão? Quero dizer, quero saber se ele... —Oh meu Deus! — Eu reviro os olhos. Eu não posso evitar. Aperto mais o volante. Talvez deveria dizer a ela. Isso é melhor do que falar sobre Peter. Maldição. Eu ainda não consigo acreditar que ele mentiu para mim. Deixei escapar um bufo de ar. —Tudo bem. Ontem à noite, meu ex-namorado idiota apareceu e tentou me arrastar para longe. Caí e o pavimento não gostou das palmas das minhas mãos, ok? Seu queixo caiu. —Porra, não! Nem é bom. Que namorado? Por que ele a arrastaria pelo estacionamento? — Ela vomita um monte de outras perguntas para mim, até que a cortei. —Dean. Nós namoramos no colegial. Namoro é a palavra errada. — Engulo em seco. Minha garganta está tão apertada. Memórias vêm correndo de volta, e tudo o que posso fazer para forçá-las para baixo é controlar a minha voz. —Ele me violentou. Eu não quero falar sobre isso, mas pensei que você deveria saber. — Tem a chance de que Dean e Sam estejam seguindo o mesmo caminho para fora do Texas, a menos que estejam em uma estrada de fazenda, o que duvido. A mandíbula de Millie está aberta. Lentamente, ela fecha os olhos como se visse, e pressiona as palmas das mãos em meu braço. —Sidney, eu não tinha ideia... Se ela chorar, eu vou chorar. Eu bati nela sem querer. —Não se desculpe. Eu odeio quando as pessoas se desculpam. Isso não muda nada. É por isso que nunca falo sobre isso, ok? — Ela olha como se eu a esbofeteasse com uma tábua, sentada rígida no banco, balançando a cabeça em um movimento concordando.
—Sinto muito, Millie. Eu só não sabia o que fazer. Dean era tudo. Pensei que ele me amava. Não sei o que aconteceu. Uma hora as coisas estavam bem, e então elas não estavam. Isso soa estúpido, mas não tinha certeza do que acontecia. Só algum tempo depois. —Quando Dean me encontrou ontem à noite, estava aqui com meu irmão. Eu disse para minha família antes de vir para cá, mas eles não acreditaram em mim. — Eu me pergunto se ela acredita em mim. Não faz o meu aperto de mandíbula afrouxar e as minhas palavras pararem. Eu não posso derramar minhas tripas para as pessoas que não têm fé em mim. Eu não posso confiar nelas em tudo. Não depois de tudo o que aconteceu. Parece que há um saco de areia no meu peito. Eu mal posso respirar. Ela me dá um sorriso triste e olha para fora da janela. —Eu meio que sei o que dizer. Isso não é a mesma coisa, mas namorei um cara quando cheguei aqui. Ele queria muito, muito rápido. Eu não queria continuar, mas ele não me deixou parar. — Ela faz uma cara e eu sei que está se lembrando dele. —Uh, Millie. Essa é a mesma coisa, a menos que você não tenha dito não. —Eu lhe disse não. — Ela está calma novamente. Eu quero dar um soco em algo. Eu não posso acreditar que isso aconteceu com ela. Todo esse tempo eu pensei que estava sozinha. Mas não entendo como ela flerta e age como se fosse nada. Minha reação me faz desligar e afastar as pessoas. Eu quero uma distância segura. Millie é toda sorrisos eufóricos. Ela age como se nada de ruim tivesse acontecido. Caramba, eu estava errada. A vontade de pedir desculpas me bate, mas não digo isso porque odeio quando as pessoas dizem para mim. —Será que você o viu novamente? —Não. Ele não achava que valia a pena o esforço. —Que idiota. Você o denunciou? Ela me dá um olhar estranho. —E dizer o quê? Eu estava quase fazendo sexo com o cara, quando ele decidiu fazer sexo comigo? Não, não o denunciei. Foi minha culpa. Eu não deveria ter saído com ele em primeiro lugar. Eu o convidei. —Millie, você está falando sério? Não é culpa sua. Como pode ser sua culpa? Ela sorri suavemente e me olha com o canto do olho. —Você está seriamente me fazendo essa pergunta? Você sabe como é isso. Lógico que não é exatamente
igual, e é mais fácil admitir que cometi um erro do que... — Ela balança a cabeça e olha para fora da janela. Fico quieta por um momento. Tudo entre nós muda em questão de segundos. Ela entende isso de uma maneira que ninguém mais faz. —Eu sei o que você quer dizer, mas é mais difícil admitir do que parece. Eu costumava pensar que as mulheres e os homens eram iguais em todos os sentidos, até que isso começou a acontecer. Minha mãe adora Dean e olhou para o outro lado. Minha família fez isso. Meu irmão achava que eu estava apenas tentando chamar a atenção. Esta manhã, Sam parecia realmente ter questionado se eu havia dito a verdade. —O que o fez pensar assim? —Peter. Peter fez. Ele tem uma maneira de dizer as coisas. — Peter Ferro, minha linda, não Peter Granz. Peter Granz não existe. Sinto seu olhar no lado do meu rosto e volto para ela. —Você faz isso parecer que é ruim. —O quê? — Contorço na cadeira e rio nervosamente. —Eu não... —Negue tudo que quiser, mas você tem uma séria queda pelo Professor Peter. Sr. Dançarino de Swing. Sr. Amante do Sexo. —Ela sorri maliciosamente para mim e faz um gesto rude. —Millie, eu não posso acreditar que você fez isso! Millie ri histericamente e inclina-se para a porta. —Cara, você percebe que não tem combustível, certo? —Eu vou conseguir quando chegarmos a Dallas. —Bem, não vou empurrar o carro quando ficar sem combustível. É melhor você parar na próxima saída. Além disso, quero um lanche. Estou morrendo de fome. Pulei o almoço para evitar que a minha companheira de quarto louca, dirigisse sozinha através do país. Ela é tão louca. Você não tem ideia. —E você precisa fazer xixi. —E eu poderia precisar retocar a maquiagem. Você é tão grosseira, Sidney. —Eu tento.
Balancei minha cabeça e saí da interestadual. Não havia muita coisa entre a faculdade e Dallas, exceto terra morta e gado espalhado. Árvores de algaroba projetavam do solo seco periodicamente com seus ramos que se pareciam com os dedos murchos. Não há muitos lugares para parar, e meu tanque não estava cheio, então decidi que Millie estava certa. Empurrar o carro no calor de cem graus seria péssimo. Dirigimos até parar na frente de um posto de gasolina que tem um milhão de anos. As bombas não têm leitores de cartões de crédito, então tenho que entrar. —Tantas formas para pagar na bomba. — Resmungo, e fomos em direção à porta. Ela pula na minha frente e faz o caminho mais curto para o banheiro. O interior do posto de gasolina é suposto ser rústico, mas só vejo que é sujo. Há prateleiras de máquinas de alimentos e refrigerantes. Um funcionário velho com bigode está sentado atrás da caixa registradora. Ele não parece piscar. Eu me pergunto se está dormindo com os olhos abertos. Quando caminho em direção ao balcão e levanto meu olhar rapidamente. Há uma mulher comprando pão, e por trás dela, uma linha mais, tem outra pessoa na loja. Nossos olhos se encontram, e vemos um ao outro, ao mesmo tempo. Meu coração bate mais forte e mais rápido e meu estômago entra em queda livre. Nesse momento, tudo muda.
Aqueles olhos verdes usados para me assombrar cada vez que ia dormir. Eu sinto meu corpo enrijecer. Eles me lembram do que Dean fez para mim com a menor provocação. Dean pisca aquele sorriso para mim, que é tudo ginga e charme. Ele caminha pelo corredor e vem na minha direção. Estou congelada no lugar. Como se fosse ontem à noite novamente. O choque de vê-lo quando nem esperava, me balança. Ninguém para aqui. É muito próximo à cidade, mas meu irmão e Dean não sabem disso. Minha pulsação aumenta a cada passo que dá em minha direção. Meus dedos contraem ao meu lado, com os músculos tensos, prontos para lutar. Mas Dean não quer uma luta, não em um lugar público como este. Há muitas pessoas ao redor. Duvido que Dean vá fazer algo. O homem parece se transformar em um monstro só à noite, embora tenha certeza que se ele pudesse ficar a sós agora, ele ficaria feliz em continuar de onde ele parou. Dean para na minha frente. —Ei, baby. — Ele parece tão malditamente normal. Não há nada estampado em seu rosto que diga o contrário. Eu gostaria que tivesse. Eu gostaria de saber disso antes. As pessoas podem ter duas caras. Uma imagem de Peter pisca atrás dos meus olhos. Eu não preciso de ninguém. Estou de volta, saio do transe. A raiva me liberta, e o medo escorre para longe. —Não me chame de baby, e se você der um passo... Dean me dá um sorriso torto e fica mais próximo. —Você vai o quê, Sidney? Vamos. Nós dois sabemos que não tem isso em você. —Ele está a um fôlego de mim. Dean desliza a mão na minha cintura e se inclina para mais perto, sussurrando em meu ouvido: — Espere até chegarmos em casa e ficarmos sozinhos. Aprendi alguns truques novos, enquanto você esteve fora. — Quando ele se afasta, estou congelada no lugar. Meu corpo está coberto por um lençol de suor gelado, enquanto minha respiração fica presa na garganta. Millie me salvou. Ela salta atrás de mim com um saco de Doritos em uma mão e uma lata gigante de chá na outra. —Pare de pegar caras quentes no posto
de gasolina. Eu já lhe disse que eles não gostam de andar no porta malas. — Ela olha em Dean e prende seu olhar quando me diz: — A pá irá bater-lhe na cabeça toda vez que der um solavanco. Concordo com a cabeça como se fizesse sentido. Millie pega meu braço e continua a falar, mas aquele olhar maluco que Dean... Estou quase sem respirar, enquanto esperamos na fila para pagar as guloseimas nas mãos de Millie. Ela se inclina perto de mim e ri, como se eu dissesse algo engraçado. Ela está nervosa. Sua voz está muito tensa. É como se ela tivesse entendido o que aconteceu sem eu dizer uma palavra. —É ele, não é? O cara da noite passada? Seu ex? — Concordo com a cabeça e sorrio para ela. Pelo menos tento sorrir. Meu rosto parece que está plastificado. Millie ri novamente e se inclina mais perto. —Vamos pagar por isso e dar o fora daqui. A fila move-se lentamente, porque ninguém está com pressa. Isso me deixa louca. Pessoas se materializaram depois que entramos. Millie continua a conversar enquanto olho em volta, à procura de Sam. Não há sinal dele. Olho ao redor do canto dos meus olhos, olhando para Dean. Eu sinto seus olhos na parte de trás do meu pescoço, mas não posso vê-lo, não sem me virar. Eu não quero fazer isso. É finalmente a nossa vez. Millie põe as coisas no balcão, e o cara de bigode passa o cartão na máquina registradora. Depois que Millie paga, nós fomos para fora. Eu olho por cima do ombro e vejo Dean me olhando enquanto caminhamos para fora da porta. Ele tem as mãos nos bolsos e está do lado de fora da loja em uma sombra. Ele acena para mim. —Vejo vocês em breve, Sid, mal posso esperar! — Dean fala quando entro no carro. Millie finalmente age como se algo estivesse errado. —Ligue o carro. Vamos sair daqui. Ele está te observando. Enfio minhas chaves na ignição e viro. O carro nem sequer tenta ligar. Meu queixo está bloqueado. Millie parece perceber ao mesmo tempo em que eu. —Ele fez algo no carro. Eu tento ligá-lo novamente, mas não há força. Minha garganta está muito apertada, e ainda há arrepios na minha pele, mesmo que hoje esteja mais quente que o inferno. Eu me sinto mais segura dentro do carro. Eu não quero sair, mas preciso olhar a frente. Parece que estou em um transe. O mundo não está girando mais. O tempo para. Eu não quero me sentir assim, e a única maneira de fazê-lo parar é ficar longe de Dean.
Abro a porta e saio. Millie faz o mesmo. Eu abro o capô e olho minha bateria. Um dos cabos se soltou. O fio foi retirado e deitado em cima da caixa de bateria de plástico. Eu sinto sua respiração no meu pescoço, ao mesmo tempo, que sua voz. —Problemas no carro, Sid? —Deixe-me em paz.— Rosno para Dean antes sair de perto dele. Vou à carroceria pegar as ferramentas que preciso para voltar a ligar o cabo. Quem faz esse tipo de coisa? Dean sorri de orelha a orelha. —Eu posso arrumar isso para você comprar seu almoço, se quiser. —Não. Vá embora. — Estou pensando em ignorá-lo, mas Dean não me deixará em paz. Ele continua encostando-se a mim, me tocando como se fosse por acidente. Ele me segue de volta ao capô e se empurra entre mim e Millie. —Estamos bem. — Millie diz. —Você deveria estar no seu caminho. —Ah, como é doce. Sua amiguinha acha que pode protegê-la. Que aconteceu com o professor? — Dean, vá se ferrar. — Estou com muita raiva agora. Eu o odeio. Odeio tudo sobre ele, tudo que ele fez para mim. Minha vida teria sido muito diferente se Dean não existisse. Eu o atropelaria com o carro se isso apagasse tudo, mas não vai. Dean finge se ofender. —Quem te ensinou a falar assim? Boca suja em uma menina tão bonita. Do jeito que eu gosto. — Ele sorri para mim. Millie faz um som irritado. Dean ignora. Enquanto estou sob o capô, Dean desliza a mão sobre minhas costas. Seus dedos brincam na beira da minha camisa e toca contra a minha pele. O toque que me faz saltar. Eu não sei como, mas só agi. Eu balanço minha mão, acerto seu rosto e grito: —Deixe-me em paz! Dean está sorrindo, agindo como isso fosse um jogo, até eu acertar um soco em seu rosto. Vejo flashes de raiva em seus olhos. Ele me bloqueia. A chave voa do meu outro lado. Millie grita, e posso ouvir o funcionário velho gritando, mas não há palavras. Dean agarra meu pulso e começa a me puxar pelo estacionamento. — Caminhe ou vou fazer o que você gostaria de ter.
Eu tento soltar seus dedos, mas não consigo. Eu caio no chão com a intenção de fazê-lo me arrastar. Minha calça jeans salva minha pele, sendo rasgada pelas pedras e destroços espalhados. Ninguém me ajuda, bem, ninguém, além de Millie. Ela faz alguma coisa. Dean grita, e então cai comigo. Meu pulso está queimando onde ele estava me segurando, e a minha mão fez um corte. Eu pulo, firmo os meus pés e olho para cima a tempo de vê-lo pegar algo em Millie e esmagá-la no chão. Millie tenta levá-lo de volta, mas ele empurra com tanta força que ela cai. Ela está gritando. O velho homem está gritando. E Dean está de pé na minha frente parecendo realmente irritado. —Entra na porra da caminhonete. Agora. Alguém grita que chamaram a polícia. É a mulher com o pão. Ela está avançando cada vez mais perto, mas é muito velha e pequena para fazer qualquer coisa. —É melhor você sair daqui, rapaz. Dean cospe para ela. A mulher dá um passo atrás. Dean sussurra: —Vamos para dentro terminar esses assuntos sozinhos. Isso é uma coisa de família. — Ele parece totalmente razoável, mas suas ações não correspondem às palavras. A mulher não se move. Meu corpo está tão tenso que parece que os músculos vão estourar. Este é um novo nível de loucura, mesmo para Dean. —Sidney, eu juro por Deus que farei você se arrepender. Sua mãe nos pediu para levá-la e você age como uma maldita cadela. — Ele me alcança, quando uma voz explode atrás de nós. —Saia de cima dela. — Cada cabeça gira. Eu meio que esperava ver um policial, mas não é. Eles não estão aqui ainda. É Peter, e ele parece incrivelmente irritado. Os olhos de Millie ampliam e mexe a cabeça para trás e para frente entre Peter e Dean. Parte de mim está aliviada por Peter aparecer, mas a outra parte não sabe como aceitar a sua ajuda. Sorte minha que não tenho que decidir. Dean acha que Peter é o professor tímido da outra noite. Ele não percebe que o homem em pé na frente dele é um Ferro. Se Dean soubesse correria para o outro lado. Os Ferros são ferozes, e Peter esteve em mais lutas do que seus outros irmãos juntos. Não há nenhuma maneira de ser tão rico e não atrair a atenção da mídia quando um soco vai de Manhattan a Fire Island. O comportamento imprudente de Peter deixou para trás um rastro de pessoas que gostariam de ver a queda dos Ferros.
Dean dá passos na minha frente. É um movimento possessivo. —É melhor ir para casa e recolher essa paixão professor, ou... Peter não para. Ele caminha pelo estacionamento empoeirado, em linha reta até Dean, puxa seu braço para trás, e balança. Seu pescoço vira para o lado com o impacto. Peter não para. Ele não é o mesmo homem que era na noite passada. Algo mudou. Assim quando ele leva outro balanço, Dean se move. O lunático corre diretamente para Peter, e Dean empurra seu ombro no estômago de Peter. Há um silêncio de ambos. Peter gira de forma rápida e consegue agarrar Dean pela garganta. Ele puxa Dean tão perto que seus lábios estão quase tocando o ouvido de Dean. Os olhos de Peter travam com os meus, quando ele diz palavras que não consigo ouvir. Os olhos de Dean se estreitam quando Peter o sufoca, sussurrando ameaças, provavelmente as mesmas ameaças que fez meu irmão empalidecer. O vento quente chicoteia meu cabelo longe do meu rosto. Passo as mãos por ele, observando os dois. Eu não posso acreditar no que estou vendo. Os músculos de Peter são fios tensos. Sua camisa está agarrada ao corpo quando gotas de suor rolam para baixo em suas têmporas. O olhar que Peter dá-me diz muito, mas esta versão dele me assusta. Ontem à noite, Peter não revidou. Eu quero saber por quê. Pensei que ele não fosse um lutador, mas não agora. Peter Ferro pode proteger a si mesmo e quem ele se preocupar. Nossos olhares se encontram. Apenas um segundo se passa, mas parece que é toda uma vida. Foi quando ouvi uma arma sendo engatilhada. Eu me viro para olhar na direção do som. O velho com o bigode louco está de pé com uma espingarda nas mãos. Ele a levanta, Dean e Peter estão na sua mira. O velho cospe no chão, em seguida, sibila. —Leve esta loucura para outro lugar. Agora. Peter parece irritado, mas libera Dean. Os dois se separam, mas quando seus olhares se encontram parece que querem se matar. Dean se afasta com as mãos no ar. —Eu não preciso dessa merda. — Ele caminha pelo estacionamento e desliza na caminhonete. O motor liga, e ele se afasta. Eu o vejo ir embora, querendo saber onde meu irmão estava durante tudo isso. Peter e Millie estão me acompanhando. Eles olham um para o outro antes do velho homem deixa cair sua arma para o lado e caminhar em nossa direção. -Não traga problemas para cá novamente. Você não é bem-vinda. Vá. A boca de Millie está aberta. —Nós não...
Peter balança a cabeça para ela, tentando fazê-la calar a boca. Ele é educado com o cara da arma. —Eu peço desculpas. — Então Peter olha para Millie e diz: — Pare na próxima área de descanso. Vou segui-la. Eu não discuto. Acabei de pegar o braço de Millie e empurrá-la para dentro do carro. O velho está me vendo como se todo o incidente fosse minha culpa. A culpa sobe em minha garganta, porque, no fundo, parece que ele está certo.
Millie olha para mim com sua mandíbula entreaberta tão grande que posso ver suas amígdalas. —Você viu isso? Você viu o Dr. Peter Granz, um maldito professor de Inglês... chutou um traseiro lá atrás? — Millie enfia umas mechas atrás da orelha. Ela olha de volta para o carro preto nos seguindo e acena para Peter. Ele não acenou de volta. Há uma carranca em seu rosto bonito. —Eu ouvi dizer ele que teve sua bunda chutada na noite passada. Será que, quero dizer, o que diabo foi isso? Ele veio em todo o estilo justiceiro. Pensei que cortaria Dean pela metade. —Peter não brigou na noite passada. Ele não... — Eu faço um rosnado na parte de trás da minha garganta. A placa da área de descanso diz que está a poucos quilômetros de distância. Eu não quero parar. Eu não quero falar com Peter. —Ele não o quê? Porque, puta merda, foi tão incrível que não consigo parar de me abanar. O cara salvou você! — Ela coloca um pé em seu assento e se corrige. —Não, espere! Ele salvou duas vezes. Sidney... —Millie, Peter não é o que parece... Ela olha para trás. A apreciação está enchendo seu rosto, como se eu tivesse sorte, porque esse homem faz com que todos os outros homens pareçam macacos. —Eu sei... —Você não sabe! Ele não é. Droga, Millie, preste atenção. — Millie se vira e olha para mim. Estou tão chateada que poderia rasgar o volante das minhas mãos. —Peter é Peter Ferro. Você sabe o que isso significa? Seus olhos lentamente alargam-se, tão grandes como pratos de jantar. Ela vira a cabeça e olha para o homem nos seguindo. —Puta merda. —Você viu isso? — É óbvio quando você lembra-se do cabelo escuro, a mandíbula forte, os olhos azuis impressionantes, e aquele temperamento. Todos os homens Ferro têm, e as conversas dos tabloides adoram mostrar.
Millie concorda. —Ele se parece com as fotos que vi. Todo mundo viu. Peter Ferro é gostoso. Porque é que ele finge ser um professor? —Eu não sei o que ele está fazendo. Ouça, não importa o que ele diga nesta parada para descanso, não me deixe sozinha com ele. Você entendeu? Acene e diga sim. Ela gesticula com a cabeça e me dá um sorriso torto. —Tudo bem, mas... —Nada de porem. Diga sim. Eu não me importo com o que ele diz ou o que quer que eu faça. Se Peter tentar que eu fique sozinha com ele, diga-lhe que não. Não deixe. — O desespero inunda minha mente. Peter se ofereceu para vir comigo. Ele queria que eu chamasse a polícia. Ele queria ter certeza de que eu estava segura, e é assim que ele me encontra, em um estacionamento no meio do nada com Dean me arrastando pelo asfalto. —Ok, ok. Não vou deixar, caramba. — Um sorriso malicioso se espalha por seu rosto. —Você sabe o que dizem sobre Peter Ferro, isso é verdade? Eu saio da interestadual e reduzo a velocidade do carro. Há uma parada de descanso com mesas de piquenique e uma pequena construção de tijolos com banheiros. —O que é verdade? Ela ri e se inclina para perto de mim. Sua mão continua a voar para a boca, como se estivesse envergonhada. —Seu pau é tão grande como dizem? —Millie! — Eu paro em uma vaga de estacionamento. —Não é como se você não tivesse ouvido isso antes. Peter Ferro, super amante para as supermodelos, suas mães, e seus amigos, e sua equipe de cozinha, e... —Sim, eu entendo. Ele é um homem puta. —Ele é um puta macho, que faz todas as mulheres suspirarem de costa a costa. — Millie está sorrindo como uma adolescente apaixonada. Ela olha de volta para Peter. —Cala a boca. — Eu digo e abro a porta do carro. Millie pula para fora. E coloca as mãos sobre o teto do carro. —Oooh! Irritável ! Você está protegendo a sua virtude?
Eu abri minha boca, mas Peter me corta. —Eu não tenho nenhuma virtude. — A janela de Peter está abaixada. Ele ouve Millie quando para no espaço de estacionamento próximo a nós. Desliga o motor e sai. O rosto de Millie fica vermelho-beterraba. —Ela disse quem eu sou? — Millie acena com a cabeça, mas não olha para ele. Peter caminha ao redor do carro e vem direto para mim. Ele chega como se não se lembrasse do que aconteceu quando fui embora. —Você está ferida? Eu balancei minha cabeça. Meu coração está batendo forte. Eu perco toda a minha arrogância, o que me deixa louca. Na minha cabeça estou rugindo como um leão, mas eu soo como um rato quando realmente falo. —O que você está fazendo aqui? Será que você me seguiu? Peter aperta os lábios e, em seguida, sorri para mim, como se realmente estivesse com raiva. —Sim, segui. Eu não achei que você iria embora sem mim. Não achei que você fosse embora no meio de uma briga. —A briga acabou. Você disse que se eu fosse embora para não voltar, então não voltei. Peter solta uma rajada de ar. Sua raiva desvanece e ele olha para mim com tanto remorso em seus olhos que quero derreter em seus braços. Peter me considera por um momento e, em seguida, diz para Millie. —Você não pode se afastar perto das provas finais. Volte para a universidade antes que alguém perceba sua falta. —Mas era uma emergência e... —Isso não conta. Não pode ser bom sair na final. Cada professor lhe dará falta. — Peter joga a chave do carro para ela. Millie pega. —Dirija meu carro de volta. Vou ficar com Sidney. —Não, você não vai. Millie vai comigo, não você. — Cruzo os braços sobre o peito. Balanço a cabeça de um lado para o outro quando digo as duas últimas palavras. Talvez eu tenha vivido no Texas por alguns anos, mas ainda sou uma garota de Jersey por completo. Peter sorri para mim, então diz a Millie. —Jogue-me a bolsa no banco da frente. — Millie faz. Dou-lhe um olhar feio. Meus olhos estão esbugalhados na cabeça enquanto dou de ombros com as palmas das mãos para cima. Isso é uma coisa de merda e eu quero dizer cada centímetro disso.
Millie sorri para mim. —Eu acho que isso vai ser bom para você. Você precisa ir, e parece que vocês dois têm alguns problemas para resolver. — Eu quero matá-la, mas estou muito chocada com a traição para falar. Acabei de ficar com a minha boca entreaberta. —E você. — Ela diz a Peter e caminha até ele, cutucando-o no peito, —se você machucá-la, se encostar um dedo nela, pego a arma do meu pai e atiro em você. É uma promessa, não uma ameaça. —Millie é tão pequena e bonita, que parece que ele está sendo ameaçado por uma boneca de porcelana. Peter sorri para ela. —Bom. Eu não iria querer isso de nenhuma outra maneira. —Droga, isso é certo. — Millie olha para mim novamente. E estou tão brava com ela que não consigo falar. Meus braços estão cruzados firmemente contra o meu peito. Ela sabe como me sinto traída. —Às vezes você precisa de amigos, Sidney. Você não pode fazer tudo sozinha. Deixe alguém ajudá-la, ok? — Eu não disse nada a ela. Millie sorri sem jeito e entra no carro de Peter indo embora, deixando-me para trás. Peter está em pé ao meu lado. Ele trabalha sua mandíbula antes de dizer: —Precisamos conversar. —Não há nada para falar.
Estou sentada no banco do passageiro, olhando pela janela para o céu noturno. Eu me sinto um desastre emocional. É estranho, mas pensei que já sofri e lamentei a minha mãe. Enquanto estou sentada, memórias que foram perdidas em tempos, surgem aleatoriamente, em minha mente. A mão da morte é a única coisa capaz de libertá-las. Eu me vejo em um balanço e saber que não posso mais ter três anos de idade. Minha mãe me empurra, e eu tento olhar para ela, fazendo com que meu cabelo enrole nas correntes. Eu posso sentir o puxão no meu couro cabeludo, como se ainda estivesse acontecendo. Lembro-me das lágrimas que cobriam meu rosto e como eu estava com medo. Minha mãe me desenroscou e me segurou. Não é uma recordação que normalmente me lembrava, mas vem à tona agora. Minha mãe me amava então. Eu me pergunto o que ela vai dizer quando eu entrar na sua porta agora. Sinto um frio na minha espinha, me fazendo tremer. É tarde, a hora do jantar já passou. Eu esfrego os arrepios afastando-os com minhas mãos enquanto tento evitar seu olhar. Não temos conversado desde que paramos. Sinto-me tão traída por ele. É como se alguém me virasse do avesso. Eu odeio sentir seus olhos em mim. Ele me faz querer abrir e derramar minhas tripas. Eu quero o meu Peter de volta, mas ele se foi. Peter nunca foi real de qualquer maneira. Depois de passar por algumas saídas, Peter sai da estrada. Estamos em uma pequena cidade no Tennessee. É tão montanhoso aqui, o oposto de onde estávamos no Texas, onde tudo é tão plano como uma frigideira. Eu me mexo no banco e olho para ele. Peter tem o mesmo olhar que teve durante todo o dia. Eu não posso dizer se ele está zangado ou irritado. Eu não me importo. Sim, continuo a dizer-me isso. Peter puxa em um estacionamento escuro e vai em direção a um antigo hotel, localizado na parte de trás. Uma luz amarela inunda a porta da frente.
—O que estamos fazendo? — Eu não quero parar por aqui. O lugar parece que está possuído por Norman Bates1 —Precisamos parar para dormir, e este é o único lugar que parece ter vaga. — Ele percebe a expressão no meu rosto e acrescenta: —Não se preocupe. Vai ficar tudo bem. Já fiquei aqui antes. — Peter desliga o motor e sai do carro. Então contorna o carro, abre a porta e estende sua mão, me esperando sair. Eu realmente não quero sair, mas saio de qualquer maneira, sem pegar em sua mão. Peter balança a cabeça um pouco e, em seguida, recolhe a mão e se afasta de mim. Sua camisa levanta, e eu posso ver o seu belo corpo, bem como o local onde ele está marcado por essa cicatriz horrível. O corte me faz pensar. Peter pode lutar, mas não o fez na noite passada. Eu me pergunto se ele lutou na noite em que a faca foi enfiada em seu lado. Parece que há mais história, algo mais profundo que ele não me disse. Peter enfia as mãos nos bolsos da calça jeans e olha para mim. Curiosidade se espalha por seu rosto quando me vê olhando estupidamente para ele, mas não comenta nada. —Vamos lá. Vamos conseguir um quarto e jantar. Nós não comemos o dia todo e se eu tiver que comer outra barra de cereal vou... —Você comeu todas as barras de cereais em quatro horas. — É a primeira coisa que digo a ele desde que saímos. O comentário é uma brincadeira. Por um segundo me arrependo, mas então tento esquecer. Eu tenho que decidir o que fazer com ele. Olho para Peter sob a cortina de cabelo que está escondendo o meu rosto durante todo o dia. Foda-se. O tratamento do silêncio não vale a pena o esforço. Enfio a mão no bolso, retiro o elástico e faço um rabo de cavalo no cabelo. Cachos perdidos, provavelmente estão saindo como chifres de Satanás, mas não me importo. Peter caminha à frente e segura a porta. Ele a segura para mim e eu entro. O lugar me dá arrepios. Peter passa por mim até a recepção e toca a campainha. Uma mulher idosa, inclinada com a idade, atrapalha para sair da sala. Ela ajusta os óculos e sorri calorosamente para Peter que a conhece. —Peter Ferro. Eu não achei que iria vê-lo aqui novamente. — Seus lábios enrugados sorriem calorosamente para ele antes de olhar de volta para mim. — Este bom homem ficou aqui antes. Um Ferro escolheu ficar no meu motel e não aquele outro lugar abaixo da estrada. — Ela está radiante de orgulho quando me diz isso.
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Norman Bates – personagem do filme Psicose de Alfred Hitchcock
Peter joga seu charme e lança seu sorriso de potência máxima. Ele leva as mãos e diz: —Porque este lugar é o melhor. Eu não poderia passar por aqui e não parar. — Juro por Deus, a velha senhora fica corada. Peter acaricia a mão dela antes de perguntar. —Como tem passado? Ela sorri timidamente e responde. —Você não tem tempo para ouvir uma velha tagarelice. Aposto que está faminto. Aqui está o seu passe para o jantar no restaurante. Cada quarto está equipado com uma refeição quente. E aqui está a chave do quarto. — A velha gira lentamente e pega uma chave fora do tabuleiro atrás dela. E explica enquanto está entregando a ele. —É o único lugar que me resta. Sinto muito sobre isso. Não estou entendendo, mas Peter sim. —Está perfeito. Muito obrigado. — Ele entrega-lhe um cartão de crédito. —O horário do checkout é às nove, e uma vez que este quarto é a suíte de lua de mel, vem com café da manhã na cama. Que horas você gostaria que fosse entregue? Eu quase sufoquei. —O quê? Não podemos ficar na suíte de lua de mel. — Estou ao lado de Peter no balcão, pronta para saltar sobre a borda para procurar uma opção alternativa. —Você deve ter outro quarto. —Sinto muito, querida, mas nós não temos. Há uma convenção e todos os outros estão reservados. O quarto é muito agradável. —Mas é uma... — Quarto de sexo! É para casais felizes, casais. Não para nós! Eu não digo nada. As palavras saltitando na minha cabeça como bolas de boliche esmagando qualquer outro pensamento. O instinto me diz para manter o espaço entre Peter e eu, mas não posso, e isso torna as coisas piores. Peter está sorrindo para mim. —É um... o que, Sidney? — Ele está encostado no balcão vestindo aquela camiseta apertada com um preguiçoso sorriso sexy. Eu o odeio. —Nada. —Não, você definitivamente pensou que era alguma coisa. Vá em frente e diga-nos. — Ele está me provocando. Meu rosto aquece quando fico corada. Dane-se. Eu digo que a primeira coisa que vem na minha cabeça. —É só que tenho certeza que é um belo quarto e não quero isso para ficar confuso como da última vez. Peter tem problemas de controle
próprio. Ele faz amor como um macaco raivoso, e as coisas tendem a quebrar. Eu não quero estragar seu melhor quarto. Isso é tudo. O sorriso travesso de Peter aumenta, com se a afirmação fosse verdadeira. Eu queria constrangê-lo, mas obviamente não funcionou. A velha acaricia minha mão, tirando meu olhar de Peter. Ela diz: —Eu sei, querida, — e olha para Peter e pisca. O olhar de menina em seu rosto indica que ela intimamente sabe o que quero dizer. Eu pisco duas vezes, certa de que ouvi errado. Faz Peter dar risada. Ele pega a chave da mulher e diz: —Obrigado, Betsy. Prometo que não vou quebrar nada enquanto faço amor como macaco selvagem com minha amiga. Ele me puxa pela porta. Quando saímos, o ar da noite é espesso e quente. Tem cheiro de madressilva e jasmim. Minha boca está aberta. —Você fez... Peter não para de andar. Ele vai até o carro e pega as malas. —Eu fiz o que, Colleli? —Você dormiu com ela? —Eu dormi com um monte de gente. — Peter leva as malas para o quarto e desliza a chave na fechadura. É uma chave de bronze verdadeira com uma etiqueta de plástico grande pendurada na extremidade. —Que tipo de resposta é essa? —É a única resposta que terá, desde que acredita no que você lê nos tabloides, em vez do que eu lhe disse. — Peter entra no quarto escuro, se vira, e para abruptamente. Eu bato em seu peito, assim que ele solta das malas. Seu rosto está tão perto do meu que posso sentir sua respiração quando ele fala. —Eu comi metade da costa leste, lembra? As mulheres perto de mim estão muito satisfeitas. Eu possa adicioná-la à lista mais tarde, se quiser. A raiva surge através de mim. Eu odeio a maneira como ele está falando comigo. Quando diz essa última parte, o meu temperamento recebe o melhor de mim. Minha mão voa e minha palma dá um tapa em seu rosto. Peter nem sequer pestanejou. Ele pega a minha mão e pressiona as suas em cima dela antes de eu ter tempo de me afastar. Ele a segura, e fico perdida na superfície dos seus olhos azuis.
Pânico corre em mim. Ainda sinto tudo o que sentia por ele ontem e no dia anterior. Eu ainda quero tocar, beijar, e saboreá-lo. Meu coração bate mais rápido, Peter se inclina, fechando o espaço entre nós. Seus lábios permanecem tão perto dos meus. Se eu aproximar o mínimo, vamos nos beijar. Eu não respiro, meu corpo fica tenso. Sua mão está me tocando levemente, está disparando uma corrente por todo meu corpo. A maneira como ele olha para mim faz meu estômago virar. Eu odeio a maneira como me faz sentir, e adoro ao mesmo tempo. Estou presa, incapaz de me mover. O momento dura uma vida. Eu penso em diminuir a distância, penso em pressionar minha boca na dele e me seguro novamente. O meu olhar está preso em seus lábios, e assim quando me inclino, Peter se afasta. Ele deixa cair a minha mão e se afasta. —Eu não sou como meu pai, não mais. Um beijo significa algo para mim, e eu não compartilho com mulheres como você. Se ele tivesse me batido, teria ferido menos. —Uma mulher como eu? — Ele acena com a cabeça. —Que diabos isso significa? Peter fica mais perto de novo, e abaixa o rosto para o meu. Ele fala de forma rápida e apaixonadamente. —A mulher que está cega pelo meu nome, uma mulher que não pode me ver com nada além de um Ferro. Eu brigo com ele. Argumento porque preciso dele. Eu quero gritar e bater com as mãos no seu peito, então faço isso. Peter não se move. Seus olhos estreitam em fendas como se me odiasse. —Você mentiu para mim porra! —Eu ainda sou o homem que era ontem, e o mesmo homem, de uma semana atrás. —Não, você não é! Você escondeu a maior parte do seu passado e nunca me disse uma maldita coisa! Você é um mentiroso, assim como ele! — Assim como Dean. Ele era todo sorrisos e lisonjas, até que se transformou comigo. O escopo da traição de Dean estende a mão e me sufoca, anos mais tarde, e isto parece à mesma coisa maldita. Eu bato minhas mãos em seu peito novamente. Desta vez, Peter agarra meus pulsos e joga-os de lado. Ele pressiona a testa na minha e assobia: — Eu não sou nada parecido com ele. Como você pode dizer isso? Depois de todo o tempo que passamos juntos, como você pode...
Lágrimas estão ardendo em meus olhos, mas elas não caem. —Depois de todo o tempo que passamos juntos, como você poderia não me dizer quem realmente é? Frustrado, Peter grita e libera. — Porque merda como essa acontece quando as pessoas descobrem que sou! — Ele respira forte e passa as mãos pelos cabelos, puxando com força. A expressão mais triste que já vi em seus olhos quando se senta em uma cadeira, ao lado da porta e prende a cabeça entre as mãos. — Porra, Sidney, isso não era sobre você. Eu só queria começar de novo. Não era sobre você. Eu o observo por um momento. Eu vejo o jeito que agarra seu cabelo escuro e, em seguida, passa as mãos na parte de trás do pescoço. Sei que ele está sofrendo, e odeio ter sido eu que causei isso, mas não posso deixar as coisas assim. —Diga-me por que você não lutou na noite passada. Dean merecia ser batido até virar uma polpa, mas não o fez. Por quê? Peter olha para mim. Seus olhos são a sombra mais escura de azul, quase negro. Ele fixa nos meus e depois desviam. Sinto-me vulnerável e odeio isso, mas não me movo. A luz da porta aberta transborda dentro do quarto. Ela pinta sombras no belo rosto de Peter, fazendo-o parecer mais sombrio do que é. —Por que eu deveria responder a isso? Você só vai usá-lo contra mim. Eu resisto à tentação de puxar meu cabelo e gritar com ele. Respirando fundo, consigo manter um tom firme. —Há duas versões diferentes de você, que não se encaixam. Que estou querendo saber se eu estava com uma mentira nos últimos meses. Sei que você pode lutar. Sei que fez isso várias vezes, mas a noite passada não. Foi intencional, e quero saber por quê. Peter ri tão triste que isso parte meu coração. Ele se levanta e fica perto de mim. Olhando para baixo, no meu rosto, ele diz: — Eu te dei a chance de me conhecer assim e você jogou fora. Eu não dou segundas chances, Colleli. Você não tem nenhum direito de me perguntar qualquer coisa mais. Pegue sua carteira. Vamos jantar e você vai comprar tudo que o vale não cobre. Parece que ele enfiou a mão no meu peito e esmagou meu coração, mas não mostro isso. Meu rosto está completamente parado, relaxado, como se não me importasse. Concordo com a cabeça e digo: — Muito bem. Você paga o combustível do dia. A conversa termina, e estamos a quilômetros de distância de onde eu queria estar. No fundo da minha mente eu esperava que fosse possível consertar as coisas com ele, que Peter poderia me convencer de que é a mesma pessoa que
sempre foi, mas ele nem sequer tenta. Em vez disso, me deixa de fora. Eu não sou a única que fez isso. Minha vontade de empurrá-lo para fora do meu coração se solidifica. Peter Ferro nunca saberá minhas coisas novamente.
O jantar é demorado e silencioso. No momento em que volto para o quarto, estou pronta para um longo banho quente. Peter destranca a porta e, pela primeira vez, liga as luzes. Eu paro apenas do outro lado da porta. Peter esbarra nas minhas costas, quase me derrubando. Ele agarra meu braço um pouco acima do cotovelo e me estabiliza. —Puta merda. — O quarto é... não tenho palavras. Meus sentidos estão sobrecarregados com texturas grossas, veludos vermelhos e cetins. Há um tapete felpudo cor de rosa que cobre o chão de parede a parede. Uma enorme cama em forma de coração fica no centro do quarto em correspondência com um espelho em forma de coração no teto. Estou ali com as minhas mãos na minha boca. Peter empurra-me, passando. —Ela é uma simpática velhinha com gosto interessante. — Peter senta-se duro na cama e tira seus sapatos. Ele fixa os olhos em mim depois de um segundo. Permaneço parada. —Portanto, parece pornografia dos anos setenta. Qual é o problema? Meus olhos se arregalaram, e olho para ele. —Há um pole. — Eu ando para frente e, lentamente, coloco minha mão no pole de bronze, no meio do quarto. Eu me mexo com cuidado, como se pudesse ele me morder. Peter tem um sorriso torto no rosto. —Você é tão hipócrita. Retiro meu braço para trás e me viro para ele. — Você está louco? Este quarto faria uma pessoa puritana ter um enfarte! Eles tombariam na cama e se assistiriam morrer pelo espelho do teto. Há um pole! — Minha voz guincha a última parte. Peter tira a camisa e balança a cabeça. Eu o observo fazer isso e desejo que não tivesse. Seu corpo é tão bonito que é difícil desviar o olhar, mas consigo. Meu estômago dá umas cambalhotas antes de me virar. —Então, pendure a roupa nele e pare de pânico. —Que tipo de casal usaria um pole na noite de núpcias?
Ele sorri. Peter sai da cama e caminha em minha direção. Ele olha para o meu rosto. Ele está muito perto, e vejo em seu rosto que está fazendo isso de propósito. —Eu acho que você não estaria surtando se tivesse visto um pole dance antes. Você sabe que a mulher realmente não fode o pole, certo? Meu queixo cai. Eu faço um som agudo e o golpeio no peito. —Sim, eu sei disso. E suponho que você já viu muitas danças em um deles. —Sim, mas apenas em clubes de strip. — Seus olhos me engolem, estão tão escuros. Ele segura meu olhar por um momento e acrescenta: —Que tal um desempenho particular? — Vou dar um tapa no seu rosto novamente, mas Peter pega meu pulso e me para. Percebo que ele poderia ter me parado na última vez, também, mas não fez. Seus olhos se agitam para trás entre meus. — Pare de me esbofetear, Colleli. —Pare de me dar uma razão, Ferro. Seu olhar endurece. Ele deixa cair meu pulso como se fosse feito de espinhos, aponta para a cama, e usa uma voz severa. —Sente-se. — Não soa opcional. Eu me pergunto o que diabos ele vai fazer. Pela primeira vez, não o questiono. Eu só sigo seu dedo e sento-me na borda do coração. Peter caminha em direção ao pole e toma conta dele. Ele não olha para mim. Em vez disso o seu olhar escuro está abatido e seus longos cílios escondem seus olhos. Eu não sei o que esperava que fizesse, mas ele começa a se mover. Sinto um sorriso se espalhando pelo meu rosto. —Eu sei o que é um pole dance, Ferro. —Uh-huh. — É a única coisa que ele diz. Peter se move em torno do pole, mostrando seus músculos esculpidos para mim. Eu reviro os olhos e ajo como se estivesse entediada. Ele sorri, mas não olha para cima. Faz o meu coração bater. Aquele sorriso tímido foi o que me atraiu para ele em primeiro lugar. É um dos olhares que Peter dá que me faz querer derreter. No começo estou pronta para rir, mas depois disso, algo muda. A maneira como ele se move o seu corpo é excitante. Eu me sinto quente e certas partes minhas estão exigindo atenção. Eu tento parar de olhar, mas não consigo. Quando ele alcança o botão de sua calça jeans, dou um salto e o detenho. Minhas mãos voam para as suas antes que perceba o que estou fazendo, e quão perto estou de tocá-lo de uma forma que não deveria. Meu pulso está disparando e tudo soa muito mais alto... Minha respiração, sua respiração. Peter congela quando minhas mãos tocam em seu abdômen tonificado, bem em cima dele. Nenhum de nós se mexe. Por um segundo, nós apenas ficamos lá. A
compulsão para envolver meus braços em volta dele dispara em mim. Eu quero sentir Peter contra mim, mas aquela porta está fechada. Eu mexo e tento me afastar, mas Peter não me deixa. Eu olho para cima. Erro. Seus olhos me mantém no lugar, e todo o ar é retirado do meu corpo. —Sem tocar, Colleli. —Eu não estava... Eu quero dizer, você não pode tirar. — Eu removi minhas mãos e afasto, sem fôlego. Ele sorri. —Eu não estava. —Então, o que você está fazendo? —Tirando o meu jeans. Eu não ando ao redor. E você? Eu balancei minha cabeça. O pensamento me assusta. —Não. Peter segura meu olhar por muito tempo. A expressão em seu rosto diz que ele quer as coisas como eram. Se ele pudesse caminhar de volta para o meu coração, ele o faria. O que ele não percebe é que ainda está lá. Eu tremo e viro de costas. Eu odeio esse quarto. —Você pode tomar banho primeiro. O banheiro é ao virar o corredor. — Ele aponta para a parede vermelha na minha frente. Concordo com a cabeça e pego minha bolsa. Quando estou na curva da parede, fico embasbacada com uma enorme banheira de vidro champanhe e continuo caminhando. Há uma porta na parte de trás. Presumo que o chuveiro esteja lá, mas quando abro a porta, é apenas uma privada. Girando lentamente, eu olho para trás, para a monstruosidade no centro do lugar. —Peter...? —Sim? —Você quer que eu use a banheira de sexo? —Você está no quarto de sexo, Sidney. Supere isso. Bem. É um idiota. Eu mexo até encontrar a água e ligá-la. Preencho a enorme banheira de vidro, e olho para a parede. De onde Peter está sentado, ele não será capaz de me ver. Dispo-me rapidamente e entro na banheira de vidro.
Não é tão profundo quanto parece. Meu coração está acelerado. Se Peter caminhar terá uma boa visão. Não há nada escondido. Eu lavo o mais rápido que posso e quase me afogo tentando esfregar meu cabelo. Depois que me enxugo, pego meu pijama. Ele não é discreto. Eu não esperava ter alguém comigo nesta viagem. Eu disse a Millie para arrumar as malas. Eu tenho um top branco e short muito curto para vestir. É um pouco mais do que a minha calcinha, mas realmente não cobre nada. Eu não quero ser hipócrita, então o coloco e passo uma escova no meu cabelo. Paro por um tempo e olho para mim. Meus mamilos estão ligados e muito visíveis. Eu não posso ir lá fora e Peter me ver assim. —Vamos lá, Colleli. Preciso tomar banho. — A voz de Peter vem do canto. Eu sei que ele está bem ali. Eu puxo uma toalha da prateleira e a envolvo nos meus ombros. Ela não faz nada para esconder o meu bumbum, mas é o melhor que posso fazer. Eu tento passar por ele rapidamente com a minha cabeça para baixo e escova na mão. O cabelo molhado gruda no meu rosto quando olho para o chão. Os tornozelos descalços de Peter chamam minha atenção. Meu olhar filma e vejo Peter ali em sua boxer. Eu quero tanto que ele me abrace. Desejaria que hoje nunca tivesse acontecido. —Você vai usar uma toalha na cama? —Sim, e se você tentar tirar isso de mim, eu vou matar você. Uma de suas sobrancelhas se arrasta até sua testa. —Está muito irritada? —Não. Eu não pretendia ter alguém comigo. Arrumei o mais confortável, o que significa que este velho... —E cheio de buracos. Oh, vamos lá, Sidney. Isso não é como se eu fosse julgar você e seu surrado pijama. — Ele pega a toalha, mas eu grito. —Não me toque! — Meu coração está batendo violentamente. Eu a agarro ainda mais. Sei que estou exagerando, mas não consigo parar. Minhas emoções estão em curto-circuito e o medo está derramando em mim. Peter dá passos para trás e levanta as mãos, palmas para cima. —Eu não vou. Não vou tocar em você. Sidney me desculpe. Eu não queria... — Sua voz é tão suave, tão quente. Eu pressiono meus lábios com força e mantê-los assim. Eu
tenho medo do que vou dizer. Peter permanece onde está. —Eu não vou te machucar, Sidney. Aconteça o que acontecer entre nós, eu prometo. Olhando por cima do meu ombro, vejo seu rosto e sei que ele quer dizer isso. Minha garganta está muito apertada para falar, então balanço a cabeça e caminho até a cama. Eu mantenho a toalha em meu corpo e entro debaixo das cobertas. Sinto-me tão estúpida e com medo. Eu não sei se vou ser normal de novo, mas gostaria de ser. Estou tão cansada de me sentir desta forma, de exagerar. Eu não posso ler mais as pessoas. Não confio em mim mesma, e se não posso confiar em mim, como posso confiar nelas? Mas Peter está no mesmo quarto com você. Mas Peter tocou em você. Mas Peter... É sempre mas Peter.
Minha mente vagueia nas trevas em busca de lembranças que estou sempre tentando esquecer. O rosto de Dean entra em foco. Seus olhos brilham como esmeraldas vivas. Ele segura minha mão e sussurra palavras doces em meu ouvido. Eu sou jovem e destemida. Ele diz que tudo o que eu queria ouvir. Eu sorrio e me inclino para ele. A grama se transforma em tapete debaixo dos meus pés, e estamos no shopping. Meu coração bate mais forte, minha mente conhece essa memória também. Sinto-me mal, mas não posso parar. O sonho continua, e Dean está segurando a minha mão como se tivesse feito isso um milhão de vezes antes. Ele está caminhando em direção a sua caminhonete na parte de trás do estacionamento. Eu o sigo. Eu confio nele cegamente. Nós ficamos na parte de trás, e ele me beija. Seus lábios cobrem meu pescoço e arrasta para baixo, no meu seio. Isso me deixa tonta e nervosa ao mesmo tempo. Não estou pronta para estar com ele assim, ainda não. Eu quero que desacelere, mas ele me pede para deixar, dizendo que me ama. Eu ouço sua voz como se estivesse ao lado da minha orelha. —Eu amo você, baby. Eu só quero te mostrar. —Dean, mais devagar. — Eu ainda estou sorrindo, mas estou nervosa. Eu o amo. Eu quero estar com ele, apenas não estou pronta. A ideia de dar-me a ele assusta um pouco. Eu estarei ligada a ele para o resto da minha vida. As palavras ecoam na minha cabeça como um gongo quando Dean aperta beijos na minha garganta. —Vamos fazer um jogo. — Ele me diz e pega uma gravata que tem na parte de trás da van. Dean está deitado em cima de mim. Minha camisa foi tirada, e também, a dele. Seus olhos continuam a derivar no meu sutiã preto, antes de voltar para o meu rosto. —É como se fosse o jogo da confiança que jogamos quando éramos crianças. Eu caio para trás e você me pega. —Ou não. Ele sorri. —Exatamente, mas nós estamos levando isso para o próximo nível. Você cair em primeiro lugar, então você pode fazer isso para mim.
Meu estômago está girando em nós, bom e ruim. Isso assusta o inferno fora de mim, mas concordo. Dean amarra a venda em torno de meus olhos, e o mundo fica preto. Então sinto envoltório grosso em torno de meus pulsos. —Dean, o que você está fazendo? —A mesma coisa que você vai fazer por mim. Confie em mim, baby. Ele amarra meus pulsos juntos e puxa o cinto de segurança todo o caminho. Encaixá-lo de volta, travando no lugar, segurando-me ainda. Estou cega para o que ele está fazendo, mas é bom. Seus dedos traçam minhas curvas, tocando suavemente meu estômago e arrastando uma linha até o pescoço. Meu pulso bate mais rápido e mais rápido. Eu gosto. Eu gosto do que ele está fazendo e como me faz sentir. Não tenho certeza de quanto tempo passa, mas meus pulsos começam a doer. Ele trilha seus lábios na minha cintura e desabotoa minha calça jeans. Eu endureço e digo-lhe para parar, mas ele não faz. —É a sua vez de cair, baby. Nesse segundo, tudo muda. Dean não me ouve mais. Quanto mais lhe digo para parar, mais rápido ele se move. Ele desabotoa minha calça jeans, e tira junto com minha calcinha. Imploro. O fluxo de palavras saem dos meus lábios, mais e outra vez. —Pare. — Mas ele não para. Ele me toca em qualquer lugar e em todos os lugares. Ele me diz que posso fazer isso quando ele terminar. Eu fico pensando que isso não está acontecendo, que não pode ser real, mas sinto os dedos empurrando para dentro, seguido por uma dor aguda entre as minhas pernas. Eu tento fechar meus joelhos, mas ele obriga a ficarem abertos. Sua calça de brim está aberta e pressiona seu comprimento duro em mim. Eu recuo em minha mente. É a única maneira de escapar. Eu fico ali, a meio mundo de distância, mas não é o suficiente. Dean diz as coisas, mas sua voz é abafada, perdido em êxtase. Dói, dói, dói. Lágrimas caem do meu rosto e eu paro de gritar. Choramingo, em silêncio, esperando-o terminar. Mas sei que isso nunca vai acabar, que isso se repetirá uma e outra vez, cada vez que eu fechar meus olhos. Dean estremece e ainda continua. Ele fica em cima de mim, respirando com dificuldade, enquanto choro. O sonho desfoca, desvanecendo-se em preto, mas o meu coração continua a bater como se estivesse prestes a explodir. Há braços em minha volta e uma voz suave no meu ouvido. Peter me detém, dizendo palavras de conforto que não registro. Não estou totalmente acordada, mas não estou dormindo. Estou presa no
meio. Minha toalha está enrolada em mim, mas sinto a pele quente de Peter em meus braços. Ele está com o rosto aninhado no meu pescoço. Minhas bochechas estão frias e úmidas como se estivesse chorando há muito tempo. Eu queria que parasse, mas não para. A sonolência toma conta de mim e me puxa de volta para baixo. Sonhos giram, mas eles não me seduzem neste momento. A noite passa, e quando acordo, estou na cama sozinha. Eu me estico e sento, olhando para Peter. Ele está deitado de costas no pé da cama com um travesseiro sob a cabeça, respirando lentamente, ainda dormindo. Eu o observo por um momento, me perguntando se ele estava realmente perto de mim ou se sonhei. Se eu fosse mais corajosa, me levantaria e deitaria ao lado dele, mas as coisas não podem ser mais assim, não para nós.
Peter está dirigindo meu carro e estou olhando para seu perfil, perdida em pensamentos. Ele me ignora por alguns quilômetros e finalmente diz: —Posso te ajudar com alguma coisa? Eu pisco algumas vezes e tento olhar para o outro lado, mas o sol ainda está baixo no horizonte e me cega totalmente. —Não, só estava tentando queimar um buraco na lateral do seu rosto com a minha visão laser. Isso não funcionou. Ele sorri. —Muito maduro. Eu levanto a minha mão na altura dos meus olhos, alinho no centro do rosto de Peter, e aperto o polegar e o indicador juntos. —Não, isso é maduro. Estou esmagando sua cabeça. Vamos, diga alguma coisa e vou fazer isso novamente, cadela. Eu não tenho medo de usar esses filhotes. — Eu belisco mais algumas vezes, dando-lhe uma olhada feia. Peter desacelera o carro e puxa para o lado da estrada, freia, e joga o carro no ponto morto. —Saia. —O quê? — Ele é louco? Estamos no meio do nada, logo depois do nascer do sol em uma estrada de abdução alienígena. —Você me ouviu, Colleli. Saia. Agora. — Peter começa abrir a porta, sai e a bate fechando. Eu me pergunto o que diabos ele está fazendo, mas não saio. —É o meu carro, idiota! Você não pode me dizer o que fazer! —Ele está à minha porta. Eu me assusto, e meu coração tenta saltar do meu peito. Ele puxa a porta e abre e eu praticamente caio. —Sim, eu posso. — Estamos em pé na beira da estrada, na grama alta. Insetos estão zumbindo junto com outra coisa que não consigo identificar. Fico de pé e o encaro. —O que você está fazendo? Você não pode simplesmente parar o carro e me mandar sair.
Ele olha para mim como se eu fosse louca. —Eu meio que posso... — Um caminhão passa por nós, engolindo o resto de suas palavras e jogando meu cabelo na minha cara. Seus lábios continuam a se moverem, e a próxima coisa que ouço é: —...ontem à noite, de modo que você está dirigindo por um tempo. — Ele empurra caminhando e se senta no banco do passageiro. Que idiota! Ele me segura para voltar para o carro. Cerro os dentes e apresso a volta para o lado do motorista. Deixo minhas janelas abertas e o vento sopra por um tempo. Quando não quero mais, deixo escapar: —Por que você veio? Peter tem o braço sobre o rosto e afunda de volta no banco. Ele espreita para fora de debaixo de seu cotovelo. —Desculpe-me? —Você me ouviu. Não finja que não ouviu. Porque se incomodou em vir se vai ficar irritado todo o caminho? — Ele não responde. Em vez disso, Peter cobre o rosto novamente e age como se fosse dormir. —Ei! —Dou-lhe um tapa no ombro. —Eu estou falando com você. —Por que você acha? E pare de me bater. Você vai me pegar desprevenido e acidentalmente vou dar soco na sua cara ou algo assim. Agora, pare de falar e me deixe dormir um pouco, tudo bem? Minha pulsação acelera. Talvez não estivesse sonhando. —Você não dormiu bem na noite passada? —Não. — Ele não se move. Eu penso em perguntar-lhe se estava ao meu lado, mas estou bastante certa de que ele estava. Eu sou o motivo pelo qual ele não dormiu na noite passada. — Obrigada. —Eu disse sem olhar para ele. Eu fico olhando fixamente para a estrada. Isso faz com que ele olhe para mim. —Pelo quê? Eu pressiono meus lábios juntos. Eu não quero dizer isso. Não quero lhe agradecer por nada, mas deveria. Especialmente isso. —Pela noite passada. Eu sei que você me acordou e me acalmou. Então agiu como se nunca tivesse acontecido. Então, obrigada. Peter coloca os braços para baixo. Ele fica quieto por um longo tempo. Linhas marcam em suas bochechas, e seu cabelo está uma bagunça. Ele se parece mais com as fotos de Peter Ferro do jornal agora. —Sidney, eu... — Sua voz some quando se endireita no banco. —É melhor você mudar de faixa.
Há um bando de pássaros na estrada. Eles estão sentados tomando sol como se fossem estrelas de cinema. Eu aceno para ele. —Eles vão se mover. Peter está olhando para os pássaros enquanto fala. —Eu agi como se nada tivesse acontecido, porque não quero que você pense que eu estava tentando tirar vantagem de você. —Suas mãos levantam o painel e ele mexe em seu banco. — Você pode desacelerar e ir para o acostamento. —Você tem medo de que eu vá acertar um pássaro? Você sabe como é difícil acertar um pássaro, sem contar um bando? —Sim, bem, tenho certeza que você poderia fazê-lo. —O que significa isso? — Eu endireito no banco e olho para ele. —Será que realmente preciso explicar após o ataque de esquilo? Sério, Sidney uma dessas coisas parece um peru. — Peter continua olhando entre mim e a estrada. —Não há perus tomando sol na estrada. — Assim que falo, o bando de pássaros decola, assim como imaginei, com exceção de um pássaro enorme que decide atravessar a pista. —Uh, Sidney... —Por que ele não está voando? — O pássaro é tão grande quanto um carrinho de compras e parece totalmente feliz por estar sentado na minha pista. Mas que diabos? Estou quase em cima dele no momento em que percebi que ele não voaria. Eu freio forte e desvio o carro, mas o maldito pássaro continua andando. Ela grita como um gato em um compactador de lixo quando o carro quase a atropela. Eu sinto falta da ave e desvio para o acostamento derrapando até parar. Com o coração batendo forte, me viro e olho para trás, o pássaro maldito. Peter me dá um olhar que diz que ‘eu te disse’. Eu aponto o dedo para ele e digo: —Nem uma palavra. Ele sorri. —Eu não disse nada. —Quem espera ver um peru maldito no meio da estrada? —Uh, eu. Eu lhe disse, 'Ei Sidney, há um peru no meio da estrada’.
Olho de volta para a coisa para verificar que o animal ainda está na pista como se estivesse perfeitamente seguro. Se fosse ao final do dia, ele estaria espalhado agora. —O que diabos está errado com ele? —Ele deve ser um daqueles perus suicidas que estou sempre lendo. Ignorando Peter, abro minha porta e caminho de volta para onde o pássaro demente ainda está feliz devorando na faixa da esquerda. —Aqui, peru. Saia da estrada, seu retardado. — Eu faço barulhos como se estivesse chamando um gato. Peter caminha atrás de mim. —O que você está fazendo? Eu fico em pé e o peru olha para mim, mas o pássaro gordo não se move. — Droga, ele é estúpido. Eu não posso deixá-lo aqui. Consiga algo do carro para carregá-lo para fora da estrada. —Como o quê? Você não embalou todo o alimento e eu duvido que ele queira um Red Bull. —Eu não sei. Vá encontrar alguma coisa. Peter retorna para o carro e procura no porta-malas. Ele volta com algo na mão. Eu realmente não posso ver o que é pelo jeito que está segurando. Peter para na minha frente. —Você quer que eu salve o peru, certo? —Eu posso fazer isso. Ele levanta a mão e caminha para a estrada. Eu continuo olhando para baixo da estrada, esperando por sinais de vida. Peter se move em direção a ave lentamente, e quando ele está a um passo, ele joga algo rosa na ave. Meu rosto enruga quando percebo o que ele tem, meu sutiã. Uma alça sobre a cabeça da ave. Peter puxa e o pássaro vem em sua direção. Peter segura a besta e prende-o debaixo do braço ao envolver a outra extremidade do sutiã ao redor do pássaro. Ele mantém o bico fechado na maior parte, assim a coisa não pode bicar. Quando Peter me dá o peru, parece que o animal está usando um sutiã acolchoado rosa. —Aqui está o seu pássaro. A propósito, bonito sutiã. Estou franzindo a testa. O sutiã fica melhor no peru. Enquanto falamos alguns carros passam. —Qual é o problema com ele? — Eu olho para a coisa, mas não sei. Ele não se mexe quando o toco, como se as asas estivesses feridas. — Perus não deveriam voar?
— Acho que não, mas não tenho certeza. Não entendo de animais. —Bem, é bom saber que você não fodeu tudo que tem duas pernas. — Peter murmura algo, mas ignoro. —Ele não se parece com um peru, com exceção de seu pequeno glutão. — Eu aponto para o nó vermelho pendurado em seu bico. —Pequeno glutão? — Eu dou uma olhada em Peter e volto para o carro com o pássaro em meus braços. —Onde você está levando isso? —Para um veterinário. Ele deveria ter voado para longe. —Sidney. — Peter agarra meu cotovelo e me vira. —Você não pode levar isso com a gente. —Por que não? —É um pássaro selvagem. Se ele tirar esse sutiã, vai bicar os nossos olhos. —Você não poderia pegar meu sutiã, então não acho que ele vá. Vou amarrá-lo no banco de trás. Ele ficará bem. Peter segue atrás de mim. — Recuperou seu sutiã, pelo menos. —Isso não conta. — Eu digo quando me inclino para o carro e coloco o pássaro no banco de trás. Para um animal selvagem, ele realmente não parece se importar com o carro, ou ser carregado. Talvez seja animal de estimação de alguém. —Você acha que ele é um peru? Quero dizer, ele é muito escuro. — Suas penas são tão marrom são quase pretas. Peter suspira. —Eu sou um professor de Inglês, Sidney. Ele não é um corvo ou um albatroz. Depois disso, eu estaria adivinhando. Eu ri levemente. —Ah, pássaros famosos na literatura. —Algo como isso. — Peter olha para o pássaro. — Seriamente estamos dirigindo para Jersey com um pássaro usando um sutiã no banco de trás? —Sim, conheço alguém vai cuidar dele de graça. Peter desliza em seu banco e aperta a ponta do nariz com os dedos. — Maravilhoso. Agora é um ótimo momento para se tornar um filantropo.
Eu bato a porta e inclino-me na janela aberta. Peter olha para mim. —Quem disse que eu não era antes? Eu quase fiz sexo com você por pena. Fale sobre desprezar uma carcaça fora da estrada. — Eu pisco para ele e caminho ao redor do carro. Quando entro, Peter está me observando. —Como é lisonjeira. —Eu sou bajuladora. —E eu sou cavalheiro. Salvei um peru para você, pessoa louca. Eu olho no espelho retrovisor. O meu peru está olhando para fora da janela e vestindo meu melhor sutiã. Eu começo a rir e não consigo parar. Toda vez que olho para trás, a imagem me bate forte como nunca vi antes. Eu tenho um peru boudoir fazendo poses no meu banco traseiro.
Peter não reclina seu bando. Ao contrário, ele fica lá no banco do passageiro, com os olhos quase fechados. Eu posso dizer que eles ainda estão abertos porque seus cílios vibram a cada momento e, em seguida, quando pisca. Está tudo bem no segundo dia, o sol está se pondo. Estou tão cansada, e sei que Peter está esgotado e não vai dormir com o peru atrás de sua cabeça. —Ele não vai bicá-lo. Peter mantém os olhos fechados com os braços sobre o peito quando responde. —Isso é muito confortante, mas prefiro não arriscar. —Estou começando a achar que você tem uma fobia de aves. — O canto de sua boca se contorce como se quisesse rir, mas ele engole isso de volta. O peru se move no banco de trás e se para novamente. Os olhos de Peter abrem até que o animal para de se mover. —Será que o Grande Pássaro terá pesadelos ou algo assim? —Ou algo assim. — Diz e fecha os olhos, com a imagem de aves. O que diabos isso significa? Olho para Peter. O painel do carro emite um brilho suave sobre Peter e mostra seu rosto e a definição de seus braços bem esculpidos. A boca do meu estômago enche de tristeza, e não tenho ideia de como me livrar disso. Decido pressioná-lo um pouco, mas duvido que ele vá responder. —Então, o que fez você decidir ser um professor de Inglês? Peter levanta a cabeça e olha para mim com o canto do olho como se fosse uma pergunta estúpida. —Eu gosto de ler. —Uau, isso que é uma resposta maravilhosamente profunda e elaborada. Obrigada por lançar luz sobre essa decisão. Acho que vou ser uma professora quando me formar para que eu possa ser como você. Você mudou a minha vida. — Estou brincando com ele, e mesmo até o último ponto de minhas palavras me senti leve e brincalhona, mas essas últimas quatro palavras são reais. Eu não percebi isso até que elas caíram da minha boca e encheram o ar como pedaços de chumbo.
Peter assiste-me preguiçosamente sob os cílios escuros e balança a cabeça. —Bom, Sidney, isso é legal. —Estamos juntos durante dois dias e você quase não disse nada. —Nem você. A única vez que você falou assim comigo foi quando estávamos colocando o passageiro lá atrás. —Peter aponta seu polegar atrás de nós. Constrangimento se arrasta pela minha coluna. Parece que há uma mão no meu queixo, forçando-o a falar. —Eu não sei como falar com você. Peter se endireita um pouco. —Você percebe o que você fez, certo? — Eu olho para ele rapidamente e me pergunto onde ele está indo com isso. — Inacreditável. Você não sabe, não é? —Então, me ensine professor. Diga-me o que eu fiz que foi tão terrivelmente errado. — Minhas mãos apertam mais forte o volante. É por isso que não falei em dois dias. Porque toda vez que abro a minha boca, brigamos, e estou cansada de brigar. —Você se virou contra mim. Assim que eu disse meu nome, você agiu como um deles. —Peter olha para frente e aperta sua mandíbula. Eu sei que ele quer falar mais, mas prefere se calar. Eu mantenho meus olhos na estrada escura, observando as linhas brancas pontilhadas. —Eu não. Você não mentiu para eles, quem quer que sejam. Peter se encolhe. —Boa gramática. —Foda-se, Ferro. Você mentiu para mim, fodidamente mentiu para mim. Você fingiu ser outra pessoa desde o primeiro dia e somente me disse por que teve que fazer. —Isso não é verdade. —Psh, certo. Se meu irmão não tivesse aparecido com Dean, você não diria nada. Eu descobri e me senti tão estúpida e usada depois, quando algum repórter descobrisse quem você é. Depois de tudo que aconteceu entre nós... —Eu pressiono meus lábios fechados e bloqueio meu queixo. Parei de falar. Eu sei que vou dizer coisas que não deveria, e vou me arrepender.
Peter suspira e bate a cabeça para trás contra o banco. —Eu teria dito a você, Sidney. Queria te dizer, mas não é fácil falar. Você de todas as pessoas deveria perceber isso. —Sim. Eu entendo, mas a coisa é, eu disse que o que aconteceu comigo. Eu lhe disse tudo. Você só me disse a metade. Se você confiasse em mim... —Não é isso. —Então o que é? Oh meu Deus, diga algo! Você apenas fica parado, pensando o dia todo como um supermodelo descontente. Que diabos está errado com você? Basta dizer tudo o que tem a dizer! — Estou tão brava com ele. Eu não tenho derramado a minha coragem em alguém do jeito que fiz com ele, e Peter segurou. Eu não aguento mais. Não posso tolerar a ideia de que ele me conhecia de dentro para fora e eu nem sabia o seu maldito nome. —Eu não posso, Sidney. Eu apenas não posso! — Ele está gritando agora, suas mãos voando como se não soubessem para onde ir. —Eu estraguei tudo, sei disso. Nada que diga vai consertar isso. Nada irá te mostrar como me sinto. Perdi você, mas você está sentada ao meu lado! — Ele agarra o painel e se vira para olhar para mim. —Você me destruiu. Pensei que poderia lidar com isso, pensei que poderia... Seu discurso para. Ele olha atrás de nós, ao mesmo tempo em que luzes piscando aparecem no meu espelho retrovisor. Peter olha para mim e desliza para baixo em seu banco, com a mão sobre o rosto. —Merda. Quão rápido você estava indo? Dei-lhe um olhar feio quando encostei. Eu não tenho nenhuma ideia. Eu quero gritar e bater. Há um milhão de emoções que estão lutando para se libertar dentro de mim. Eu aperto meu queixo enquanto paro o carro e encosto na grama ao lado da estrada. Abro a janela com as minhas mãos no topo do volante, onde o policial pode vê-las. Ele leva o seu tempo caminhando. É um policial estadual. Ele é um cara mais velho, magro com a pele vincada e feições angulosas. Ele se inclina e olha para o carro. —A licença e registro, por favor... — O homem pisca quando seus olhos veem a pena no banco de trás. —O que vocês dois estão fazendo com esse animal? Oh, meu Deus. Eu esqueci o pássaro. —Levando-o ao veterinário. Ele está ferido.
O homem olha para mim como se eu fosse louca. Então seu olhar desloca-se para Peter. —Senhor, o que estão fazendo com o pássaro? —O que ela disse. Ele não pode voar e estava andando para trás e para frente na interestadual. Minha amiga não queria que fosse atropelado. O oficial me dá um olhar estranho, quando lhe entrego meus documentos. Ele olha para os papeis e diz: —Muitas pessoas não iriam salvar um pássaro assim, Srta. Colleli. —Eu sei. Eles teriam pedido um garfo e comido. O rosto do policial enrugou e ele se inclinou para frente. Ele olha para o pássaro novamente. —Ninguém come essas coisas. Eles vivem nas lixeiras. —O que você quer dizer? É um peru. O homem se ajeita e ri alto, gargalhando com a barriga. Peter olha para a ave e, em seguida, volta para mim. Ele encolhe os ombros. O policial ainda está sorrindo quando se inclina novamente. —Isso é um abutre, um abutre de peru. — Ele não tenta sorrir, mas posso dizer que quer. —Você pode me dizer por que ele está usando um sutiã, menina? —Meu amigo tem medo de pássaros e não tenho mais nada para amarrá-lo. As sobrancelhas do homem levantam até seu chapéu. Ele se dirige a Peter. —Isso é verdade, senhor? —Sim. — Peter me dá uma olhada. Os olhos do oficial estreitam quando olha para Peter. —Qual é seu nome, meu filho? Peter se inclina para trás em seu banco como se não se importasse. —Dr. Peter Granz. O homem continua a olhar como se estivesse tentando focar no rosto de Peter. —E você não sabe que tipo de animal era isso, um homem com o seu nível de educação? —Eu realmente não pude dissuadir essa mulher de fazer algo, uma vez que sua mente está feita. O oficial olha para mim e depois de volta para Peter. —Bem, eu sei o que você quer dizer. —Ele está quieto novamente e, em seguida, se encolhe como se
alguém jogasse água em seu rosto. Reconhecimento cresce com o seu sorriso. — Você me lembra alguém, você é Peter Ferro, não é? — Peter sorri e acena. — Bem, por que você não me contou? — O policial estadual continua a falar, e eu paro lá e ouço. Peter está claramente desconfortável com a atenção, mas sorri do mesmo jeito. Ele fala com o homem, da mesma forma que faria com qualquer outra pessoa. É claro que o policial está um pouco chocado. O policial finalmente termina me entregando um aviso e dizendo para ir mais devagar. —Certifique-se de que ela faça isso, Sr. Ferro. Peter sorri e acena. —Eu vou. Coloquei o carro em marcha e entrei na estrada, acelerando devagar. Peter ser recosta no banco e pressiona seus dedos nas têmporas. Eu olho para ele com o canto do meu olho e digo: — Então, esqueci completamente do peru. Peter olha para mim. Há círculos escuros sob seus olhos. Sua expressão cansada e totalmente estressada, mas quando olha para mim sorri, então o sorriso se transforma em uma gargalhada, e depois pergunta. —Você salvou um abutre. Peter recomeça a rir e não consigo ficar calada. Risos explodem dentro de mim. Estou muito cansada e muito estressada e isso parece tão engraçado. —E você o colocou em um sutiã rosa. — Eu mal posso falar. Lágrimas desfocam minha visão e meu estômago dói, quando paro de rir. —Deus, ele deve ter pensado que somos loucos. —Ele pensou que você era louca, Colleli, não eu. —As pessoas sempre agem assim ao seu redor? —O quê? Falsas? — Concordo com a cabeça. Foi como se o policial se transformasse em uma versão brilhante de si mesmo. Suas palavras estavam animadas e cheias de bajulação. Era como se retirasse uma parede instantânea e não havia nenhuma maneira que poderia vir para baixo, uma vez que disparou. — Sim, a maior parte do tempo. Eu tinha a aparência desalinhada quando era mais jovem. Dessa forma é como a maioria das pessoas se lembra de mim. Se eu ficar limpo, posso parecer um Ferro, mas eles não costumam perguntar-me completamente isso. Concordo com a cabeça, pensando. Olhando para ele, digo: —Você não confia em ninguém, não é? — Peter está de volta em sua forma defensiva com os braços sobre o peito. É uma postura foda de desligamento.
—Não muito. O riso desapareceu. Foi sugado do carro e em seu lugar ficou esse sentimento de desespero, vazio. Mantendo os olhos na estrada, começo a refletir em voz alta. —Nós estamos tão confusos, Peter, e isso não é justo. Mas a vida não é justa, não é? Não há transições, não importa o quanto você deseje que haja. Peter me vê na escuridão. Eu posso sentir seus olhos na lateral do meu rosto, mesmo que não me vire para olhar para ele. —Continue seguindo em frente, Sidney. Olhando para o passado, só irá arrastá-la de volta a ele. —Sim, mas você não pode aprender com ele, se não olhar para trás. —Você aprendeu tudo o que precisa saber. Eu sorrio para ele. —Não, não aprendi. Como pode pensar isso? Eu cometi um erro com Dean e fiz a mesma coisa com você. Eu não posso julgar o caráter, em tudo. Eu estava totalmente errada sobre ambos. Minhas palavras batem forte em Peter. Eu poderia muito bem ter jogado um pé de cabra em seu estômago. Ele não olha para mim. —Isso é o que você pensa? Que nós somos a mesma coisa? —A decepção é mesma no coração, não é? — Estou perguntando seriamente, porque a parte mais dura da minha mente diz que sim, mas há um ponto com uma voz mais suave que diz que Peter não é igual a todos. —Talvez. Uma mentira é uma mentira. — Peter endurece e se cala. Eu desejaria que não tivesse dito isso. —Talvez. Talvez não. Porque você fez isso? Seu olhar retorna para mim. É tão nítido, tão amargo, que quero desviar. — Eu não queria que você soubesse. Você está certa, ok? Nós dois mentimos para você, nós dois fomos coisas que não deveríamos ser, e nenhum de nós está arrependido por isso. Eu pisco lentamente como se ele não tivesse acabado de dizer isso. Não consigo respirar. É como se suas palavras fossem um punho que acertou direto no meu estômago. Há uma saída à direita na minha frente. Eu quase passo por ela, e decido sair no último segundo. Peter não diz nada quando mudo de faixa abruptamente.
Paramos em frente a um motel e paro sob o beiral. Foda-se isso. Eu gostaria que Peter deixasse o Texas. Abro a minha porta e vou para dentro conseguir um quarto. Peter não me segue. Quando volto com a chave do quarto, vejo-o sacudir a cabeça e terminar uma chamada de telefone. Ele passa os dedos pelo cabelo escuro e olha para Mr. Peru. Eu deslizo para dentro do carro e olho para trás, para o pássaro. —Você o desamarrou. — O pássaro ainda está usando o sutiã, mas seu bico está solto. —Sim, ele queria conversar. Eu fico olhando para Peter, por um momento, imaginando o que poderia estar passando por sua cabeça, por que ele está aqui, e o que quer de mim. —Por que você insiste em vir comigo? Peter olha para mim como se ele estivesse cansado da questão. —Eu já lhe disse. —Disse que eu já sei, não é uma razão. Diga-me. Basta dizer isso. Ele balança a cabeça e sorri. —Tudo bem. Você quer fazer tudo por conta própria, mas não pode. Quando está perto desse cara, Dean, é como se seu cérebro desligasse. Você será sugada para o passado antes que possa piscar. Li o seu poema, vejo isso em seu rosto, e sei o que vai acontecer se você ficar sozinha. Ele não vai ficar sozinho. — Seu olhar trava no meu, enquanto suas palavras queimam com intensidade. Preciso engolir, mas não consigo. —Você é tudo sobre o cavalheirismo. — Eu costumava brincar com ele sobre isso, mas agora não estou. —Algo como isso. Meu coração está em minha garganta. Nós olhamos um para o outro por muito tempo e nossos olhares se fundem. Nenhum de nós consegue desviar o olhar. É como se nós dois estivéssemos perdidos, à deriva, sendo incendiados pela vida e tudo o que aconteceu para nós. Quando meu pulso está batendo em meus ouvidos como tambores gêmeos, desvio o olhar. Parece que há uma faixa de borracha na minha cabeça e me puxa para trás, mas me recuso a virar.
Eu estaciono o carro. Quando Peter se vira e sai, eu o sigo até o quarto do motel. Há uma pequena cama de casal, sem tapete felpudo, sem banheira sexy bizarra. É apenas um quarto de um motel velho.
O telefone de Peter toca e ele desaparece do lado de fora, enquanto tomo um banho. Quando saio, agarro a toalha ao redor dos meus ombros para esconder o meu pijama. Meu cabelo ainda está gotejando e embaraçado. Eu preciso esperar Peter sair do chuveiro para que possa escovar os emaranhados. Seu olhar me filma quando caminha para dentro. Ele me vê ali parecendo um rato afogado. —Eu soltei o abutre e o coloquei na grama perto carro. Já que está aleijado, não acho que irá lugar nenhum. —Mas e se um gato atacá-lo? Peter levanta uma sobrancelha para mim. —Acho que o gato precisa ser o único a ficar preocupado nesse cenário. Ele vai ficar bem. Sobreviveu até agora por conta própria. — Peter limpa a garganta enquanto caminha até a cama e procura algo em sua bolsa. Ele pega uma calça de moletom e olha por cima do ombro para mim. —Meu irmão ligou de volta. Você se importaria se tomássemos um desvio para Nova York? Preciso pegar algo com ele. —Que parte de Nova York que você precisa ir? — Sento-me numa cadeira de vime ao lado da porta. —A cidade, por isso não é muito longe do caminho, mas provavelmente vai adicionar um dia a nossa viagem. — Peter enrola sua camisa enquanto está falando e a joga em sua bolsa. Quando não digo nada, ele olha para mim. Meus olhos estão fixos em seu abdômen. Cada gomo é claramente definido como se fizesse mil abdominais todos os dias. —Meus olhos estão aqui em cima, Sidney. Assustei e pisquei quando meu rosto queimou do rubor se espalhando rapidamente. Os cantos da boca de Peter puxaram para cima. Eu odeio aquele sorriso. Isso me faz querer fazer coisas estúpidas. Peter caminha até mim com aquela arrogância confiante e para. Suas botas estão quase tocando meus dedos dos pés. Inclina-se na cintura e abaixa seu rosto para o meu. O movimento me deixa nervosa. Eu tento ficar parada na minha cadeira como se não me importasse com o que ele faz, mas não posso nem mentir para mim mesma, sou atraída por Peter em um nível carnal. Ele nunca se desliga, e é irritante como o inferno. Eu
engulo em seco, sem saber se ele vai me beijar. Seus lábios estão a um sopro dos meus, e ele ainda está usando aquele sorriso sexy. —Sim? — Eu consigo dizer. Graças a Deus, a minha voz saiu. Sinto que fiz um som rouco ofegante. Seu olhar mergulha para os meus lábios, onde perdura muito tempo. A tensão entre nós me faz querer rir ou socar algo. Energia está construindo em todo o meu corpo e meu estômago torce em nós. Eu quero inclinar-me e beijá-lo. Quero seus braços em volta de mim. Quero passar meus dedos sobre o seu abdômen e as curvas de seu peito, mas eu não posso. Apenas levanto uma sobrancelha para ele, esperando que ele faça ou diga alguma coisa. —Hmm? Oh, nada. Só pensei que seria mais fácil para você não me tratar como homem doce, se meus olhos estivessem mais perto. — Peter pisca um sorriso malicioso para mim. Meus lábios se contorcem em um O e, em seguida, um sorriso brincalhão. — Idiota. Peter não se move. Ele fica ali, e quando fala os lábios quase escovam os meus. —Impertinente. —Insistente. —Boba. —Babaca. —Tola. —Idiota. Ele sorri. — Bom retorno, e você já usou esse. —Cale a boca. —Faça isso. — Peter parece tão perfeito, tão absolutamente adorável. — Faça isso, Sidney. — Sua voz cai para um sussurro, que é apenas um fôlego quando diz isso. Seus olhos de safira derivam para os meus lábios, antes de voltar para o meu rosto. Ele fica lá, me olhando sob os cílios escuros.
Meus lábios formigam, querendo seu toque enquanto meu coração dispara cada vez mais rápido. De repente, não tenho palavras e não consigo me lembrar de como falar. Sinto arrepios de calor em todo o meu corpo, como se alguém colocasse um cobertor em mim depois de retirá-lo do forno. Meus dedos se contorcem quando penso sobre deslizá-los entre seus cabelos. Oh Deus, por que ele está fazendo isso comigo? É uma tortura tê-lo tão perto e não tocá-lo. Dois podem jogar este jogo. Eu levanto minha mão em seu rosto, e ele congela. Quando a palma da minha mão toca sua pele, a expressão excessivamente de confiança desaparece de seus olhos. Eu paro a minha mão sobre seu rosto lentamente. Nenhum de nós respira quando as pontas dos meus dedos percorrem a nuca, o rosto e até o queixo. Eu me inclino como se fosse beijálo. No último segundo empurro seu rosto de lado, com a mão que está em sua mandíbula e passo por ele com um sorriso satisfeito no rosto. Eu acho que é isso. No concurso provocação, sou a vencedora é claro, mas Peter pega meu pulso. Ele gentilmente me para. Aquele sorriso confiante desliza do meu rosto quando me viro para ele. Peter toma conta do meu rosto com uma mão em cada bochecha e mergulha sua cabeça. Sinto formigamentos no meu corpo, esperando por esse beijo. Nossos olhos estão presos, cada um desafiando o outro. Peter solta uma respiração irregular e inala novamente devagar. Eu sinto o ar quente no meu rosto. A última vez que estávamos assim, a ideia me assustou, mas agora estou curiosa para ver se poderia fazer isso, se gostaria. Meu corpo está cantarolando, mas ninguém se move. É como se houvesse uma parede de vidro entre nós e ninguém pode quebrá-la. Os lábios de Peter permanecem em frente aos meus, se separaram ligeiramente. Seus cílios abaixam, seu olhar está singularmente focado em minha boca. Minhas pálpebras estão pesadas, quando ele gentilmente me toca. Suas mãos escorregam de volta para o meu cabelo e no meu pescoço para os ombros. Ele levanta uma mão e acaricia meu rosto novamente. Estou tremendo durante todo tempo que ele faz isso. Não sei o que quero. Por alguma razão, ainda confio nele. Parece que há duas mulheres que vivem dentro da minha cabeça. Uma é o toque de fome e a outra é muito independente, por qualquer motivo. Ela está lutando contra mim, atirando descontroladamente cada imagem, cada memória equivocada minha, mas não posso me mover. Eu não quero me afastar, então fico parada, apreciando o toque e a sensação de sua respiração em minha pele. Peter pisca lentamente. Toda vez que seus cílios chegam perto, acho que ele vai me beijar, mas ele não faz. Meu coração bate mais forte no meu peito, fazendome sentir mais louca a cada momento. Sua mão acaricia minha bochecha
novamente, e eu agarro a toalha pendurada sobre os meus ombros com mais força. Desta vez, seus cílios abaixam, fechando a distância. Seus lábios escovam contra os meus de forma tão leve que parece uma brisa. Fico tensa quando ele faz isso, mas Peter não aprofunda o beijo. Ao contrário, se afasta e olha nos meus olhos. A expressão em seu rosto me deixa pressionar os meus joelhos juntos para parar o que está pulsando pelo meu corpo. Ele me faz querer coisas que nunca quis. Parece que estou me desfazendo, mas não sinto medo, não desta vez. Eu faço uma coisa louca, escovo meu lábio inferior no seu e estremeço quando faço isso. As mãos de Peter estão no meu pescoço novamente, tocando com a ponta da toalha. Ele me olha por um momento e se inclina para frente lentamente. Quando seus lábios tocam a lateral do meu rosto, inalo profundamente e fecho os olhos. O beijo de Peter é tão leve, tão suave que me faz querer mais. Eu pisco lentamente como se estivesse meio adormecida. Parece que estou flutuando, e não me importo tanto. É assustador, mas o medo não está me sufocando da forma como faz normalmente. Eu não penso em nada. Empurro os pensamentos para longe, porque nada é mais o mesmo. A maneira como Peter me toca não é nada parecida com Dean... Ele não é nada como Dean. O pensamento me liberta. Eu me levanto na ponta dos pés e pego seu rosto em uma mão quando pressiono os nossos lábios. Meu beijo não é leve, como o dele. É duro e exigente. Peter coloca as palmas das mãos sem meu rosto, enquanto aprofunda o beijo. Eu perco-me por um momento feliz. Não há nenhum pensamento que me preocupe. Há apenas Peter, seus lábios quentes e suaves, que estão me beijando tão perfeitamente que meus joelhos estão fracos. Quando ele recua sua respiração está irregular. Pressiona sua testa na minha e me vê sob seus cílios. Estou respirando muito forte também, mas quanto mais tento controlá-la, o pior fica. Seus olhos caem para o lugar onde estou segurando a toalha ao redor dos meus ombros. Ele me olha quando abaixa a mão e toma conta da minha. Eu acho que ele vai retirá-la e fico tensa, mas ele não faz. Ao contrário mantém firme e dizme: —Deixe-me. Vou segurá-la para você. Suas palavras me bateram tão fortes que meu queixo começa a tremer. Lágrimas ardem em meus olhos, enquanto tento não chorar. Eu queria alcançar e manter seu rosto em minha mão e correr meus dedos por seu cabelo, mas não posso fazer nada disso, se estiver segurando a toalha.
Peter percebe que suas palavras fizeram para mim. Ele se inclina e beija minha bochecha suavemente. O beijo me dá coragem. Estou tão nervosa que ele vá derrubar a toalha, que ele vá deixá-la cair, mas a oferta é demais para ignorar. Eu queria tocar seu rosto, mas quando largo a toalha e ele a mantém no lugar para mim, minhas mãos derivam para baixo para seu peito. Eu arrasto os dedos sobre os músculos tonificados, sentindo-o debaixo dos meus dedos. Antes de desviar minhas mãos pelo seu estômago, eu esfrego meu polegar sobre seu mamilo, sentindo o um pouco tenso sob a minha mão. Peter inala profundamente, mas não se move. Ele pisca lentamente e continua a me ver quando minhas mãos derivam mais para baixo. Eu sinto cada músculo tenso de seu estômago até que estou parada no cós da calça jeans. Eu paro meus dedos ao longo de seu abdômen e em volta das suas costas. Eu sinto a cicatriz na ponta dos dedos. Eu me pergunto do que ele se lembra quando toco nesse ponto. Cicatrizes nunca cicatrizam, e cada vez que alguém as toca, a memória se inflama para vida. Eu sou assim, mas isso é tão diferente de tudo que fiz com Dean que não há memórias para recordar, sem cicatrizes de toques para tentar reprimir. Isso é novo para mim. Os olhos de Peter estão perto quando a minha mão se move ao longo de sua cintura. Eu sei que a memória está piscando atrás de seus olhos, porque ele fica rígido em meus braços. Quero deixá-lo melhor, quero que ele se perdoe pelo que aconteceu. Quando ele abre os olhos de novo, eles travam com os meus e sua dor não está mais escondida. Isso se reflete em seus olhos com tanto lamento que é difícil segurar seu olhar. Não estou mais piscando ou respirando. A vulnerabilidade em seu rosto me deixa fazer isso. Eu levanto minha mão para o local onde ele está segurando a toalha. Tomo sua mão na minha e puxo-a para longe. Meu coração bate mais forte, mas não o deixo ir. Peter não olha quando a toalha escorrega dos meus ombros e cai atrás de mim. Eu não posso esconder os tremores que disparam em mim. Eu me sinto nua na frente dele, mesmo que não esteja. Peter está usando menos roupa do que eu, mas me sinto tão exposta. Se ele não tivesse reagido dessa maneira quando toquei sua cicatriz, eu não poderia fazer isso. Mas eu fiz, e agora estou lá com uma camisa puída e meus mamilos em plena atenção. Eu não quero que ele veja, mas o quero. Enquanto respiro, meus dedos pincelam seu peito. O contato sem a toalha no caminho me atravessa como um raio. Minha respiração prende na minha garganta, e quando olho para ele, Peter parece igualmente sem palavras.
Sua cabeça mergulha novamente e ele me beija mais forte desta vez. Suas mãos estão no meu rosto e depois no meu cabelo. Passam sobre meus ombros e minhas costas, deslizando sobre o tecido quando a língua faz coisas más na minha boca. A boca do estômago cai de um poço de elevador e não atinge o fundo. Eu não consigo respirar como uma pessoa normal. Parece que corri uma maratona, embora não tenha dado um passo. Peter quebra o beijo. Entre as respirações ele pressiona seus lábios na lateral do meu rosto suavemente, gentilmente. Suas mãos permanecem em cima da minha camisa. Ele não levanta a barra e desliza as mãos por baixo. Em vez disso, ele pressiona seu corpo contra o meu quando me beija sem sentido. Eu o seguro apertado, cavando minhas unhas em suas costas para que ele não desapareça. Peter empurra meu rosto para o lado, enquanto trilha beijos quentes na minha garganta. Minha cabeça cai para trás e fecho meus olhos, sentindo cada beijo enquanto seus lábios pressionam em mim uma e outra vez. Quando ele para, olho para ele. Seus lábios estão separados, e ele está respirando com dificuldade. — Devemos parar. Concordo com a cabeça. —Nós devemos. — É algo que sei que na minha mente, mas meu corpo não quer reconhecer isso. Peter toma a decisão por nós e dá passos à distância. Ele passa as mãos pelo cabelo como se fosse uma tortura parar de me tocar. Quando olha por cima do ombro para mim, seus olhos se fixam nos meus seios. Eu fico ali, ereta, e o deixo olhar. Eu sei que ele pode ver o contorno dos meus seios excitados e os tons de pele pálida através da camisa. Nervos fazem redemoinhos no meu estômago, mas não me movo. Peter não desvia o olhar. Seus olhos ficam colados nos meus seios. Depois de um momento, consigo: — Meus olhos estão aqui em cima, Professor. Seu olhar levanta devagar e encontra o meu quando um sorriso pecaminoso se espalha por seu rosto. —Diga isso de novo. O canto daminha boca se enruga enquanto preguiçosamente aponto para meu rosto. —Meus olhos estão aqui em cima.
Peter caminha em minha direção, mas não me toca neste momento. Ele para ao alcance do braço. Na bochecha aparecem as covinhas, e tenho o desejo insano de lambê-las. Meus olhos vibram longe do local e trava com o seu. —Não, a outra parte. Chame-me de professor de novo. — Peter parece esperançoso, mais parecido com o homem que conheci no Texas. O olhar que ele está me dando é o mesmo que tinha quando estávamos dançando. Eu não posso deixar de sorri femininamente. Olho para cima sob meus cílios e sussurro: —Dance comigo Professor. O sorriso de Peter amplia. Ele estende uma mão e a leva, enquanto a outra mão desliza em volta da minha cintura. Se fosse qualquer outra pessoa, me preocuparia com botas esmagando meus dedos, mas Peter nunca pisa em mim. Nós damos passos de rock algumas vezes antes dele me girar longe. Quando me gira para trás, rodopio em seu peito, onde ele me mantém apertado. Minhas mãos deslizam em volta de sua cintura e sobre a cicatriz. Eu vejo quando seus olhos preenchem com memórias que não pode controlar. O sorriso se desvanece como uma estrela na luz do sol, até que esteja completamente desaparecido. Peter pisca algumas vezes, como se estivesse acordando de um sonho. Ele me libera e se afasta. Quando pega seu pijama da cama, se agacha e pega minha toalha. Peter vira-se para mim e coloca sobre os ombros e mantém firme na frente até eu pegá-la. Ele me dá um sorriso triste e diz: —Obrigado. Aceno com a cabeça lentamente, sem entender. Parece que há rejeição, mas no fundo da minha mente sei que é mais do que isso. Ele está preso, preso em seu passado tanto quanto eu, ou possivelmente mais. —Eu sei que não há futuro para nós. —Diz ele. —Eu estraguei muito as coisas no passado, e entendo isso, mas realmente preciso de um bom amigo agora e sei que você também. —Ele inala profundamente e faz gestos entre nós. —Não pode acontecer de novo. Eu sei disso, mas... Eu o interrompo. Vou até ele e beijo sua bochecha antes de dizer: — Peter, shhhhh. Eu sou sua amiga, no mínimo. De resto, por que não esperar e ver? Ele olha para mim como se eu fosse uma miragem. Seus olhos estão tão grandes, tão vulneráveis. —Eu não sou o homem que era antes. Eu não sou mais Peter Ferro. — Seus olhos mergulham para a cicatriz que o envolve a sua lateral. —Você não entende, ela me transformou de uma maneira que nunca pensei ser possível. Eu parei de brigar, parei de fazer toda a merda pelo que era conhecido.
Encontrar a pessoa certa é o tipo de coisa que você só consegue uma vez, e eu estraguei tudo. Perdi-a. —Minha vida mudou naquela noite e não importa o que eu faça, não posso fazer as coisas voltarem a ser como eram. Então conheci você, e pensei que estava errado. — Ele olha para mim, parecendo completamente perdido. —Quando eu vi Dean, algo estalou. Se o velho não tivesse retirado sua arma, Sidney, não sei o que teria feito. Eu não posso dizer se estava ou não justificando, mas cada vez que vejo o cara é como... — Ele aperta as mãos firmemente e engole tudo o que ia dizer. Eu olho para ele porque não consigo desviar o olhar. Este parece ser um momento onde tudo está inclinando-se para o ponto que ele vai desmoronar. Eu sei o que quer dizer. Conheço muito bem. Estou com medo de tocá-lo, com medo de dar um passo adiante, mas consigo. Minha mão desliza em seu antebraço. Os músculos são fios apertados como se fossem quebrar a qualquer momento. Peter dá espasmos quando minha pele toca a sua. Ele olha para a minha mão e, em seguida, para o meu rosto. —Você não é Peter Ferro, não mais. Entendi. Eu não sou a mesma Sidney que andava em Jersey todos esses anos atrás, também. Isso foi tirado de nós, nós não voltamos Peter. Simplesmente desapareceu. É como a terra depois de um incêndio, carbonizado preto e estéril. Ele balança a cabeça. —Não, não é para você. arrastou para a maior parte. Vejo em seus olhos.
De alguma forma você
—Eu estou vestindo uma toalha, Peter. — Eu dou-lhe um sorriso triste. — Eu sei como sou mentalmente. Eu aceitei. Confio em você e ainda não consigo largar essa coisa. — Puxo a toalha mais apertada em volta dos meus ombros. —Você fez antes. —Aquilo foi diferente. — Desvio o olhar. Emoções correm através de mim com uma intensidade que me faz querer correr para a floresta e viver com o meu peru. Eu caminho para longe dele, mas Peter pega a minha mão. A conexão não quebra. Enquanto está me tocando, parece que pode ver dentro da minha cabeça, e isso me assusta mais do que qualquer coisa. Há monstros lá, lembranças que não quero lembrar. —Por quê? — Sua voz é tão suave e gentil. É como cashmere, delicada e sedutora. Se eu responder-lhe, a voz promete muitas coisas que pensei que nunca teria. Meus lábios inferiores tremem involuntariamente. O olhar de Peter se fixa na pequena contração muscular e ele levanta a mão e pressiona um dedo em meus lábios. Seus olhos se agitam entre seu dedo e os olhos.
—Diga-me. — Seu dedo desliza para longe, deixando a boca aberta e ofegante como se não houvesse ar. —Eu... — Eu não posso dizer isso. Eu quero dizer a ele, mas não posso. Eu fecho meus olhos e olho para baixo, mas Peter não me deixa ficar desse jeito. Sua mão desliza debaixo do meu queixo, e inclina minha cabeça para trás. Nossos olhos se encontram e o resto do mundo se derrete. Quero ser corajosa pela primeira vez. Quero dizer isso e ver o que acontece. Eu o tratei tão mal e ele estava tão bravo comigo. O medo continua empurrando as palavras na minha garganta, mas elas se levantam novamente, rebelando-se como se tivessem uma mente própria. Eu sinto a frase na minha língua e depois em meus lábios. —Foi diferente antes, eu poderia deixar cair a toalha, porque estava pensando em alguma coisa, algo que não deveria. — Meus lábios se abrem quando estou tentando encontrar as palavras certas. —Eu me perdi no momento. Alguém sugou todo o ar para fora da sala, porque não consigo respirar. Eu me sinto como um peixe em um gancho com a mão de Peter segurando meu queixo para cima. Ele não me liberta, não pega as palavras e joga de volta. Ao contrário, se inclina mais perto, e respira. —Oh? O que você estava pensando que a fez se sentir segura o suficiente para confiar em mim desse jeito? Há um nó na garganta que não consigo engolir. Ele me enrola, balançando no final da corda rosa, e é tudo o que posso fazer para não recuar. Essa conversa me assusta, mas me emociona também. Sua mão está quente, suave, mas firme. Ela se move do meu queixo para o rosto. Eu me inclino em seu toque e fecho os olhos. —Por um momento, tudo parecia certo, que as coisas nunca aconteceram. Você parecia agarrar-se a menina que eu era, e puxá-la de volta. Ela não tem medo de você, e ainda está aqui querendo coisas que eu normalmente não queria. —Diga-me o que você queria Sidney. — Seus olhos buscavam os meus, observando, esperando além da esperança. Minha boca fica aberta, mas nenhum ruído sai. Parecia tão diferente na minha cabeça. Dizer isso em voz alta solidifica o pensamento e torna real. Peter escova seus lábios sobre minha bochecha e puxa de volta. Seus olhos se movem aos meus lábios como estivesse pensando em me beijar novamente. Quero ser corajosa, então digo: — Eu queria você. Um sorriso tímido deriva em seus lábios. —Me queria?
Um rubor pinta meu rosto de vermelho. Eu sinto a fluência queimando em minhas bochechas e não consegui conter o sorriso. Tento desviar o olhar, mas ele não me deixa. O dedo de Peter está sob meu queixo novamente, inclinando a cabeça para trás para que os nossos olhares se encontrem. —Talvez. —Quando você diz que talvez, isso normalmente significa sim. Eu sorrio. —Talvez.
O resto da noite passa lentamente. Eu me mexo e viro no colchão, mas não consigo me acalmar. Ter Peter, no pé da cama, me deixa louca. Eu quero seus braços em volta de mim, mas tenho medo de ficar doida e perdida, se ele me tocar errado. Eu rolo em minhas costas e puxo travesseiro em meu rosto. A toalha é um nódulo sob as minhas costas, toda amontoada e terrivelmente desconfortável. Estou me sufocando com o travesseiro quando sinto que está sendo puxado para fora. Peter olha para mim com aqueles olhos lindos. —Noite agitada? —Talvez. — Nós dois rimos baixinho. Droga. Eu não tinha ideia de que estava fazendo isso. Faço uma nota mental para parar de dizer, talvez, quando estiver pensando sim. Peter oferece sua mão. Eu pego-a e ele me puxa da cama. Tento pegar de volta a toalha, mas Peter fecha os olhos. —Deixe-a. Eu não vou olhar. — Ele tem os braços, abertos. —Dance comigo. Eu coloco um pouco de cabelo atrás da minha orelha. —Peter, Eu... —Você disse que talvez. Talvez signifique sim. Mas você vai ter que me levar, já que não posso abrir os olhos. — Observando Peter, tomo minha decisão. Ele está com o peito nu e vestindo uma calça de moletom cinza. Eu mal posso vê-lo na escuridão. A rua lança um brilho amarelo através da fenda nas cortinas. Ela ilumina o seu corpo tonificado e os braços abertos. Eu dou um passo e pego suas mãos. Eu coloquei uma na minha cintura e deslizo a palma da mão na outra. Nossos dedos cruzam juntos e começamos a dançar lentamente. Meu coração está disparando mesmo que tenhamos feito isso um milhão de vezes. No passado, Peter foi meu professor e chefe. Agora ele está seminu com os olhos fechados. Como chegamos até aqui? Eu nunca teria pensado que este seria o lugar onde nós acabaríamos quando o conheci naquela noite no restaurante. Assim quando me acalmo algo raspa a porta. Parece um prego lentamente arrastando todo o metal. Os olhos de Peter se escancaram quando me agarrei a
ele. Eu esqueço a toalha e meu pijama surrado. Esse som está apenas errado, como um canivete arrastando em metal ou como a faca de Dean. Eu olho para ele no momento em que Peter olha para mim. Nenhum de nós diz nada, e em seguida, o som vem de novo. Peter me libera, deixando-me ao pé da cama. Ele pressiona seu dedo sobre os lábios e acena com a cabeça antes de afastar-se para olhar para fora pelas fendas da cortina. Ele fica lá por um momento, com cuidado para não tocar no tecido. Ele olha de volta para mim e sussurra: — Eu não vejo nada. Talvez eles tenham ido embora. — Mas, assim que ele diz, o som horrível vem novamente. É mais alto e mais longo desta vez. Minha mente está brincando comigo, me jogando para o passado. Reflexos de flash prata atrás dos meus olhos. Eu me pressiono para Peter. —Essa faca, a faca de Dean... Peter me segura apertado. Posso dizer que ele não quer me deixar ir, mas o som vem de novo. Talvez ele esteja esculpindo algo na porta. Talvez vá terminar e ir embora. Peter sussurra palavras suaves em meus ouvidos, mas nunca tira os olhos da porta. Eu canto para ir embora uma e outra vez em minha mente como se pudesse realmente fazer algo. As mãos de Peter firmemente me seguram contra seu peito. Nós observamos a porta, esperando que se abra, mas o silêncio enche nossos ouvidos. Engolindo em seco, olho para ele, pronta para falar quando algo bate na porta e, ao mesmo tempo, a maçaneta mexe como alguém está tentando abri-la. Freneticamente, olho ao redor do quarto por alguma coisa para nos defender, mas não tenho nada. Meu pulso está rugindo em meus ouvidos, então, quando Peter me solta e dá passos em direção a porta, eu surto. Peter está furioso com a testosterona fluindo fora dele em esmagar de ondas. A cicatriz na sua lateral pisca branca pura quando ele cruza a faixa de luz no chão. Ela pisca sobre o seu corpo como um scanner de supermercado. Antes que eu possa dizer qualquer coisa, Peter abre a porta. Ele puxa a maçaneta com tanta força que bate na parede e faz um buraco. Ele dá passos do lado de fora. —Vem para fora, seu filho da puta, e resolve isso agora! — Seus punhos estão tensos ao seu lado enquanto caminha mais para dentro do estacionamento, com os pés descalços. As luzes do quarto próximo a nós se acende. Eu vejo o brilho dourado no chão do lado de fora de sua janela, derramando no estacionamento.
Quero que Peter volte. Eu não posso perdê-lo. Eu não posso. Eu corro atrás dele quando algo sai de trás de um arbusto ao lado da porta. Ele salta direto para mim, correndo sobre os pés descalços com garras. Eu grito e caio para trás, tentando ficar longe dele antes de perceber o que está acontecendo. Peter corre para mim e para. Um enorme sorriso quebra em seu rosto, e a preocupação evapora. Ainda estou fazendo manobras para trás como se estivesse sendo atacada quando finalmente paro e olho para na coisa sentada nas minhas pernas. Meu abutre olha para trás como se eu fosse louca antes de caminhar em cima de mim. Ele raspa seu bico na porta de metal, fazendo um barulho horrível, e depois entra para o quarto. Com o coração batendo forte olho para trás e pergunto a Peter. — Que porra é essa? Peter tem os braços cruzados sobre o peito largo. —Bem, parece que a grande ave de rapina não quer dormir no estacionamento. Estou olhando, ainda não acreditando. Por quê? —Por que essa merda acontece comigo? Eu aponto meu polegar para as pessoas nos assistindo no quarto ao lado. —Isso não acontece com eles. Peter acena e os cumprimenta com um sorriso, e tenta cobri-lo com a mão. As pessoas desaparecem para seu quarto. —Bem, para começar, eles não pegam uma ave manca da estrada e as deixa usar um sutiã durante todo o dia. Se você se comportasse como uma pessoa normal, não estaríamos tendo essa conversa. — Peter está tão perto de rir que não consegue manter o rosto sério. —A propósito, a próxima vez que eu estiver poupando-a de uma galinha gigante, fique dentro do quarto. Peter me pega em seus braços sobre meu ombro e me leva de volta para dentro, fechando a porta atrás de nós. —Você lutaria contra o que estivesse lá, não iria? — Ele acena com a cabeça. — O que faz um homem virar pacifista e depois voltar de novo? —Uma facada na lateral do corpo muda o cara. —Ele olha de novo para o abutre. Está sob a pia do lavabo. —Uh, Sidney. Não vou dormir no chão com aquela coisa no quarto. E nem tenho certeza se posso dormir com essa coisa no quarto. —Jogue-o para fora.
Peter olha para o animal e depois para mim. Ele ri e balança a cabeça. — Não, obrigado. Além disso, ele só vai fazer isso novamente. —Um gato provavelmente tentou comê-lo. Peter deixa escapar uma gargalhada. —Ele provavelmente comeu o gato e o cão que o estava perseguindo. Agora, ele está pronto para a cama. Se você olhar muito perto de seu bico, — Peter está apontando para eu me inclinar para frente e ver o que ele vê, — você pode ver aponta branca da cauda de um gato. Dou um tapa em seu ombro e rio. —Você é um idiota. —Você vai me convidar para a cama. Meu rosto fica em branco. —Desculpe-me? —Eu não vou dormir de conchinha com um abutre. Só Deus sabe o que ele faria com os meus pequenos pedaços. Um sorriso se arrasta no meu rosto. —Eles são pequenos? Esse não é o tipo de coisa que uma garota gosta de ouvir. Peter se senta ao meu lado. —Você percebe que a resposta a esse comentário é que você deve vir e ver por si mesma, certo? Você realmente quis me dizer isso? Eu tento não sorrir. Tento parecer brava, mas os cantos de minha boca contraem. —Talvez. Peter ri e estende a mão para mim. Seus dedos fazem cócegas levemente na minha lateral e eu caio de costas na cama com Peter inclinando-se sobre mim. — Posso dormir com você, Senhorita Colleli? —Isso é bastante adiante, Dr. Granz. —Vou manter minhas mãos para mim. Prometo. —Você vai manter tudo para si mesmo. — Ele olha para mim, confuso. Eu explico: —Quando eu era mais jovem e ouvi pela primeira vez sobre sexo achei que soava nojento. Eu não podia imaginar por que alguém faria algo assim, nunca. Mas os bebês são realmente bonitos e vinham de algum lugar, por isso deve acontecer por conta própria.
—Por si só? — Peter me dá um olhar confuso. —Sim, como ele... — fiz gesto em direção ao seu pacote. —...fugir no meio da noite, enquanto os dois estão dormindo, e fizer o serviço por conta própria. Peter solta uma gargalhada e abraça-me com força. —Eu vou mantê-lo em minhas calças, Colleli.
Na parte da manhã quando Peter carrega as mochilas até o carro, fecho a conta do quarto. Eu pisco algumas vezes quando a ave sai valsando do armário ou onde dormiu e pula dentro do carro. Eu acho que ela me adotou, mas não tenho certeza. Eu dobro a parte superior da página para trás e olho para Peter. — Há uma taxa de US $ 250 aqui para alguma coisa. Você pediu um monte de pornografia depois que adormeci? —Não, e por esse preço eu poderia conseguir uma prostituta. Deixe-me ver isso. —Peter bate a porta do carro e estende a mão. Coloco o papel em sua mão. —Sim, uma prostituta com uma perna de pau, talvez. Ele não olha para mim. —Você seria a única a conseguir uma prostituta pirata, não eu. O tapa-olho gira sobre si. Meu queixo cai e eu fico de boca aberta para ele. —Como você pode dizer isso? —Porque é verdade. Admita, você gosta da ideia de um cara vestindo uma camisa pirata com braços musculosos com o cheiro do mar em sua pele. — Eu não digo nada. Peter olha para mim e descarta o papel ao lado. —Você acabou de descrever metade dos caras em Jersey. Droga, Peter, tenho um gosto melhor do que isso. —Sério? — Concordo com a cabeça. Ele olha para o carro e, em seguida, toca a conta com os dedos. —Você tem certeza disso? Quero dizer, você tem um abutre de estimação. —Ele é um peru. Ele é apenas mal compreendido, isso é tudo. —Ele vai comer o seu rosto no meio da noite, e os $ 250 dólares é uma taxa de limpeza, porque neste hotel, supostamente, permite animais de estimação.
Faço beicinho sem pensar nisso. —Ele não é um animal de estimação. Ele é uma vítima de acidente. Algo arruinou suas asas. —Eu vou cuidar disso e então podemos ir. — Peter começa a caminhar em direção a frente do motel. E para quando falo. — Você está certo, talvez. Gostaria de uma camisa de pirata. Peter se vira com um sorriso irônico nos lábios. — Oooh, falando sujo para mim, baby. —Talvez. Ele pressiona sua mão em seu coração e finge perder o equilíbrio. —Não aqui no estacionamento. Como posso me controlar quando você tem uma boca assim? — É nos lábios que você tem que olhar. — Eu pisco depois que já disse isso, não percebendo o quão sujo soou. —Sidney, por favor! Você vai me fazer corar. — Peter pisca para mim e corre para frente. Subo no carro e olho para trás, o pássaro. — Vai ser uma dor na bunda, não é? —O pássaro tem a cabeça virada para trás com o bico sob a asa. Parece errado. Cabeças são supostamente para frente. —Você precisa de um nome. Vamos ver... Peter volta para o carro rapidamente e desliza para o banco do motorista. É realmente bonita a maneira que ele salta em seu banco e olha para mim. O cabelo escuro cai para frente em seus olhos, fazendo-os parecer mais azul do que pedras preciosas. Esqueço o que estou pensando e me perco no momento. Peter sorri para mim. — Você estava me secando. Eu sorrio muito e desvio o olhar. —Você gosta disso. —Eu não quis dizer que não gosto. Na verdade, você pode me acariciar com os olhos sempre que quiser. Eu ronco rindo e resolvo voltar para o banco depois de puxar os meus pés e colocá-los no painel de instrumentos. —Uau, o que é uma cantada de pick-up.
—Eu não preciso de uma cantada de pick-up. Eu já tenho você, e se a memória não me falha, foi você que veio para cima de mim. — Peter puxa o carro para fora do estacionamento e se dirige para a interestadual. —Mmm, você quem diz isso. Então, de volta aquele dia, era uma coisa normal para você pegar meninas aleatórias que se sentam em sua mesa e depois as levar para sua casa? Um olhar envergonhado filtra em seu rosto e desaparece num piscar de olhos. —Talvez. —Então os jornais dizendo que era um playboy, esses relatórios eram...? — Estou pescando, tentando ter uma ideia do seu passado. Eu quero saber mais sobre ele. Pego em um ponto em minha calça jeans com o meu dedo e olho para ele pelo canto do olho. —Um eufemismo. Eu uh... — Ele solta uma rajada de ar e olha para mim. — O que especificamente você está perguntando? — Peter parece nervoso e aperta o volante com mais força. —Há rumores de que você deu um soco ou transou com todos que você encontrou depois de um tempo. —Eu soquei caras e transei com mulheres, e não o contrário. Diga-me que não é o que você está perguntando, não sou bi e eu não bato em senhoras. — Ele olha para mim rapidamente e depois volta seu olhar para a estrada. —Bom saber. — Eu fico em silêncio, tentando descobrir o que penso dele e como isso se encaixa com o que já conheço. —E você? —E eu? —As mesmas perguntas, você tem alguma inclinação bissexual ou bate em mulheres aleatórias? Eu posso aguentar as duas coisas, você sabe. Os cantos de minha boca levantam. —Você é tão estúpido. —Você não respondeu senhorita Colleli. Eu dou de ombros. —Até eu conhecer você, pensava que estava quebrada. A ideia de estar com alguém assim não era atraente.
—E agora? —Agora, eu poderia estar jogando a ideia um pouco mais perto, talvez. — Eu cerro os dentes e mentalmente me xingo quando meu rosto fica quente. Curvo-me e pressiono meu rosto nos joelhos. —Eu lhe disse que você gosta de vir para cima de mim. Acho que devemos jogar dessa maneira. — Eu olho, amando que ele não fez comentários sobre o meu rosto vermelho. —Eu não vou transar com você. Você é quem decide essas coisas, e vou seguir a sua liderança, ok? — Ele pega a minha mão e a aperta. —Pensando nisso não é ruim, você sabe. Isso significa que você está se movendo. Meu humor esvazia como um balão. Eu olho para fora da janela depois de puxar minha mão de volta. —Não, não estou. Estou cansada de esperar para superar isso. —Sidney, você trilhou mais estrada que eu, vou perder você de vista logo e acho que está certa... Nós realmente não esquecemos o que aconteceu, mas aceitamos e aprendemos a viver com isso. Eu não fiz isso ainda, em tudo, mas você fez e você é. Eu desejo... —Sua voz some. Quando olho para ele, percebo o quão apertado seu queixo está, como se trancou para não falar. —Diga-me. —Eu disse suavemente e alcanço sua mão. Sua palma está quente, mas a pele na parte de trás é fria ao toque. Eu enfio os dedos nos seus, desejando que pudesse apagar a sua dor. Ele sorri tristemente. —Às vezes parece que estou em pé na borda de um precipício mental. Meus pés estão sobre a borda, e ao menor vento vai derrubar meu equilíbrio. Sei que vou cair, mas não posso recuar. Essa é minha vida. Assim é a vida do meu irmão, só que ele passou por cima da borda. Eu não quero acabar assim. Se eu ficar lá, sei que vou cair, mas não consigo me afastar. — Ele inala devagar e solta um suspiro, sem olhar para mim. Vejo o zoom das árvores pela janela quando o abutre sussurra no banco de trás. O animal faz um barulho e volta a dormir. —Sim, eu sei o que você quer dizer. Nos primeiros dois anos, parecia que eu tinha caído em um desfiladeiro. Meu estômago estava na minha garganta o tempo todo. Estava preocupada com o que aconteceria comigo quando eu chegasse ao fundo. —Você acha que bateu ao fundo? — Concordo com a cabeça. —O que houve?
Penso nisso por um segundo e dou um sorriso para ele. —Você estava lá. Naquela noite no restaurante, era o fundo do meu poço. Aquilo acabou com a queda livre, e tudo mudou. — Peter balança a cabeça, mas não diz nada. —Você não pode controlar tudo, levar isso de alguém que sabe. Vamos um pouco mais e ver onde acaba. Pode não ser tão ruim. Peter aperta minha mão e levanta-a aos lábios. —Eu não te mereço. —Eu não achava que a felicidade estava nas cartas para mim, mas sim, depois que te conheci. Você merece um indulto de qualquer coisa que tenha feito, isso que o come por dentro. Pare de pensar muito e veja onde a vida o leva. Quem sabe você pode acabar em um carro com uma garota louca e um abutre numa estrada. — Peter sorri calorosamente. Fui para o assento do meio e inclinei minha cabeça contra seu ombro.
Quando chegamos à Pensilvânia, Peter estaciona no posto de gasolina para abastecer o carro. Eu corro para o banheiro, enquanto ele enche, e na saída, me deparo com meu irmão gêmeo. Sam caminha em minha frente e eu bato em seu corpo magro. Eu olho para cima, pronta para pedir desculpas, mas depois vejo quem é. —Então você está vindo. — Seu cabelo está escondido sob um boné. Ele está usando uma velha camiseta do colégio, com jeans. É o mesmo olhar que tinha antes de eu sair de casa. Os ombros de Sam caem levemente para frente, de cansaço. Ele olha em direção ao refrigerador na parte de trás da loja onde Dean está em pé, de costas para mim. Eu continuo caminhando para a porta. Não terei outra briga em um minimercado. —É claro que vou. - Ando para frente da loja e me empurro para fora. A porta tem um sino que faz meu sangue correr frio. Eu sinto os olhos de Dean em mim. Eles derivam em minhas costas como uma garra fria, mas não paro. Entra no carro. Entra no carro. Entra no carro. —O cara está com você? — Sam olha em volta para Peter e o vê em pé no meu carro, reabastecendo. —Obviamente. Vejo você em casa. Sam concorda. Seu olhar se estreita quando olha para Peter. —Eu não gosto dele, Sid. Ele parece um pouco estranho, como se pudesse agir de forma agressiva ou algo assim. —Então não o irrite. — Eu termino de falar quando chego ao carro. Peter olha para cima, e vejo flashes de raiva em seus olhos quando vê Sam. —Vamos lá, vamos sair daqui. — Eu deslizo no meu lugar rapidamente e puxo o cinto de segurança em meu colo. Não preciso dizer nada a Peter. Ele toma a minha sugestão e sai, mas não antes de olhar os dois homens. Gostaria de saber se Peter é instável, mas afasto o pensamento. Somos todos instáveis até certo ponto. Depois, ter alguém vigiando minhas costas não é uma coisa ruim. Quando estamos na estrada, Peter pergunta: —Ele tocou em você?
—Não, não realmente. Encontrei somente com Sam. Dean não disse nada. Ele apenas me olhou como uma trepadeira. — Calafrios correm na minha pele. Eu as suavizo com a mão, mas isso leva um tempo para ir embora. Eu olho para trás, para o abutre e me pergunto se ele está morto. —Ele não se move muito, não é? Peter olha para o espelho. —Só à noite, quando estou prestes a fazer sexo com você. É como se tivéssemos um acompanhante. — Peter parece tenso, como se tivesse ansiedade líquida fluindo em suas veias em vez de sangue. —Nós vamos jantar com meu irmão esta noite, se estiver tudo bem. Preciso de sua ajuda com uma coisa. Concordo com a cabeça, sem entender por que ele está nervoso. Eu continuo olhando para trás, imaginando o quão longe Dean e Sam estão. —Que irmão é esse? —Sean, o mais velho. Meu irmão mais novo é um espírito livre, mas Sean é mais pé no chão. Ele lidou com merda, é por isso que quero falar com ele. — Peter parece bem, mas sua voz está um pouco tensa, e suas mãos estão agarradas ao volante. Ele só faz isso quando está bravo ou preocupado. —O que você vai falar com ele? —Você e eu. Eu não quero compartilhar sua dor com ninguém, e talvez não tenha, mas Sean é um tipo imprevisível. Eu preciso saber se posso falar o que aconteceu com você, sua família e Dean. —Você confia nele, mesmo depois que ele matou sua esposa? —Sim, mas tenho que dizer que não sei o que aconteceu naquela noite. Ninguém sabe. Sean nunca falou sobre isso, mas não acho que ele a tenha matado. Ele estava tão empolgado com o bebê. Apenas não faz qualquer sentido. — Ele fica quieto por um momento, pensando. Eu me pergunto o que levaria alguém a matar. Eu odeio Dean, mas não quero matá-lo, não quando estou acordada, racional ou de qualquer maneira. Mas se Dean for atropelado por um caminhão, eu não perderia o sono por isso. Eu me pergunto se isso é a mesma coisa e acho que em algum nível é. Eu olho para Peter. —Diga o que quiser. Eu só não quero que toda a história apareça na Internet no período da manhã. E não quero ouvir quando você disser a ele, também. Diga-me para ir ao bar ou algo assim. — Meu estômago dá
cambalhotas. Eu odeio a ideia, mas se Peter sente que precisa de seu irmão, acho que será bom para ele. Ser cortada da minha família me libertou, em alguns aspectos, mas me arrependo. Eu não quero que as coisas acabem assim, mas não tenho ideia de como corrigir isso. Esta é uma oportunidade para Peter fazer as pazes com o irmão. Quero encorajá-lo, mesmo que o nome Sean Ferro envie gelo na minha espinha.
Chegamos à Nova York muito tarde. Peter liga para seu irmão quando chegamos ao hotel. Nós tomamos banho e nos vestimos rapidamente. Quando estou aplicando delineador, vejo Peter caminhar por trás de mim. Ele tem uma toalha em volta da cintura e seu cabelo está úmido e despenteado. De onde estou, ele não pode me ver, a menos que olhe para o espelho. A parede do lado de fora do banheiro se estende para o quarto, dando a ilusão de privacidade. Eu congelo e me pergunto se ele me viu trocar antes. Não me lembro de onde ele estava, mas não acho que ele estivesse aqui. Meus olhos vão em direção ao movimento e avisto Peter largando a toalha. Ele está de costas para mim, totalmente nu. Paro de passar o lápis no olho quando pisco rapidamente, observando o corpo de Peter que é a perfeição, exceto para aquela cicatriz em sua cintura. O corte é uma fina linha branca que se estende para baixo e envolve em sua lateral. Sua cintura é toda músculos, mas eu sabia disso antes. Continuo olhando-o e não posso tirar meus olhos da sua bunda perfeita. Ele é todo músculos tonificados, cada pedacinho dele, e a bunda não é exceção. Minha boca cai quando olho fixamente, perguntando-me como seria ter esse corpo nu contra o meu com minhas unhas mordendo suas costas perfeitas. Não há um pensamento racional na minha cabeça. Acabei de olhar, pensar e sentir cada centímetro dele embaixo de mim, me perguntando como seria. É quando ele se agacha para pegar a cueca e quase morro. A respiração pega na minha garganta enquanto mudo de posição na frente do espelho para obter uma visão melhor. É quando consigo esbarrar o lápis no meu olho. Peter gira ao redor para ver o que aconteceu, pensando que não posso ver seu lindo corpo nu. Eu aperto meu olho fechado e murmuro palavrões. Quando olho posso ver seus belos olhos azuis no espelho, eles travam com o meu, e um
sorriso malicioso se espalha por seu rosto. —Você estava me observando, senhorita Colleli? —Não, só pensei naquela coisa de pirata que você disse ontem à noite, então eu... — Que diabos eu estou dizendo —Então você se esfaqueou no olho? —Ele está caminhando em minha direção, o que me deixa tão nervosa que não consigo me levantar. Meu coração martela quando energia nervosa corre para cima e para baixo nos meus braços. Eu bato o lápis em cima do balcão e pisco várias vezes, tentando não olhar para ele. Eu nunca tive qualquer interesse em olhar para um homem nu antes. Nunca vi motivo para todo o alarido. Quero dizer, não é como se toda aquela área de pacote peludo fosse atraente, mas oh meu Deus... Peter é completamente... Ideias recheiam a minha mente e saltam simultaneamente em milhões de direções. Eu quero tocar e deslizar minha mão ao longo de seu abdômen, meus lábios formigam quando penso em beijá-lo abaixo da cintura, e minha língua está como se tivesse perdido a cabeça. Pensamentos totalmente estranhos giram em mim e arrancam coisas que coloquei na minha lista de nunca fazer. Antes de perceber ele atravessou o quarto, Peter está atrás de mim. Ele dá um passo e olha por cima do ombro para nós no espelho. Um dos meus olhos tem praticamente uma linha preta sobre ele desde que risquei meu rosto depois que me esfaqueei. Eu pareço ridícula, mas não me importo. Sua proximidade nua atira tensão através de cada pedacinho meu. —Você estava me observando, Colleli. —Você é bom de olhar, Granz. — Eu digo muito confiante, como se olhasse para homens nus o tempo todo. Então, aponto para o meu olho vermelho e digo: —Espero que você tenha uma coisa para os piratas. Tenho certeza que eu... — Um ruído involuntário emerge da minha garganta enquanto Peter coloca as mãos na minha cintura. Estou tão tensa, tão cheia de luxúria, que não posso pensar. Observamos um ao outro no espelho. Os olhos de Peter estão tão escuros. Sua voz é mais profunda do que a habitual quando ele fala. —Vire-se, Sidney. Eu balancei minha cabeça, mesmo que quisesse virar e olhar. Estou mentindo para mim mesma. Eu quero muito. Eu sinto isso correndo em de mim. Eu não quero olhar, quero tocar e fazer coisas que nunca pensei que faria. O sexo oral não parece tão ruim no momento, e me pergunto sobre isso por um segundo.
Até agora, não estava interessada em nada, e a ideia de sentar-me no rosto de um cara ou de joelhos e chupar seu... Eu não posso nem terminar o pensamento. Meus lábios se contorcem quando considero isso, o que torna o sorriso sexy no rosto brilhante de Peter. Peter hesita, mas depois abaixa lentamente os lábios para o meu pescoço. Escova sua boca contra mim levemente quando suas mãos deslizam para os meus ombros. O toque é suave, mas firme. Minha cabeça tomba para o lado, e eu fecho os olhos. Peter se afasta, mas não libera meus ombros. Olho para ele no espelho. A única coisa que posso ver é o peito. —É melhor se vestir e descer. — Eu tento acenar cabeça, mas minha cabeça realmente não se move. Meu Deus, ele me quebrou. Eu não conseguiria formar uma frase coerente agora se quisesse. Eu tento, minha língua está emaranhada na boca. —Eles acham que não vou. Os lábios de Peter se contraem. —Para alguém que nunca fez amor, você usa um monte de duplos sentidos. — Ele pisca para mim antes de beijar minha bochecha e atravessar o quarto. Um tremor massageia a pele das minhas costas, correndo pela minha coluna e aterrissando entre as minhas pernas com um formigamento que não vai parar. O que ele disse não registro em primeiro lugar, e depois, quando isso acontece, dou de ombros e sorrio. —Espere para ver quando eu jogar depois que estivermos juntos. —Isso é uma promessa? Não há talvez neste tempo. Eu olho para ele pelo espelho e aceno de cabeça. —Sim.
Peter pega as minhas mãos quando saímos do elevador. Nervos saltam através do meu estômago. Este hotel é muito mais chique do que qualquer lugar que já fiquei. É assustador e faz sentir que meu vestido preto é inferior. Peter está vestindo um terno que tinha na mala. A única razão pela qual tenho o vestido preto é que eu esperava usar no funeral da minha mãe, caso contrário, não seria capaz de ir até o restaurante aqui. Eu não embalei todos os vestidos de cocktail. O irmão de Peter escolheu este hotel porque está hospedado aqui. Peter explica. —Sean está na cidade a negócios, mas ficou mais tempo do que o habitual. Ele odeia Nova York. O cara vem uma vez por ano e sai assim que pode. — Ele olha para o relógio. Estou começando a pensar que Peter está intencionalmente protelando, o que é bom pra mim. À medida que saio do elevador, posso ver o restaurante Swank na nossa frente. Hesito. Meu pé fica lento, e Peter para e olha para mim. Eu odeio dizer o óbvio, mas alguém tem que dizer isso. —Nós não podemos fazer isso, Peter. O hotel custou uma pequena fortuna pelo quarto. Como é que vamos pagar o jantar também? —Eu sou um Ferro, Sidney. Temos bolsos. —Mas você foi embora, e o dinheiro não é mais seu. A propriedade é do seu irmão mais novo. Ele acaricia minha mão. —Eu tenho o suficiente para durar um tempo, então não se preocupe com isso. Eu provoco. — Você tem um fundo em algum lugar que eu não sei? — Ele balança a cabeça como se fosse nada. —Você é rico sem ser o herdeiro? —Eu estava tentando me separar do nome Ferro e fazer isso por conta própria. —E eu estraguei tudo. —Eu baixo os olhos para o chão quando a culpa me sufoca. Eu arruinei sua vida.
Peter levanta meu queixo e me olha nos olhos. —Você é exatamente o que eu estava procurando. Não era o isolamento ou mesmo estar longe da minha família, era você. Eu precisava de você. Que queime o fundo fiduciário e vou embora agora, se isso for preciso para mostrar o quanto você significa para mim. —Peter olha para hostess, que estava sorrindo para nós do outro lado da sala, e depois de volta para o elevador. —Vamos lá, vamos lá. Esqueça isso. Eu não preciso de Sean para isso. — Peter começa a se afastar. Não consigo entender o que está acontecendo em sua mente, mas ele tentou fazer este encontro com Sean várias vezes. Fugir agora seria tolice. Eu nem mesmo sei o que Peter espera ganhar com esta reunião. Eu duvido que seja um abraço caloroso. Eu não me mexo. Ele para e olha para mim. —O dinheiro não importa para você, não é? —Eu posso sempre ganhar mais. Há outras coisas que são mais preciosas. Guardo aqueles com a minha vida. A maneira como ele olha para mim diz tudo. Ele quer dizer-me que quer me proteger e cuidar de mim. Este encontro com o seu irmão tem alguma coisa a ver com proteger-me, pelo menos é assim que parece. —Sidney, eu tenho o suficiente para nos levar por isso. Vamos, vamos sair daqui. Eu balanço minha cabeça e olho de volta, para hostess. —Não, isso é o que você queria fazer. Eu já fiz uma confusão em sua vida. Não quero fazer isso de novo. Peter sorri para mim. —Você não percebe o quanto você vale a pena, como maravilhosamente perfeita você é. Você me salvou, Sidney. Não posso pagar essa dívida, nunca. Você não estragou minha vida. Você pegou um homem quebrado e o reanimou. Ninguém mais poderia fazer isso. Foi você, sempre foi você, desde a primeira vez que a vi entrar naquele pequeno restaurante no Texas. Você não tem ideia do quão sortudo me senti quando sentou na minha mesa. Você é uma mulher incrível. Eu chupo a receber elogios, e isso é o mais longo, mais impressionante elogio que já recebi. Eu quero olhar para longe, mas Peter se inclina e me beija. Ficando mais fácil aceitar suas palavras. Eu sinto que tudo que faço é tirar dele, e que não lhe retribui, mas talvez isso não seja preciso. Eu deixei o resto do pensamento. Eu vou lidar com isso mais tarde. —Eu te amo. Ele beija minha testa e diz: —Eu também te amo. Você está pronta? —Aceno com a cabeça e caminho ao encontro do Ferro mais louco de todos eles, Sean.
Peter passa pela hostess, e diz que vai se encontrar com alguém. Ela se oferece para nos acompanhar, mas Peter já está cortando a incrível sala. Eu não tenho certeza de onde está indo, até que diminui quando chega a uma mesa. Peter corta a mesa do lado e se aproxima de um homem, de costas para nós. Peter deve ter circulado o perímetro, até de avistar seu irmão. Eu não posso ver Sean, e estou nervosa. Eu não posso imaginar o que isso deve ser para Peter, mas ele parece imperturbável. Há uma mulher sentada em frente de Sean. Posso vê-la perfeitamente. Ela está inclinada para frente, com o cabelo escuro derramando sobre os ombros, dizendo alguma coisa para Sean quando olha para cima. Ela para de falar e olha para Peter quando nos aproximamos. Peter está na minha frente quando nos aproximamos da sua mesa. Aperta a minha mão um pouco e, em seguida, libera-a. Eu fico um passo atrás, quando Peter cumprimenta seu irmão. Eu me pergunto como eles eram quando crianças, se saberiam como trágica a vida seria. Nenhuma criança pensa que nada disso acontecerá. O futuro é sempre brilhante, mas não é até que você chegue lá e perceba que não é. Sean apresenta seu irmão para a mulher na mesa. —Este é Peter Ferro. Peter corrige: — Na verdade, eu deixei a parte Ferro. É Dr. Peter Granz. A voz de Sean soa profunda e cansada. —Você pegou o nome dela? Peter concorda. —Parecia a coisa certa depois de tudo que aconteceu. — Ele mudou seu nome para o dela, depois que ela morreu. Isso é tão trágico e belo, que tenho que lutar contra o ‘uaaau’ que quer rastejar até a minha garganta. Eu me pergunto o que ela faz para ele. Ouvir seu nome todos os dias deve lembrar Peter da vida que escorregou entre seus dedos. Eles conversam um pouco mais antes de Peter olhar para mim e me puxar para frente. Tenho andado para trás como um chá de cadeira. A mulher do outro lado de Sean está me observando, mas não disse nada para mim. Ela é educada e pergunta se os homens são gêmeos. Ela parece uma modelo. Seu cabelo não tem frizz e sua maquiagem parece que foi pintada por da Vinci. —Esta é Sidney Colleli.
Sean se levanta e se vira para olhar para mim. Naquele momento, vejo as semelhanças entre os homens Ferro. Eles se parecem com fotocópias, mas os olhos de Sean são diferentes, mais duros. Ele inclina a cabeça para mim. —Boa noite, senhorita Colleli. —Por favor, me chame de Sidney. —Muito bem, Sidney. — Peter puxa a cadeira ao lado de Sean e meu coração perde uma batida. Mesmo que Peter não pense que Sean é louco, não estou pronta para respirar calmamente perto dele. Eu me abaixo na cadeira e, em seguida, Sean se senta novamente. Peter pega a cadeira na minha frente e sorri. É um olhar que diz para não me preocupar. Sean vislumbra para mim e diz: — Esta é Avery Stanz, minha... — Eu me pergunto por que ele hesita. Eu olho para a mulher e um sorriso divertido faísca no canto de sua boca. —Sua o quê? —Diz ela, enquanto se inclina para frente e pisca suas pestanas para ele. Sean restringe seu olhar. Eu não posso dizer se estão provocando um ao outro ou se têm um relacionamento que está no local meio estranho, onde ninguém quer ser a primeira pessoa a chamar-lhe o que ela é... namorada. Sean continua a olhar para ela sem falar. Eu me mexo no meu lugar e olho para Peter. Ele me dá um olhar que diz que ele não tem ideia. Avery sorri e faz a introdução para ele. —Sou Avery Stanz, sua garota de programa favorita. — Ela pisca para Sean, ao mesmo tempo em que meu rosto fica vermelho. Por um segundo acho que ela está brincando com ele, mas o olhar em seu rosto diz o contrário. Sean se recosta na cadeira, e balança a cabeça. Ele está sorrindo, mas não posso dizer se ele quer estrangulá-la ou abraçá-la. —Isso diz muito. Agora você quer saber como fodidas as coisas ficaram e por isso que não deixei Nova York ainda. Tenho certeza que você notou a mudança de padrão, Peter. Todo mundo notou. — Os olhos de Sean se mudam de volta para Avery, enquanto está falando. O olhar que ele dá a ela é tão intenso que não posso olhar. Peter observa Sean, mas não diz nada. O silêncio me deixa louca, então deixo escapar. —De verdade? Como se você dormisse com homens por dinheiro?
Os lábios perfeitamente rosa de Avery mudam de um tímido sorriso sexy para um sorriso grande e gordo. Ela ri e olha para mim como se não estivesse me notado antes. —Ah, aqui vamos nós. Sidney é meu tipo de garota... —Eu não gosto de meninas. — Eu grito e isso a faz começar a rir. Ela levanta o guardanapo à boca para abafar o som porque é muito alto para o restaurante. As pessoas olham mais para nós. Tenho certeza de que meu rosto pegou fogo, porque não há nenhuma maneira de que corar, poderia fazê-lo arder desse jeito. —Oh meu Deus, ela cora, também! —Avery deixa cair o guardanapo e sorri para mim. Sean traduz. —Avery, corar uma quantidade anormal para alguém em sua profissão e tem uma tendência a dizer o pensamento aleatório da sua cabeça. Ela acha que você é a irmã há muito perdida pelo olhar em seu rosto. — Sean faz uma careta depois que eu ouvi uma briga por debaixo da mesa. Eu acho que ela chutou Sean. —Cale a boca! Você vai assustá-la. —Avery brinca. Eu me inclino para frente e levanto a minha mão, como se estivesse na escola. —Podemos parar de falar sobre mim como se eu não estivesse aqui? Peter tenta não rir e pisca seus olhos azuis de bebê para mim quando cobre a boca com a mão para esconder o sorriso crescendo em seus lábios. —Oh meu Deus. Eu a amo. — Avery se levanta e alisa o vestido, antes de caminhar para mim. —Vocês falam sobre essa conversa chata de homens. Nós vamos para o bar nos conhecer melhor. —Avery me toca de leve, mas quando não retribuo, ela encosta seu braço no meu e me puxa. —Hum, eu não gosto de meninas. —Sim, eu sei querida. - Ela ainda está rindo de mim. Vamos lá. Vamos deixar os meninos sozinhos para que eles possam conversar. Oh. Agora eu me senti uma estúpida, bem, estúpida. Avery mantém-se longe de mim enquanto atravessamos a sala, de braço dado, em direção ao bar. Um velho acena para ela, e eu me pergunto se eles sabem um do outro. Algumas cabeças masculinas se viram à medida que passamos. Meu vestido é muito mais conservador que o dela, então eu suponho que eles estão olhando para ela. Eu morreria para ter seu corpo. É toda curvas, em todos os lugares certos.
Ela inclina-se e diz: —Caminhamos como se colocássemos ideias na mente das pessoas. Esses olhares que estamos recebendo são para nós duas. Espere até que nos sentarmos. Um cara quente vai pedir o seu número em cinco minutos. — Ela pisca para mim quando chegamos ao bar. Estou incrivelmente desconfortável, mas tento relaxar. Essa garota é apenas uma pessoa com um trabalho estranho. Ela parece boa, realmente. Eu nunca teria pensado que era uma prostituta se não me dissesse. Eu pressiono meus lábios juntos. Eu não tenho nenhuma ideia sobre o que falar. Avery escolhe para mim. — Então vocês vieram do Texas? — O garçom chega e Avery pede duas bebidas. Balançando a cabeça, eu digo: —Sim, mas eu não bebo álcool. Ela ri. —Nem eu e em um segundo estarei arranhando minha língua como um gato. Olhe e assista. Eu não posso ler essa mulher. Eu não posso dizer se ela está puxando a minha perna ou se ela é real. O barman estabelece dois pequenos copos de líquido âmbar. Ela pega um do balcão. Assim quando levanto o meu, ela bate junto e diz: —Mazel tov. Aqui estão os fodidos irmãos Ferro. — Ela bate a bebida de volta antes que eu possa falar, e em seguida, faz a expressão mais engraçadas que já vi. Aparentemente, ela não estava mentindo sobre não beber bebidas destiladas. Eu não posso deixar de rir. Ela está com a boca aberta e está abanando freneticamente. Assim quando estou prestes a beber, um homem se senta ao meu lado. —Ei, linda, posso te pagar uma bebida? — Viro-me e olho para ele. Puta merda, ele é quente. O cara parece um anúncio GQ, com olhos incríveis e pele beijada pelo sol. Eu pisco em estado de choque e não consigo responder. Ele olha para Avery. —Sinto muito. Vocês duas estão juntas? Avery dá-lhe um olhar com aqueles olhos escuros e se inclina para mim, colocando a mão no meu braço. —Sim, e eu estou comprando as bebidas da noite. Gato nos dê licença. O homem sorri para nós com um olhar de pura apreciação atado com luxúria. —Minhas desculpas. Desfrute da sua noite. — Ele desliza para fora do banco e caminha envergonhado para fora do bar. Eu embasbaco com ela. —Por que você disse isso?
—Porra, você acha que é invisível, mas não é. Agora você sabe. Caras quentes querem você, mesmo nessa coisa que você está vestindo. — Ela bate no balcão e acena para o barman. Ele traz para Avery outra dose, mas ela não a bebe ainda. —Não é uma coisa! Pensei que fosse bonito. — Eu olho para o meu vestido. É tão ruim assim? —Você parece uma professora. Vestido longo preto é o clássico, não quer se vestir para olharem para você. Em latim, é chamado de repelindo os caras. — Ela pega a minha saia longa e faz ondas na frente e para trás. —O que é isso? Uma saia vassoura? Elas não mostram os joelhos no Texas, ou isso é ilegal? Eu olho para sua saia. Não é apertada, mas é muito mais curta. Eu posso ver suas coxas bem torneadas e assim pode qualquer outra pessoa na sala. Ela me nota olhando e sorri. —Eu não pego mulheres, no caso de você ainda estar nervosa sobre isso. Na verdade, não faço isso há muito tempo, e Sean Ferro é o meu primeiro cliente. —De jeito nenhum, de verdade? — Meus dedos tocam na borda do copo enquanto conversamos. Avery acena. —Como você conheceu o irmão? — Ela olha para trás. Podemos ver os dois daqui. Eles estão falando com expressões refletidas. É um pouco louco como são parecidos. Eu sorrio porque era tão diferente de mim. —Eu fui até ele em um estacionamento e me ofereci para dormir com ele. Era uma espécie de acaso. Eu estava tentando algo novo. — Eu não posso olhar para ela. —Parece que deu certo. —Na verdade, ele me jogou para fora na primeira noite. —Falo tudo. Estou bebendo a dose. Eu levanto o copo aos lábios e deixo o líquido inundar minha boca, mas é muito lento. Ele começa a queimar antes de conseguir esvaziar o copo. Avery ri. —Santo Deus, porra, você é mais louca do que eu. Engula-o antes que ele queime um buraco em seu rosto! — Ela fala muito alto. Todo mundo se vira para olhar para nós.
Eu sinto muitos olhos na lateral do meu rosto e entro em pânico. Eu não consigo engolir a bebida. Era demais e meus olhos estão ardendo como se meus miolos estivessem pegando fogo. Eu começo a gritar e abanar o meu rosto, como se isso fosse ajudar. Avery grita comigo para engoli-lo, mas agora não posso. Tenho muito líquido na minha boca e tenho certeza que minha língua tem chamas saindo dela. Eu olho em volta freneticamente, tentando descobrir como cuspi-lo, mas não há nada. Nenhuma maneira de ser elegante. Há um par de rapazes sentados alguns tamboretes ao lado. O mais próximo a ele tem um copo alto. Avery chega para ele, joga o conteúdo no ralo do outro lado do bar, e o bate na minha frente. Eu cuspo no copo tão rápido quanto humanamente possível, enquanto Avery ri histericamente. —Oh meu Deus, você é igual a mim! Eu não tenho certeza sobre isso, mas não posso falar. Eu ventilo de boca aberta enquanto as pessoas olham para mim com expressões em seus rostos. Avery se inclina para mim, rindo, e me diz para não raspar minha língua, uma vez que só vai piorar a situação. Meus olhos lacrimejaram e lágrimas caem pelo meu rosto. O barman atira Avery uma olhada e coloca um copo de água na minha frente. Avery abre a bolsa e dá uma grande gorjeta. Tudo é perdoado, e ele realmente sorri para ela. —Essa foi a coisa mais engraçada que já vi em um insanamente longo tempo. — Ela paira sobre meu ombro e, em seguida, olha para mim. Seus dedinhos limpam minhas lágrimas sem estragar a maquiagem. —Aqui está você. Bem de novo. —Isso foi tão nojento. Não posso acreditar que vomitei. — Eu começo rindo e não consigo parar. Avery gargalha comigo. Parece que a conheço há muito tempo. É realmente estranho que não perdi isso em mim. Eu não me dou bem com muitas pessoas. Eu bato o braço algumas vezes e consigo dizer, totalmente impassível. —Isso foi mal. Realmente. Você é foda. Avery solta uma enorme gargalhada e bate as mãos sobre a boca. Risos frenéticos irrompem de nós duas e enchem o bar. Eu não posso respirar, e estou muito perto de cair do banco. Um cara tenta se aproximar, mas nenhuma consegue parar de rir o tempo suficiente para olhar para ele. Um segundo depois, sinto sua mão em meu ombro. O sorriso é arrancado de meu rosto enquanto giro para a pessoa, pronta para socar. Eu já formei um punho quando Avery toca minha mão.
Ele não é um cara aleatório. Sean está em pé ali, olhando muito sério. Seus profundos olhos azuis alternam entre Avery e eu. —Senhoras. —Ele arqueia a sobrancelha escura para mim como se desaprovasse. —O jantar está na mesa. — Ele estende o cotovelo para mim. Eu hesito, porque não quero pegá-lo. Minha pele ainda está coberta de arrepios desde a primeira vez que ele me tocou. Avery se inclina para frente e empurra o braço longe. —Nós estaremos lá. Nos dê um segundo. — Sean parece irritado, mas vai embora. Sua postura é tão perfeita. Ele se comporta de forma diferente de Peter, mas seu passo confiante é o mesmo. Avery me puxa para fora dos meus pensamentos. —Você está bem? —Sim, estou bem. — Eu não estou. Estou muito nervosa para uma pessoa normal e ela notou. Avery me dá um olhar compreensivo. —Se você precisar de alguém para conversar, eu fui ao inferno e voltei. Sei das coisas, mesmo eu parecendo uma idiota na maior parte do tempo. Eu aprecio o gesto, e sorrio para ela. O olhar que me dá diz que ela sabe o que aconteceu em algum nível. Eu vejo isso em seus olhos. Concordo com a cabeça e enfio meu cabelo atrás da orelha, quebrando seu olhar. —Eu poderia ter uma ou duas perguntas para você, na verdade. — Eu digo a ela que estou pensando, e ela responde minhas perguntas sem julgamento.
—Peter me disse que você era sua aluna. — Sean me dá um olhar penetrante, que diz que sou desprovida de moral. —Sim, Peter era meu chefe, também. — Eu mexo em minha comida. Peter pediu para mim enquanto estávamos no bar. A comida é boa, mas parece que estou sendo julgada e odeio isso. Especialmente por ele. Sean me irrita. Ele tem essa coisa superior, acontecendo, e não aguento quando as pessoas pensam que são melhores que todos os outros. Talvez eu não devesse dizer isso, mas faço. Eu coloco meu garfo para baixo e olho para ele. —Olha, se você quiser atirar pedras, provavelmente não deveria ter comprado o seu encontro. —Oh, merda. —Avery sorri e abaixa o olhar para sua salada. Os olhos de Sean estão nos meus. Eu não olho para baixo. Ele é uma cópia de Peter com bordas mais duras. —Você acha que estou te julgando? —Sim. —Eu não estou. — Diz ele, ainda olhando para mim como se estive na idade escolar. —Então por que você a contratou? Peter nos assiste, mas não intervém. Ao contrário, ele se recosta na cadeira e cruza seus dedos, tocando-os levemente e olhando para o irmão. —Porque pensei que era interessante. — Sean corta o seu olhar para o seu irmão. —Ela é sempre tão antagonista? —Só quando você a irrita. — Peter sorri para mim e continua comendo seu jantar. Seus olhos deslizam para cima com diversão depois que ele dá uma mordida. —Foi uma pergunta rude. — Eu digo, ainda olhando para ele. Talvez devesse deixar isso ir.
Sean se endireita na cadeira. —Muito bem. Então vamos jogar limpo, por isso pedimos algo de igual grosseria. —Grosseria? —Isso significa grosseiro... —Eu sei o que significa. Bem, tenho uma pergunta. Porque você continua contratando Avery? Por que não a namora como uma pessoa normal? Sean parece completamente certo quando diz: —Porque não sou uma pessoa normal. Dou-lhe uma cara que diz que acho que a resposta dele é uma porcaria. Avery se inclina para frente e repousa o cotovelo na mesa, enquanto ela olha para ele. —Sean, você disse a ela para lhe perguntar. Diga a ela o que quiser. — Eles são o casal mais estranho que já vi. Ela é tão leve, e ele é tão escuro. Gostaria de saber se há mais neles. Tem de haver algum traço comum em algum lugar. Sean se recosta na cadeira e olha para mim. —Eu não gosto de você. —Eu não me importo. — Puta merda, isso foi contundente. Quem diabos diz coisas como essa? Peter está ficando agitado, mas eu balanço minha cabeça ligeiramente. Eu não preciso dele para me salvar, não com esse cara. Sean faz um som descontente no fundo da sua garganta. —Eu pedi para ela ser minha amante. —Como é lisonjeiro. — Eu olho para Avery e pode contar que a minha reação instintiva é certa, não é lisonjeira em tudo. —Não é? — O tom de Sean parece sincero, mas não pode ser. Eu olho para Avery. —Ele está falando sério? Avery concorda. —Cem por cento. — Sua voz embaraça um pouco, como se a incomodasse que ele não pediu para mais. Eu percebi e me pergunto se ele sabe. Parece não saber, mas novamente, ele parece estar agindo irritado de propósito. —Bem, boa sorte com isso, Sean. — Eu não quero, mas faço quando olho para Peter.
Sean não deixa isso escapar. —Você acha que é impróprio? Realmente, depois de estragar o seu professor e chefe, você realmente acha que tem o direito de me julgar? —Sean. —Adverte Avery e olha para Peter. —Isso é o suficiente. —Disse Peter repreendendo. Sean silencia, mas olho queimando buracos na testa dele. Ele olha para mim. —Você acha que estou atrás do dinheiro de sua família, não é? Você acha que não sou boa o suficiente para ele, que sou uma escavadora de ouro. Não é? — Meu queixo aperta enquanto falo. Eu vejo isso em seus olhos antes que ele tenha a chance de responder, então corto. —Eu não preciso de seu maldito dinheiro. Posso conseguir por conta própria. Sempre consigo, e sempre conseguirei. Você, por outro lado vai morrer infeliz e sozinho. Nos cinco segundos desde que o conheci, pude ver que Avery merece muito mais, mais do que você poderia dar a ela. Você está perseguindo um sonho. Acorde. — Eu grito a última palavras para ele com as palmas das mãos dou tapa na mesa. Os talheres balançam. Olho para Peter. —Sinto muito, Peter. Eu não tenho certeza do por que viemos aqui esta noite. Ele exala lentamente e olha para Sean. Há um aviso em seus olhos. No começo acho que Peter diz para Sean recuar, mas não é isso. Sean revira os olhos, como se muito drama lhe desse azia. Ele bate com a bunda de sua faca em cima da mesa antes de levantá-la e usá-la como um ponteiro, apontando para o irmão. —Porque Peter quer que eu vá com vocês dois.
—Peter quer que você faça o quê? — Juro por Deus, o abutre deve ter comido meu cérebro enquanto estava dormindo na noite passada, porque não há nenhuma maneira no inferno que Sean tivesse dito isso. Peter não me disse o que queria ou porque precisava de Sean, mas não gosto dele, principalmente porque Sean me odeia sem motivo aparente. É bastante difícil enfrentar o que eu tenho que enfrentar. Eu não quero Sean lá para me esmagar também. Peter se inclina e pega a minha mão. —É só por um dia ou dois. Você não precisa nem falar com ele. — Sean não se move, mas a maneira como nos vê, diz tudo. Ele acha que sou uma má notícia para seu irmão mais novo. Seu olhar retorna ao prato. Seus lábios abrem quando corta o bife. Peter vira bruscamente e corta Sean antes que ele possa falar. —Cale a boca e coma o seu jantar. Avery coloca a comida e mastiga devagar. Baseado no olhar em seu rosto ela não sabia do seu plano. —Quanto tempo você vai ficar fora? — É uma pergunta capciosa. Avery não está perguntando datas, apesar de que é parte dela. Ela está perguntando a Sean outra coisa. Eu me pergunto se ele percebe. A voz de Sean suaviza, mas ele não olha para ela. —Apenas uns dias. Ela acena com a cabeça. —E hoje à noite? E amanhã? —A decisão é sua. — Ele responde, soando como se não pudesse se importar menos. Avery coloca delicadamente o garfo para baixo, em seguida, coloca o guardanapo na mesa. Ela se levanta e sorri para Peter e eu. —Foi um prazer conhecê-los. —Ela se vira para Sean e lhe dá um olhar que poderia castrar outro homem. Sua voz é fria e completamente independente. —Faça o que quiser. Ela vai embora, mas eu não sei por quê. Parece que eles estavam tendo uma conversa particular mesmo que fosse na nossa frente. Sean disse a coisa errada. Ele não corre atrás dela, e Avery não abranda ou olha para trás. Ela sabe que Sean não vai correr atrás dela.
Um silêncio constrangedor enche a mesa. Peter está apoiado em um braço, observando seu irmão com um sorriso no rosto. Sean levanta o olhar sombrio e diverte com o aviso de Peter. —O quê? —Você gosta dela, muito. —Não é da sua conta. — Sean engole um pouco daquele líquido âmbar nojento do seu copo. —Claro que não. Apenas afirmando o óbvio. — O olhar de Peter segue Avery. —É interessante, isso é tudo o que uma mulher claramente o trouxe para seus joelhos, mas você é orgulhoso demais para ir atrás dela. Pena que ela está acostumada a mercadorias, hein...? — Antes que eu possa repreender Peter por ter dito uma coisa dessas, Sean segura Peter na vertical e agarra seu pescoço. Sean sussurra algo, mas Peter está rindo sobre as ameaças. Peter rasga as mãos de seu irmão à distância e deixa escapar: —Você está tão fodido. Todo mundo está olhando para nós. Sean senta-se novamente quando Peter continua a sorrir como se fosse engraçado. Eu chuto Peter debaixo da mesa, tentando fazê-lo parar. Sean está enviando vibrações loucas de raiva e eu não quero que ele nos mate no estacionamento. Peter balança a cabeça e empurra o cabelo dos seus olhos. —Então você sabe? Sean trabalha sua mandíbula antes de tomar um gole do seu copo. —Claro que sei. —Será que ele sabe o quê? — Eu interrompo e olho entre eles. Quando Sean não responde, Peter diz em tom de brincadeira: —Ele a ama. —Então por que você a deixou ir embora como uma tempestade? — Sean olha para mim com veneno em seus olhos. Ele não gosta disso, mas não tenho ideia de qual parte ele encontra censurável. Estrague tudo. Avery era boa e esse cara precisava claramente de um pontapé na bunda. —Você precisa de um livro ou algo assim? Avery sabia que você não a seguiria quando se afastou. Queria te dizer que você queria. Ela queria ir com você. Que diabos você está sentado aqui se você a ama? O quanto fodido você é? — Eu não o entendo. Essa confiança fria salpicada pelo rosto de Sean é enlouquecedora, especialmente se ele realmente a ama. Sean se mantém em cheque e enterra cada emoção que pode jogar em seu rosto.
Peter não é nada parecido com Sean. Eles podem se parecer, mas não são. Peter ainda tem uma leveza sobre ele. Ele joga, sorri e brinca. Sean teve toda a luz sugada para fora dele há muito tempo. O homem é uma tempestade esperando para matar alguém. —Por que eu deveria ir atrás dela? — Pergunta ele insensivelmente. A maneira como se senta em sua cadeira e não se preocupa em olhar para mim diz que ele poderia se importar menos com o que eu penso, mas novamente pessoas como Sean não desperdiçam palavras. —O que, você precisa de uma lição ou algo assim? Se você a ama, não pode deixá-la pensar que você não se importa. E por que diabos você está compartilhando-a com outros homens? Mulheres ou outras coisas? Ou seja lá o que ela está fazendo? Por que você não a salvou? O que você está esperando, um convite? O olhar de Peter passa de mim para seu irmão. Quando Sean olha o seu caminho, Peter sorri agradavelmente, como se eu não tivesse dado um tapa verbal em seu irmão. Sean pergunta a Peter: —E a sua opinião é...? —Minha opinião é que o grande Sean Ferro caiu. Você é um idiota, se deixála fugir. Ela parece tolerar você por qualquer motivo e você a deixou ir embora. — Peter levanta a cesta de pão e rasga um pedaço de um rolo, em seguida, coloca na boca. —Ninguém o tolera a menos que sejam do seu sangue ou pagos. —Ela está sendo paga. — Sean diz com uma voz cortada. —É mais do que isso, menino cego. Abra os olhos. — Como ele não pode ver isso? Sean remexe em seu banco e olha para mim. —Você quer que Avery venha com a gente? Eu dou de ombros e olho para Peter. —Não é como se eu o convidasse. Ah, vou no banco dianteiro. Eu vou me sentar ao lado do peru. Sean boceja para mim. Sinto seus olhos no lado do meu rosto. —O quê? — Eu não ofereço esclarecimentos, embora me sinta mal pelo peru. Sean olha para seu irmão. Além de Peter estar se divertido, usando um enorme sorriso, que faz seus olhos brilharem.
—Oh, ela é séria. Ela tem um abutre de estimação que parece ter o nome de 'peru'. Esse não é um nome muito bom, Sidney. Além disso, eu gostaria de adicionar que também vou na frente. Aquele desgraçado vai bicar seus olhos se você cochilar.
Peter e eu estamos no elevador. Saímos e deixamos Sean sentado à mesa sozinho. Esse homem me preocupa. Eu me pergunto se isso é o que está no fundo do penhasco para Peter. Quando Peter primeiro me falou sobre Sean, ele disse que seu irmão estava desarrumado. Eu aperto mais a minha mão na dele e inclino-me para ele. —Você estava daquele jeito? —O que, como Sean? — Afirmo com a em nós. Tenho um pouco de medo do que nosso andar e caminhamos pelo corredor. menos não penso assim. Sean não é o tipo manga.
cabeça. Meu estômago está amarrado ele irá dizer. Saímos do elevador em Peter balança a cabeça. —Não, pelo de cara que usa seu coração em sua
—Isso é um eufemismo. Droga, e pensei que você fosse um caso mental. — Sei que o disse, depois de falar isso sorrio estranho, já que não consigo reunir as palavras e engoli-las de volta. Peter me para antes de chegar ao quarto. Ele me agarra pela cintura e coloca uma mão em cada lado da minha cabeça para que incline minhas costas contra a parede. Eu olho para o meu vestido, me perguntando se realmente estou vestindo algo que foi feito para velhinhas. Saias vassoura são para vovós com inflamações nas veias. Eu não me lembro por que comprei este vestido. Um sorriso ilumina o rosto de Peter. Ele coloca um pedaço de cabelo atrás da minha orelha, dizendo: —Você pensou que eu fosse um caso mental? Eu? Você percebe que está nesta relação, também, certo? —Sim, mas eu e você somos igualmente loucos, Sean é mega-louco. —Olho para Peter. —Ele é um pouco estranho. Porque você quer que ele venha conosco? —Porque ele é um pouco estranho e eu preciso de sua ajuda. Dean não vai mexer com você depois disso. Ninguém vai. —Peter beija minha testa e pega a minha mão. Nós andamos para o quarto em silêncio. Eu não sei o que ele pretende fazer com Dean. Não há nada a ser feito.
—Peter, o que você vai fazer? — Eu não gosto do tom de sua voz, mas ao mesmo tempo adoro isso. Odeio que Dean fez e nada aconteceu com ele. Ele virou minha própria maldita família contra mim. Eu perdi tudo por causa dele. Quando Peter não diz nada, eu agarro seu ombro e aperto. Aqueles olhos azuis vívidos olham para trás para mim. —Você vai machucá-lo? —Eu terei certeza de que ele não a machuque mais. Não se preocupe, Sidney. Vá para casa, converse com a sua mãe, e veja se você pode fazer as pazes com sua família. Isso é o que você vai fazer. Vamos lidar com Sean e Dean. —E Sam? —O que tem ele? —Parece que você está planejando fazer alguma coisa. — Meu olhar se desloca entre os seus olhos, procurando a verdade. —Não machuque Sam. —Sam deveria ter protegido você. —Sam é um idiota, eu sei disso, mas... Peter beija o topo da minha cabeça. —Acalme-se. Eu não vou machucá-lo se ele não a machucar. Se ele estiver lá e não fizer nada de novo, enquanto Dean bate a merda fora de você, então ele terá um problema. —Sam não estava lá. —Então não há nada para se preocupar. Concordo com a cabeça lentamente. Ter alguém olhando para mim é diferente. Eu não sei o que fazer com os sentimentos que estão se levantando dentro de mim. Metade de mim diz que eu deveria ser capaz de cuidar de mim mesmo, mas a outra parte sabe que preciso de ajuda. Eu me transformei em uma menina tímida quando Dean me machucou. Ela ressurge, não importa para quão longe eu vá. Às vezes acho que minha mente vai quebrar, que terei mais dor e sofrimento do que posso tolerar. Peço a Deus que nunca me empurre tão longe. É extremamente óbvio que Sean foi empurrado, passando do seu ponto de ruptura. A ideia de viver em uma mente quebrada, incapaz de consertar, assusta-me. Eu não quero essa vida. Peter abre a porta e entramos no quarto. É pequeno, mas elegante. A cama parece que é feita de carneiro branco macio. Foda-se, cordeirinhos! Eu não posso
esperar para saltar sobre ela e toda a sua bondade nublada. A cabeceira é repleta de almofadas brancas macias. Elas parecem tão suaves e perfeitas. Peter tira o paletó e caminha para se sentar na cama. Sei que esse é o seu padrão até agora. Ele vai se despir e tomar um banho. Borboletas fazem redemoinho no meu estômago como um vórtice. Eu coloco a minha mão no braço dele e o detenho. —Espere um segundo. — Peter olha para mim. —O que é? —Eu... —Sou péssima nisso. Falo mentalmente. Eu te amo. Espere, eu te amo. —Sou horrível, nisso. — Oh meu Deus, meu cérebro não está me ouvindo. Eu olho para baixo, e quando retorno meu olhar para cima novamente, Peter tem uma expressão curiosa em seu rosto, sem dúvida provocada pela minha timidez súbita. —Eu gostei do jeito que você se comportou com Sean. — Concordo com a cabeça. Eu não quero falar sobre Sean. Eu quero falar sobre Peter. Eu quero fazer algo antes que perca a coragem, mas não sei por onde começar. É como se ele pudesse sentir isso. Peter é todo sorriso suave, e palavras amáveis. Ele inclina meu queixo para cima assim encontro seu olhar. —O que você está pensando nessa bela cabeça? —Eu quero tentar algo com você, mas não sei até onde posso ir. — Sinto-me estranha em dizer isso. Há uma rebelião acontecendo em minha mente, e está ficando mais forte a cada dia. Quanto mais tempo passo com Peter, mais quero ficar com ele, mas não é tão simples. Espero que acabe quando eu tentar avançar. A primeira vez que tentei ficar com Peter foi o mais longe que tinha chegado com alguém, e mesmo assim, esperava um grande susto. É como acariciar sua cicatriz. Não há nenhuma maneira de esquecer o que aconteceu comigo. Só espero que um dia eu possa empurrar o passado, que já não dite minha vida. Eu quero isso com Peter, mas não sei o que ele vai fazer para mim. Esse pensamento por si só é suficiente para me fazer congelar, mas eu já joguei as palavras lá fora. Assim termino, perguntando: —Tudo bem? —Você nunca tem que me perguntar isso, certo? Nós vamos parar quando e onde quiser. Eu não vou empurrá-la, então você tem que tomar a iniciativa aqui. — Ele me dá aquele sorriso de menino que amo tanto. Eu desvio o olhar. Tomar a iniciativa? Eu não posso fazer isso. —Eu não sei como.
Peter chega mais perto e, em seguida levanta minhas mãos aos lábios, beijando meus dedos. —Então me diga o que você quer, e vou fazer isso acontecer. Meu coração palpita em seus beijos, em suas palavras. Talvez eu possa fazer isso. Repito as coisas que Avery mencionou no bar, as coisas que poderia fazer que não eram coisas sexuais, que me fazem sentir segura o suficiente para ficar com Peter, se eu quisesse continuar. Seu olhar escurece quando digo as coisas uma por uma. —Eu posso fazer isso. Isso soa perfeito, na verdade. —Não estou apenas brincando com você até o ponto que irá contratar uma prostituta? Ele ri. —Não, nada poderia me fazer deixar você. E estar com você soa perfeito. Eu não sei se percebeu ou não, mas sou um pouco tímido. Estava completamente apavorado naquela primeira noite que estávamos tomando café e não podia esconder isso. As emoções... Parecia que era traição, que estava enganando, embora saiba que não era. Ir devagar está bom para mim, eu prometo. Eu acredito nele. Cada palavra que diz me puxa para mais perto e mais perto. Peter se inclina levemente e passa seus lábios nos meus. —Espere aqui. Que eu já volto. — Concordo com a cabeça. Meu coração está batendo forte e me sinto desesperada, como se precisasse correr. Eu agito os braços e chuto minhas pernas, mas isso não ajuda, assim fico em pé alongando. Chuto a minha perna atrás de mim, a seguro dessa forma. A energia nervosa termina, então faço isso novamente com a outra perna. Viro-me para não chutar a cômoda ou socar o espelho e trabalho meus braços também. Eu tento ser rápida, mas aparentemente demoro muito. Peter me vê. —Você está fazendo o hokey Pokey2? — Ele está encostado na porta do banheiro com os braços cruzados sobre o peito, como se estivesse ali o tempo todo. Como é que eu nunca o pego fazendo algo idiota? Sentindo-me tola, respondo: —Talvez. Ele sorri e atravessa o quarto. A água está correndo no banheiro. Peter liga as lâmpadas de modo que apenas um raio de luz branca do banheiro ilumine o quarto. Em seguida, caminha lentamente em direção a mim, perfeitamente 2
Uma dança infantil
delineado, e para quando estamos frente a frente. Cobrindo meu rosto, Peter me puxa para um beijo. Ele constrói lentamente, tornando-se mais e mais forte. Quando se afasta estamos ambos sem fôlego. Peter olha para o meu vestido preto, então seus olhos deslizam para cima, para os meus. Ele pega minhas mãos e as coloca sobre o peito, ajudando-me a abrir os botões. Excitação atira através de mim em uma explosão. Eu tento não sorrir, mas não posso evitar e os cantos dos meus lábios apontam para cima. Eu removo a gravata e, em seguida, começo o primeiro nos botões. Eu os deslizo pelos pequenos orifícios, um por um e empurro a frente da camisa abrindo-a. Há uma camiseta branca no caminho. Eu olho para baixo em sua calça, o cinto, e engulo em seco. Pego no cós da calça, puxando o cinto e desabotoando-o. Eu não penso sobre a explosão de ansiedade correndo em minhas veias ou o jeito que meu estômago está torcendo como um pretzel. Eu o vi nu antes. Isto não é novo, mas a última vez foi ele que se despiu. As coisas mudam quando sou eu quem está tirando sua roupa. Engolindo a apreensão, eu desabotoo a calça. Puxo a camisa e a atiro no chão. Em seguida, deslizo as mãos por cima da sua pele e levanto a camiseta por cima da cabeça. Peter está respirando com dificuldade, me observando. Minhas mãos deslizam em seu peito, sentindo os músculos firmes abaixo. Eu me inclino lentamente, tentando não pensar sobre o que está próximo ou o quão longe vou, e pressiono os meus lábios contra o peito. Avery me disse para não pensar no futuro, porque isso só vai me assustar. Ela está certa sobre isso. Momentos de confiança passam quando faço o que sinto vontade de fazer. Peter está há uma porcaria em um suspiro de ar quando passa os dedos pelo meu cabelo, enquanto deslizo minhas mãos sobre sua barriga tanquinho. Quando me afasto, não tenho a coragem de olhar para ele, mas posso sentir seus olhos em mim. A ascensão e queda de seu peito são hipnóticas. Meus olhos permanecem bloqueados no lugar, quando inspiro lentamente. O cheiro de Peter enche a minha cabeça. Tornou-se um aroma familiar. Faz-me lembrar dos sorrisos, suor e dança. Eu afunilo minhas mãos logo acima do coração e me inclino para perto. Nada me distrai. Não há pensamentos distantes escondidos no fundo da minha mente. Sinto-me segura. Eu sei que ele não me machucará. Eu sei que posso parar com isso agora e Peter ainda vai me amar. A tensão atravessa o seu corpo, mas não é só desejo. É mais do que isso. Parte de Peter está se segurando porque também está com medo, mas por razões diferentes. Mata-me ouvir a dor em sua voz quando ele fala sobre Gina. Ela mudou-o de um menino irresponsável, na versão sem moral, para o homem em pé na minha frente. Às vezes, a vida pode fazer isso, mudar uma pessoa. Gostaria de saber quais mudanças estou trazendo nele e espero que sejam boas.
Sinto seu peito quente sob minhas mãos. Seus olhos no meu rosto, posso senti-los me acariciando ali, mas não olho para cima. Quando vejo o seu caminho, todo o ar é nocauteado de meus pulmões. O olhar de Peter está profundo e sombrio, com traços de remorso. A última vez que fiz algo assim, ele não foi a lugar nenhum. Eu dormi ao seu lado, e nós, literalmente dormimos. Antes disso, ele me empurrou. Mas agora, não acho que ele vá. Acho que ele quer mais. Lembrando-me de respirar, sugo uma respiração trêmula e coloco uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. —Isso é suposto ser assim? Sua voz é profunda e rica. —Isso depende. Como você se sente? —Nervosa, animada, feliz... Peter sorri e acena. —Quando você encontra a pessoa certa, sim, isso é o que sentimos. — Ele respira fundo, tentando se acalmar antes de pegar minha mão e colocá-la em seu coração. Ele está batendo rápido e forte. —Você sente isso? Nós ainda não fizemos nada e assim é como reajo a você. Eu o observo por um momento, me perguntando se está bem. Vejo linhas de sorriso em seus lábios, e seu cabelo escuro está caído em seus olhos. Levantando a minha mão, toco os fios sedosos e os empurro de volta. Piscinas gêmeas de puro azul estão estudando meu rosto, aprendendo as curvas do meu rosto, e lendo a forma dos meus lábios. Peter estica e solta um suspiro nervoso quando passa as mãos pelo cabelo. Eu reajo sem pensar. Posso dizer que Peter está emocionalmente marcado. Não é algo que posso mudar, mas parece que nós dois precisamos disso. Se conseguirmos superar esta parte, vai ser melhor para ele. Levando as mãos de Peter na minha, eu o puxo para mais perto do banheiro onde a água ainda está aberta. A banheira transbordará em breve. Minhas mãos encontram sua cintura. Eu me inclino para ele e deslizo minhas mãos sobre na parte de baixo de suas costas, enquanto engancho os polegares sobre o cós de sua calça. Eu a deslizo e retiro, em seguida, faço o mesmo com as meias de cada pé. Peter está usando boxer azul que são da mesma cor de seus olhos. Faz-me rir. Eu me pergunto se ele fez isso de propósito. Quando termino, Peter está lá vestindo quase nada e ainda estou completamente vestida. Ele concordou em me deixar fazer isso desta maneira, nós dois pensamos que seria melhor se eu estiver no controle. Alcanço por trás de mim e guio o zíper do vestido entre os dedos. Eu o puxo para baixo lentamente e deixo a roupa abrir na frente. Os olhos de Peter assistem o tecido escorregar, revelando
um sutiã preto por baixo. Eu tiro o vestido pelos quadris e os deixo cair no chão. Curvo-me e deslizo minhas meias. Duvido que seja sugestivo, mas quando me levanto a expressão de Peter diz que foi além de sexy. Seus olhos avidamente me apreciam, mas ele não vem para frente e me toca, ainda não. Estou um passo longe dele quando olho para o meu sutiã. O fecho é na frente. Meu coração está batendo como se estivesse prestes a explodir, mas desprendo e o tecido cai no chão. Peter inala trêmulo e pisca uma vez apertado como se estivesse sonhando. Meus olhos se fixam em sua boxer e a atração óbvia. Eu engulo em seco e caminho em sua direção. Meus mamilos tocam contra o seu peito, e ele suga. É como naquela noite no restaurante, mas mais, oh meu Deus, é muito mais. Eu o seguro apertado antes de me afastar e abaixo o meu olhar para a sua boxer. Descendo de joelhos, fico na frente dele e deslizo os dedos na cintura. Eu removo a roupa e suspiro, não posso evitar. Ele é perfeito e está bem na minha frente. Meus lábios querem beijá-lo ali. Quero que as coisas caminhem lentamente. Eu não quero que nenhum de nós fuja. Depois de tirar, volto a ficar de pé, coloco meus dedos em minha calcinha e deslizo-a pelos quadris. Eu a chuto, jogando-a na pilha de roupas descartadas. Antes que possa pensar em estar nua e louca, pego a mão de Peter e o levo para o banheiro. A banheira está cheia, e as bolhas estão despejando no chão. O quarto tem o leve aroma de baunilha e lavanda. A banheira é como uma pequena piscina de tão grande. Nós dois podemos flutuar de costas lá dentro ao mesmo tempo. É situada no canto do grande banheiro. Peter entra primeiro e as partes que me deixam nervosa desaparecem debaixo da linha de água. Dou um passo atrás dele. Avery disse que seria mais fácil do que pular direto para a cama, e que nos dá tanto um lugar onde podemos adiar a estar juntos, se isso precisar esperar. Foi um bom conselho. Meus nervos desaparecem tão logo as águas quentes engolem as minhas peças impertinentes. Quando olho para Peter, tudo o que vejo são os ombros nus e um sorriso perverso. Ele me faz querer beijar aqueles lábios. Em primeiro lugar, estou apenas sentada ao seu lado, mas parece que estamos à espera de um ônibus, então pergunto: —Você vai me abraçar? —É claro. — Ele abre os braços para mim e encosto em seu peito, de costas para ele. Peter envolve seus braços na minha cintura, logo abaixo dos meus seios. O abraço é bom. Eu inclino minha cabeça contra seu ombro. —Eu gosto disso.
—Estou feliz, então fique. —Não é muito rápido? Peter balança a cabeça. —Não, isso é perfeito. Ficamos assim por um tempo e depois as coisas mudam por conta própria. A vontade de virar e encará-lo está disparando em mim e não vai parar. Eu entrego-lhe o sabonete, pensando que será uma boa distração, mas quando suas mãos passam pelo meu pescoço e braços, e pelas minhas costas, eu quero mais. Aquela pequena ideia inocente está me deixando quente o suficiente para ferver a água, e a sensação de que Peter está excitado também. Eu pego o sabonete dele antes de me virar para encará-lo. —Posso? —Realmente não sei o que estou pedindo, mas Peter concorda. Eu coloco minhas mãos em seus ombros e me movo em sua direção. Meus pulsos ficam cada vez mais difíceis quando abro minhas pernas e sinto a água deslocando embaixo de mim. Eu me abaixo lentamente em seu colo, com cuidado para manter a sua dura longitude abaixo de mim. Se Peter inclinar seus quadris, estaremos fazendo muito mais do que abraço. Eu envolvo meus braços ao redor dele e pressiono o meu corpo nu ao seu. Fecho meus olhos e fico lá ouvindo o som de seus batimentos cardíacos. Formigamentos enchem-me, fazendo-me quente em lugares estranhos. O desejo de me esfregar contra ele está me consumindo. Tento deixar isso de lado, mas a vontade não morre. Levanto minha cabeça e pressiono os meus lábios na base do seu pescoço. Eu dou-lhe um pequeno beijo e depois outro. As mãos de Peter permanecem nas minhas costas. Elas não mergulham em lugares muito baixos ou faz movimento que não devem. Eu sinto o aperto quando os beijos continuam. Deslizo minha língua até o pescoço, seguindo o instinto e as ideias saltam na minha cabeça. Seus belos lábios estão separados como se quisesse dizer alguma coisa. Quando ele chega para mim, puxa para baixo os meus lábios nos dele. Meus seios escorregam contra seu peito enquanto tento me aproximar dele. A luxúria está percorrendo-me tão alto que não consigo ignorar. Eu o quero. Eu preciso dele. Os beijos mais quentes crescem quando luto contra os sentimentos que tenho, mas me engole toda. Eu suspiro e levanto-me para fora da água um pouco. Minha voz é um sussurro. —Posso? — Meus dedos emaranham no cabelo escuro de Peter. Está enrolado na nuca, úmido do banho.
Seus olhos estão presos nos meus. Ele engole em seco, mas não diz que sim. Suas mãos ainda estão na minha pele nua, segurando-me. Há um olhar distante em seus olhos como se estivesse em outro lugar, mas eu sei que ele não está. Hesito. Não quero pressioná-lo se ele não estiver pronto. Eu não posso imaginar o que está acontecendo em sua cabeça agora. —Está tudo bem. Podemos esperar. Peter sorri para mim. É o mais quente sorriso e mais impressionante que já vi em seu rosto. Suas mãos encontram minha cintura. —Faça amor comigo, Sidney. Eu sou seu. Serei sempre seu. A pressão na minha cintura aumenta. Eu me inclino para ele, deslizando contra o seu peito quando nossos quadris são alinhados. Sinto Peter debaixo de mim quando escorrego para o lugar perfeito. Peter fecha os olhos e geme meu nome. Suas mãos empurram meus quadris, inclinando-os, o que faz o movimento divino. Eu já não sei o que estou fazendo. Não tenho nenhum plano e não tenho intenção de parar. Faço o que me sinto bem, e isso faz Peter gemer e fechar os olhos. O olhar em seu rosto é perfeito, com felicidade, desejo e amor, tudo derramado juntos. Eu levanto de cima dele de novo e de novo. Cada calor delicioso se constrói dentro de mim. O ritmo dos nossos corpos balançando juntos torna-se mais rápido e mais estável. Ambos subimos mais e mais, perdidos em luxúria. Assim que gozo, Peter encontra o seu gozo. Eu escorrego para baixo contra o peito e ele me mantém firme. Depois de alguns momentos, as coisas começam a se encaixar. Fiz amor com Peter. Fiz sexo sem pânico. Um leve sorriso se espalha em meus lábios e eu o abraço mais apertado.
Na manhã seguinte, tenho um enorme sorriso no rosto, que não consigo esconder. Quando me viro e olho para Peter, ele já está acordado com uma expressão refletida. —Como você está? — Sua cabeça ainda está no travesseiro com a parte inferior do corpo enrolada nos lençóis. —Muito bem. — Estou usando meu pijama porque problemática e não, consigo dormir nua. Eu luto contra a vontade de puxar os cobertores até o queixo. Parte do meu cérebro está gritando como uma menina de doze anos de idade, estou na cama com um cara gostoso! Eu tento parar de sorrir, mas não consigo, então puxo os lençóis para cobrir o meu sorriso bobo. A mão de Peter se projeta para fora e me para. —Eu não penso assim. Quero ver aquele sorriso satisfeito em seus lábios. — Ele olha para mim por um instante e, em seguida tira meu cabelo do rosto. —Deus, você é linda. Isso faz o meu sorriso piorar, e coro mais quando lembro de ontem à noite. Peter gosta disso. Ele me segura em seus braços, sussurrando palavras doces em meu ouvido até que há uma batida na porta. Olho para ele, perguntando quem bateria na porta tão cedo. Está quase amanhecendo. Peter levanta-se, puxa a boxer, e vai em direção à porta. Ele olha pelo olho mágico e suspira. —É Sean. — Eu puxo as cobertas sobre minha cabeça e me escondo. Odeio Sean. Não, odeio Dean, e detesto Sean. Eu acho. Eu poderia ter que fazer uma lista ou algo assim. Peter ri depois de ver me abaixar e abre a porta. Eu posso ouvir suas vozes com o cobertor sobre minha cabeça. —Bom dia, Peter. Houve uma mudança no itinerário de hoje. Precisamos ir ver mamãe, primeiro. Jonathan fez alguma coisa e ela está furiosa. Sabia que não deveria permanecer na cidade. E, tanto quanto eu gostaria de andar com você e Sidney, vou levar minha moto. Vejo você lá na hora do almoço. Não coma sem mim. — Há um barulho, quando Sean dá um tapa no braço de Peter em um abraço viril. Peter diz: —Com medo da ave?
—Onde está a besta? —No canil lá embaixo. Tive que pagar-lhes o dobro para guardá-la. — Explica Peter. Há uma pausa e Sean acrescenta: —E você usou o seu nome antigo. —Talvez. — Isso me faz sorrir. Peter diz que do jeito que eu teria. —Você poderia ter me chamado, você sabe. — diz Sean. —Seu desaparecimento fez a mãe mais neurótica do que o normal. Ela me fez procurá-lo. Sempre vou encontrar você, Peter. Deixei você sozinho, porque pensei que estava fazendo o que precisava para retomar com sua vida, mas tenho que te perguntar isso, quanto que esta menina significa para você? Será que ela vale a pena o risco? A voz de Peter é severa. —Eu já respondi isso na noite passada. Ou você me ajuda ou não, mas não questione meus motivos. Você já conhece minhas intenções. Deixe-as por isso mesmo. — A voz de Peter cai para um sussurro sibilante. Seu tom é cortado e além de irritado. Eu não sei o que falaram sobre a noite passada, mas é dolorosamente claro que Sean não gosta de mim. —Tudo bem. É simplesmente estranho, isso é tudo. Você finalmente obteve a sua cabeça de volta e você fode com o primeiro pedaço de bunda que põe os olhos em você. —Há um estalo alto como se algo tivesse colidido com a porta aberta. Eu jogo os cobertores para trás e sento-me para ver o que aconteceu. Peter tem Sean pressionado contra a parede e os dois caras parecem que vão matar, um ao outro. Peter assobia ameaças quando vou para outro lado do quarto. Sean responde igualmente irritado, mas nada disso faz sentido para mim. Eu puxo Peter e digo o nome dele muitas vezes para contar. —Deixe-o ir, Peter. Pare com isso. Peter recua e flexiona as mãos várias vezes. Ele faz um círculo rápido com as mãos, sem tirar os olhos de Sean. Sean tem um olhar de satisfação no rosto. — Você não está pensando direito, Peter. Eu estou lívida. Sean não pode vir aqui e fazer uma merda como esta. Peter esteve bem, mas quando Sean é adicionado à mistura, Peter fica furioso. Eu vou até Sean. —Se ele não está pensando direito, a culpa é sua. Você é um bastardo insensível. Peter já passou o suficiente. Ajude-o ou deixe-o em paz. Pare de
antagoniza-lo sem um maldito motivo! — Eu não estou gritando. A voz que sai da minha boca é baixa como o tom que minha mãe usava em mim e Sam quando fazíamos algo horrível. Sean me observa mais, seus olhos notam minha roupa velha e meu cabelo antes de olhar para a cama bagunçada. —Há uma razão, senhorita. — Ele revira os olhos como se tivesse esquecido o meu nome e isso não importasse. —Você vê, existem pessoas que são tóxicas, as pessoas que envenenam outras. Eu não deixarei você fazer isso com ele. Peter já teve o suficiente, mais do que você poderia... Algo dentro do meu cérebro se encaixa. Estou perto o suficiente para fazer isso, então faço. Enfio as palmas das mãos no peito e grito para Sean em seu rosto antes que possa terminar a frase. —Você acha que eu não tenho! Você acha que isto é uma porra de jogo? Bem, não é! E sim, eu sei que as pessoas são tóxicas, porque estou falando com uma agora! — Eu o empurro novamente, mas o desgraçado não se move. —Eu não suporto você. —O sentimento é mútuo. —Por quê? Quer dizer, eu tenho razões de sobra para odiar a sua raça, mas você não tem nada contra mim. —Você quer mais do que Peter pode dar. Você o trouxe aqui para me pedir para... —Sean, pare de falar! — Peter grita, então não posso ouvir seu irmão. — Pare! Ela não pediu para vir aqui. Ela nem sabia quem eu era até o dia em que foi embora. Ela não quer ser um Ferro. Tenho sorte que ela não me deixou quando descobriu, pare de cortar a merda! Naquele momento, a porta do elevador se abre no final do corredor e um homem da segurança está caminhando em nossa direção rapidamente. O olhar de Sean corta rapidamente para mim. —Você não sabia quem ele era? Eu o encaro e cruzo os braços sobre o peito. —Foda-se. Ele sorri. —Tudo há seu tempo, querida. —Eu juro por Deus, Sean... — Peter avisa assim que o segurança chega. —Tem algum problema aqui? — O homem é mais velho e parece realmente irritado. —Porque posso fazer todos os tipos de problemas se vocês não têm, vocês
entendem o que estou dizendo? — Peter e Sean ficam parados. O guarda olha para mim. —Está tudo bem, senhorita? —Não, este idiota está nos incomodando. —Aponto para Sean. Seus olhos se arregalam antes de estreitar indicando que me odeia. Eu não me importo. —Você pode tirá-lo daqui? O segurança diz: —Vamos lá, — para Sean e tenta levá-lo para longe. Sean olha para mim, mas há um sorriso em seus lábios, como se me respeitasse, por algum motivo louco. —Se você fizer algo com ele, vou quebrar seu maldito pescoço. —Sr. Ferro, por favor, não ameace os outros hóspedes. — O segurança diz, puxando Sean em direção à porta. Eu falo sobre o segurança e grito com as costas de Sean. —Vá em frente e tente! — No momento em que Sean está no fim do corredor, estou fervendo. Minhas mãos estão apertadas em punhos ao meu lado e minha mandíbula está bloqueada. Eu bato a porta e me viro. Peter está atrás de mim, encostado na parede com os braços cruzados sobre o peito. Ele me olha com cuidado. —Você está tentando me proteger de Sean? — Como se fosse tentar protegêlo de sua própria família confusa? Peter está me dando um olhar que diz que ele pensa assim. —Verdade? — Eu pergunto, e ele concorda. —Eu não sei o que diabos estou fazendo. Ele me deixa tão brava e não ouve absolutamente nada que digo. É como se ele achasse que é muito melhor do que eu porque é um maldito Ferro. Peter me dá um sorriso torto e se empurra da parede. —Ele acha que é melhor do que todo mundo, porque ele é Sean. Ninguém na minha família é assim, só ele. —Ninguém mais ficará preocupado que estou atrás do seu dinheiro? Ele balança a cabeça. —Não, as garimpeiras estão atrás de Jonathan agora. Sean e eu somos segundos. Bem, eu sou assim mesmo. Sean fez sua própria fortuna fazendo Deus sabe o quê. Ele é inteligente, cruel e ambicioso, então é claro que fez a sua própria fortuna. Eu sou o irmão do meio... O cara com um coração partido que não é nada além de quebrado. —Tudo, menos sem dinheiro? Achei que você tinha um capital?
—Eu tenho. Os ricos falam que Peter Ferro é um idiota que se afastou de um império multibilionário. Meu fundo de garantia é uma ninharia em comparação, mas é o suficiente para mim e para você. Eu posso comprar-lhe uma mansão... —Eu não quero uma mansão. Eu só quero que você seja feliz, Peter. — O meu cérebro está começando a funcionar novamente e me lembro de algo que disse Sean. —Por que Sean pensa que eu quero alguma coisa? —Sean sempre acha que todo mundo quer alguma coisa. Basta ficar feliz que ele não irá com a gente. Vamos. Vamos sair daqui. Vou pegar o café da manhã e dirigir para a casa da minha mãe e ver o que Jon fez. Não é muito longe daqui. Podemos chegar à casa dos seus pais, para o jantar. — Ele faz uma pausa e balança a cabeça. —Talvez devêssemos abandonar Sean e seguir para sua casa agora. Peter está se esforçando para cuidar de mim, e o adoro por isso. Por alguma razão as coisas com Sean parecem que é tudo ou nada. Peter quer a ajuda de seu irmão, quando eu voltar para casa, quero Dean longe de mim. Tem que haver uma razão para que Sean estar tomando um desvio para a casa de sua mãe, mas não tenho ideia do que seja. De qualquer maneira, Peter precisa de Sean. —Não, está tudo bem e nós teríamos que parar e almoçar de qualquer maneira. Se você quiser ver Jon, podemos ir. Honestamente, não estou ansiosa para o que está me esperando em casa. Adicionando algumas horas extras a viagem pode me ajudar a lidar com isso um pouco melhor. Peter pressiona a testa na minha. —Eu a ajudarei com tudo o que estiver pela frente.
A propriedade é de tirar o fôlego, com jardins bem cuidados que se espalham em todas as direções. Uma velha mansão de pedra fica no centro da propriedade e se estende em um quarteirão. A casa está localizada entre as árvores, e temos que fazer um longo caminho sinuoso para chegar às portas da frente. Acho que é por isso que a casa não pode ser vista da estrada. Eu teria passado por isso, se Peter não me dissesse para onde virar. Estou familiarizada com esta parte de Long Island, mas não tinha ideia de que havia casas como esta aqui. Eu pensei que a maioria das mansões era moderna e na costa sul. Aparentemente, há pessoas ricas que preferem o outro lado da ilha, com as rochas e morros. O peru percebe que paramos e estica o pescoço para olhar para fora da janela. —O que vamos fazer com ele? — Eu aponto meu polegar para o abutre no banco de trás, quando desligo o carro. Peter parece nervoso, mas ele cobre a apreensão rapidamente e caminha para abrir minha porta. Estamos em uma estrada circular na frente de enormes portas de madeira que formam um arco no topo. Parece um castelo. Ok, admito isso. Eu não tinha ideia que esta era a vida de Peter. Ele parece normal, e as pessoas que vivem aqui não podem ser. Tudo sobre o exterior da casa é maior que a vida. Isso me faz pensar nos habitantes como realeza, não empresários experientes. Eu olho para Peter. Não tenho nenhuma ideia de como sua família fez dinheiro ou de onde veio. Há algumas pessoas que nasceram com gerações de riqueza. Essa deve ser a situação de Peter, porque não me lembro de ouvir nada específico. Ele tem um monte de dinheiro e está no meu carro sem luxo com uma ave de rapina no banco traseiro. Nervos atravessam meu corpo tão rápido que mal consigo me conter. É o efeito Chihuahua. Esses pequenos cães tensos estão sempre tremendo. Peter oferece sua mão e me puxa para fora do carro. Ele deixa a porta aberta, e o peru pula para fora do banco de trás, devagar. Peter sorri para o pássaro. —Divirta-se. —Diz ele ao animal. Um homem aparece do nada e entra no meu carro. Peter deixou as chaves na ignição.
—Ei, o que você está... — Minha voz é muito alta e em pânico. O cara bate a porta e começa a se afastar. Eu tento me afastar de Peter, mas ele me segura. —Sidney, ele trabalha aqui. Ele está guardando o seu carro na garagem. Você não está no bairro. Acalme-se. — Peter tem aquele sorriso em seu rosto, como se percebesse que eu tinha toda a intenção de correr atrás do meu carro. Concordo com a cabeça e esfrego as mãos sobre os braços. —Desculpe, não tinha ideia. Não tinha ideia de nada disso. O que sua mãe vai dizer sobre você e eu? Deveríamos estar aqui? Peter se inclina e beija a ponta do meu nariz. —Ela vai pensar que você é incrível, porque você é. Agora o que você pensará deles, é que me preocupa. — Antes de Peter poder elaborar, uma voz masculina grita para ele. —Peter! É você? Puta merda! — O homem está se movendo em nossa direção do gramado lateral. Sua caminhada se transforma em um sprint e, em seguida, uma corrida completa. Quando ele se aproxima, dou uma olhada. Cabelos escuros, olhos azuis brilhantes, é a mesma construção de Peter e Sean. Ao contrário de Sean ou Peter, esse cara é todo potência de sorrisos cheios com nada retido. Este homem parece que poderia facilmente correr pela praia e nunca suar. Cada pedacinho dele é torneado. Espero que pare quando estiver perto de nós, mas ele não faz. Peter o recebe com um sorriso e puxa-o para um abraço de homem. Há um monte de tapa nas costas e uma série de perguntas. —Onde você estava? Está tudo bem O que você está fazendo aqui? — O cara dá um passo para atrás e examina Peter. Alegria pinta em seu rosto, e ele não pode parar de ser radiante. Peter tem a metade do sorriso que usa quando está animado e nervoso. — Caramba, é bom vê-lo novamente! — Eu também, Jonathan. Você cresceu. Quero dizer, olhe para você. Jonathan sorri, revelando uma covinha que corresponde a de Peter perfeitamente. Seu cabelo castanho sedoso é um pouco mais longo do que Peter e enrola a menor quantidade nas extremidades, dando-lhe sensualidade que os supermodelos matariam para ter. A única coisa que é o mais impressionante sobre ele não é o cabelo incrível, as feições, ou seu olhar azul radiante, é aquele sorriso. É quase zombeteiro e me faz querer falar mais com ele para descobrir o que causou aquele sorriso sexy aparecer em seu belo rosto. Depois de um momento, Jonathan olha para mim. Ele esfrega os olhos e realmente me vê pela primeira vez. Ele olha entre Peter e eu, e rapidamente coloca
as coisas em conjunto. —Onde estão as minhas maneiras? Jonathan Ferro. Eu sou o irmão mais novo desse cara. — Ele estende a mão, então faço o mesmo, antecipando um aperto firme, mas Jonathan pega a palma da mão e levanta-a aos lábios, e a beija. Quando sugo uma respiração, meu corpo fica rígido. Enquanto fico lá em estado de choque, pensando que as pessoas ricas são estranhas, Peter ri e empurra seu irmão para longe. —Pare com isso, Jon! Você vai assustá-la. Jon sorri para mim, olhando-me com os cílios baixos e corando ligeiramente. —Eu só estou brincando com você. Então, Peter, quem é essa linda mulher? — Ele enfia as mãos sob os braços depois de dobrá-las contra seu peito. Eu olho entre os dois. Eles são muito parecidos, mas os olhos são diferentes. Apesar de serem da mesma cor, Jon não tem que olhar assombrado que Peter e Sean carregam. Peter me puxa na frente dele e envolve seus braços na minha cintura, deixando extremamente claro que não somos amigos, somos mais do que isso. — Esta é Sidney Colleli. Nós estamos indo para ver sua família em Jersey. Jon pisca e o sorriso cai do rosto. —Vocês estão se casando ou algo assim? Porque mamãe não vai dar sua bênção depois... Peter corta seu irmão mais novo. —Não, nós não estamos noivos ou qualquer coisa assim. — Peter soa melancólico, em vez de horrorizado, o que é um bom sinal. Ele ganhou alguns pontos não pirando. —Na verdade, a mãe de Sidney está morrendo. Vamos nos encontrar com Sean aqui para o almoço. —Oh, me desculpe, Sidney. Isso é difícil. — Jonathan toma uma respiração longa, lenta e olha para Peter. —Você quer o seu título de volta? Peter ri como se isso fosse a coisa mais engraçada que já ouviu. —Claro que não. Você pode mantê-lo. —Será que mamãe sabe que você estava vindo? Peter balança a cabeça. —Não, não tinha certeza se precisava avisar, então não disse nada. Jon dá o seu irmão um sorriso encantador. —Bem, você não poderia ter escolhido um dia melhor para o almoço. Papai tem o troféu quarenta e sete aqui, e se Sean está chegando...Fogos de artifício, mano. Será incrível! Vamos.
Eu olho para Peter, perguntando o que Jon disse, mas o cara já decolou. — Será que ele corre em todos os lugares? Peter movimenta a cabeça. —Quase. Esse é meu irmão mais novo, o idiota...é assim que meu pai o chama. —Bom. —Na verdade, é tudo menos agradável. —Sim. Jon ganhou a reputação de ser, ah, como devemos dizer isso, impulsivo. Se vê algo que ele queira, consegue. Não há premeditação nenhuma, ou pelo menos não as que temos visto. Ele ainda age como uma criança, vivendo a vida rápida e forte. Ele quer toda mulher bonita que cruza seu caminho. Se eu não estivesse aqui, ele teria batido em você com uma deslumbrante variedade de lisonja. Ele é bom com isso, é por isso que continua entrando em apuros. Esperava que Jon fosse sossegar um pouco quando fui embora e assumisse algumas responsabilidades, mas aparentemente não. Sean quer bater algum sentido nele. Jon deve ter feito algo mais louco do que o normal neste momento. Eu ainda estou presa no fato de que as características dos irmãos Ferro são tão surpreendentemente similares. É como se os três tivessem saído do mesmo molde. —Quantos anos têm Jon? Vocês parecem trigêmeos. É uma coisa estranha. Peter me dá um sorriso tímido. —Sim, temos muito isso. Sean é um pouco mais velho, cerca de um ano, e Jon é cerca de quatro anos mais jovem. Ele começou a faculdade, quando fui embora, de modo que faz dele um júnior no próximo outono, supondo que ele tenha ido para as aulas. Eu sorrio e olho para ele, enquanto caminhamos em direção a porta maciça da frente. Peter entrelaça os dedos com os meus. Eu continuo falando, embora os nervos estejam enchendo meu estômago. —Eu aposto que você sempre ia para as aulas, não é? —Eu sou o certinho da família. Sean é a ovelha negra ou sacrificou a ovelha negra quando vendeu sua alma e Jon é Jon. Isso praticamente resume tudo. —Você é o irmão mais normal. Meu Deus, quem teria pensado nisso? Peter ri e aperta minha mão. —É tudo em comparação, querida. Comparado com Sean, sou são e civilizado. Comparado com Jon sou responsável e equilibrado. Comparado a você, bem, nada se compara a você, então vamos apenas dizer que tenho sorte e deixar isso de lado. — Ele se inclina e me dá um beijo na bochecha.
Estou sentada em uma longa mesa coberta com tecido de cor clara. Há um enorme buquê no centro com todos os tons de rosa que você possa imaginar. A haste longa de cristal mantém o arranjo da mesa para que não bloqueie a nossa linha de visão. Rosas coloridas são os pontos focais com pequenos cristais pingando sobre os lados, ou talvez aquilo sejam diamantes. Os talheres são uma sombra correspondente de ouro pálido. Eu aperto a faca com o dedo, me perguntando se é pesado. Peter está sentado à minha frente, e estou ao lado de minha pessoa favorita de novo, Sean Ferro. Quando levanta o guardanapo, Sean fala baixinho para que ninguém além de mim possa ouvir suas palavras. —Avaliando se irá ou não caber em sua bolsa? —Foda-se. —Se um desses talheres faltarem. Vou mandar os guardas revistá-la na saída. É um idiota. É como se ele estivesse tentando começar uma briga comigo de propósito. Eu redireciono minha farpa com um comentário que deve calar. —Eu vejo que estraguei tudo com Avery. Boa jogada, Ferro. — Não vou chamá-lo pelo seu primeiro nome. É muito íntimo, como se eu realmente gostasse dele ou algo assim. Sorrio para Peter, que está olhando para Sean. Sean parece perfeitamente civilizado, mas todo mundo sabe que é uma fachada. A voz de Sean é leve. —Ela tinha que trabalhar. Eu pisco para ele, chocada. Trabalho significa mais clientes, o que significa que ela está com outro cara agora. Avery não queria outro cara, ela queria Sean. Eu não deveria dizer isso, mas não posso evitar. —O que você fez? — Eu mal conheço Avery, mas me sinto tão mal por ela. Sean não se incomoda em me responder, não que pensei que ele faria. —Ela merece algo melhor.
—Concordo. —A única palavra de Sean é como um soco, e não tenho nenhuma réplica afiada. Ele não olha mais para mim pelo resto da refeição. O homem é um enigma com uma pitada de psicopatia. Os Ferros têm uma tradição de exigir que todas as crianças sentem-se primeiros, antes de seus pais. Peter me disse que era para promover a unidade da família ou algo parecido. Estou surpresa por Sean estar aqui conosco. Ele tem sido como um filho da puta que não posso imaginá-lo se curvando aos desejos de alguém. Jonathan se inclina para frente com ambos os cotovelos sobre a mesa e parece completamente entediado. Talvez esse garoto seja como um cão tenso e prefere ser atropelamento a permanecer sentado. Eu me pergunto qual a sua história, o que o cara fez para chatear toda a sua família, porque Jon parece absolutamente calmo considerando que sua mãe vai estrangulá-lo a qualquer momento. Então, novamente, desanimado, coisa emocionalmente desconectado parece ser um traço de Ferro. Todos os três têm em certa medida, até mesmo Peter. Quanto a Jon e Sean, é onde as semelhanças param, bem exceto para o selo desgosto estampado em suas testas. Eu me pergunto se Sean foi dado uma calorosa saudação como Peter. Se for assim, não vejo isso. Alguns momentos depois estamos sentados, o patriarca entra na sala. O Sr. Ferro tem uma ótima aparência, no seu auge, com o cabelo prateado e um largo sorriso no rosto. Atlético não é a palavra certa para descrevê-lo, mas não está acima do peso também. Para tornar as coisas mais interessantes, há uma mulher em seu braço que está perto de minha idade. Ela está usando um vestido de cor prata, justo, que mergulha absurdamente baixo, mostrando um amplo decote. Ela sorri para os meninos e acena com as pontas dos dedos, exceto para mim. Jonathan devolve seu pequeno aceno e pisca, mas os outros caras a ignoram como se fosse embora em uma semana. Eu vejo Jon endireitar quando seu pai entra na sala. No início acho que é por respeito, mas os olhos de Jon acendem quando vê a amante caminhando e me faz pensar se o mais jovem Ferro é louco o suficiente para roubar a namorada de seu pai. Droga, e eu pensei que a minha família fosse confusa. Onde está a Sra. Ferro, e por que ela atura essa porcaria? Eu gostaria de fazer essa pergunta. Em vez disso, sento-me ainda com um sorriso educado no rosto e me pergunto por que Peter voltou para cá. Quando o Sr. Ferro se senta, observa Sean, ele está surpreso, mas quando olha para Peter, está atordoado. Seus traços chocados transformam instantaneamente em um enorme sorriso. O Sr. Ferro caminha a poucos passos da peituda Barbie e circula a mesa. Assim que Peter se levanta, o Sr. Ferro lhe dá um abraço de urso semelhante ao que Jon deu mais cedo. —Pete! É tão bom te ver!
Seu pai dispara mais perguntas do que Jon. Peter realmente não responde a nenhuma delas. Ao contrário, ele apenas sorri e acena com a cabeça. Quando os olhos de seu pai se viram para mim, Peter tem como sua sugestão para a apresentação. —Pai, essa é Sidney Colleli. — Peter varre sua mão em minha direção. Sean ignora completamente a apresentação e continua tocando a tela do seu telefone. Ele pegou assim que se sentou. Eu olho para Jon rapidamente e obtenho um aceno de cabeça para flertar, completamente com um sorriso encantador. O Sr. Ferro tem um olhar impressionado em seu rosto. —Então você é a mulher que trouxe meu filho de volta para a terra dos vivos? — Ele diz como se eu tivesse feito algo miraculoso, como se Peter estivesse há sete palmos abaixo da terra. Todo mundo está olhando para mim, Sean também. Peter foi realmente longe? Não parecia quando o conheci. Eu sabia que estava sofrendo, mas o choque no rosto de todos ao verem Peter aqui e feliz não é perdido por mim. —Ele é um bom homem. Sean parece entediado, como se minhas palavras fossem fazê-lo cair em coma. —Claro, ele é um Ferro. —E você! — O Sr. Ferro Sean dá um olhar severo. —Você perdeu o aniversário de sua mãe e todas as grandes férias no meio. —Minhas desculpas, — disse Sean respondendo, parecendo completamente apático. —Eu tenho trabalhado. — Sean está vestindo um suéter preto que parece ser feito de seda e uma calça jeans escura. Há botas nos pés, e seu cabelo é mais confuso do que o habitual. É um grande contraste entre o terno que ele usava na noite passada. Seu pai está obviamente irritado com Sean. Ele está prestes a dizer algo quando outra voz o corta. —Bem, bem. Meus dois filhos pródigos voltaram. — Uma mulher mais velha, com cabelo dourado, aparece. Ele é curto e afilado em sua cabeça em um estilo elegante. As profundezas frias de seus olhos a fazem parecer sem alma. Não há luz no rosto. Talvez tenha adotado Jonathan, pois ele ainda está sorrindo para a amante como se planejasse dar em cima dela depois do almoço. Sra. Ferro vai até Peter lentamente, avaliando-o. Um terno de azul faz com que ela pareça real e totalmente adequada.
A voz do Sr. Ferro é civilizada, mas há muita tensão, como décadas de palavras não ditas e preocupações. —Constance. Sra. Ferro inclina a cabeça, mas isso é tudo. Ela caminha passando por Peter sem um segundo olhar e pega o assento na cabeceira da mesa. O Sr. Ferro fica imprensado entre sua esposa e seus doces braços. Cada um deles atua como se isso fosse totalmente normal. Minha mãe teria esfaqueado meu pai com o garfo de salada, se ele a traísse, não importando em ostentar alguma bomba se a levasse para almoçar em nossa casa. Mas que diabos? Eu olho para Sean, mas mesmo ele não comenta. Oh meu Deus, se isso é normal, não é à toa que estão tão confusos. A tensão é tão espessa que está me sufocando. A Sra. Ferro olha para mim depois de colocar o guardanapo no colo. —Quem é você? Eu olho para Peter. Sua mãe é uma mulher assustadora. A pergunta soa mais como um convite para sair. —Eu sou a namorada de Peter. —Posso dizer isso, certo? Parece estúpido, mas suponho que seja verdade. Peter me apresenta e está estranhamente quieto. A mãe olha abaixo de seu nariz do outro lado da mesa. —Eu suponho que você está aqui para pleitear comigo, então. Eu olho para Peter e, em seguida, Sean. Jon está sorrindo como se tudo fosse muito excitante. Eu balanço minha cabeça e a corrijo. —Não, não estou. Na verdade, nós estamos de passagem indo ver minha mãe. —Ah, então você está visitando as mães de outras pessoas, não apenas a sua própria? — Suas palavras saem afiadas. Peter não olha para ela. Deus, não me admira porque Sean e Peter correram rápidos e para longe. A mulher é horrível. Ela é um buraco negro emocional e alguém sentado ao seu lado vai ser sugado. Eu olho para o Sr. Ferro, querendo saber se é por isso que ele está amarrado a essa gostosa. Eu não posso deixá-lo sozinho. Eu sei que é a mãe de Peter e ela tem todo o direito de ficar chateada por que seu filho saiu correndo, mas não é assim. — Minha mãe está morrendo, Sra. Ferro. Peter não me deixou viajar sozinha. A Sra. Ferro está de pé. Sem uma explicação, ela sai da mesa e não olha para trás. Peter me diz que ele estará de volta e segue atrás dela. Sean sorri. —Bravo. Você a irritou em menos de cinco minutos. Eu não acho que a fiz sair de uma sala tão rápido. E pensar que perdi todo esse tempo,
chegando com comentários sarcásticos Aparentemente, só precisava de você.
de
número
quarenta
e
sete.
—Ela faz soar como se estivéssemos fazendo um passeio para Atlantic City. Há outras coisas acontecendo. — Minha garganta está apertada. Eu não estou me explicando para ele. —Desculpe-me. — Me levanto e caminho para longe da mesa. Dirijo-me por um corredor e continuo caminhando e não tenho ideia para onde estou indo. Correndo atrás de mim, Jonathan aparece respirando um pouco demais. — Você salvou a minha bunda lá atrás. Ela está querendo mastigar-me desde que cheguei em casa. Ei, você está bem? Eu aceno, mesmo que não esteja. Esta noite estarei em casa discutindo com minha própria mãe. —Eu estou bem. —Vamos. Peter é dessa maneira. — Jon explica como se o almoço provavelmente parecesse muito estranho, já que seu pai trouxe sua amante. —Ele faz isso para irritar mamãe, mas a mulher nunca reage. Parece que ela está morta por dentro. O pai por outro lado, precisa de um brinquedo. Não estou inventando desculpas para ele. Quer dizer, se um homem se casa, ele deve lidar com isso. É por isso que nunca vou dizer qualquer voto assim. — Ele fisicamente estremece como se o casamento fosse um destino pior que a morte. —Fica interessante perto dos feriados. Tento ficar longe deste lugar, mas tenho certeza que você ouviu desde as minhas ações, estou precedendo o filho irresponsável. — Ele olha para mim e sorri. —Na verdade, não sou irresponsável em tudo, mas nenhum deles pode dizer, porque todos estão mortos por dentro. Eu sei que você conheceu Sean... Um caso em questão. Esse cara é um vampiro, sugando as almas da Califórnia para New York Island. — Ele sorri e canta as últimas palavras. —Eu acho que os vampiros sugam sangue. —A mesma diferença. Ele é insensível e frio, mais a canção faz com que isso soe como um vampiro hippie, o que é divertido. Há alguma justaposição acontecendo lá. — Ele está tentando me fazer sorrir, mas minhas entranhas já torcem em nós. Eu ofereço um sorriso nervoso, voltamos por outro corredor. —Então, seus pais não estão divorciados? —A palavra D, não. A mãe não quer. Ela só tolera qualquer merda que meu pai faz e não diz nada. Papai tem mais dinheiro se ele ficar com a mamãe.
Enquanto a dona não se importa, as coisas são tranquilas. Com Sean e Peter fora, não há muito que fazer por aqui. —Pare de derramar os problemas de família a um estranho, Jon. — Sean está caminhando rapidamente em direção para nós. —Sean, pare de ser um idiota. Você já viu a maneira como Peter olha para ela... —Eu vi. Vá terminar o almoço. — Sean olha fixamente para seu irmão, até que Jon sacode a cabeça e se afasta. Eu vejo Jon andar pelo corredor. Seu andar é tão semelhante ao de Peter, mas diferente também. Sean fala depois que ele sai caminhando. —Eu ouvi o que você fez, falarei com você mais tarde. Jon se vira com um enorme sorriso no rosto. —Não estou aberto a discussão, mano. É um negócio feito. — Jon ri e corre antes que Sean possa dizer alguma coisa. Seu olhar de aço corta para mim. —Eu tenho o que Peter precisa. Não há nenhum ponto em prolongar. Vamos indo. Eu me pergunto o que eles precisavam, mas não pergunto. Eu apenas aceno com a cabeça e caminho com ele para frente do edifício. Quando saímos, o peru está esperando por mim, localizado na parte inferior da grade. Meu carro está estacionado e no centro da calçada. —Você está me expulsando? Sean ri levemente. —Não, estou fazendo isso mais fácil para você sair. Há uma grande diferença. —Não, não há, e você é um idiota. —É uma questão de perspectiva. Vá. Peter e eu iremos em breve. Ele quer me deixar ir sem Peter? Sean abre a porta do lado do motorista. O peru pula para o banco traseiro e se instala em sua posição regular. —Sim, não vou sair sem ele. Sean parece agitado. —Talvez eu possa persuadi-la?
—Que diabos isso significa? —Isso significa que posso lhe dar qualquer coisa que faria você possivelmente querer ir embora agora e nunca mais voltar. Diga seu preço. — Sua voz está totalmente firme. Ele enfia a mão no bolso e tira um talão de cheques. Eu não digo nada. Sean rabisca algo e rasga o cheque, entregando-o para mim. Desdobro o cheque e pisco duas vezes no número. Puta merda, isso é um monte de dinheiro. Eu poderia comprar uma ilha com este cheque e cada pequena coisa que pudesse desejar. Tudo o que tenho a fazer é entrar no carro e ir embora. É o que Sean quer. Verifico novamente o valor e sorrio para ele. Eu escorrego no banco da frente do meu carro, e tenho certeza que Sean pensa que vou embora quando ligar o carro. —Boa menina. — Diz Sean, como se estivesse satisfeito comigo. Deus, ele é um canalha e arrogante. Ele dá um passo até o carro para fechar a porta, mas meu pé ainda está pendurado para fora. O isqueiro finalmente aparece. Eu o pego e saio do carro. —Aqui está o que acho da sua oferta. —Toco o isqueiro para o canto do cheque. Eu esperava que fosse pegar fogo e queimar, mal faz fumaça no papel. Eu pressiono o isqueiro para o papel e outra vez, mas não explodiu em chamas. Ela só faz pequenos círculos em todo o cheque. —Muito bonito. Vá em frente e decore o outro lado também, então eles combinam. O banco não vai se importar. A maldita coisa não pega foto. Eu faço um som irritado no fundo da minha garganta e jogo o isqueiro no chão. Rasgando o cheque em um milhão de pedaços assobio coisas horríveis para ele e depois jogo os pedaços de papel em seu rosto. —Você não me possui. Posso fazer o que quiser e eu quero Peter, então lide com isso. Sean espana um pedaço de papel fora de seu suéter, mas não reage. —Eu já transferi o dinheiro para sua conta. O cheque foi uma peça de mostruário. Entre no seu carro e vá embora. Eu fico olhando para ele em choque. Ele não pode fazer isso! Ele pode? —O que há de errado com você? Você não quer que Peter seja feliz? —Sim, eu sei, e muito. Baseado em tudo o que ele me disse, você tem sua própria merda para lidar, e não quero que ele seja parte dela. A melhor coisa que
você pode fazer para o meu irmão é ao entrar em seu carro, sair, e nunca olhar para trás. —Não importa qual seu último nome seja, Peter sempre será um Ferro. Ele sempre terá mais merda do que pode suportar, e realmente não pode carregar mais. Estou dizendo coisas que você já conhece. Se o dinheiro não apelar para você, então talvez você não deva pensar em si mesma em tudo. —O que é melhor para Peter? Arrastando-o como você está, fazendo-o regredir. Ele não deveria estar aqui. Este lugar é tóxico... Toda a nossa família fodida é veneno. Peter sabe disso, mas ele voltou por você, fez tudo por você, e você o levou direto para o inferno. As palavras de Sean são cortadas. Ele as entrega com mais paixão do que eu teria imaginado. Não há nenhuma dúvida na minha cabeça de que Sean está protegendo seu irmão, que sabe melhor do que ninguém que tipo de demônios pessoais se esconde nesta casa, neste lugar. Quero dizer que eu não sabia, que não sou egoísta, mas sou. Eu deslizo para dentro do carro e deixo Sean fechar a porta. A janela está abaixada. Sean inclinase, dizendo: —Você está fazendo a coisa certa. Eu não posso olhar para ele. Segurando o volante com força, eu assobio. — Pegue o dinheiro da minha conta. Se você deixar um único centavo, voltarei para enfiar no seu rabo. Seus lábios se contorcem como se quisesse sorrir. —Muito bem. No momento em que você estiver em casa, os fundos terão desaparecidos. Certo. A palavra ressoa em meus ouvidos. Peter estará ido tão bem. Sem dúvida, Sean vai dizer-lhe algo que irá impedi-lo de me procurar. Eu me afasto lentamente com o coração na boca. Eu não tinha ideia do que Peter passou, e trazê-lo de volta até aqui foi à pior coisa que eu poderia ter feito.
Estaciono na minha casa de infância depois de escurecer. Parece com o jeito que me lembro, um grande gramado e jardins repletos de flores espalhadas. Pensei que teria uma casa como esta um dia. Agora não sei o que terei. Meu telefone tem estado em silêncio desde que deixei a mansão dos Ferro. Eu pensei que Peter me ligaria. Pensei que viesse atrás de mim. Eu não posso suportar a ideia de não vê-lo novamente. Eu me pergunto o que Sean disse a ele e não posso evitar, mas me pergunto onde ele está agora e o que está fazendo. Desligo o motor e abro a porta. Eu e o peru subimos a calçada no centro para a casa. Eu toco a campainha. Eu não moro mais aqui. Esta não é minha casa, e essas pessoas são estranhas para mim. Meu pai abre a porta vestindo seu uniforme noturno jeans normal e uma camiseta velha. Ele tem um saco de batatas fritas na mão. Realmente não olha para cima até que falo. —Ei, papai. O reconhecimento cai em seu rosto, ao mesmo tempo em que olha para cima. Ele olha para mim como se eu fosse um fantasma. —Sidney. — Papai não disse mais nada. Eu posso dizer que há uma batalha acontecendo dentro de sua mente. Ele está feliz em me ver, mas se sente traído por que o deixei. O constrangimento me consome. Eu sei que sair era a coisa certa a fazer, mas ainda me arrependo da dor que lhes causei. —Sam me disse que mamãe está doente. — Ele balança a cabeça e abre a porta para me deixar entrar —Sim, ela está. As coisas têm sido difíceis. Ela está perguntando por você. Concordo com a cabeça e entro. A casa está cheia de gente, familiares, vizinhos e pessoas do passado. A maioria delas me encara. Elas não sabem o que aconteceu, só sabem que fugi e quebrei os corações dos meus pais. Eles não moderam o seu desgosto quando meu pai me leva para dentro. —Meu bebê chegou em casa! Estamos juntos de novo. —Ele aperta meu rosto com tanta força que dói. Eu sorrio para ele e tento não me afastar. Suas
emoções mudam, como se decidisse deixar isso ir. Pai é todo sorrisos andando por aí me mostrando da mesma maneira que costumava fazer. Ele diz às pessoas que já me conhecem que eu sou sua filha, que a sua menina voltou para casa. Ele está tão animado por me ver. Ele não perguntou onde estive ou porque não contei a ele. Lágrimas queimam meus olhos, mas eu as pisco de volta. Ficando assim, o machucaria terrivelmente. Eu posso ver isso em seus rostos, e ouvir isso em sua voz. Papai parece orgulhoso de mim, isso me mata totalmente. Saí por uma boa razão. Saí porque ninguém acreditou em mim. Saí porque gostavam mais de Dean do que de mim. Papai me circunda pela sala, rindo alto, radiante. Eu sou educada e sorrio mesmo que possa dizer que ninguém me quer aqui. Isso é até que vejo Sam encostado na grade que sobe para os quartos. Seus braços estão cruzados sobre o peito. Ele olha atrás de mim à procura de Peter, mas Peter não está comigo. Sam dá passos em nossa direção. —Eu disse que a encontraria e a traria de volta. É bom vê-la, mana. — Sam se inclina e me dá um abraço. Todo mundo acha que ele é maravilhoso, que trouxe sua rebelde irmã para casa. Se eles se alegrarem, não serei capaz de negar isso. Eu olho para trás para o meu pai. —O que está acontecendo com a mamãe? Eu posso vê-la? Papai pega a minha mão e me puxa para a cozinha. Há menos pessoas nesta sala. Minha tia está fazendo algo no fogão. Existem inúmeros pratos cobertos em papel alumínio sobre a mesa da cozinha. Mamãe ama a coleção beije cozinheiro ainda em exibição nesta sala. Onde quer que me vire, há um prato, boneca ou um avental que diz: BEIJE O COZINHEIRO. Meu pai caminha para o outro lado da sala de jantar e puxa uma cadeira para mim. —Você já comeu? Beth, faz o prato para ela. Aceno para tia Beth e digo não, mas ambos me ignoram. Um momento depois, a tia Beth estabelece um prato de papel sobre a mesa com a comida na minha frente. —Coma. Você está muito magra. — Ela me dá um olhar de desaprovação e volta-se para o fogão. —Pai, o que há de errado com a mamãe? —Ela tem o câncer, menina. Ele esgueirou-se sobre nós. Um dia ela estava bem, e no outro não. Fizemos quimioterapia por um tempo, mas já tinha tomado
seu corpo. Ela já viveu mais do que eles esperavam. — Ele diz as palavras estoicamente como se as tivessem ditas um milhão de vezes antes. —Por que ela não está no hospital? —Você conhece sua mãe. Ela queria estar em casa. Temos tudo o que precisa aqui. A única coisa que faltava era você. Ela vai ficar feliz em te ver. Concordo com a cabeça lentamente, deixando tudo afundar-se, eu sabia que Sam disse que ela estava morrendo, mas não sabia que estava tão perto. Meu estômago azeda. Eu saio da minha cadeira e corro para o banheiro e enxugo minha testa que está coberta de suor. Tudo cai em mim em ondas impiedosas. O remorso é tão profundo que não posso entender a dor, o tempo perdido, o ódio e o fato de que não perdoei a explosão em mim. Na parte de trás da minha mente, sempre pensei que haveria tempo para consertar as coisas. Não era um pensamento consciente, mas estava lá. Agora, não há tempo. Eu perdi essa chance e nunca vou recuperá-la.
Estou dormente por dentro e por fora, olhando para o nada. Algumas horas se passaram desde que cheguei em casa, e é muito. Minhas emoções estão sobrecarregadas como curto-circuito. A única coisa boa que aconteceu é que Dean não apareceu. Sam me descobre sentada do lado de fora, sozinha. —Ei, Sid. Tomo um gole de meu refrigerante. Meu estômago ainda está enjoado. É tarde. A maioria das pessoas em minha casa foi embora. Eles voltarão todos os dias até que mamãe faleça, trazendo comida e fazendo companhia para meu pai. —Eu queria pedir desculpas pela forma como as coisas aconteceram no Texas. Eu devia saber que você voltaria. Eu estava preocupado com papai, sobre o que aconteceria com ele se você não viesse para dizer adeus. Ele tem sorrido muito ultimamente, como se estivesse perdendo a cabeça. Todo dia a mamãe enfraquece mais. Ela acorda menos e quase não fala mais. A única coisa que ele queria dar a ela antes de morrer é você. -De qualquer forma sinto muito. Lidei com tudo errado e não deveria ter levado Dean. Meu irmão raramente pede desculpas. Meus olhos estão tensos, então quando olhei para ele, fez minha cabeça doer. —Onde ele está, afinal? — Eu não o vi por perto e o pensamento de esbarrar nele a qualquer momento me tem na borda. Sam olha para mim como se não estivesse fazendo nenhum sentido. —Onde o que? Dean? — Concordo com a cabeça. —Ele não vem mais aqui. Na verdade, depois que você foi embora, mamãe disse para Dean que mataria com uma frigideira se o visse e o enterraria no jardim. Foi muito intenso. Eu fico olhando para ele em choque. Todo este tempo pensei que Dean estava na minha casa com minha família. Fui embora porque eles não acreditaram em mim. Sam não percebe o peso de suas palavras. Ele pode ser meu irmão gêmeo, mas não há nenhuma ligação transversal entre nós. Empatia não flui através de algum tipo de vínculo gêmeo.
Ele olha para mim com um olhar interrogativo no rosto. —O quê? —Você sabe por quê? Sam encolhe os ombros. —Não faço ideia. Ela enlouqueceu quando você saiu. Talvez ela só tenha culpado Dean. Eu não sei. —Mas você ainda ficou perto dele? —Sim, ele não fez nada. Ele é um bom rapaz, Sid. Não terei essa conversa com ele, então não respondo. Eu retomo meu olhar vazio até que Sam se levanta e vai embora. Dean é o seu melhor amigo e sempre foi. Isso me faz pensar se ele se preocupa comigo. Às vezes acho que sim, mas quando ele diz coisas como essa, não sei mais. Meu pai dá passos do lado de fora e chama meu nome. Reacende as memórias de meu pai em pé na porta e chamando-nos para entrar. Nas noites quentes como esta a minha mãe faria fudge3, assim não era tão ruim. Eu sempre tive um horrível dente doce. —Vamos. — Eu digo e saio do banco. Eu estive aqui fora pensando, me perguntando se estava certa ou errada, e esperando minha mãe acordar. Disseram-me que quando o seu medicamento para dor desaparecer, ela acordaria. Há tantas coisas a dizer a ela, mas ainda não seio que dizer. —Ela está acordada e perguntando por você. — Papai sorri para mim, infelizmente. —Eu disse a ela que você estava aqui e ela sorriu. Ela não sorri faz tempo, Sid. Vá lá em cima. Antes de ir, eu jogo meus braços em volta dele. Ele me abraça e em seguida, enxota-me, dizendo para chegar até lá. Subo as escadas e sigo em direção do quarto dos meus pais. Corri estas salas quando criança. Se um pesadelo me acordasse, eu ia correndo para seu quarto, para me protegerem. Mas agora tudo está virado ao redor. Minha mãe está sendo destruída por seu próprio corpo e ninguém pode salvá-la. Eu paro na frente da porta e alcanço a maçaneta, ignorando a agitação no meu estômago. Minha mãe está acordada, talvez pela última vez. Eu preciso dizer o que vim aqui dizer. 3
é um tipo de sobremesa, suavemente doce, às vezes aromatizado com chocolate.
Eu entro em seu antigo quarto, mas não parece o mesmo. Há uma cama de hospital com bolsas de soro pingando. Mamãe está deitada de costas, com as pálpebras pesadas. Um cobertor azul fino cobre as pernas e é puxado até o peito, mas seus braços estão em cima. Quando chego mais perto posso ver o que o câncer tem feito para ela, como ela envelheceu, dramaticamente. Ela parece velha e frágil. Seu rosto outrora vibrante é pálido e magro. O cabelo escuro que escorria pelos ombros está desaparecido. As pessoas costumavam dizer que nós parecíamos. A semelhança está quase acabando. Ela não me vê. Eu pressiono meus lábios juntos e chego mais perto. —Mãe? Minha mãe está olhando para frente, mas quando ouve a minha voz, seus olhos se movem, procurando por mim. Eu vou para sua linha de visão, e um sorriso doloroso atravessa seu rosto. É tão leve e desaparece rapidamente. — Sidney. Você voltou para casa. Ela levanta os dedos como se estivesse chegando para mim. Tomo sua mão. —Estou em casa, mamãe. — Minha garganta fica tão apertada que não posso falar. Minha visão borra de lágrimas. Sua voz é tão fraca, quase um sussurro, mas ela fala comigo. Ela me conta sobre seus jardins e pergunta se as lâmpadas estão ligadas. Teve um longo tempo de geada, mas não parece perceber isso. Eu escuto sua voz e amaldiçoando-me por não ter voltado para casa mais cedo. Evitei isso porque pensei que não havia mais nada aqui. Não sei o que aconteceu depois de eu ter ido embora, não sabia que ela excomungou Dean. Eu me ajoelho ao lado da cama e falo sobre tudo e qualquer coisa até que chegou a hora de seu remédio. A conversa deriva para Peter. —Você o ama? — Concordo com a cabeça lentamente. —Então, não o deixe ir. —Ela tosse e endurece o corpo de dor. Desejaria que isso não estivesse acontecendo, mas não posso parar. Ninguém pode. Eu vou perdê-la para sempre. —Você quer que eu peça ajuda? —Não. —Ela agarra a minha mão com mais força. —Preciso dizer uma coisa. Depois que você saiu, achei os seus livros. Eu os li. Queria saber o que fiz que foi tão horrível que você desapareceu assim. — Ela está tão fraca. Suas palavras saem em suspiros rasos de ar como se não conseguisse respirar.
—Você leu meus diários? — Eu tive vários diários quando morava aqui. Na noite que fui embora, os deixei para trás. Não havia nenhuma maneira de fugir e leva-los comigo. Ela acena com a cabeça ligeiramente. —Eu queria corrigir isso, mas aí já era tarde demais. Eu não sabia. Eu não podia vê-lo. Não há nenhuma razão para me perdoar, e não posso pedir-lhe isso. Queria lhe dizer que sinto muito que você teve que ir para longe, sinto muito, querida. —Você acredita em mim? — Minha voz racha com o choque. A dor inunda meu peito, me afogando em remorso. —Sim, mas é muito tarde. Gostaria... — Sua voz para abruptamente como senão aguentasse mais a dor. Quando a dor ameniza, ela consegue dizer: —Eu sinto muito. — Ela balbucia as palavras quando fecha os olhos. O aperto na minha mão solta. Ela mal está respirando. — Não é tarde demais, mãe. Eu te amo tanto. Sinto muito. — Minha voz treme quando digo as palavras, e na parte de trás da minha mente, sei que não vou ouvir sua voz novamente. Não haverá mais conversas, mais risos ou lágrimas. É isso. Volto ao meu balanço e espero a noite. Pouco antes do nascer do sol ouço-a voz do meu pai. Ele lamenta, e algo é jogado no chão dentro da casa. Eu sento lá incapaz de pensar. O choque me arrasta de novo e de novo. Meus sentidos desativam e morrem dentro de mim. De alguma forma caminho do balanço de volta para a escada onde vejo meu pai chorando. Sento-me ao lado dele. Nenhum de nós fala. Depois de alguns minutos, ele respira fundo e enxuga as lágrimas. Ele agarra meu ombro com firmeza e me puxa contra ele. Sam está de pé na parte inferior da escada, nos olhando com seu brilhante rosto branco, fantasmagórico. Por um minuto, Sam esquece tudo e sobe as escadas para se sentar com a gente.
Eu pensei que lamentaria a perda da minha mãe, mas não desse jeito. Passei a maior parte do dia no balanço olhando para o nada. Tia Beth tentou me mover e empurrou vários pratos de comida em minhas mãos. Eu não comi nenhum deles. Quando os colocava no chão, meu peru vagueava e me encontrava. Ele comeu toda a comida e tentou comer o prato também. Eu pegava o prato rapidamente e colocava fora de seu alcance. —Eu preciso levá-lo a um veterinário para que possa voar novamente. Caminhar deve ser ruim. Uma vez que você possa ir para cima, eu aposto que vai dirigir-se ao Turnpike para encontrar com os outros abutres. Não que eu já vi qualquer um lá. Tia Beth me chama na parte de trás da casa. Eu limpo a fezes da ave. Tia Beth já ameaçou uma vez hoje. Ela está chorando sem parar e cozinhando com as outras mulheres da minha família, bem, todas elas, exceto eu. Na maior parte, eles me deixaram em paz. —Sidney, estamos precisando de farinha. — Explica ela, tirando a poeira de suas mãos no avental que minha mãe usou tantas vezes. Eu olho para os sapatos. Eles estão brancos como se tivesse aberto um saco. Farinha se apega a suas calças. Ela quase cai quando tenta explicar o que aconteceu. Sorrio para ela parar as lágrimas: —Estou feliz por conseguir mais, tia Beth. Você quer mais alguma coisa, enquanto estou lá? —Não, querida, apenas o saco de farinha. Estamos tentando terminar tudo até amanhã. — Ela limpa as mãos no avental e me puxa para um abraço. —Estou feliz por você estar de volta. Eu sorrio e aceno de cabeça. É o que eu faço quando as pessoas dizem, em parte, porque eu não sei mais o que dizer, mas também porque não ficarei. Nunca tive a intenção de ficar aqui. Voltei para casa para enterrar minha mãe. Depois disso, voltarei para o Texas. Eu não disse a ninguém ainda. Eu acho que vai matar o meu pai, mas não posso ficar aqui. Esse retorno está me estrangulando, e quanto mais tempo estou aqui, pior fica. Tia Beth e eu entramos na cozinha. —Oh, pegue minha van. Meu carro está bloqueando o seu. — Ela me joga as chaves. Eu as pego e saio.
Tia Beth tem três meninas e uma minivan que cheira a balas. Eu dirijo à mercearia a poucos quarteirões de distância, na esperança de que não vá topar com ninguém que conheça. Eu estaciono sua van longe dos outros carros, porque ela vai ficar louca se alguém arranhar as portas, antes de ir para a loja. Achei que o que ela queria e peguei alguns outros itens antes de sair. Quando estou carregando o último saco na parte de trás da van, os cabelos no meu pescoço formigam. Eu me viro bruscamente, esperando ver alguém me observando, mas ninguém está lá. Assustada, subo na van e vou para casa pensando se há um esconderijo assassino do machado sob a fileira de assentos. Eu continuo olhando para trás, mas ninguém está lá. Ainda assim, a sensação de estar sendo observada não se desvanece. Quando chego em casa, a tia Beth corre para pegar as bolsas e desaparece no interior. Eu fecho a porta do bagageiro e viro. Dean está em pé bem na minha frente. Nossos corpos se roçam, e quando dou um passo fora do caminho, Dean pega meu pulso. —Espere. Tenho tentado falar com você. —Não tenho nada para lhe dizer. — Puxo a minha mão para trás e me viro, pronta para ir para dentro. —Sinto muito por sua mãe. Eu o odeio. Odeio o que ele disse, ele acha que tem o direito de estar aqui. Girando lentamente o encaro com cada pensamento malicioso na minha cabeça visível no meu rosto. Eles começam a girar dentro da minha mente. —Vá para o inferno. Dean sorri como se fosse engraçado. —Eu amo a sua mudança. Sua espinha dorsal está bonita, Sidney. Ela faz com que seus seios pareçam maiores do que são. Será que o seu novo namorado a ensinou a ficar assim? A raiva está crescendo dentro de mim, e quando ele menciona Peter, mal posso segurar o meu temperamento. Eu não respondo. Em vez disso, ouço o lado pacifista do meu cérebro que me diz para ir embora. —Sério? Eu venho a dar-lhe as minhas condolências e você não me convida para entrar? Que porra é essa, Sid?
—Minha mãe ameaçou enterrá-lo no jardim. Você não é bem-vindo nesta casa. Ele tem a audácia de rir. —Sim, me lembro disso. Aparentemente ela acreditou apenas um pouco tarde demais. A vida é cruel, não é? Você não voltou para casa durante todo esse tempo, porque ela não acreditou em você, mas acontece que ela realmente acreditou. Que desperdício. — Ele faz um som de desaprovação como se toda a situação fosse humilhante, como se não importasse. A fúria corre em minhas veias tão rápido que quero esmagá-lo. Quero fazê-lo parar de falar e machucá-lo tanto quanto ele me machucou. Eu não posso deixar o pensamento escapar. Aumenta mais e brilha dentro de mim enquanto Dean fica lá como se eu fosse patética. Dean percebe a mudança, mas ele não sabe o quão profundo o fio da loucura vai. Ele vem atrás de mim e desliza a mão em volta da minha cintura delicadamente, como se nós fossemos amantes. —Que tal a gente fazer as coisas da maneira que costumávamos fazer. Tenho a mesma faca no meu bolso. Você sente isso baby? — Ele aperta-se a minha perna para que eu sinta como o despertei, juntamente com a faca no bolso. Um pensamento distorcido forma em minha mente e não posso deixá-lo ir. E isso me puxa rapidamente, tornando-se mais sombrio à medida que avança. Eu digo não e tento me afastar, mas sei o que ele quer. Ele gosta da luta, gosta quando fico com medo. Eu faço o seu jogo e Dean me mantém apertada. Eu o deixei me arrastar para sua van neste momento. Ele me empurra contra a porta do lado e pressiona o seu corpo com o meu. —Você sabe que quer. —Então, vamos lá. — Olho para o rosto dele sem pestanejar. Quero dizer cada palavra que disse. Eu o quero sozinho. Agora. Sua expressão muda. Luxúria enche seus olhos quando range os quadris nos meus. O movimento me faz querer vomitar e rastejar de volta. Eu me lembro dos flashes da prata. Lembro-me da dor, mas acima de tudo eu ainda sinto o remorso de perder minha mãe com intensidade viva e é tudo culpa dele. Dean fez isso para mim, para ela. Ele roubou tudo de mim. A parte de trás do meu pescoço ainda se arrepia como se alguém estivesse observando. Eu olho em volta rapidamente, mas não vejo ninguém. A rua está vazia e escura, exceto por um poste de telefone do outro lado da rua e seu bulbo amarelo. Acho que é a minha reação ao Dean, afinal, ficar sozinha com ele da última vez me arruinou. Meu corpo se lembra de todos os detalhes, mas em vez de senti-lo correndo de volta, não sinto nada. É como se algo dentro da minha cabeça parasse de funcionar. Essa parte racional da minha mente soltou-se e rolou para
longe. A única coisa que resta é esse pensamento que continua a crescer mais e mais escuro. Entro em sua van e Dean decola. Enquanto dirige, se estica e coloca a mão entre as minhas coxas. Todo o sangue, obviamente, deixou a sua cabeça, porque ele não percebe o jeito que o olho, a maneira que respondo ao seu toque como se não estivesse lá. O vazio me preenche, consumindo meus pensamentos e empurrando para trás qualquer resquício de lógica que tenta quebrar na frente. Minha mãe está morta e o homem sentado ao meu lado destruiu qualquer relação que tive com ela. Eu poderia ter voltado para casa. Eu teria voltado se soubesse. A raiva silenciosa borbulha dentro de mim. Pensamentos fragmentados voam pela minha mente como uma bruxa pega em ciclone. Eles estão lá e, em seguida, vão em um flash. Consequências não importam, nada importa agora. Eu perdi tudo. Minha alma se arrastou até dentro do meu corpo e morreu. Dean sai da estrada e entra em um estacionamento escuro. É um estacionamento antigo que está abandonado em sua maior parte, e parece exatamente do jeito que me lembro. O ar da noite é pegajoso e praticamente agarra a mim quando caminho a pé com Dean arrastando atrás de mim para o primeiro lugar que me beijou antes que se transformasse em outra coisa. Há um muro de concreto bloqueando a vista do estacionamento. Estamos sozinhos, cercado por árvores altas e sombras escuras. Escondo-me atrás do muro, Dean tateia-me, apertando forte meus seios com a mão sob a camisa. Ele é ganancioso, e não quero que me toque, mas não posso alcançar isso, não ainda. Meu coração bate mais forte. Estou lutando para ficar alerta, mas minha mente está desligando, caindo no terror das memórias que estão queimando no meu cérebro. As lembranças se levantam como cadáveres e exigem minha atenção, mas eu me nego. Dean me fez do jeito que sou, o que sou. A reação da minha mente está em uma gaiola de aço. Eu o trouxe aqui desta vez, não o contrário. Eu terei certeza de que nunca me esqueça da mesma forma que nunca irei esquecê-lo, só que desta vez não serei uma conquista. Eu fico olhando fixamente quando Dean me pressiona contra a parede. O concreto morde meus cotovelos. As mãos do desgraçado estão por toda parte, na minha cintura, sob a camisa, no meu pescoço. A ponta do seu dedo traça a cicatriz abaixo do meu colar, queimando a cena da vida em minha mente. As velhas emoções respingam sobre a minha mente, ensopando e encharcando-me. Estou ainda estranhamente e totalmente quieta, mas ele não percebe. Ele está dizendo às coisas que me são repulsivas. Respirando com dificuldade, Dean pressiona-me com força contra a parede e esfrega seus quadris contra os meus, empurrando-me por trás de seus jeans. —Eu sei o quanto você quer meu pau, Sid, e vou dar para você, uma e outra vez, até
que me peça para parar, você gosta dessa maneira. Eu sei. Diga-me, baby. Digame o quanto você quer chupá-lo. Dean é tão forte. Eu mal posso me mover contra ele, e depois que a calça cair, ele vai fazer tudo que disse e mais um pouco. Eu não posso esperar mais. Eu pressiono meu peito em suas mãos e estendo a mão e deslizo minha mão no seu bolso. Dean faz um som de surpresa, como se nunca pensasse que o agarraria assim. Tocar seu lixo foi um acidente, e mascarou que eu estava realmente procurando a faca. Meus dedos embrulham ao redor do cabo e eu a tiro do bolso. Dou um passo para trás e abro a lâmina. —Lembra-se disso? — Eu a coloco perto de seu rosto. Seus olhos ampliam e ele tenta dar um passo atrás encontra com a parede. Não há nenhum lugar para ir. —Sim, você quer que eu use em você? Eu rio, mas não há nenhuma alegria. —Eu me lembro de todas as vezes que você a usou em mim, todas as coisas que você fez. Tenho muitas cicatrizes que não consigo pensar direito. Ninguém me salvou de você, e ainda assim, você está aqui no dia que minha mãe morreu, me dizendo que é minha culpa ter sido estuprada, e que a culpa foi minha que ela nunca acreditou em mim. —Oh, espere, ela acreditou em mim que eu saiba, e é engraçado. Assim como ha-ha engraçado, como tragicamente irônico. — Eu toco a faca em sua garganta enquanto falo, pressionando a ponta em seu pescoço cada vez mais profundo. A última sequência que estava me segurando em conjunto se desfez, e ele está soprando no vento. Ninguém vai me salvar. É como da última vez, e não terei esse homem me esperando nas sombras mais. Dean está me xingando, ameaçando todos os tipos de coisas, mas ele não pode mover-se com a faca, onde ela está, sem cortar sua garganta. Eu torço o ponto e vejo um gotejamento vermelho em seu pescoço. Meus olhos passam para ele. Eu sinto a tensão no meu braço, a necessidade de liberar a energia e medo, dentro de mim. Foi quando eu ouvi a voz dele. Ela se moveu através das sombras em minha direção. No começo acho que estou tendo alucinações, então realmente vejo Peter. Seu cabelo escuro trava em seus olhos e seu rosto está abaixado. Ele chuta uma pedra enquanto fala. —Por mais que eu ache que você deveria recuar e cortar sua garganta, eu te conheço. Sei o que vai acontecer depois que fizer isso, quando acabar. — Peter se aproxima.
Não posso me mover. Eu aperto a faca com mais força, pensando que Peter vai tentar tirá-lo. Eu não pergunto por que ele está aqui, ou como me encontrou. Eu vejo flashes prata e acho que a lâmina está em mim. Eu ajo como se fosse eu que estou sendo atacada e não posso parar. Eu não quero parar. —Ele usou isso em mim, esta mesma lâmina. Ele me fez cicatrizes por dentro e por fora. —Eu sei que ele fez. — Peter está perto de mim, mas não toca no meu braço. Ele me vê sob os cílios escuros. —Então o que você está esperando? —Que porra é essa, cara? — Dean olha horrorizado. Eu torço a lâmina novamente, e Dean fica tenso, tentando empurrar seu corpo contra a parede. Eu vejo o aprofundamento do corte, mas isso não fez nada para me fazer sentir melhor. —E quando isso acabar, — Peter pergunta: —o que você vai fazer? Afinal de contas depois que o sangue drenar de seu corpo, depois que ele morrer na frente de seus olhos, o que você vai fazer? O som de minha respiração enche minha cabeça. Sinto que estou no controle, mas não estou. Eu não posso pensar, não posso piscar. Eu não sei a resposta à pergunta de Peter, mas não posso soltar meu braço. Estou travada no lugar, olhando para o homem que arruinou a minha vida. —Eu sei o nome do homem que matou a Gina. Sei onde ele mora e sei exatamente o que faria com ele. Teria uma grande quantidade de prazer ver o movimento da luz de seus olhos. —Então, por que você não fez algo sobre isso? —Porque eu já fiz. Uma vez eu estava onde você está agora, mas não parei. Tenho que dizer que fazendo isso, você o manteria preso em seu passado para o resto de sua vida. Este homem vai ter arruinado você em todas as formas possíveis, e dia após dia você se lembrará. Mesmo depois de morto, ele vai assombrá-la. Se você enfiar a faca em sua garganta e acabar com sua vida miserável, ele ganha. Ele vai possuí-la até que você tome o seu último suspiro. É isso que você quer? Suas palavras me batem duro. Uma série de emoções está girando dentro de mim, tentando sair da caixa. —Eu tenho que acabar com isso. Eu não posso... — A respiração de Peter está no meu pescoço. Sua mão está ao meu lado e lentamente desliza sobre meu braço.
—Então me deixe fazer isso. Deixe-me cuidar disso para você. Você nunca irá vê-lo novamente. Prometo. Dê-me a faca. — Peter desliza sua mão sobre a minha enquanto fala e fecha a palma da mão sobre a minha. Ele puxa um pouco para trás e a faca se afasta do pescoço de Dean. Ele inala bruscamente. Peter me segura em seus braços e beija meu rosto, mantendo a lâmina da faca acessível. A caixa de fendas abertas, e as emoções violentamente batem em mim, tanto que estou tremendo. —Sinto muito, Peter. Dean engasga e pressiona os dedos contra o pescoço. Ele está se afastando coberto de sangue. Ele começa a gritar: —Você é uma puta louca, eu vou fazer você... A mandíbula de Peter tenciona. Seu punho voa para cima e soca Dean tão duro que ele se vira para cima por falta de ar. Peter me libera e bate o outro punho no estômago de Dean. Então, ele trava o punho nas costas de Dean. Soca-o no chão cada vez mais duro até que Dean está de joelhos e há sangue escorrendo em sua camisa. —Chega. — Diz uma voz e Sean aparece. Sua mão está no bolso. Os olhos de Sean passam para mim, e ele balança a cabeça, como se estivesse me dando a sua aprovação ou algo assim. Peter está sem fôlego. Ele enxuga o suor da testa e diz: —Diga a ele que tem que olhar para frente se ele mexer com Sidney novamente. Certifique-se de que ele sabe exatamente o que quero dizer. — A tensão de Peter é palpável. Cada pedaço dele está esticado como se fosse partir. Tudo acontece tão rapidamente. Parece que estou em transe e não posso fazer nada, mas do que piscar os olhos. Quando me transformei assim? O que me empurrou para longe para eu realmente machucar alguém? Parte de mim está revoltada, mas a outra metade está tão danificada que espero que Sean assuste a merda fora de Dean. Eu quero o homem ferido por tudo que fez para mim, por tudo que me tirou. Aquele desgraçado roubou a minha vida, e eu quase me perdi completamente. Se Peter não tivesse vindo quando ele fez... Um arrepio varre através de mim, e a realidade chama-me com o meu cérebro. Uma fina camada de suor está em minha pele. Meu rosto está tão quente, mas meus braços estão congelados. Antes que possa pensar, sou forçada a dobrar a cintura quando meu corpo tenta expelir o conteúdo do meu estômago, mas não há nada lá, então suspiro. Peter segura a minha cintura e fala baixinho para mim. Suas palavras flutuam por meus ouvidos, mas não o entendo. Eu quase matei Dean. O pensamento me bate duro, e não consigo parar de tremer.
—Eu vou cuidar disso. Leve-a daqui. — Sean agarra Dean pelo pescoço e arrasta-o para a floresta. Pânico brota em mim. Eu não posso ser responsável por isso. As pessoas más são feitas por decisões como esta. Eu não posso permitir isso, não importa o quão longe eu estava. —Espere. — Eu sufoco, mas Sean não para. Peter me afasta, e tenho que lutar contra o desejo de olhar para trás. —Você não pode matá-lo. Você não pode! —Ele não vai matar o imbecil. Eu teria se tivesse vindo sozinho. É por isso que Sean insistiu em estar aqui hoje, agora. Ele me conhece melhor do que eu gostaria de admitir. Sean acaba lembrando aquele pedaço de merda que más ações não ficam impunes. Sean é um pouco mais emotivo que eu. Eu o mataria sem querer. — Ele olha para suas mãos como se algo que conhece sobre si mesmo, como se tivesse matado antes. Soluços borbulham em minha garganta, e eu tremo. Eu balanço minha cabeça e coloco meus braços em meu corpo. Peter caminha comigo para um carro esporte preto. É de Sean, e a motocicleta também. Eu deslizo para o banco e deixo que o medo me estrangule em silêncio.
No dia seguinte, Peter está perto de mim quando coloco uma rosa no caixão da minha mãe. Esperamos até que todas as pessoas passassem. Sam senta-se ao meu lado e meu pai do outro. Meu pai olha sem entender. Ele não chorou desde a manhã em que ela morreu. Ele sorri para mim quando me vê e diz que pareço com ela. Suas palavras me assombram. Toda vez que olho no espelho para escovar o cabelo vejo o rosto da minha mãe e observo se não estou manchando a maquiagem por todo o meu rosto de tanto chorar. Há fotos dela por toda a casa. Aquelas em que ela tinha a minha idade me chacoalham mais. Eu não tenho nenhuma ideia de como era a sua vida. Eu fui de criança para adulta e nunca soube realmente quem ela era. Eu penso sobre minha mãe e muitas vezes desejo que tivesse coragem para voltar mais cedo, mas olhar para trás não me ajuda a seguir em frente. Peter continua me dizendo isso. Luto pelos mortos é necessário. Soluçar é necessário, mas há um ponto em que as lágrimas se tornam sorrisos e as memórias não estão cheias de dor. Espero que esse dia chegue logo, mas até agora isso não aconteceu. Nós dirigimos de volta para casa no carro de Sean. Peter pediu emprestado para podermos ir para casa no Texas. Eu me mexo no banco. Quando falo, não olho para Peter. —Você não está com medo de mim? Nós não temos falado sobre o que fiz para Dean, mas os pensamentos flutuam pela minha mente. Peter olha para mim. Eu sinto seu olhar no lado do meu rosto. —Não, você já passou por muita coisa, Sidney. E o julgamento pobre de sua parte fez dele um alvo ambulante. —As coisas que você me disse naquela noite, como sabia o que estava passando pela minha cabeça? Peter não respondeu imediatamente. Ele agarra o volante mais forte e se concentra na estrada. A volta do cemitério é longa, e Peter toma um caminho menos direto, para que possamos conversar. —Eu sei por que tive a mesma oportunidade. A noite que Gina foi morta, eu ataquei um dos sujeitos e esfaqueie-o com sua própria faca. Eu não pude parar. Eu não conseguia pensar. Foi instinto. A memória está lá no fundo da minha mente. Eu ainda posso sentir a lâmina na minha mão e sinto-a rasgando sua carne. É cega e domina cada boa ação que já
fiz. Eu parei de lutar por ela. Mudei quem eu era, mas pelas profundezas da minha alma, ainda era o mesmo homem. Mataria novamente se isso a trouxesse de volta. —É por isso que Sean me mandou para longe. Ele sabia que eu enlouqueceria se fosse empurrado longe demais, já que eu já fiz isso antes. Não sei o que aconteceu. Depois que você saiu, eu perguntei a Sean, mas ele deu-me uma história e eu acreditei. Ele disse que precisava de um tempo sozinha, que parecia aérea. —Então, Sean me disse um monte de porcaria sobre como você exigiu o dinheiro dele, e até me mostrou a sua conta bancária com todo o dinheiro que transferiu. Ele pegou pesado. Alguém fez isso comigo antes, e ele sabia que tinha que me atrasar. Sean jogou. Sinto muito por ter duvidado de você. Sinto muito que levou tanto tempo para chegar aqui. —Eu a segui ontem à noite para o supermercado e depois para estacionamento. Não entendo por que você foi com Dean depois de lutar como inferno a última vez que ele tentou alguma coisa. É por isso que a segui, aparentemente, Sean estava me seguindo, certificando-se para eu não colocar cara no chão.
o o e o
—Então, para responder à sua pergunta, eu sabia como se sentiria depois de esfaquear, porque eu fiz isso. Eu não quero que você se sinta assim, nunca. Quero que o fantasma desapareça, mas o melhor que posso fazer é bani-lo por um tempo. Eu te amo, Sidney. Eu gostaria de poder fazer mais. Gostaria de poder fazer tudo ir embora. Eu não sei o que dizer. —Você matou alguém? Peter balança a cabeça, e flashes de arrependimento aparecem em seu rosto. —Foi legítima defesa, mas assassinato é assassinato. O cara sangrou e morreu a caminho do hospital. Ele morreu por minha causa. Não importa o que eu faça, está sempre lá. Por isso eu sabia o que você estava pensando nesta noite, porque pensei a mesma coisa. —Eu não quis tirar dinheiro do Sean. Na verdade, eu disse a ele... Peter sorri para mim. —Eu sei. Ele me disse no caminho, que você que ia enfiar todo o dinheiro extra na sua bunda. Ele é uma espécie de pau assim. Vou dar uma surra nele mais tarde, se isso te faz sentir melhor. — Ele está brincando, um pouco, talvez.
—Pelo menos alguém está olhando por você. —Sim, eu suponho. — Peter entra na minha rua e estaciona na frente da casa dos meus pais. Há luzes acesas, e sei que está cheio de pessoas e alimentos. —Nós temos que ir imediatamente? Peter sacode a cabeça e desliga o motor. —Não, não precisa. Vamos andar em volta do quarteirão. Vamos. O ar fresco vai ajudar. Peter circula o carro e abre a porta. Começamos a andar, e o seu telefone apita. Alguém está mandando mensagens. —Quem é? —Jonathan. — Peter segura minha mão, olhando para frente enquanto diz. —Sério? O que ele quer? —Bem, ele quer que eu vá para Islip4 e veja porque mamãe quer matá-lo. Ele também quer que eu fique por perto. O garoto intrometido descobriu que estou atualmente desempregado e vem fazendo ofertas de empregos bizarros. —Sério? — Peter acena com um leve sorriso no rosto. —O que você disse a ele? Peter chuta uma pedrinha com seu sapato de couro. —Eu disse que não estava interessado. Eu quero que você tome todo o tempo que precisar com sua família. Jon sempre pode encontrar alguém para consertar o mais recente e maior erro. —Peter... — Eu paro e olho para ele. —Você não pode dizer coisas assim. Você não tem emprego e dinheiro. Ele encolhe os ombros. —Eu tenho o suficiente. Além disso, não é como se pudesse deixá-la... Você é minha agora de corpo, mente e alma. Eu me preocupo com ele e está explicito no meu rosto. Talvez ele seja como seu irmão mais novo, andando com a cabeça nas nuvens. As pessoas precisam de dinheiro para viver, e Peter não parece estar com pressa para arrumar outro emprego. Depois, a maneira como ele deixou a universidade, eu nem tenho certeza se pode ser empregado em outro lugar. Eu posso imaginar suas mãos preenchendo um pedido de emprego:
4
cidade localizado na costa sul de LongIsland, NY
Motivo da saída do último trabalho: Dormi com minha aluna. Tecnicamente, eu não era sua aluna quando ele dormiu comigo, a não ser que seja literal e alguém está contando para dormir, mas a aparência é tão condenável. Havia rumores voando sobre nós dois, muito antes que algo acontecesse. Eu sorrio, pensando. Eu não tinha ideia de que ele gostava tanto de mim. Peter aperta minha mão. —O que você está pensando nessa sua bela mente? —Sobre como nos conhecemos e que eu não tinha ideia que as coisas acabariam aqui. Estou feliz que seja assim. Eu não trocaria um segundo desses meses. Peter leva minha mão aos lábios e sorri para mim. —Mesmo aqui. Estou tão feliz que você finalmente me deu um pouco de café, porque eu estava seriamente com vontade e não tinha nenhuma ideia. — Ele está sorrindo para mim. —E agora? Vamos voltar para o Texas ou nos tornaremos populares em Jersey? — Continuamos andando, e viramos a esquina. Estamos voltando para a minha casa novamente. Eu posso ver a luz da varanda daqui junto com muitos carros estacionados em cima e para baixo da rua, como uma sequência de formigas. —Popular em Jersey? Quem fala assim? Você é de Long Island, e acha que não percebi isso. 'Eu sou de Connecticut' você é mentiroso, porque eu notei. Você deveria ter um sotaque terrível em algum lugar, o Sr. New York, juntamente com um desprezo natural para qualquer coisa incrível que sai de Jersey, como eu. —Eu não menti. Vim para o Texas através de Connecticut. —A mesma diferença, mentiroso. —Não é bem assim, menina do café. — Peter para perto da casa e olha nos meus olhos, com um sorriso sexy no rosto. —E percebi que você se esquivou de minha pergunta, o que me faz pensar que não decidiu ainda. —Eu realmente não sei o que fazer. — Enfio meu cabelo atrás da minha orelha e tomo uma respiração profunda para me equilibrar. Emocionalmente, sinto-me quase tão forte quanto um tecido molhado. —Eu perdi muito tempo. Ainda tenho um pai e um irmão feio. Parece que eu não deveria fugir dessa vez. Talvez consiga consertar as coisas ou simplesmente começar de novo. —Espere um segundo. O irmão feio é Sr. Peru ou Sam? Porque posso ver que o título cabe muito bem em qualquer um deles.
—Pare de falar besteira sobre o Sr. Peru. — Claro que eu quis dizer Sam. Ele é um idiota, mas ele ainda é meu sangue. Eu não quero anular de novo, não sem tentar consertar as coisas pela primeira vez. Eu olho para a casa e depois de volta para Peter. —Então, quando que você ouviu o nome dele? —Sam? Você acabou de dizer isso, e eu percebi isso. Cinderela tem uma meia-irmã feia, a irmã ciumenta. Entendi. — Peter bate o dedo indicador contra a sua testa. —Você esquece o quão inteligente eu sou. Eu ri e o golpeei. —Isso não! O pássaro. Como você sabe o nome dele? —Oh, — Peter pega a minha mão e começa a andar novamente. —Eu ouvi você falando com ele, quando te encontrei. Foi logo antes de sua tia sair e pedirlhe para ir para a loja. Eu queria correr até você e prendê-la em meus braços, mas ouvi o que aconteceu e coloquei os pedaços juntos. Mostrando-se muito tarde foi um movimento de merda da minha parte, e eu não tinha certeza se você me queria por perto. Quando você deu seu jantar ao abutre, você chamou Sr. Peru. Achei bonito. Devemos colocar uma gravata borboleta ou algo assim. —Nunca mais ouça Sean, está bem? —Isso é a mais brilhante ideia que eu já ouvi. De acordo.
Toco meus polegares rapidamente em toda a tela respondendo o texto de Millie e coloco meu telefone em cima da mesa. Vários dias se passaram, mas ainda não voltei. Ela fez as contas e percebeu que estou muito perto de não retornar. Eu digo a ela para não se preocupar e desligo o telefone. Só não quero deixar meu pai ainda. Ele gosta de me ter por perto. As únicas vezes que sorri é quando ele entra em uma sala e me vê. Há sempre surpresa em seu rosto, como se tivesse esquecido que eu voltei. Peter olha para mim. Papai o deixou dormir no sofá, o que ajuda muito. Se eu não consigo dormir, eu desço e me sento com Peter no sofá. Ele envolve seus braços em mim e olhamos para a televisão até de madrugada. Somente consigo dormir por algumas horas. Eu continuo me lembrando que o tempo vai diminuir a dor em meu coração e serei feliz novamente. Peter cutuca suas panquecas. Tia Beth ainda está cozinhando para nós. No começo pensei que ela estava aqui pelo meu pai, mas acho que está aqui por ela. Minha mãe e minha tia eram boas amigas, e posso dizer que minha tia sente-se melhor quando está na cozinha. Eu vou ficar tão gorda, bem, Sr. Peru ficará um obeso mórbido. O pássaro come qualquer coisa que não termino, e ele realmente gosta de bacon. Estou pensando em pegar um quilo de bacon cru e jogar no telhado, então ele espalha no pátio. Vai ser como nos velhos tempos para o pássaro, menos os caminhões. — Pare de dar bacon para essa besta. — Peter atravessa e rouba uma tira de mim. —Há muito mais bacon, querida! — Tia Beth fala da cozinha. Eu pego a tira, assim que Peter está prestes a comê-lo, e ele morde o ar. Eu rio e o atiro para fora da porta, para o Sr. Peru. — Consiga o seu próprio. —Você não acabou de fazer isso, — diz Peter após piscar em estado de choque. Ele tem os cabelos escuros, despenteados, barba de dois dias sobre o seu belo rosto e um toque de alegria em seus olhos. A camiseta escura se apega a seu peito e faz com que seus olhos pareçam mais azuis do que possíveis. Sem aviso, Peter se inclina para mim e faz cócegas do meu lado.
Eu quase pulo do meu banco, tentando evitar suas mãos, mas a tia Beth está lá. Ela o esmaga com a parte de trás da espátula. —Nada disso na mesa, rapaz. Eu rio porque ele é Dr. e minha tia o repreende como uma criança. Está histérica, e Peter não tem ideia do que fazer com isso. Ele finalmente engole seu sorriso e diz: —Desculpe, minha senhora. Isso não acontecerá novamente. —Senhora? — Tia Beth olha para ele. —Quantos anos você acha que tenho? Eu aponto para Peter e rio. —Vamos lá Dr. Granz, beije sua bunda e diga que sente muito. Ele parece confuso. Essa frase é respeitosa no Texas, mas aqui a mulher age como se quisesse dizer que é velha e decrépita. Eu continuo a rir em silêncio para ele e levo um tapa com a espátula, também. Tia Beth sacode a cabeça para mim. —Maneiras à mesa, Sidney. E pare de alimentar essa coisa. Isso nunca vai embora se você der bacon todos os dias. —Eu nunca vou embora se você continuar a me alimentar com bacon todo dia. — Peter diz para Tia Beth. Era a coisa certa a dizer, porque ela sorri. —Oh, pare. — Então, ela leva o prato e diz: —Deixe-me pegar um pouco mais. Peter levanta as sobrancelhas cruzando os braços sobre o peito. Ele se inclina na cadeira para trás sobre duas pernas e me dá o sorriso mais arrogante que já vi. —Ela gosta mais de mim do que o peru. —Todo mundo gosta mais de você do que o peru. —E você? —No momento, ou em geral? — Eu não olho para ele. Quando vou dar uma mordida no muffin, ou eu planejo, Peter o arranca das minhas mãos e as migalhas caem no meu prato. Giro em câmera lenta e Peter parece satisfeito consigo mesmo. —Você não presta. —Você gosta dele.
Meu queixo cai em um sorriso de surpresa e empurro seus ombros. A cadeira desliza debaixo dele, e Peter tomba no chão. Tia Beth escolhe esse momento para aparecer na porta. —Chega disso. Se vocês dois querem agir como crianças, então vão lá fora. — Ela coloca o bacon no prato de Peter, e empurra-o na sua mão antes de bater palmas para nós. —Vamos. Leve suas coisas e comam no quintal. Saiam! Tentando não rir e eu pego meu prato e saio pela porta, enquanto mordo minha língua. Peter segue atrás de mim com uma expressão de choque no rosto. Quando estamos no balanço, ele se senta ao meu lado e diz: —Ela nos jogou para fora. Eu começo a rir alto e empurro seu ombro. —Você é um idiota. —Sidney, se concentre em algo além de minha bunda. Acho que apenas irritamos sua tia. Ela nos baniu para o quintal com o pássaro. — O Sr. Peru escolhe esse momento para assustadoramente passear na nossa frente, à procura de comida. Eu dou-lhe o bacon de Peter. —Oh, você não fez isso. —Eu acredito que fiz. O que vai fazer sobre isso, professor? — Eu inclino minha cabeça para o lado e dobro os braços sobre o peito. Peter ri e se atira contra mim. Meu prato de comida voa com metade caindo em mim e o resto no chão sob o balanço. —Você não presta! —Então o que você disse. — Peter me empurra para trás, por isso estou deitada de costas sobre o balanço e ele está se inclinando sobre mim. Ele não segura meus pulsos, para eu não surtar. Além disso, há a gema de ovo escorrendo na minha testa como se eu tivesse levado um tiro na cabeça por uma galinha. Peter mergulha o dedo na gosma amarela e trilha para baixo nas minhas bochechas e faz um coração. Eu grito, chuto, e rio. Eu me viro para empurrá-lo e Peter cai do balanço. Eu rolo na terra em cima dele. Agarrando a comida que caiu, pego alguns ovos mexidos e tento empurrá-los na sua boca com grama e tudo. —Come, Ferro. Vamos, abra. Um sorriso horrivelmente perverso atravessa seu rosto, o que me faz avançar ainda mais. —Sidney, por favor, ainda não é hora do café. — Ele começa a rir tão forte que todo o seu corpo treme comigo em cima. —Diga isso de novo. Eu te desafio.
—Conversa suja... —Peter não termina a frase, porque enfio os ovos em sua boca. Ele está sorrindo para mim. Em vez de cuspir a comida, ele a mastiga e diz: —Está um pouco crocante. —Ei! — Pai grita da varanda dos fundos. —Você sai de cima dele. Não me faça pegar a mangueira, Sid! Meu rosto fica vermelho beterraba e eu escorrego de cima de Peter e sentome ao seu lado. Peter não consegue parar de sorrir. Ele olha para o meu pai e acena. Meu pai balança a cabeça. —Você não quer estar na minha lista, rapaz. Ele termina com uma pá e uma longa viagem de carro, se você sabe o que quero dizer. A engravide e vou arruinar a sua vida, filho. — Papai entra sem esperar por uma resposta. Peter e eu olhamos para o outro e ambos começamos a rir como loucos. Depois de alguns minutos, Peter está de volta no gramado e diz: —Eu não te engravidei, não é? Apenas para o registro, preciso saber esse tipo de coisa para que possa comprar uma casa para você e o bebê, e correr como o inferno quando seu pai descobrir. —Eu não estou grávida, Peter. Estou tomando pílula. Estive tomando desde que aconteceu com o imbecil. — Eu puxo meus joelhos no peito e meus braços em volta dos meus tornozelos. —Então você quer que os 2,5 filhos, casa pequena e toda essa coisa de cerca? —Talvez. — Ele sorri com tanta força que sei que ele está me provocando, claro que sim. —E você? —Talvez. Provavelmente depende de quem está me levando e comprando a casa, você sabe. Pequenas coisas como essa. —Eu. —Sua voz fica muito séria. —E se fosse eu que tivesse você, à noite, todas as noites? E se eu fosse o pai de seus filhos? E o pai substituto do seu abutre? O que você acha disso? Eu bato meu dedo nos meus lábios como se estivesse ponderando o pensamento. —Haveria dança? Ele acena com a cabeça. —Sempre. Haveria bacon? Eu rio. —Claro. Qual é o sonho americano, sem bacon?
—Você vai ter que prometer me amar com carinho, porque a comida da sua tia e a enorme quantidade de bacon resultará em gordura. —Peter enfia as mãos atrás da cabeça. Não há nada de gordura sobre ele, e ele come como o abutre. —Só se você prometer que vai me amar para sempre e me dar um suprimento vitalício de café. Acontece que eu realmente gosto do café. — Eu pisco para ele e não posso mais conter meu sorriso. Ele se espalha por todo o meu rosto e se infiltra dentro de mim. —Os últimos dias têm sido tão duros e tão maravilhosos, também. Eu não quero que você vá, mas sei que você precisa. As coisas não podem ficar assim para sempre. —Quem diz que não podem? — Peter olha para a comida por todo o chão. O Sr. Peru voltou e está bicando um pedaço de salsicha, ovos e restos de muffin. Peter embaralha mais o alimento derramado, espantando o pássaro. Ele levanta o muffin que tentei comer várias vezes e escová-lo. —Eu planejei toda essa coisa romântica, mas deixe-me perguntar-lhe isto, será que você quer se casar comigo? Acho que ele está brincando. Enfio meu cabelo atrás da orelha e o provoco. —Você gosta de café, também, admita isso. Peter caminha em minha direção de joelhos e as mãos no muffin. —Eu amo o café. Eu te amo. Eu pego o muffin e olho para ele. —O quê? —Eu sei que nós não podemos comer o alimento que caiu no chão, mas que tal você olhar para a surpresa que está dentro? —O que você está falando? — Eu rio e olho para ele. O que ele fez? Eu começo a puxar o muffin longe e até algo duro bate no meu dedo. Depois afastando as migalhas, estou segurando um anel de diamante entre os meus dedos. Eu olho para o anel e, em seguida, retorno para Peter. —Você realmente está me perguntando? —Sim, quero passar o resto da minha vida fazendo você feliz. Quer se casar comigo, Sidney? Meu rosto faz a pior expressão que posso imaginar. Risos e lágrimas obscurecem juntos e faço som como uma ovelha. Peter sorri hesitante, esperando pela minha resposta, mas não posso falar. Eu jogo meus braços ao redor de seu pescoço, quase o derrubando, e balanço a cabeça. —Sim, sim!
Peter me pega e me gira. Nós dois gritamos e rimos até que ele me coloca no chão. Então Peter grita na porta traseira: —Ela disse sim! Vocês podem vir agora! Eu olho para ele, surpresa, e depois para a porta. Minha tia corre em nossa direção com um sorriso choroso no rosto e ainda com a espátula na mão. Ela nos abraça ao mesmo tempo e é uma confusão de balbuciar incoerente. Quando nos afastamos, papai está ali olhando bobo. —Eu quis dizer o que disse. Você cuide dela. —Eu vou, senhor. — Peter aperta a mão do meu pai antes que de se virar para mim e me abraçar muito apertado. Sam está por trás deles, olhando completamente alheio. Ele está fazendo beicinho hoje porque Dean decidiu mudar-se por um capricho. Como se o cara tivesse arrumado as coisas e fugido. Quando Sam me disse, eu estava tão feliz que tive problemas para esconder isso. Não há nenhuma chance de ver Dean novamente. Depois que Sean e Peter terminaram com ele, Dean fugiu com o rabo entre as pernas. Dean não disse nada a Sam, só que estava neste inferno e tinha que se mudar para um lugar melhor. Sam tenta fingir felicidade. —Parabéns, Sid. Estou feliz por você. — Ele me dá um abraço e, em seguida, caminha para Peter. —Não me faça chutar o seu traseiro se você maltratá-la. Eu assisto para ver a reação de Peter e espero que ele não bata a cabeça de Sam fora de seus ombros. Sam sempre diz a coisa errada e agora não é exceção. Peter dá a meu irmão um sorriso torto e o puxa para um abraço de urso como o que meu pai me deu. —Não penso nisso, garoto. E eu sempre quis ter um irmão mais novo saltando como você! — Sam se afasta com um olhar divertido no rosto, enquanto o resto de nós ri. Sam finalmente sorri e oferece a mão para Peter. Ele a aperta e inclinam-se, dizendo mais coisas que não posso ouvir. —Eu sabia que ela estava atrás do seu dinheiro, Peter. Porque de que outra forma ela diria sim? — Viro-me rapidamente em meus calcanhares. Sean está atrás de todo mundo, parecendo presunçoso. Ele tem aquela jaqueta de couro e botas de motociclista, e parece mais do que assustador com o capacete debaixo do braço. Tenho certeza de que meu pai está feliz que escolhi Peter e não Sean. —Idiota! — Peter diz com orgulho. —Você veio! — Peter tem o seu irmão em seus braços em dois segundos. Eles batem um ao outro nas costas e, em seguida, no rosto, como se tivessem feito isso desde que eram crianças.
—É claro que vim. Quando você disse que estava dando a ela um anel, eu queria ter certeza que ela não o comeria por acidente. Quem coloca um anel em um bolinho? — Sean balança a cabeça em sinal de desaprovação, como se fosse uma maneira estúpida para propor. —Você é sempre educado? — Eu pergunto e dobro os braços sobre o peito, olhando para ele. —Você está seriamente me fazendo essa pergunta? — Sean tenta esconder um sorriso enquanto caminha em minha direção e me entrega uma pequena caixa. —Aqui. Eu olho em volta. —Se for o coração do Sr. Peru em uma almofada... —Basta abrir a caixa, espertinha. — Sean se afasta, mas a hostilidade que parece que está recebendo do meu pai e tia Beth o faz recuar novamente. Eu afasto o papel para revelar uma pequena caixa preta. Honestamente, estou com medo de abri-la. Eu olho para Peter. —Você sabe o que é? — Ele balança a cabeça e caminha mais perto. —As pessoas normalmente descobrem a resposta a esse tipo de pergunta, removendo a tampa. — O olhar de Sean pega o meu. Sua expressão quase me desafia a abrir a caixa, e isso totalmente me assusta. Eu olho em volta para o meu peru, seriamente preocupada neste momento. —Pelo amor de Deus. — Sean atinge a frente e levanta a tampa. Há um travesseiro dentro da caixinha. Anexado a almofada tem um laço que está segurando uma chave de bronze no lugar. Eu desato o laço e levanto a chave. —O que é isso? —A pequena casa com a cerca branca, menos os dois filhos, porque não farei isso com você. — O tom sarcástico de Sean faz Peter chegar e bater seu irmão na parte de trás da cabeça. Eu fico olhando para a chave. —Você nos comprou uma casa? —Sim, pensei que você gostaria. — Eu balancei minha cabeça e tento entregar-lhe a chave, mas Sean recua, dizendo: —Não tem volta, Sidney. —Bem. — Eu não sei o que dizer ou o que perguntar. O presente é demais e extremamente inesperado. Eu acho uma centena de razões pelas quais não posso aceitar isso, mas algo sobre a maneira da posição de Sean me permite saber como isso é difícil para ele, está realmente tentando consertar as coisas, mas sabe que
completamente suga para ele. Toda a situação é embaraçosa. Sean tem sido um merda desde o primeiro dia. Eu não sei o que fazer com esta versão do irmão de Peter. Eu engulo de volta o desconforto e pergunto: —Onde ela fica? —Longe daqui, no mínimo, quatro a cinco minutos. — Sean aponta e os cantos de sua boca se contorcem como se quisesse rir. —Ouvi dizer que segundas chances são difíceis de passar por aqui e eu queria ter certeza de que vocês teriam a sua. —Você nos comprou uma casa? — Peter finalmente diz, e parece tão chocado quanto eu. —Por que todo mundo está olhando para mim como se eu fosse louco? Onde vocês viveriam? Vocês precisavam de uma casa, certo? — Sean olha para a tia Beth para confirmação, esperando que ela concorde. Suas sobrancelhas infiltraram-se em seu cabelo enrolado. Ela usa um tom que nos deixa saber que Sean comprou a coisa errada, mas é gentil com ele, como se ele tivesse cinco anos. —Presentes de noivado normalmente são potes de biscoito, querido. Algo pequeno. Uma casa não é pequena. Isso faz todo mundo rir. Sean sorri e deixa o riso rolar para fora. —Tudo bem, vou comprar uma casa maior de casamento. —Não, não! Uma casa é muito. — Estou em pé na frente de Sean, olhando para seu rosto. Por um segundo acho que vejo o que Avery vê quando ela olha para ele, mas, em seguida, as paredes sobem e ele se foi. —Eu pensei que você não gostava de mim. —Eu nunca disse isso. — Ele responde. —Sim, você disse. Você disse algo como "Eu detesto você". Ele dá de ombros como se não importasse. —Sim, bem, acontece que eu estava brincando. Você tem mais espinha dorsal do que a maioria dos homens, que é algo a ser admirado. —Você me admira? —Eu não quis dizer isso. — Sean sorri e se afasta de nós. Ele fala sobre seu ombro enquanto se afasta. —Cuide dela, Peter. Estarei na cidade por mais
algumas semanas tentando organizar as coisas e salvar Jonathan de si mesmo. Esse garoto vai ser deserdado se continuar assim, e não os quero tentando me colocar de volta nessa coisa toda de herdeiro. Enfim, venha visitar sempre que quiser e traga sua noiva. Sean desaparece ao lado da casa. Após alguns momentos, ouvimos um motor de moto quando ele decola. Até esse ponto, todo mundo estava olhando para o outro como se Sean fosse algum tipo demente de Papai Noel. Deixei escapar um suspiro. —Bem, isso foi inesperado e um pouco estranho. —Muito. Sean odeia todo mundo, mas você o conquistou. — Peter aperta minha bochecha e ri quando faço careta. Fazer bonito com Sean é muito estranho. —Ele provavelmente nos comprou um barraco. Meu pai fala pela primeira vez durante esta conversa. —Última vez que verifiquei, não havia casas no estilo vagabundo em Sycamore. Acho que o cara realmente comprou uma casa. Peter pega a minha mão e aperta-a aos lábios. —Você quer ir ver a sua casa nova, futura Sra. Granz? —Totalmente. Preciso ver para crer. Caso Sean goste de mim, todo a minha teoria tipo eixo do mal meio que fritou desde Sean era o senhor. — Isso me faz pensar por que Sean ergueu tantas paredes de arame farpado em volta de si. É como se ele não quisesse que ninguém lhe desse uma segunda olhada, não importa o quão perto cheguem. Toda a família nos segue quando nós dirigimos para o endereço do lado de dentro da caixa. Sean tinha escrito na tampa da caixa em um roteiro extravagante. Quando abri, eu não sabia o que era. Eu pensei que era a loja onde ele tinha comprado a chave, e não o endereço da nossa nova casa. Quando Peter e eu paramos fora da casa, ela é tão bonita que não conseguia conter a minha emoção. É um pouco de Cape Cod, pintado de cinza e branco, com um grande laço azul na porta. O jardim da frente era bem cuidado, com jardins de flores que minha mãe tinha. Margaridas, Maria sem vergonha, e grandes folhas de hostas estão em toda parte. Parece que Sean copiou exatamente seus jardins e os colocou aqui. Eu pressiono meus lábios tão forte quanto posso, com medo de que vá começar a chorar.
Peter me tira do carro e anda de mãos dadas comigo pela calçada de ardósia para a porta da frente. —A chave, Sra. Granz. —Eu entrego, e ele abre a porta. Olho para trás, as flores e a tinta fresca. —Como ele fez isso tão rápido? Peter dá de ombros. —É Sean. Como ele faz alguma coisa? — Peter pega a minha mão e as coloca em volta do seu pescoço antes de me varrer os pés. Eu grito quando ele me pega. —O que você está fazendo? —Bem, isso vai ser a nossa casa. Tenho que levá-la pela porta. Ou você prefere para me levar? — Peter sorri para mim. —Eu vou levar você no dia do nosso casamento. —Resolvido. — Peter me transporta para dentro e para. A casa é linda e está totalmente mobiliada. Meu queixo cai, e não há nenhuma maneira de absorver tudo rápido o suficiente. —Uau. — Peter gira lentamente, ainda me segurando. Há uma nova cozinha, enfeitada com eletrodomésticos de inox, bancadas de granito, e o mais bonito conjunto bistrô que já vi. Os pisos escuros correm do quarto para a sala onde estamos parados. Há um sofá macio branco, uma estante embutida, uma lareira de canto, e uma enorme televisão. Ouço os grunhidos de meu pai com a aprovação e encontra um lugar no sofá. Peter vira de novo e enfrenta uma escada estreita que leva aos quartos no andar de cima. —Quer dar uma olhada? —O inferno, sim. Depois de ver isso, eu quero correr pelas escadas. — Peter me coloca no chão e sobe a escada comigo. Há um pequeno banheiro no corredor e um belo segundo quarto, com cama, mesa de cabeceira e uma cadeira confortável. —Isso é tão bonito. Peter abre a porta do quarto principal e diz: —Você vai adorar isso. — Eu ando atrás dele e tentar espreitar em torno, mas Peter puxa a porta para que eu não possa ver. —Enquanto eu estava falando com Sean, mencionei algumas coisas. Eu não lhe disse para fazer nada disso. Ele descobriu por conta própria. Eu ri nervosamente. —Ok, agora você está me assustando. — Peter sorri suavemente e empurra a porta. Estou congelada na porta. —Oh meu Deus, é tão bonito. — Em todos os lugares que olho é perfeito. O quarto tem cores suaves, de um azul muito pálido, com grandes molduras brancas. O chão escuro está manchado com um brilho que é tão brilhante que posso ver meu reflexo. A grande
cama está contra uma parede com uma cabeceira acolchoada que tem pequenas joias aninhadas nos tufos. A colcha branca felpuda está em cima, e puro tecido flui do teto ao chão, drapejando a cabeceira da cama. No canto tem uma vitrola antiga. Eu ando em direção a ela devagar, pensando que é uma reprodução de uma vitrola antiga, mas quando estou de pé sobre ela tenho uma segunda opinião. Aponto para o toca-discos. —Oh meu Deus! Isso é real! Peter está andando no armário, pelo menos pensei que era um armário, mas os seus ecos de voz. —Leia a gravadora. Eu olho para o disco preto e grito. —É Benny Goodman! Como ele descobriu isso? — Dirijo-me ao leitor, cuidando para não riscar, e ouço uma das minhas músicas favoritas. —Oh meu Deus, Peter. Poderia ser mais perfeito? —Eu não sei. Você ainda não viu este quarto ainda. — Ele enfia a cabeça para fora e diz: —Venha dar uma olhada. Eu ando pela pequena porta, pensando que é uma sala de depósito ou algo assim, e depois bocejo. O sótão foi transformado em um enorme banheiro. Uma banheira com pés de garra branca está sob uma claraboia. Armários de linha branca nas paredes com espelhos grandes centrados acima de dissipadores de cobre martelado. Minúsculas telhas de vidro azul pálido brilham dentro de nichos de parede, e um belo enorme chuveiro está situado no canto do banheiro. Eu fico ali, olhando. —Como é que ele teve tempo para fazer isso? Peter caminha atrás de mim e envolve seus braços na minha cintura. —A resposta óbvia é que ele começou na noite em que a conheceu, mas parece inacreditável baseado na maneira como ele se comportou. —Só um pouco, sim. —Eu disse a ele que queria casar com você, que você era a única. Ele sabia que daquela noite em diante estava falando sério sobre você. — Peter me vira em seus braços. —Este é um presente e tanto. Eu aceno e sorrio. —Isso significa que não tenho que deixar meu pai, e que eu e você podemos ter um novo começo, mas o que dizer de um emprego? Peter me liberta e tira o telefone do bolso de trás. Ele bate na tela quando ele fala. —Desde que nós vamos compartilhar uma conta bancária, você deve saber a nossa situação financeira. Aqui. — Ele me entrega seu telefone. —Dá uma olhada.
Eu pego e olho na tela. Eu pisco algumas vezes, pensando que estou vendo errado. Quando olho para cima, Peter está sorrindo. —Você disse que estava sem dinheiro. — Não estou entendendo. Ele está cheio. Peter não tem que trabalhar, se ele não quiser, como sempre. Há mais dinheiro em sua conta do que Sean me ofereceu na mansão Ferro. —Eu disse que não era o herdeiro e que estava tudo bem, e estou. Eu investi meu fundo e fiz bem. Vivi do meu salário e isso continuou crescendo. Eu não sou tão rico como Sean e Jon, mas estou longe de estar quebrado. — Peter sorri para mim. —Eu disse que cuidaria de você. Você realmente achou que eu não tinha nada? Concordo com a cabeça e enfio meus olhos de volta para o meu rosto. — Bem, sim. Sua sala de estar estava cheia de móveis pobres. Parecia mais um dormitório da casa de um professor. Ele encolhe os ombros. —Não estava em casa, então não gastei muito para consertá-la. Não havia nenhuma razão, não até que conheci você. —Então você não tem que trabalhar? — Peter balança a cabeça. —Mas aposto que você quer ensinar. Ele balança a cabeça e dá passos em direção a mim. —Sim, gostei de estar em uma sala de aula. —Nós vamos, teremos que fazer algo sobre isso. —Na verdade. — Diz Peter e olha para mim sob os cílios escuros. —Já fiz. Lembra que eu mencionei que o Jon é impulsivo? Bem, ele comprou algo por aqui há alguns anos atrás. —O que ele comprou? —Uma escola particular. Ele estava tentando impressionar uma garota quente. —Não somos nós todos? — Eu não posso imaginar como isso ajudaria Jon a impressionar uma garota, mas soa bem com base no que Sean e Peter disseram sobre o caçula Ferro. Peter ri e diz: —Preparatório Jonathan Ferro é cerca de uma hora daqui e precisa de um professor de Inglês.
—É isso mesmo, Professor? Ele acena com a cabeça. —Depois que minha mãe saiu correndo, Jon disse que ele iria me fazer rei, se eu o ajudasse a lidar com mamãe e seu mais recente investimento. Quando percebi onde esta escola estava localizada, eu disse sim. O único percalço no meu plano seria desonesto se você quisesse voltar para o Texas ou dissesse não, quando propus. Estava pensado se o peru fosse comer o seu anel, pelo caminho... falando do pássaro gordo, venha aqui. — Peter vai para a janela e puxa a cortina. —Dê uma olhada. Eu olho para baixo e vejo um enorme poleiro ao lado do pátio com um pássaro preto grande sentado sobre ele. —Ah, Sean entregou o Sr. Peru depois que saímos. —Então... — Peter me vira para ele. —Vamos ficar aqui ou nos mudar de volta para o Texas? —Parece que é hora de começar de novo e este é o lugar perfeito, a casa perfeita, com o marido perfeito. Peter me toma em seus braços e mergulha a cabeça, pressionando seus lábios nos meus. Quando se afasta, ele diz. —Eu te amo, Sidney Colleli. —Eu também te amo, Peter Granz. Agora me dê um pouco desse café que você está sempre falando.
FIM
NOTA DA AUTORA
Obrigado a todos os fãs incríveis que amam Peter (Ferro) Granz e Sidney! Vocês balançaram DAMAGED 01 para as listas de mais vendidos, onde permaneceu por um longo tempo louco! Se você ama Peter, você deve verificar se mais duas séries com os outros irmãos Ferro: THE ARRANGEMENT gira em torno do perigoso e devastado Sean Ferro, e STRIPPED é um romance que conta a história do mais jovem irmão Ferro, Jonathan. Estas três séries cruzam em pontos dando-lhe mais dos personagens que você ama!
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