1 2 3 TRADUÇÕES Staff Tradução: Hera Revisão: Perséfone Leitura Final: Aurora Formatação: Cibele Grupo Rhealeza Traduções 06/2017 Presents 4 Geneva Le...
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TRADUÇÕES Presents
Staff Tradução: Hera Revisão: Perséfone Leitura Final: Aurora Formatação: Cibele Grupo Rhealeza Traduções 06/2017
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Two Weeks
Turnaround Geneva Lee SINOPSE Dê a Sofia King duas semanas e ela pode transformar qualquer carreira ou estrela. Ela tem tudo: a carreira, os sapatos e o glamour. E seus planos não incluem um homem, a não ser que ele traga um orgasmo junto.
Isaac Blue, astro de cinema com dinheiro em caixa e uma mulher nova na cama a cada noite, ele parece ter tudo. Exceto felicidade. Então quando seus mais recentes disparates parecem poder estragar seu novo filme, os produtores decidem contratar Sofia King para melhorar sua imagem. Ele nem imagina que vai ser subjugado. A atitude fria dela só o faz querê-la mais. Sofia crê que uma noite apenas vai fazer com que possam enxergar que não dão certo e que conseguirá tirá-lo de sua vida... ela só não contava com a persistência dele.
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CAPÍTULO UM
D
o lado de fora da janela, as montanhas de Hollywood Hills se
estendiam no horizonte. Não as luzes cintilantes de Los Angeles, mas as montanhas selvagens e áridas de Santa Monica com seu belo mosaico empoeirado. Sofia aprovou a visão. Crescendo nessas colinas, ela apreciava qualquer ponto de vista que oferecesse um refúgio da cidade agitada e feroz abaixo, e era exatamente o que Georgia Andrews precisava para garantir um retorno bem-sucedido. Checando seu iPad deu uma olhada na sua lista, ela deixou cair o tablet dentro da bolsa Birkin1 que tinha deixado sobre a cama de Georgia. O quarto atual necessitava de alguns ajustes. Assim como os tabloides espalhados na mesade-cabeceira, acompanhados de taças de vinho sujas. Entre a vista do lado de fora e as roupas espalhadas pelo chão, parecia um dormitório de luxo. Sofia definitivamente teria que chamar seu decorador de interiores para uma rápida conversa. Dois homens vestidos solenemente saíram do banheiro em anexo e acenaram com a cabeça para ela, enquanto carregavam sacos, de deus sabe o que, para jogarem fora. Sofia fazia questão de lidar com as mudanças pessoalmente, mas ela sempre trazia uma equipe de especialistas para fazerem com a limpeza geral, depois que encontrou alguns brinquedos sexuais em gavetas. Era difícil olhar alguém nos olhos depois que você viu seus brinquedos, especialmente seus clientes masculinos. Mas tudo estava certo na programação com Georgia. A avaliação tinha sido fácil. Como Sofia, Georgia cresceu em Los Angeles entre os paparazzi famintos e a fama. Ao contrário de Sofia, Georgia havia sido vítima do brilho e o glamour. Aos vinte e quatro anos, ela tinha seu nome em dez filmes e duas vezes 1
Birkin: é uma bolsa feita por artesãos da Hermès grife famosa de bolsas. Esse nome é em homenagem a cantora Jane Birkin.
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mais idas para a reabilitação. Ela passou de queridinha de Hollywood para um arroz de festas nos últimos três anos, e foi aí que Sofia entrou. Ela tinha assumido a atriz menos de dez dias atrás, e nos próximos quatro dias a vida e a reputação de Georgia seriam completamente renovadas. Tudo graças a Sofia. Agora, enquanto estranhos removiam todas as tentações de sua vida anterior, Georgia estava recebendo um dia de spa no Girgio. Não só a sua vida de repente seria polida, ordenada e genuinamente enfeitada, ela também seria. —Senhorita King? —Karin colocou a cabeça na porta do quarto, mordendo seu lábio enquanto esperava ser notada. O gesto nervoso chamava a atenção para o rosto da sua jovem assistente. Karin não estava colaborando com aquele rabo-de-cavalo também. Sofia arqueou uma sobrancelha, balançando a cabeça. —Sra. King, por favor. Eu não sou definida pelo estado civil. —Eu sinto muito. Eu esqueci de novo. —Suas desculpas eram genuínas, o que demonstrava seu curto tempo em Los Angeles. Sofia tinha um ponto fraco por garotas de olhos brilhantes que enviavam e-mails perguntando sobre o trabalho. Karin, como muitas outras, fora enviada por uma amiga produtora, porque tinha todos os ingredientes de uma excelente assistente: pontualidade, ética de trabalho, personalidade submissa e nenhuma intenção ser atriz. Ela não duraria seis meses. Nenhuma delas tinha durado, isso era o que as fazia serem as candidatas ideais para o cargo. Elas nunca ficavam tempo suficiente para enxergar os possíveis material de chantagem que encontrariam diariamente. Ainda assim uma nova assistente duas vezes por ano significava lidar com pequenos incômodos. —Você tem um telefonema. —Karin informou. —Eu não recebo telefonemas durante limpezas. —Sofia lembrou com uma voz gentil. —Por favor, pegue a mensagem. —É o seu pai. —Karin disse timidamente. 6
—Coloque-o na linha. —Sofia disse, agarrando-se ao último pedaço de paciência que podia reunir. —E da próxima vez mencione isso imediatamente. Karin assentiu, correndo de volta para o escritório improvisado que ela havia montado na cozinha. Poucos minutos depois, o telefone de Sofia tocou com a chamada. Ela atendeu enquanto seguia para o banheiro para verificar o progresso da equipe. —Oi pai. —Esta é a minha bebezinha. Arnold Maxx era um dos homens mais intimidantes em Hollywood. Ele tinha assustado mais diretores do que qualquer outro produtor e estava supostamente ligado a quatro suicídios. Um fato para o qual ele dava de ombros, fazia parte do negócio. Agora ele dirigia a empresa de cinema mais lucrativa do mundo, Maxximum Studios, mas a única coisa que poderia transformá-lo em um ursinho de pelúcia gigante era a sua única filha. Sofia sorriu para seu apelido familiar, suavizando como de costume, com seu tom afetuoso. Ela tinha a atitude de seu pai, mesmo agora, quando dirigia uma empresa multimilionária bem-sucedida, ela não podia dizer não a ele. Após a morte de sua mãe, eles ficaram unidos em uma cidade conhecida por romper relacionamentos. Quando ela teve a sua ideia maluca de negócio, ele entreabriu as portas para elite de Hollywood. Ela continuou a partir daí, construindo um nome para si mesma como uma produtora de milagres, mas ela sempre seria grata por ele ter acreditado em seu pequeno negócio desde o início. —Alguma novidade? —Trabalhando até morrer. —Disse secamente. —O mesmo aqui. —Ele admitiu. —Então, isso significa que você está no trabalho? —Sim. — Não era típico de seu pai ligar no meio do dia para conversar. Nenhum deles tinha tempo para desperdiçar assim, mas era bom fingir por um momento. 7
Virando-se, ela pegou um dos técnicos observando-a no espelho. Ela lhe lançou um olhar fulminante, e ele se virou rapidamente. Ela tinha aprendido há muito tempo que não importava se ela usasse um biquíni ou uma parka 2, os rapazes viam uma loira e perdiam sua capacidade de trabalhar na sociedade educada. —Senhora King? —Outra funcionária segurando uma medicação prescrita, lhe entregou para sua aprovação. Sofia pegou, lendo o rótulo antes de abrir a tampa. Jogue fora, sussurrou para ela. —Estou ligando para pedir um favor. —Seu pai continuou. —Estarei livre em alguns dias. —Ela disse, verificando o conteúdo do armário de remédios por mais drogas. Arrancando duas caixas de aspirina da prateleira, ela as jogou no lixo. Quem de 24 anos tomava tanta aspirina? As celebridades adoravam esconder drogas à vista. —Não serve. Eu preciso de você agora. Sofia reconheceu o tom firme que seu pai geralmente reservava para disputas contratuais. O que ele usava quando estava reduzindo o orçamento de alguém. —Papai, eu tenho quatro dias no trabalho, e ela é uma de suas meninas. Ele fez uma pausa, como se estivesse considerando isso. —Com quem está? —Georgia Andrews. —Essa menina é um acidente de trem. A Maxximum tem um problema muito maior. Sofia podia imaginar sua onda de desprezo enquanto falava, e seus olhos se estreitaram. Ela tinha fugido da indústria por causa de homens como seu pai, e enquanto ela o adorava por razões relacionadas principalmente à genética e à sorte de seu nascimento, também sabia que quando olhava para as suas atrizes 2
Parka: Um parka ou anorak é um tipo de casaco longo com um capuz, muitas vezes forrado com peles verdadeia ou pele falsa.
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via dinheiro. A carreira de Georgia estava indo pelo ralo, o que significava que ela não valia a pena. —Eu tenho uma responsabilidade com minha cliente. —Eu sei, bebezinha. —Ele disse, rapidamente mudando sua abordagem. —Mas você pode colocar Georgia na reabilitação por algumas semanas. Meu problema não pode esperar. —Ela não é uma garrafa de leite. —Sofia disse. —Eu não posso colocá-la no gelo para não estragar. —Olha, quando foi a última vez que eu te liguei? Sofia hesitou. Ele a pegou aí. Depois de todos esses anos, seu pai nunca a chamara para um trabalho. —Nunca. —Eu preciso que você cuide disso. Você é a única em quem posso confiar para mudar essa situação. —Ele admitiu com uma voz um pouco ansiosa. —Eu tenho seis semanas de filmagens externas perdidas e meu astro é uma bombarelógio. —Tudo bem. — Ela disse com um suspiro. Ele estava certo, ela devia isso a ele. Ela colocaria Georgia em Malibu Heights, onde poderia ao menos ter certeza de que a garota se comportaria, e estaria de volta em duas semanas para iniciar o processo novamente. —Quem eu vou ter o prazer de consertar dessa vez? Ele fez uma pausa. —Então estamos de acordo. —Papai? —Ela pressionou. Ele estava evitando a pergunta dela, o que não era um bom sinal. —Quem é? —Você já concordou. —Ele lembrou. —E se alguém mais pudesse fazer isso, eu o teria trazido. —Quem é? —Ela perguntou. —Isaac Blue. 9
O nome foi como um soco no estômago e Sofia respirou fundo, tão rapidamente, que um assobio saiu de seus lábios. —Droga, eu sou a última pessoa em que você pode confiar para recuperar Isaac Blue! —Eu acho que você está errada sobre isso, querida. —Seu pai disse. — Chame isso de palpite. Ele tinha que saber que não era verdade. Assim como sabia que não deveria mencionar o nome desse desgraçado até que tivesse conseguido que ela concordasse. Ele obviamente se lembrava de que ela odiava Isaac Blue, mas se estava lhe pedindo para fazer isso, ele não deveria se lembrar o porquê. —Você está aí? — Ele perguntou depois de alguns momentos de silêncio. —Desculpe, eu estava ocupada fantasiando sobre todas as maneiras que eu vou fazer você pagar por isso. Seu pai riu, parecendo aliviado. —O que você quiser, querida. Sofia pegou sua bolsa, segurando-a com um sorriso de lábios cerrados. —Bom. Vamos começar com o seu jato particular.
***
A julgar pela sua dor de cabeça, Isaac tinha sido baleado. Ou esfaqueado. Ou batido no crânio com um machado. Na verdade, as possibilidades pareciam infinitas. Se apoiando nos cotovelos, ele abriu um olho lentamente, estremecendo quando a luz da manhã o atingiu. Ou luz da tarde. Ou o brilho do piso. Não podia ter certeza. Sim, isso ia ser uma ressaca assassina.
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Flashes de memórias se filtravam em sua mente enquanto tentava juntar exatamente o que tinha acontecido. Big Ben. O filme. Um bar. Isso não era bom. Deixando-se cair de volta em sua cama, ele ergueu a mão para esfregar suas têmporas latejantes. As pontas dos seus dedos estavam pretas. Não um preto desbotado, como se eu tivesse trabalhado em um carro, sujando de graxa, ou com de tinta. Não, eles estavam manchados de preto com uma tinta para impressão permanente, usada para digitais na identidade e também para causar vergonha. A tinta preta em todos os meus dedos era de agora. Quem imaginaria que eles prendiam pessoas em Londres? Parecia muito descortês. Quando ele finalmente tocou suas têmporas, ele estremeceu de novo. Tocando a pele sobre seu olho esquerdo cautelosamente, ele descobriu o que provavelmente era um hematoma beeem grande, o que o fez se lembrar que tinha se metido em uma briga. Ele ainda não se lembrava de ir para a cadeia, mas se ele tinha sido burro o suficiente para começar a dar socos, ele deveria estar bêbado o suficiente para quebrar tudo. —Você está acordado! Isaac se encolheu ante a exclamação alegre, abrindo seus olhos quando uma morena bonita pulou pelo quarto. Ela estava de topless, e em circunstâncias normais ele teria apreciado ver as três meninas pulando alegremente em direção a ele. Neste exato momento, ele ainda estava tentando lembrar como tinha chegado em casa, perguntando o quão ruim estava seu rosto, decidindo como enfeitiçar seu agente e diretor, para não se importarem que ele parecesse um lutador, e ainda lidando com a ressaca rachando sua cabeça. Além disso, por mais bonita que fosse, aquela maldita garota estava com olhos acesos, logo de manhã, ou na hora em que acordava normalmente. —Você quer que eu lhe traga um pouco de café da manhã? — Ela caiu na cama e passou um dedo sobre seu abdômen em uma tentativa de sedução. —Ou eu poderia ajudá-lo a acordar de outra maneira? Isaac ergueu um dedo para silenciá-la. —Shhh. 11
—Oh! — Ela gritou. —Você precisa de uma aspirina? —Eu preciso... —Sim? —Ela perguntou sem fôlego. —Silêncio. —Ele terminou. A garota ficou em silêncio por um momento e olhou com cuidado para suas mãos. Ela tinha pego uma mecha de seus cachos entre os dedos e a estava torcendo com o que parecia uma quantidade considerável de esforço. —Eu posso ficar quieta. —Ela começou finalmente, e Isaac puxou um travesseiro sobre seu rosto enquanto ela continuava. —Ou lhe pegar o café da manhã, ou lhe fazer um boquete! Ele empurrou o travesseiro e segurou sua mão para suavizar o golpe. —Olha, humm ... —Heidi. —Ela o ajudou, salvando-o de tentar em vão lembrar seu nome. —Heidi, olha. Você é uma garota bonita e, obviamente, você é muito ... simpática. —Era a coisa mais amável que ele poderia pensar em dizer. — Mas eu realmente só preciso dormir um pouco mais, beber meu peso em água e ligar para o meu agente. Ela inclinou a cabeça e olhou para ele. —Você não quer um boquete? Isso claramente a intrigava, e se ele estivesse sendo honesto, seu pau também se sentia intrigado. Mas se havia alguém mais burro do que ele, depois de uma noite de bebedeira, era o seu pau. Parecia ter vontade própria, também era estupido e facilmente distraído por meninas bonitas com suas coxas macias que se abriam dando boas-vindas para ele. Isaac empurrou o travesseiro sobre seu colo para cobrir o seu pau duro, esperando abafar os argumentos dele, antes de Heidi ter alguma ideia. Se ele não tivesse saído fodendo as coisas na noite passada, talvez não a tivesse rejeitado. 12
Assim ele provavelmente também saberia seu nome sem ter que perguntar, para não mencionar que ele se lembraria de como a conheceu, antes de tudo. Lágrimas brotaram em seus olhos da desconhecida e ele se encolheu. Ele queria convence-la gentilmente a desistir, mas ela teve que lhe oferecer um boquete. Isso significava que ela sabia quem ele era. Oferecer um boquete? Isso significava que ela esperava que seu tempo juntos fosse um pouco diferente, e com base no fato de que ele ainda estava de jeans e sapatos, ela provavelmente estava desapontada. Não havia mais nada a fazer senão jogar a sua melhor carta para sair dessa complicação. Era irônico que esse truque só funcionasse com fãs excessivamente entusiasmadas. —Eu tenho que filmar hoje à noite. —Eu entendo perfeitamente. —Ela disse, pressionando uma mão sobre seus seios nus incomodamente. —Talvez nós possamos nos encontrar mais tarde esta noite e eu posso fazer aquela massagem nas costas que eu prometi antes de você adormecer ontem à noite? —Com certeza. —Ele mentiu, saindo da cama e guiando-a para a porta. — Deixe-me anotar seu número. Ela se sacudiu para ele enquanto enganchava o sutiã e vestia sua camisa. Isaac fingiu adicioná-la em seus contatos, uma performance que tinha aperfeiçoado ao longo dos anos. Afinal, ele era um ator. Agora que estava completamente vestida, ele a conduziu até a porta, ansioso para se livrar dela e começar a lidar com as tempestades da noite passada. Ela provavelmente era uma garota muito legal, mas o problema era que, garotas bonitas e caras como ele não combinavam. Além disso, Heidi estava ansiosa e era agradável, o que era uma combinação perigosa. Meninas como ela não estavam contentes em se gabar de que tinham pego um astro de cinema por uma noite. Elas queriam que ele ligasse. Às vezes apareciam no set. Elas não entendiam que ele só estaria na cidade por uma semana, antes de ter que ir para outro local. 13
Chegando a porta, seus dedos se fecharam sobre a maçaneta exatamente quando Heidi jogou seus braços ao redor de seu pescoço. Esmagando seus lábios contra os dele, ela enfiou a língua na boca antes dele processar o que estava acontecendo. Seu corpo respondeu a sua ardência óbvia, enquanto lutava com a maçaneta da porta. Empurrando a porta, ele se afastou dela e colocou seu sorriso mais encantador nos lábios. —Ligue para mim? —Heidi bateu nos cílios como se fossem asas de borboleta. Seu sorriso se alargou quando abriu a porta mais amplamente, mas caiu de seu rosto quando ele avistou a mulher parada lá no meio. A expressão da loira estava em branco, completamente inelegível, mas havia gelo em seus olhos azuis. Ela não era nada parecida com essa menina. Não, seu cabelo caía até seus ombros em ondas macias, habilmente estilizadas, presas pelos óculos de sol Gucci empoleirado em sua cabeça. Sua saia lápis vermelha combinava com seus lábios e abraçava as coxas bem torneadas, mas obviamente tonificadas, que fluíam pelas pernas mais longas, até os saltos mais altos que ele não via a muito tempo. A mulher se afastou para permitir que Heidi passasse. Seu choque momentâneo tinha desaparecido, e agora seus lábios vermelhos se torciam em um sorriso pesaroso enquanto a menina olhava freneticamente de Isaac para a estranha, antes dela sair pelo corredor. Ele lhe devia uma, por sua aparição na hora certa, mas não explicava o que ela estava fazendo aqui. —Boa tarde, Isaac. — Aversão colorindo sua saudação. Ela não estava ansiosa para vê-lo, o que significava que ela estava aqui por uma razão. Estendeu o braço. —Entre.
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CAPÍTULO DOIS
Sofia ignorou o desastroso começo. Bem, ela afugentou a garota. O fato de que Isaac, obviamente, não a reconhecesse era um pouco mais difícil de ignorar. Não era a primeira vez que ela tinha pego de surpresa um novo cliente. Ela tinha pego drogados, uns sessenta roqueiros em festas de fraternidade e resgatado celebridades bêbadas sob o radar dos paparazzi. Ela podia lidar com um Isaac Blue espancado e de ressaca. Então por que ela se sentia como se estivesse se esforçando para manter a compostura? Talvez porque depois de seis anos ele ainda parecia incrível, mesmo com um olho roxo recém-adquirido. Não era uma surpresa para Sofia que Isaac tivesse levado sua carreira tão longe em tão pouco tempo. Ele havia evoluído de um galã adolescente magro e bem-apessoado, para um símbolo sexual bem constituído, de derreter calcinha. O cabelo castanho que passava de suas orelhas foi cortado, tipo bagunçado sexy que dava vontade de segurar, mas seus olhos e aquele sorriso pecaminoso eram os mesmos. Ele tinha se transformado em um astro, e enquanto Sofia se via apreciando a visão ele se dirigia para o sofá com seu jeans largos, ela não podia deixar de imaginar o quanto havia mudado por dentro. Entrando no quarto do hotel, ela olhou para a suíte procurando sinais de mais pessoas. Felizmente, tinha sido apenas uma garota, não uma dupla, nem um trio, ou pior. Ninguém gostava de acabar com uma orgia. Sofia deixou cair a bolsa sobre a mesa e cruzou os braços sobre o peito enquanto o observava. —Estou aqui em nome da Maxximum Studios. —Ela informou, cuidando para manter seu tom comedido e profissional. Este era o estágio que um cliente involuntário provavelmente esbravejava, assim era importante lhe mostrar suas opções. Ou seja, que ele não tinha nenhuma. —Aparentemente o Natal chegou mais cedo. Maxx superou-se desta vez. —Isaac disse, o rico sotaque sulista que ele costumava esconder. Ele circulou seu dedo no ar. —Dê uma voltinha para mim, princesa. 15
Os olhos de Sofia se estreitaram, enquanto ela colocava as mãos nos quadris. Ela escolheu ignorar o fato de que seu pai pensava obviamente que strippers eram presentes apropriados de fim de ano, mas teve que lutar com a raiva irracional que cresceu nela ao descobrir que Isaac ainda era um mulherengo. Ele tinha sido um tarado sexual quando se conheceram e nada mudou depois de tudo. —Estou aqui para salvar sua carreira. —Tenho de admitir que acho isso decepcionante. —Isaac lhe lançou um sorriso deslumbrante. —Você tem certeza de que não posso persuadi-la a se juntar a mim? —Ele se recostou contra o sofá, cruzando os braços atrás da cabeça enquanto seus olhos desciam para seu colo. —Coloque uma camisa. —Ela exigiu. —E então vamos conversar. —Ok. —Ele disse dando de ombros. —Mas sou muito mais aberto quando estou confortável. Sofia fez uma pausa para considerar isso. Se um novo cliente tivesse dito o mesmo, ela teria percebido seu blefe, sabendo, que o pior que podia acontecer era ela ter um vislumbre de como ele veio ao mundo. Mas Isaac não era exatamente um cliente novo, e ela já o tinha visto antes. Era exatamente o tipo de coisa que ele faria para testar um estranho, especialmente um usando saia. Quantas mulheres poderiam resistir à visão de um Isaac Blue nu? Sofia não tinha uma planilha, mas ela podia adivinhar as estatísticas por conta própria. A verdadeira questão era: Ela poderia resistir ao vê-lo assim? Uma hora atrás, ela teria dito sim, mas há uma hora, fazia seis anos que eles estiveram na mesma sala. Uma hora atrás, pensara que a única coisa que sentia por ele era a dor maçante e fantasmagórica da traição. Agora ela o conhecia melhor. Mas talvez a única maneira de vencer o jogador era jogar de acordo com suas regras. Não importa que seus mamilos se endureciam, apenas pela sua proximidade, e esqueça o fato de que seu sangue tinha pegado fogo por sua mera presença. Ela podia lidar com a visão de Isaac e seu inacreditavelmente perfeito tanquinho. 16
A única decisão era recorrer a sua metodologia comprovada. Eles ainda estavam nas primeiras vinte e quatro horas da reviravolta, o que significava que estavam claramente no período de avaliação, de quarenta e oito horas. Era crucial que ela passasse esse tempo conhecendo seu cliente, mesmo achando que conhecia Isaac, seu trabalho era abordar isso como uma profissional. Sofia só tinha uma regra no que diz respeito às avaliações: ela sempre as fazia nos termos do cliente. Se eles queriam ir a um bar, ela ia. Se seu fornecedor aparecia, ela ficava de fora. Sabendo exatamente o que tinha que fazer, voltou a dar de ombros. —Se isso faz você se sentir confortável, está tudo bem para mim. Ela captou a surpresa cintilando em seus olhos, mesmo quando ele ficou de pé e chutou suas botas de grife, mas no momento em que ele puxou para baixo seu zíper, seu sorriso arrogante tinha retornado. Isaac empurrou a calça para o chão com um floreado, ficando nu diante dela. —Sente-se melhor? — Ela perguntou, colocando seus olhos nele, com o que provavelmente seria o olhar mais fixo do século. —Muito. —A palavra exalou com seu lento e delicioso sotaque georgiano. Ele piscou para ela, e Sofia sentiu o calor fluir em sua pele. Que droga, ele ainda sabia pressionar todos os botões. Embora para ser justa, ela duvidava que qualquer mulher de sangue quente teria sido capaz de lidar com a combinação de seu inegável carisma e esse abdômen que se estreitava em um V esculpido. —De repente me sinto em desvantagem, senhorita...? O pedido excessivamente educado para uma apresentação lembrou Sofia exatamente porque não importava que Isaac Blue estivesse nu na frente dela. Talvez fosse o sintoma de um ego machucado, por ela pensar que ele deveria se lembrar dela, mas problemas de memória estavam longe de serem raros em seus clientes. —Senhorita King. Quer dizer, Sra. King. —Pensando bem, talvez ele não fosse o único a ter problemas com a memória. 17
—É um prazer. — Ele diminuiu a pequena distância entre eles e pegou sua mão, levando-a até seus lábios. Ela sabia que suas palavras doces como mel vinham de uma boca que não só falava. Um calor irradiava dele, seus olhos pareciam pesados, como se sua mera presença fosse uma droga poderosa. Sua própria droga pessoal. Mas, quando ele soltou sua mão, ela avistou a ponta dos dedos manchada de tinta. Sofia voltou à realidade, afastando-se dele e puxando sua blusa enquanto sacudia seu corpo de seus efeitos inebriantes. —Devemos começar a trabalhar. —Ela informou, mudando para o modo de negócios. —Você deve estar no set amanhã. Isaac franziu o cenho, passando a mão pelo cabelo preto enrolado. —Eu sou esperado no set na terça-feira. —Amanhã é terça-feira. —O que aconteceu com o domingo? —Ele caminhou em direção ao quarto, abandonando sua charada engraçadinha, e começou a remexer o topo da cômoda. Sofia observou, mentalmente anotando o que viu em seu quarto. Nenhuma evidência de drogas. Aquilo era um bom sinal. Embora houvesse algumas garrafas de cerveja vazias. Isso não era tão bom. Fora isso, havia o conteúdo usual dos bolsos de um cara espalhado por toda a mesa: moedas soltas, uma carteira e uns preservativos. Preservativos intactos. Preservativos ainda embrulhados. Preservativos não utilizados. Ela se odiava por perceber isso. —Perdeu alguma coisa? —Ela perguntou, cruzando os braços enquanto se encostava na porta. 18
—Meu telefone. —Ele respondeu. —E meu domingo e, aparentemente, minha cabeça. A boca de Sofia se curvou em um sorriso satisfeito. Ela estava no caminho certo, afinal. —É por isso que estou aqui.
***
Isaac queria beijar o sorriso presunçoso de seus lábios pintados e, em seguida, prendê-la na parede para mostrar exatamente quem mandava aqui. Mas agora, e ele odiava admitir, ela mandava. Ele quase a tinha pego, desmascarando seu blefe, quando fingiu não conhecê-lo. Como se ele não pudesse enxergar através de sua frieza. Fia Maxx pode estar usando um novo nome. Ela poderia até ter se transformado de uma atraente moça de dezoito anos de idade em uma linda provocadora gostosa, mas ela não podia enganá-lo. Não que ele se importasse de conhecer a Sra. King um pouco melhor, particularmente os seios exuberantes e cheios sob sua blusa justa. Isaac pressionou seu corpo na lateral da cômoda para esconder sua ereção crescente. Madeira para esconder pau. Ele seria capaz de rir sobre isso mais tarde, mas agora tudo o que ele conseguia pensar era levantar as longas pernas de Fia em torno de sua cintura e montá-la até que sua cabeça caísse para trás quando ela se desfizesse. Ela poderia ter mudado, mas não havia nenhuma maneira que seu rosto gozando tivesse mudado, não existia nenhuma melhoria para a perfeição. Claro, ela estava disfarçando bem agora, mas ele a viu se contorcendo quando ele deixou cair sua calça na frente dela. Ela poderia tentar fingir que não sentia a mesma conexão elétrica que tinha surgido entre eles há seis anos, mas não havia como negar que ainda estava lá e faiscou desde que ela voltou para sua vida. E ele mostraria a ela exatamente o que estava perdendo. 19
Tudo que ele tinha que fazer era brincar, deixá-la pensar que poderia consertá-lo ou qualquer que fosse seu plano, e ele estaria de volta em suas boas graças e em sua calcinha. Não teve uma semana que Fia Maxx não apareceu em sua cabeça desde que ela desaparecera sem uma palavra, e ele precisava recuperar o tempo perdido. Ele a expulsaria da sua cabeça. Isso era tudo. Dar ao estúdio o que eles queriam e conseguir o que ele precisava, Sofia espalhada nua em sua cama. Era uma situação onde todos ganhavam. Ele só tinha que recuperar a vantagem. —É isso que você está procurando? — Ela perguntou, apontando seu telefone celular para ele na mesa de cabeceira. —É. —Ele disse. Sofia o estendeu para ele, e ele parou. Se ele se aproximasse para pegar, não haveria maneira de esconder sua excitação dela. Mas se ele permanecesse parado, ela adivinharia por que ele não estava se movendo. Poderia dar-lhe algo para olhar. Isaac se moveu para ela, seu pau rígido como um poste. Os olhos de Sofia se arregalaram um pouco e ela moveu seu olhar até o dele. Era tarde demais. Ele a pegou olhando, e ele viu exatamente o que ele esperava em seus olhos momentaneamente descongelados: luxúria. Havia uma chance de que ele pudesse leva-la para a cama aqui e agora. Seus olhares se fixaram um no outro, e ele sabia que ela estava imaginando a mesma coisa. Suas mãos erguendo sua saia ao redor de seus quadris bem torneados quando ela se envolvesse ao redor dele. Ele rasgaria suas meias sedosas. A boca de Sofia se curvou em um sorriso e ela balançou a cabeça ligeiramente como se soubesse o que ele estava pensando. Ele não teria que arrancá-las. King era definitivamente o tipo de mulher que usava uma cinta liga. Melhor ainda. Mas não conseguiria impedi-lo de destruir sua calcinha. Isaac quase podia sentir seus saltos cavando em seu cóccix 3 agora.
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Cóccix: Osso formado por três ou quatro vértebras situado na extremidade inferior da coluna vertebral.
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Os dentes de Sofia afundaram em seu lábio inferior, e ele sabia que ela não iria impedi-lo, foi por isso que ele pegou o telefone e se virou. Seria muito fácil continuar de onde eles haviam parado. Ele queria que ela suasse um pouco, faze-la ficar bem quente por ele, para que ele pudesse desfrutar fazendo-a gritar seu nome durante toda a noite. —Obrigado. —Ele disse, limpando o desejo de sua garganta. —É segundafeira. Ele a ouviu respirar fundo. —É. — Ela disse em um tom cortado. —Eu estarei de volta para ajudá-lo a resolver o resto de sua vida pela manhã, e para ter certeza de que você esteja no set. Tente não ser preso antes. Ela passou por ele, o queixo erguido, os olhos focados na porta. A mão de Isaac voou e pegou seu pulso, puxando-a um pouco mais perto. Pressionando a boca até a cavidade atrás da orelha, deu um beijo suave no seu ponto sensível. Ele sorriu quando um arrepio rolou por ela. —Sem promessas. —Ele sussurrou e a soltou.
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CAPÍTULO TRÊS
Sofia fez sinal para outra taça de Boubon, bebendo-o assim que o copo estava em suas mãos trêmulas. Ela realmente tinha pensado que poderia caminhar até Isaac Blue e sair incólume? Ele estava escaldante, imprevisível e totalmente irritante. Meia hora com ele a fez regredir de uma profissional sofisticada a uma adolescente ofegante. Ela devia tê-lo esbofeteado. Ela deveria ter achado uma atitude bad-boy grosseira. O problema era, que ela não achou. Nunca ela sentiu necessidade de afogar suas mágoas depois de um dia de trabalho e aqui estava ela, tomando a bebida como se sua vida dependesse disso. Sua única redenção era que ela tinha conseguido esperar até cinco da tarde, uma hora aceitável para beber socialmente, e que ela tinha entrado em contato com uma velha amiga para se juntar a ela. Belle apareceu na entrada e várias cabeças se viraram para observá-la enquanto se dirigia até Sofia. Não havia como negar que Belle era um nocaute, especialmente com uma minissaia de couro e botas. Parecia Grace Kelly e vestiase como uma estrela pop, a fantasia de todos os caras. Mais do que alguns dos homens murmuraram com apreciação quando as duas loiras se abraçaram antes de se sentarem em seus banquinhos. —Estou tão feliz que você pode vir tão rápido. Eu estava preocupada em afastar você de seu noivo. —Sofia disse, pegando a mão de Belle e inspecionando seu anel de noivado insanamente lindo. —Que bobagem. — Ela acenou para afastar a preocupação de Sofia com sua mão livre, enquanto se envaidecia com sua atenção. —Ele está fora da cidade e minha colega de apartamento descobriu recentemente as alegrias do sexo. Sofia riu disto, soltando a mão de sua amiga. —Cara gostoso?
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—Você diria que sim. — Belle gesticulou para o barman para pedir uma bebida e depois voltou-se para Sofia com um amplo sorriso. —Então, o que a trás para a cidade, trabalho ou prazer? Sofia fez uma careta ao lembrar de Isaac. Agora precisava de Belle para distraí-la, com histórias de Londres, planos de casamento e bebidas. Belle inclinou a cabeça para o lado, estudando-a. Às vezes era como olhar para um espelho, pensou Sofia. Belle tinha os mesmos cabelos loiros e a pele clara. Elas até conseguiram enganar alguns professores, durante os anos em que haviam frequentado o mesmo internato em Suffolk, enquanto seu pai abria a sucursal londrina da Maxximum Studios. Mesmo agora, elas provavelmente poderiam passar por irmãs, se pudessem copiar o sotaque, uma da outra. —Desembucha, Fia. —Belle exigiu. Sofia suspirou e sacudiu a cabeça. Seria preciso muito mais para fazê-la falar sobre Isaac, do que as exigências de Belle, não importa quão insistente ela se tornasse. —Ninguém mais me chama de Fia. —Eu chamo. —Belle pediu outra rodada. —Você não vai escapar de me dizer. —Você terá que arrancar de meus lábios frios e mortos. — Sofia disse, tomando a nova bebida com um sorriso tenso. Belle riu. —Não, não vou. Vou ter que tirá-la de seus lábios quentes e bêbados. Sofia ergueu o copo e as mulheres bateram as bordas. —Desafio aceito.
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Duas horas mais tarde Belle arrastou Sofia da mesa de bilhar, onde ela estava se gabando para um grupo de homens se divertindo, enquanto girava um taco de bilhar perigosamente em volta de si mesma. —Ah, Belle! Eu ia chutar a bunda deles! —Sofia entrou na cabine do canto e aceitou um copo de água com má vontade. —Você está chateada. —Belle disse rindo. —Você deve ir com calma. —Estou cansada do voo. — Sofia fez beicinho. —Você não está apenas bêbada, no entanto. — Belle moveu seu dedo para ela com conhecimento de causa. —Fia, você está irritada. Sofia sorveu uma respiração profunda, mas o Bourbon correndo pela sua corrente sanguínea estava tornando impossível segurar a verdade. —Papai me enviou para fazer uma reviravolta. —Deve estar indo bem. —Belle disse secamente. —Você não tem ideia. — Sofia bateu a cabeça na mesa, tentando organizar os pensamentos e emoções nadando em seu cérebro encharcado em álcool. Ela não podia discutir um cliente com Belle. Sofia talvez não fosse uma terapeuta licenciada ou uma médica, mas ela acreditava na confidencialidade tão seriamente como se fosse. Ainda assim, Isaac não era um cliente qualquer, e depois de como ela perdeu o controle esta tarde, como ela chegou perto de se aproximar e envolver as mãos em torno de seu pau duro e gostoso, ela estava cada vez mais certa de que ele não era. Estar perto dele era muito tentador. De repente, as fantasias com as quais uma vez se iludiu, estavam retornando com força total. Isaac a fazia sonhar. Por mais uma noite na cama com ele. A reviravolta de Isaac significava obrigar-se a reviver a dor que ele tinha causado nela. Não havia nenhuma maneira que ela o deixasse magoá-la novamente. —Fale sobre isso. — Belle persuadiu. —É Isaac Blue! — Seu nome saiu de sua boca antes que ela realmente decidisse se compartilharia ou não. Mas agora que o gato estava fora do saco, ela não conseguia parar de contar os detalhes. As prisões. O pedido de seu pai. A periguete em seu quarto de hotel. O momento em que ela teve um Isaac Blue nu 24
agarrando seu pulso e beijando seu pescoço, Belle estava olhando para ela com ar sonhador, o cotovelo apoiado na mesa e o queixo apoiado na mão. —Belle! — Sofia tentou estalar os dedos, mas eles não estavam funcionando muito bem. Belle piscou algumas vezes, como se estivesse acordando de um sonho. —Eu sinto muito. Eu só ... Isaac Blue! Graças a cena de nudez, parcial, em Death Race eu tive uma boa ideia do visual desta tarde. Importa-se de me contar sobre os detalhes completos do nu frontal? Pressionando os lábios, Sofia sacudiu a cabeça. —Ele é um dos homens mais sexy do mundo! A People Magazine disse isso. Belle levantou as mãos defensivamente. —E se você fosse realmente minha amiga, você contaria. —Ele é gostoso fora da tela, também. — Sofia admitiu. Ela não podia evitar. Algo sobre Isaac a fez querer rir e brincar com a amiga. Ninguém nunca teve esse efeito sobre ela depois dele. —Eu sabia! — Belle se abanou. —Agora podemos nos concentrar no que diabos eu deveria fazer? — Sofia perguntou, exasperada. —Você ainda tem uma queda por ele, hein? —Eu não tenho uma queda por ele! — Sofia hesitou, endurecendo, enquanto se preparava para rasgar o curativo mental que cobria a ferida de seu relacionamento. —Você nunca nos viu juntos. Eu estava apaixonada por ele. Completamente. Totalmente. E eu honestamente pensei que ele me amava. Quer dizer, eu tinha dezoito anos e era muito estúpida para saber. —Eu ainda quero saber por que você está tão certa de que ele não estava apaixonado por você. — Belle disse gentilmente, alcançando sobre a mesa e 25
segurando a mão de Sofia. Ela tinha experimentado sua própria dose de bad-boy na faculdade. —Vamos ver, você quer a lista longa ou a lista curta? Vamos manter o foco. —Sofia decidiu por ela. —Eu tive que descobrir pela Entertainment Today 4 que ele estava trepando comigo e com sua parceira em Days of Rain, Nina Justin. Ele ficou no set com ela e nunca me ligou de volta! —Imaginei que foi por isso que você deixou Malibu Place. Sofia assentiu. Ela nunca admitiu para ninguém que foi por isso que ela tinha deixado o popular programa noturno que ela estrelava com Isaac, mas ela também tinha pensado que nunca mais teria que enfrentar Isaac Blue. Ninguém tinha piscado um olho quando a filha de Arnold Maxx tinha desistido de atuar. Ela tinha dinheiro e aparência, e Sofia não teria sido a primeira princesa de Hollywood a ficar entediada com o negócio. —Eu perdi um ano da minha vida em clubes, bebendo para esquecer o quanto esse idiota me machucou, e agora olhe para mim! Estou de volta onde eu comecei. —Um soluço escapou de seus lábios e a mão de Belle a apertou. —Isso não é verdade, querida. — Belle falou em voz baixa, suave. —Você faz um trabalho maravilhoso. Não só é competente , você realmente ajuda as pessoas. Sem mencionar que você é a mais gostosa neste bar. —Depois de você. —Sofia sorriu, enxugando os olhos com um guardanapo. —Bem, claro. —Mas eu não posso recuperar Isaac. — Sofia sussurrou, finalmente, dando voz a seu medo. Ela não foi o suficiente para prender sua atenção antes. Seu amor não tinha sido suficiente para impedi-lo de correr selvagemente. Como ela poderia consertá-lo com toda a bagagem que ela ainda carregava? —Talvez Fia Maxx não pudesse, mas eu ouvi que Sofia King é uma cadela durona. 4
Entertainment Today: Fundada em 1967, é uma revista trimestral e publicação on-line com foco na indústria do entretenimento e tecnologia de entretenimento.
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Belle estava certa. Ninguém esperava que ela usasse o nome de solteira de sua mãe e começasse um negócio sozinha. Sofia não tinha aberto seu caminho fora do glamour de LA para ser vítima de um dos seus predadores de novo, não importa o quão frustrante e sexy ele era . Ela não tinha mais dezoito anos e não era frágil também. O telefone de Sofia tocou e ela o agarrou da mesa, franzindo a testa quando viu a mensagem de texto do seu pai. Entertainment Today está relatando que o nosso menino está no clube de strip. Certamente isso não é um passeio autorizado? Ela puxou uma nota de cem libras de sua carteira e atirou-a sobre a mesa. —Por minha conta. —Algo importante? — Belle levantou as sobrancelhas. Sofia riu quando se levantou para sair. —Algo Blue 5. ***
Os olhos de Isaac seguiam os quadris da dançarina enquanto ela circulava em torno da barra de pole dance, mas seu coração não estava ali, mesmo enquanto seus companheiros aplaudiam e assobiavam em torno dele. Hoje à noite ele estava aqui para bancar e nada mais. Se ele tivesse jogado suas cartas corretamente as fotos que os paparazzi tiraram dele entrando no clube já estariam online, o que era exatamente o que ele queria. Um movimento na entrada privada da sala de cor champanhe chamou sua atenção, e em poucos segundos um dos seguranças caminhou em direção a ele. O homem parou e cruzou as mãos sobre o peito. —Sr. Blue, há uma mulher na porta que diz ser sua assessora.
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Blue: Trocadilho com o sobrenome dele.
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—Loira? —Perguntou Isaac, e o homem assentiu. —Pernas que deveriam estar em torno dessa barra? —Suas pernas poderiam estar em torno do meu pau. —Seu amigo Spencer cantarolou. —Eu acho melhor você focar a paisagem. — Isaac gemeu e empurrou Spencer de volta para a stripper. Havia uma razão para o cara estar atrás da câmera e não na frente dela. O pobre garoto ainda parecia ter doze anos, e agia como se tivesse também. O segurança tossiu educadamente. —Devo permiti-lhe entrar, senhor? —Por favor, sim. — Os lábios de Isaac esculpiram um sorriso cínico. Ele conseguiu atrair a perfeita Sra. King para o Wellie. Agora ele tinha que decidir o que fazer com ela. Sofia passeou na sala, balançando a bunda e os olhos brilhando. Se seu entorno a incomodava, ela escondia bem. Ela trocou a saia apertada que usava anteriormente, por um vestido colante que envolvia seu corpo perfeito. O decote mergulhava fundo o suficiente para exibir seus seios. Isaac imaginou deslizando o vestido sobre os ombros e tomando seus seios perfeitos na boca. Ela era a única mulher completamente vestida na sala, mas ele só tinha olhos para ela. —Senhorita King. —Ele cumprimentou-a, apreciando o aborrecimento que corou suas bochechas, quando ele propositalmente usou o título errado. Ele conhecia esse corar e sentia falta. —Sr. Blue. —Ela deu um passo para a frente e ele não pôde resistir em puxá-la para um abraço. A eletricidade que tinha cantarolado entre eles esta tarde aumentou para um pulsar latejante quando ela pressionou suavemente contra seu corpo. Era bom segurá-la. Com ela tão perto, sua fachada de gelo tinha derretido. Ela estava quente, delicada e macia. Ele lutou contra o impulso para levantá-la e levá-la porta a fora, de volta para seu quarto de hotel. 28
—Bourbon e eu não nos misturamos. —Ela disse desculpando-se quando se afastou dele e sua pose fria retornou. —Beber no trabalho? — Ele perguntou, sua boca se contraindo. —Tudo faz parte do processo. — Ela encolheu os ombros, mas ele não pôde deixar de notar que ela se virou rapidamente. Sofia examinou a sala, com as mãos plantadas nos quadris. —Eu pensei ter lhe dito para ficar longe de problemas. —Você me disse para não ser preso. —Ele corrigiu. Não havia nenhuma maneira dele ser capaz de ficar longe de problemas com ela no quarto com ele. Girando de volta para ele, e não mostrando sinais de sua falta de jeito momentânea, ela sacudiu o dedo. —Nós precisamos conversar. —Eu não poderia concordar mais, Sra. King, mas este não é o lugar para isso. Muitas distrações. —Ele deixou seus olhos vaguearem para uma menina de cabeça para baixo em uma barra de stripper. Seus olhos seguiram, se estreitando quando ela viu o que ele estava olhando. —Suponho que você pagou pela sala? Ele assentiu, sem se preocupar em evitar seu olhar. Ela estava tocando na mão dele. —Então se livre deles. —Ela ronronou. —As meninas? —Perguntou. Sofia apertou seu dedo indicador sob o queixo e inclinou até que seus olhos se encontraram. —Todos eles. Será que ela pararia de surpreendê-lo? Havia uma boa chance de que ele estivesse prestes a trocar um monte de meninas seminuas e seus amigos por um 29
sermão. Mas o pensamento de ter Sofia sozinha, naquele vestido com aqueles saltos, era impossível de resistir. Ele colocou suas mãos ao redor de sua boca e gritou sua ordem. —Dêem o fora. Minha conta está aberta lá embaixo. Alguns de seus amigos começaram a protestar, mas Spencer empurrou-os através da porta enquanto reclamavam. Ele piscou com ar conhecedor para Isaac quando passou. —Amigo seu? —Sofia perguntou. —Câmera man. Ela estudou Spencer enquanto ele saía. —Ele não parece muito com um braço direito. —As aparências podem enganar. —Isaac disse dando de ombros. —Elas podem, não? Ele pensou ter ouvido uma mensagem oculta por trás de suas palavras. Ela realmente pensou que o tinha enganado, e agora ele a tinha exatamente onde ele a queria. Pelo menos por enquanto. —Eles, também. — Sofia disse, apontando para os seguranças. Ele levantou uma sobrancelha, mas puxou a carteira para suborná-los. Isto estava realmente ficando interessante. Um minuto depois, a equipe de segurança estava de guarda no outro lado de uma porta trancada. —Você me tem sozinho. —Isaac apontou, movendo-se em direção a ela com passos deliberadamente medidos. —Nada para me distrair. —Eu não tenho certeza se posso prender sua atenção. — Desta vez ele estava certo de que havia um duplo sentido. —Pode tentar. —Eu não tento, Sr. Blue. Eu prendo, e eu prendo bem. —O corpo de Sofia ondulava com a música soando através dos alto-falantes acima. Luzes brilhavam 30
pela sala, piscando em toda a sua forma bem torneada, enquanto se remexia com a batida. As mãos cruzadas sobre seu abdômen esticado, deslizando até os quadris enquanto ela remexia os joelhos. Inclinando para a frente, ela deu uma melhor visão de seus seios. Isaac engoliu o nó que se formou em sua garganta. —Você tem a minha atenção. —Bom. — Sofia empurrou-o para uma cadeira, mas a mão de Isaac fechou sobre seu pulso, puxando-a para cima dele. Ele arrastou um dedo nos lábios, traçou ao longo da curva de seu pescoço até o oco de sua garganta e finalmente parou um centímetro acima da elevação de seus seios. Inclinando-se perto o suficiente para que ele pudesse provar seu perfume com sua língua, ele sussurrou. —Mas eu tenho a sua atenção? Sofia não se moveu quando ele estendeu a mão e puxou a fivela de seu coque francês. Ondas loiras derramaram sobre os ombros, encortinando seu rosto na sombra. Isaac envolveu seus dedos através do cabelo solto, seu aperto intensificando enquanto Sofia fechava os olhos com prazer. Seu pau endureceu na sua calça e ele se moveu para que Sofia fosse capaz de senti-lo através de seu vestido fino. Ele viu quando os dentes afundaram em seu lábio inferior. Isso era o que ele desejava ver: Sofia desvendada, se desfazendo por causa dele. Mas seus olhos se abriram como se tivesse recebido uma injeção de adrenalina, e ela se empurrou para longe da cadeira e dele. —Peço desculpas. Nós temos uma relação profissional, Sr. Blue. Nada mais. Ela alisou seu vestido e afastou o cabelo solto de seu rosto. A máscara de profissionalismo havia retornado, mas Isaac podia ver as rachaduras nas bordas. Mais um golpe e a fachada frágil quebraria.
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De pé para que eles estivessem no nível de seus olhos, ele sacudiu a cabeça. —Nós dois sabemos que isso não é verdade, Fia.
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CAPÍTULO QUATRO
Sofia desfez sua mala novamente. Era a terceira vez que ela tinha embalado para partir e, em seguida, desfeito novamente. Ela não tinha certeza do que a tinha irritado mais, quase perder o controle de seu profissionalismo ou Isaac ter brincado com ela. Ela saiu sem esperar por uma explicação e passou a última noite tentando descobrir como ela tinha sido tão estúpida. Claro que ele se lembrava quem era ela. Ela não era exatamente fácil de esquecer. Agora tinha vinte minutos para decidir se ela iria para o Maxximum Studios ou para ao aeroporto Heathrow. Deveria ter sido uma decisão fácil. Nenhuma de suas reviravoltas tinha dado errado tão rapidamente. Nenhuma de suas reviravoltas tinha dado errado. O problema era que, onde Isaac estava envolvido, errado muitas vezes parecia um pouco certo demais. Seu telefone tocou, distraindo-a de sua bagagem. Ela suspirou quando viu o identificador de chamadas. —Papai. Ela sabia que era uma chamada de negócios, mas agora ela ansiava pelo conforto que falar com seu pai poderia dar. Contudo, mais uma razão para nunca mais misturar seu negócio com vida pessoal. Havia muitas estrelas de Hollywood ferradas em casa. —Você está no set? —Ele perguntou. —Não, eu estou ... — Sofia hesitou e depois decidiu. —Estou a caminho. —Isso não soa tranquilizador. — Arnold Maxx não disse nada mais, e Sofia sabia que era um convite. Se ela queria sair desta tarefa, agora era o momento de dizer alguma coisa. —Eu avisei que me pedir para ajustar Isaac Blue seria um desastre. O homem é uma bola de hormônios. Ele não tem limites. —Ela não acrescentou 33
quando Blue estava envolvido, ela não tinha muito autocontrole. Não importa o quão abertamente ela falasse com seu pai, havia algumas coisas que ele realmente não precisava saber. —Parece como a maioria de sua clientela perturbada. —Sim, bem, eu não dormi com o resto dos meus clientes! —Ela explodiu. —Eu trabalho o tempo todo com mulheres com quem eu já dormi. — Seu pai persuadiu. —Quanto tempo se passou desde que você esteve envolvida com Isaac? Anos? Isto era diferente das façanhas de seu pai. Arnold Maxx tinha um bando de beldades dispostas a ir para sua cama, devido à sua posição em Hollywood, e ele sempre esteve mais do que disposto a ajudar uma cara nova a subir. Ele estava fazendo as perguntas erradas para Sofia. Quanto tempo tinha passado desde que ela tinha dormido com alguém que entrasse em sua pele como Isaac? Muito, muito tempo. Quanto tempo se passou desde que seu toque a tinha incendiado? Recente o suficiente, para que ela ainda sentisse as chamas queimando nela. —Você pode lidar com ele. — A ameaça que poderia ter acompanhado estas palavras em qualquer outro cenário estava ausente. Em vez disso, a voz de seu pai era reconfortante sem nenhum indício de ameaça oculta. —Eu espero que você esteja certo. — Ela terminou a chamada e saiu pela porta do hotel antes que pudesse mudar de ideia.
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A chave era voltar para o básico, Sofia decidiu enquanto a segurança liberava sua entrada no set. Mais um dia de observação e, em seguida, ela se 34
concentraria em ajudar Isaac a redescobrir atividades saudáveis. Pela primeira vez em sua carreira, ela iria tentar uma ajuda temporária. Seu pai precisava deste filme terminado. Ela poderia manter Isaac longe de problemas por esse tempo, pelo menos. Era um set fechado, havia muitos extras, como também cinegrafistas e equipe de produção, deixando as coisas prontas para a filmagem de hoje. Isaac não estava à vista. Ele provavelmente estava em seu trailer, mas Sofia foi verificar se ele não estava dando em cima de nenhuma das garotas que haviam sido chamadas como extras. O problema era que ela não tinha certeza que isso era um pensamento totalmente profissional. Uma mão sedosa roçou seu ombro e ela se virou para encontrar-se cara a cara com seu pior pesadelo. Nina Justin. A destruidora de relacionamentos, a bomba de Hollywood e persona non grata. Ela era linda, é claro, mas não da maneira tradicional. A maioria das atrizes vip não eram. O cabelo vermelho de Nina e a pele polvilhada de sardas deveriam entrar em conflito com seus lábios carnudos e os olhos sensuais, mas isso não acontecia. Talvez fosse por isso, que ela recebesse milhões por suas interpretações. —Fia. — Nina balbuciou. —O que você está fazendo aqui? O seu pai mandou você? —Sim. Estou trabalhando como publicitária temporária de Isaac. —Ela não conseguiu enfatizar temporário o suficiente. Confiando em Nina para entender que Sofia estava aqui a pedido de Maxx. —Ele precisa de uma. Eu ouvi tudo sobre sua ceninha neste fim de semana. Eu espero que você o endireite, porque eu tenho outro projeto em um mês. —A voz da ruiva caiu para um sussurro conspiratório enquanto falava. —Posso assegurar que as filmagens passarão sem problemas a partir de agora em diante. — O que ela não poderia garantir era que isso seria fácil. —Se alguém pode lidar com Isaac, é você. Eu tenho certeza que é por isso que o seu pai lhe enviou. —Nina fez uma pausa antes de continuar. —Isaac nunca poderia resistir a você. 35
Foi uma pílula amarga de engolir vindo da mulher que tinha afastado Isaac dela, antes de tudo, mas Sofia levou com tanta graça quanto possível. —Ou você, se bem me lembro. —Isaac e eu? — Nina dispensou a acusação sutil e riu. —Esse é um cowboy que eu nunca deixei me montar. —Nem mesmo quando você estava filmando Days of Rain? — A sutileza desapareceu da voz de Sofia agora, mesmo que ela não tivesse certeza se estava acusando ou perguntando. Isaac tinha partido para filmar e nunca a chamou novamente. O filme alavancou sua carreira e terminou a dela. —Oh, esse golpe de publicidade? Juro os estúdios são melhores em vender escândalos do que vender ingressos de cinema. —Os olhos de Nina correram em direção ao diretor, quando ele gritou, para seus lugares. —Isaac era jovem demais para mim. Ainda é. —Ela piscou. —E ele estava horrivelmente malhumorado. Ele ficou em seu trailer o tempo todo, e ficava constantemente querendo saber se tinha alguma chamada. Meu palpite é que ele estava a fim de alguém naquela época, mas não era eu. Nina beijou-a na bochecha e saltitou para o outro lado da rua na frente das câmeras, deixando uma Sofia atordoada para trás. Isso definitivamente não era a história que circulou em todos os tabloides há seis anos, mas por que Nina mentiria sobre isso agora? E se foi tudo um golpe de publicidade, por que ninguém nunca disse a Sofia? Por que Isaac nunca disse a ela? Sofia empurrou os ombros para trás, se enquadrando como se preparando para um confronto, e caminhou para a direção da ação. A cena tinha começado, e tudo que ela podia fazer era ver como Isaac corria pela rua com um carro seguindo atrás dele lentamente. No filme, o carro seria acelerado, e ele estaria correndo a uma velocidade perto do sobrenatural. Vendo um filme sendo feito lembrou Sofia de uma das verdades duras sobre Hollywood: as histórias eram frequentemente muito mais interessantes do que a realidade. Todo mundo queria um herói para correr e salvar o dia. Ninguém queria saber que o disparo foi acelerado para tornar as coisas mais emocionantes. Ninguém queria acreditar que ele não amava a mulher que ele tinha salvado da morte certa. 36
Eles queriam as mentiras. Essa foi uma das razões pela qual Sofia tinha saído do negócio anos atrás. Em um mundo de retalhos unidos com maquiagem e efeitos sonoros, ela queria algo real. As reviravoltas lhe deram a chance de reconectar a realidade com sua essência. Sofia tinha salvo carreiras e vidas, forçando as pessoas a encarar o fato de que elas não viviam nos filmes e que ninguém limparia suas bagunças em um estúdio de som. E ela estava aqui para fazer isso mais uma vez. Isaac precisava se reconectar com o mundo real. O problema era que havia apenas uma maneira de fazer isso. Ela viu sua forma atlética quando ele se jogou sobre o capô de um carro. Sem dublê para Isaac. Ele queria que sua atuação parecesse real. Ele queria fazer o trabalho sozinho. Ela só tinha que lembra-lo que ele devia esse tipo de dedicação à sua vida fora da tela também. Não importa que seu coração acelerasse, batendo mais rápido do que o carro dublê em rota de colisão pela rua. Não importa o fato de que só havia uma maneira de passar por isso. Sofia sabia exatamente o que manteria Isaac longe das ruas e longe dos bares, e graças à confissão de Nina, Sofia não rejeitou essa possibilidade. Ele não a tinha enganado seis anos atrás. Tudo o que ela pensou que sabia sobre Isaac Blue tinha sido virado de cabeça para baixo, e agora ela viu claramente o que poderia finalmente colocá-lo em linha reta. Isaac não precisava de nada para lembrá-lo de quem ele era. Ele precisava de uma pessoa. Ele precisava dela.
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Qualquer esperança de terminar o trabalho cedo, Isaac percebeu, tinha se posto junto com o sol. Depois de vários contratempos com pirotecnia e a falta da dublê de Nina, ele teria sorte de sair daqui antes do amanhecer. Não teria sido 37
tão ruim se Fia não estivesse o observando. Mas naquele vestido ela era uma baita distração e ele tinha esquecido suas falas tantas vezes que ele tinha se fechado em seu trailer para ficar sozinho. O problema era que se sentiu terrível por estar se escondendo dela, o que não era exatamente a verdade. Ele sabia, quando finalmente revelou seu blefe, no Wellie, que haveria consequências. Ele esperava a indiferença. Ele não tinha previsto quão frustrante seria estar perto e ela não falar com ele. Isaac olhou para o script antes de joga-lo em uma cadeira. Ele sabia suas falas. Ele sabia seu papel. O que ele não sabia era por que Fia estava aqui hoje, porra. Ela saiu com ele ontem à noite, deixando-o a lidar com o fato de que ele finalmente a afastou. Ele não tinha gostado da sensação. Uma batida na porta do trailer afastou-o de seus pensamentos e ele sacudiu a cabeça. Era exatamente por isso que ele não tinha se envolvido com ninguém desde a separação deles. Era um suicídio para a carreira, e sua carreira já estava se deteriorando. Abrindo a porta, ele olhou para a assistente que tinha tido a infeliz tarefa de chamá-lo de volta para a próxima cena. —Sr. Blue. —Ela disse timidamente, abraçando uma prancheta muito grande para sua figura pequena. —Eles estão prontos para você. Qualquer outra época ele poderia ter perguntado o nome da menina. Talvez até mesmo sugerido uma bebida após as gravações, mas ele não estava de bom humor. Em vez disso, ele lhe deu um breve aceno de cabeça e dirigiu-se até a cadeira de maquiagem para uma rápida verificada. —Você está limpando o sangue. — Sheryl estalou enquanto reaplicava sangue falso sobre a ferida na testa. —Você acha que alguém vai correr com um buraco na cabeça e não limpar o sangue? —Ele rugiu, fazendo com que mais de uma cabeça virasse na direção dele. Sherryl deu-lhe um olhar de advertência e continuou. Em questão de minutos, ele parecia como se tivesse acabado de sair de uma explosão. Agora ele 38
tinha que sair e rastejar por escombros, afastar os bandidos e resgatar sua namorada. Não era uma novidade em um dia de trabalho. Mas, quando avistou a figura esbelta de Fia pelo espelho, lembrou-se que havia uma bomba-relógio real no set e ele não tinha ideia de quando ela detonaria. Sofia caminhou para atrás dele, seus olhares se encontraram no espelho. Ela sempre balançava seus quadris assim? Ou era apenas mais uma tentativa de deixá-lo louco? De qualquer forma, estava funcionando. —Isto vai demorar. —Ele murmurou, girando em sua cadeira para encarála. —Há muitas babás aqui. Você não tem que ficar. Ela arqueou as sobrancelhas, as mãos cerrando em punhos, e atirou-lhe um sorriso discreto. —Eu estava pensando a mesma coisa. — Sua voz era a mesma, cada palavra cuidadosamente medida e ponderada. Ela também tinha sido uma atriz mais que decente. —Qual é o seu horário amanhã? —No final da tarde. — Ele fez o seu melhor para soar indiferente. Se Fia poderia desempenhar o papel de conhecida ocasional, ele também podia. —Bom. Eu irei na parte da manhã para discutir meu plano de ação com você. —Ela alisou a saia e hesitou. Isaac pegou a deixa e se levantou de seu assento. Conhecidos casuais dariam as mãos, quando seus negócios claramente terminaram. Amigos podem se abraçar. Fia não se encaixava em nenhuma dessas categorias. Esse era o problema real: ele não sabia o que fazer com ela. Ele tinha muitas ideias sobre o que gostaria de fazer com ela. Sua imaginação não tinha falhado a esse respeito. Nem com os seus lábios vermelhopecado. Ela não se moveu para sair. Era como se ela estivesse esperando, esperando por algo. Ele mexeu seu pé e tentou ignorar as sugestões provenientes de sua metade mais burra. 39
—Ok, amanhã, então. — Ela girou nos calcanhares e, antes que pudesse se conter ele estendeu a mão e agarrou seu pulso. —Fia... eu... Ela virou, toda a força de seus olhos azuis cor de safira focados nele, e por apenas um segundo, estava lá. Um convite. —Você está de carro? —Ele disse rapidamente, soltando seu pulso. Ele tinha uma noite cheia de filmagem pela frente. O projeto já estava semanas atrasado. Seu agente lhe tinha deixado cinco mensagens hoje só para discutir seu recente problema legal. A única coisa que ele queria fazer era pegar Fia em seus braços e encontrar a primeira superfície plana que pudesse, mas era a última coisa que ele poderia realmente fazer. Ele afastou-se dela, mas não antes de perceber um flash de decepção em seu rosto bonito. —Eu não estou longe. Eu vou andando. Ele ouviu a dor sutil escondida atrás de sua resposta rápida. Quantas oportunidades ele teria para ficar com ela? —Eu não posso sair agora. —Ele explicou. —Mas eu quero que você pegue o meu carro. —Eu posso cuidar de mim, Isaac. Ele tinha certeza que ela não estava falando apenas de uma carona para casa, mas ele deu de ombros. —Oh, eu não duvido disso. Eu nunca duvidei. Mas aqui é East London, e nós temos um encontro na parte da manhã. —Temos um compromisso. —Ela o corrigiu, pegando sua bolsa. —Compromisso. Tanto faz. Eu odiaria ter você correndo de Jack o Estripador, antes de nosso encontro. —Eu tenho certeza que ele está morto. — Um sorriso brincou em seus lábios e ele sabia que a tinha pego. Fia pode ser teimosa, mas tudo o que ela precisava era de um pouco de persuasão. Aparentemente, algumas coisas não mudaram. 40
—Eles nunca o pegaram. —Ele lembrou, oferecendo-lhe o braço. —É melhor garantir. Ela deslizou uma mão ao redor de seus bíceps. Cristo, isso era bom. Lá se vai a decisão de não se aproximar da nova Sra. King. Ele a levou para o posto dos seguranças, roubando olhares para ela enquanto chamava o seu serviço privado de carro pelo seu celular. Ele esperou com ela até que a Mercedes-Benz parou na frente deles. Abrindo a porta, ele se inclinou para baixo enquanto ela entrava. —Boa noite. Vejo você na parte da manhã, Fia. A cabeça dela inclinou e ele se preparou para um sermão sobre ela ser a senhora King agora, e que era um compromisso. Em vez disso, ela lhe deu um beijo rápido na boca antes de afundar no assento e fechar a porta atrás dela. Ele deu um passo para trás, os dentes afundando no local onde os lábios dela o tinham tocado. Sofia King. Fia Maxx. Quem quer que fosse agora, ela ainda conseguia surpreendê-lo.
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CAPÍTULO CINCO
A ferida na cabeça de Isaac latejava, lembrando-lhe que desta vez era real. O problema em fazer suas próprias cenas de ação era que se sua cabeça estava em risco, era provável que você a arrebentasse. Ele estava pressionando um saco de gelo nesta fenomenal exibição, na manhã seguinte, enquanto esperava pelo serviço de quarto e Sofia, a razão pela qual ele estava com dor acima de tudo. Pelo menos sua queda espetacular tinha tido o benefício de fechar o set por quase 36 horas, mesmo já sendo três horas da manhã. Não que ele tivesse dormido. Uma das muitas razões que ele estava esperando impacientemente por seu café ser entregue. Não, ele tinha ficado acordado a noite toda como uma criança à espera da manhã de Natal. O problema era que Isaac tinha estado na lista dos desobedientes este ano, e ele sabia disso. Havia apenas um presente que ele queria desembrulhar. Fia. Algo tinha mudado na noite passada quando ela o beijou. Não tinha sido a vitória que ele tinha previsto. Não havia nenhuma sensação de triunfo. Nem vontade de conversar sobre ela com seus amigos. O que ele sentia era tão sutil que ele não reconhecia. Ansiedade. Doce e torturante ansiedade. Isaac podia sair pelo bairro, escolher uma mulher e tê-la na cama, sem mais de cinco palavras trocadas entre eles. Ele costumava pensar nisso como um privilégio. Por um tempo, tinha sido. Mas agora que Fia estava de volta, ele se lembrou de algo que tinha esquecido completamente no decorrer de seu tempo separados: como era querer. Ele não queria há muitos anos. Carros, dinheiro, mulheres, as melhores roupas, as mais quentes festas era tudo parte do pacote de benefícios. Ele não tinha tido sequer de pedir nada por anos, e ele certamente não queria nada. A fechadura da cobertura foi aberta. Deixado assim para Fia entrar sem precisar de sua permissão. Ela parou na porta, seus olhos caindo sobre ele. Ele não se preocupou em se vestir. Em vez disso, ele estava descansando em um robe 42
preto espesso, meio desatado, e cueca boxer. Ela levantou uma sobrancelha e sorriu. —Eu trouxe o seu café da manhã. —A hospitalidade por aqui certamente melhorou. — Ele apontou para ela entrar, ainda segurando o gelo na testa, embora ele não tivesse mais dor. —Não me diga que Isaac Blue não recebe o melhor tratamento em todos os lugares onde ele fica? — Sofia empurrou o carrinho de serviço pela porta e deixou-o esperando perto da sala. Hoje ela estava usando vermelho. Se ele não a conhecesse melhor Isaac teria jurado que ela tinha descoberto uma loja secreta que só vendia roupas projetadas para lembrar a cada indivíduo em um raio de dez quilômetros o que eles estavam perdendo. O vestido era de seda e curto, roçando as coxas pálidas, apenas no ponto certo para mostrar seus atrativos, enquanto cobria o tesouro. —Sempre o melhor, depois de você. — Ele disse suavemente. Sofia concedeu-lhe um sorriso. —Lisonjas não levarão a lugar nenhum comigo, Isaac. —E quanto a honestidade? —Isso seria uma mudança. — Desta vez, ela não sorriu. —O que aconteceu com sua cabeça? —Eu corri na direção errada. —Ele disse dando de ombros e jogando o saco de gelo sobre o sofá. —Você não deveria ser tão descuidado. —Eu vou manter isso em mente. Então, qual é o seu plano para me consertar? —Ele poderia muito bem acabar com isso. O que quer que possuiu Fia para beijá-lo na noite passada tinha, obviamente, passado. Ele não podia culpá-la por isso. Prender a encantadora Fia na cama não mudaria nada. Estava claro que ela não estava interessada em um bis. Fia cruzou os braços sobre os seios perfeitos, tamborilando as unhas dramaticamente antes de responder. 43
—Deixe-me lhe dizer como isto normalmente funciona. —Ela começou. — Normalmente eu passo as primeiras quarenta e oito horas observando um novo cliente. Eu gosto de ver contra o que eu estou lutando. Ele queria vê-la contra ele, mas assentiu. —Doze passos. Estou errado? —Isso não é como eu trabalho, Isaac. — Ela balançou a cabeça. —Eu não tenho o tempo para apadrinhar ninguém. A maioria dos meus clientes não são realmente viciados. Eles estão apenas perdidos. —E eu estou perdido. — Não era uma pergunta. Isaac sabia que era verdade. Ele simplesmente não tinha encontrado a palavra certa para descrever isso antes. De repente, ele percebeu que isso não era um jogo. Fia não o tinha procurado por uma segunda chance. Ela tinha sido enviada para lidar com ele. — Você está? —Ela perguntou suavemente. Olhou-a nos olhos. Ela sabia. Ela tinha visto através dele desde o momento em que caminhou através de sua porta. Por que esconder? —Eu estive por cerca de seis anos.
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Sofia não parou para deixar suas palavras a invadirem. Ela tinha lidado com sua dose de caras durões e machistas, e ela sabia que no fundo todos eles fugiam de alguma coisa. Isaac não era diferente. A maioria de seus clientes poderiam ter sido diagnosticados por um estudante calouro de psicologia e um livro de Freud. Problemas com o pai. Problemas com a mãe. Projeção. Muito dinheiro e QI insuficiente. É onde Isaac era diferente. Ela poderia ter um plano para consertá-lo, mas ela ainda não sabia a causa raiz. Ela trataria os sintomas sem saber como curá-lo. Era arriscado, mas algo sobre Isaac, algo que ainda fazia vibrar na sua barriga, fazia valer a pena. 44
—Após a observação inicial crio um plano que aborda três componentes cruciais para endireitar o meu cliente. — Ela nunca explicou isso para um de seus clientes antes. Normalmente tudo o que ela queria era começar o trabalho, e ninguém nunca reclamou. Uma vez que Sofia King tivesse um plano, as pessoas ficavam presas a ela. Se eles não ficassem, ela não tinha nenhum problema em sair. Nenhum de seus clientes a tinha deixado sair pela porta da frente antes que estivessem implorando para ela voltar. —Negação? Raiva? Negociação? —Ele perguntou com um sorriso preguiçoso. —Você está pensando nas fases do sofrimento, do luto. Ninguém morre neste cenário. —Vou adivinhar que este plano não inclui festas e clubes de strip, que é o mais perto da morte que eu cheguei. —Ele disse secamente. Ela ignorou seu comentário superficial e continuou. —Primeiro, vamos nos concentrar na atividade substituta. Por exemplo, eu geralmente recomendo exercício ou um hobby. —Eu tenho tricotado. Ele estava tentando irritá-la, fazendo uma piada de tudo. O comportamento defensivo era comum em um cliente nesta fase. Ele estava no caminho certo. —Isso nos ajudará a alcançar o componente número dois: redução do tempo livre. Se você está ocupado, você não pode ter seu rosto esmagado em um pub6. Isaac deu de ombros. —Você tem razão. —E o último, e mais importante: Nós vivemos um dia de cada vez. —Isso eu já ouvi em uma reunião. — Ele a interrompeu. 6
Pub: É um estabelecimento licenciado para servir bebidas alcoólicas, originalmente em países e regiões de influência britânica.
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Sofia levantou uma sobrancelha. Isso era novidade. Nada em sua pesquisa indicou que Isaac já tinha ido para a reabilitação. —AA7? —Sim. —Ele admitiu. —Eu pensei que eu poderia ter um problema, então eu fui. Acontece que, segundo eles, eu não tenho um problema com a bebida. Eu sou apenas um saco de estrume. Ele não era, mas ela não contaria isso a ele. —Não há grupos de apoio aqui. Não vai funcionar para você. —Então como é que você vai me corrigir, Fia? — Ele sentou-se na cadeira e cruzou os braços atrás da cabeça. —Qual é o seu plano? Ela hesitou. —É pouco ortodoxo. —Você não fez isso com outros clientes? —Não. — Ela não acrescentou que nunca mais iria fazer. Em vez disso, ela deslizou suas mãos até as alças do vestido e deslizou-o de seus ombros. Ele caiu no chão, agrupado ao redor de seus pés. Isaac se inclinou para frente, passando a língua sobre seu lábio inferior. ] —Você tem a minha atenção. —Você precisa substituir seus vícios. —Ela explicou, pisando com cuidado para longe do vestido. —E você precisa de algo real em sua vida. Sofia não era do tipo autoconsciente. Um homem não observa uma mulher se despir, e começa a reconhecer suas falhas. Ele estava muito ocupado pensando que tinha acabado de ganhar na loteria. A julgar pela reação de Isaac, isso não estava muito longe da verdade. Mas ele não era como a maioria dos homens, e a súbita consciência disso fez cocegas em sua pele, e não tinha nada a ver com o corpo dela. 7
AA: Alcoólicos Anônimos
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—Estou muito feliz que você nunca tentou isso com outros clientes. —Ele finalmente disse. Ela entortou seu dedo indicador e o chamou até ela. —Eu também. Isaac se levantou e deixou cair o robe na cadeira. —Ainda não. —Ela brincou. Suas palavras eram despreocupadas, mas ela não podia ignorar a crescente dor em seu interior. A cada passo que ele deu em sua direção, seu corpo ficava mais tenso, se enrolando em uma bola de nervos e ansiedade. Quando finalmente a alcançou, ele deslizou um dedo levemente pelo seu rosto. Um simples toque e ela passou de fogo brando para fervura. A cabeça de Isaac inclinou para baixo, mas ele fez uma pausa antes de encontrar seus lábios. —É estranho que eu esteja nervoso? —Você não faz isso na frente da câmera o tempo todo? — Ele provavelmente fazia isso fora da tela o tempo todo, também. —Sim, mas é fingir, lembra? Você é real, Fia. —Seu braço envolveu sua cintura e ele a puxou em direção a ele com um movimento suave. —Muito real.— Beije-me. —Ela suspirou. —Eu tenho pensado muito sobre isso desde que você entrou por aquela porta com esses saltos “foda-me”. —Seus lábios deslizaram até sua mandíbula e encontraram o ponto atrás da orelha que tinha sido negligenciado nos últimos seis anos. —Você não quer fazer isso durar? Ela estava prestes a gozar bem ali. Dane-se fazer durar. —Não. —Alguém já lhe disse que paciência é uma virtude? — Ele riu suavemente, mas suas mãos deslizaram para o topo da bunda dela. —Isso soa como um ditado do Sul, bobo para mim. 47
—Meninos sulistas não são tão ruins, Fia. — Seus dedos apertaram seu traseiro até que ela teve certeza de que havia uma poça no chão debaixo dela. — Nós somos cavalheiros, lembra? Sofia riu, jogando a cabeça para trás tão forte que seu cabelo se soltou. Isaac colocou seu dedo indicador sob o queixo e puxou o rosto dela junto ao dele. Seus cachos soltos caíam sobre os ombros e sua respiração ficou presa na garganta quando seus olhos encontraram o olhar ardente dela. —Por exemplo, primeiro as damas, Fia. Com um movimento suave ele a levantou, e ela enrolou as pernas em torno de seus quadris instintivamente, apertando contra a ereção dura como pedra, mantida em cativeiro por sua cueca boxer. Isaac segurou-a firmemente enquanto a levava para o banco perto da janela, que ia do chão ao teto, que dava para o rio Tâmisa. Sofia estava quase inconsciente da London Eye 8 no fundo quando ele a imobilizou contra o vidro e beijou-a sem sentido. Os lábios de Isaac desceram para sua clavícula e plantou um beijo na cavidade de seu pescoço antes de colocá-la suavemente em pé. Os polegares engancharam nas laterais do fio dental, que era uma imitação acanhada, para a calcinha que ela vestiu para a ocasião. Um pouco de coragem rendada nunca fazia mal a uma menina quando seus planos para o dia incluíam seduzir um homem, especialmente um homem como Isaac. —Eu espero que você não vá precisar desta. —Ele sussurrou em seu ouvido, enviando uma onda de arrepios para baixo através de sua pele. Em seguida, ele rasgou e descartou. Um segundo depois, ele caiu no chão, ao lado da calcinha em ruínas. Afastando suas pernas, ele rosnou com apreço e se estabeleceu entre suas coxas. Sim, Sofia pensou com os olhos fechados de prazer, Isaac sempre coloca em primeiro lugar as damas. ***
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London Eye: também conhecida como Millennium Wheel (Roda do Milênio), é uma roda-gigante de observação. Situada na cidade de Londres
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Então, isto estava acontecendo, pensou Isaac. Era uma bela vista, o maldito corpo gracioso de Fia pressionado contra a janela, cercado pelo horizonte de Londres. Normalmente, a vista era impressionante, mas emoldurada por suas coxas leitosas, estava espetacular, porra. Ele sabia que alguns caras não prestavam uma adoração oral, a menos que seus paus estivessem no papel de protagonista. Isaac nunca tinha entendido isso. Foda-se os restaurantes cinco estrelas. A mulher certa era uma excelente refeição, e Sofia tinha uma estrela Michelin9. Seus lábios arrastaram ao longo de sua coxa suave, parando para apreciar o gemido que escapou de sua boca. Seu aroma encheu suas narinas, e ele respirou fundo. Em uma palavra, a sua buceta era de dar água na boca. Ele lembrou, e sorriu enquanto traçava sua abertura com a ponta do dedo. Separando seus delicados lábios inchados, ele baixou a boca até o seu clitóris. As coxas da Fia se apertaram contra sua cabeça em resposta, e ele sorriu, afastandoas antes de girar a língua pelo seu botão, obviamente sensível. Pode haver algo melhor do que a reação de uma mulher para o sexo oral. Ele poderia passar o dia todo aqui, porque tudo o que importava era degustar Fia enquanto ela gozava. As mãos de Fia procuravam algo para segurar, mas tudo o que podia fazer era pressioná-las com força contra o vidro da janela. Era como realizar um sonho. Ele moveu a língua para baixo e foi recompensado com outro gemido. Os gemidos eram fantásticos, mas ele não ficaria feliz até que ela estivesse gritando alto o suficiente para perturbar os hospedes infelizes abaixo deles. Isaac se afastou: —Você está tão molhada, Fia. Eu poderia fazer isso o dia todo. —Então fique à vontade para voltar para lá. — Mesmo com a bunda nua pressionado na janela, ela era mandona. Mas se suas exigências incluíam voltar à ativa, ele estava mais do que feliz em obedecer.
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Estrela Michelin: As estrelas Michelin são um sistema de classificação utilizado pelo guia vermelho Michelin para classificar os restaurantes por sua qualidade.
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Ele deslizou um dedo dentro dela e depois outro, massageando a suavidade aveludada de seu ponto G antes de voltar para seu clitóris. Que pulsava em sua boca e ele chupou avidamente. Ele tinha só uma coisa em mente: fazer Fia gozar. Fazer Fia gozar. Fazer Fia gozar. Alguma coisa tinha mais importância? Seu pau pulsava com a antecipação. Ela estava tão pronta para ele, mas ele não tinha acabado com ela ainda. Ele mergulhou seus dedos dentro e fora implacavelmente enquanto sua respiração aumentava. Então nada. Era como se ela tivesse parado de respirar por completo e, em seguida, um grito gutural escapou de sua boca enquanto ela se quebrava contra ele. O orgasmo explodiu contra sua língua. Mas ele não parou até que suas coxas se fecharam e ela fracamente implorou por misericórdia. —Eu espero que você esteja pronta para mim. —Ele disse com voz rouca. —Isso foi nota dez. —Ela suspirou. Suas palavras eram quase inaudíveis. Seus olhos estavam bem fechados em reverência pós-orgasmo. —Oh, princesa. — Isaac ficou de pé e admirou a visão de seu corpo nu mole contra o vidro, ainda tremendo de felicidade. Não parecia possível, mas ela realmente parecia ainda melhor. —Vou dominar sua lista de notas dez. Sofá. Cadeira. Balcão. Tapete. Mesa. Cômoda. Penteadeira. Banheira. Chuveiro. Cama. O grande número de locais disponíveis para transar na cobertura era alucinante, pensou Sofia. Como tinha sido o orgasmo que Isaac tinha acabado de lhe dar, enquanto a preparava contra a janela. Ela se certificaria de que aproveitariam cada superfície horizontal, e na verdade verticais também, aqui durante a próxima semana, mas por onde começar? Ela queria Isaac em todos os lugares, e ela queria agora. Ele pareceu ler sua mente, pois um momento depois, ele a tomou em seus braços e a transferiu da janela para uma grande mesa de jantar na sala de estar da suíte. Sofia não resistiu quando ele a deitou de costas, mas ela gemeu de frustração quando ele desapareceu no quarto. —Deve fazer você se sentir melhor em saber que eu não estava preparado para isso. —Ele disse, abrindo um preservativo quando reapareceu. 50
Isso a fez se sentir melhor, mas ela se sentiria ainda melhor quando ele estivesse dentro dela. Ela não disse isso, apesar de tudo. Suas habilidades de falar ainda estavam limitadas, devido a destreza oral dele. Isaac deveria ganhar um prêmio por isso, ela decidiu. Os olhos de Sofia caíram para observar enquanto ele eliminava a última barreira entre eles. Esta era a segunda vez esta semana que ela via Isaac ao natural. Seu corpo tinha mudado durante seu tempo separados. Não havia nada de menino em seu tanquinho esculpido, ou nos ombros largos que levavam à bíceps torneados, mas as coisas não tinham mudado onde realmente contava. Todos os dezenove centímetros estavam presentes e contabilizados. Sofia se aproximou. Isaac lançou um sorriso, que era todo Hollywood. Cheio de dentes brilhantes e carisma irresistível. Inclinando-se, ele passou as mãos em torno de seus tornozelos e guiou os joelhos para que seus pés descansassem na beira da mesa. —Este seu plano pode sair pela culatra. —Ele brincou com ela. —Eu não tenho certeza se serei capaz de me arrastar para longe dessa visão, para ir trabalhar amanhã. —Eu acho que vou ter de visitá-lo no set. — Ela ronronou, notando com satisfação o efeito que suas palavras causavam nele. Era bom saber que ela não era a única louca de ansiedade. Ele estendeu a mão e deslizou sua bunda até a borda da mesa de mogno. Sofia sentiu-se exposta, vulnerável e deliciosamente nua, enquanto ele corria as palmas das mãos para baixo na parte de trás de suas pernas. Quando chegou a seus joelhos, ele deu um passo adiante de modo que sua ponta deslizou para baixo em sua umidade. Seus quadris se moveram involuntariamente, girando para dar-lhe um melhor ponto de entrada, mas ele balançou a cabeça. —Ainda não, princesa. — Ele piscou para ela. —Eu preciso aproveitar isso por um momento. —Você tortura todas as suas garotas dessa maneira? —Ela bufou. Não foi terrivelmente maduro, mas a maturidade tinha ficado pelo meio do caminho.
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Ele se inclinou para frente para entrar nela, mas apenas por um centímetro, apenas o suficiente para fazer seus dentes afundarem nos lábios. —Somente com aquelas que me torturaram durante os últimos cinco anos. —Seis. —Ela corrigiu com um gemido. Definitivamente tinha sido seis anos desde que ela tinha sentido isso. Ela não tinha contado, ou algo assim. Era apenas que isso era algo difícil de esquecer. —Seis. —Ele repetiu. —Diga-me você pensou sobre isso durante esse tempo? Ele sorriu para ela enquanto perguntava. Ela nem sequer precisava responder, ambos sabiam a verdade. —Não. De modo nenhum. Eu tive uma série de amantes completamente medíocres para me distrair. —Que coincidência. — Seu sorriso se alargou. —Eu também. Como, depois de todo esse tempo, eles poderiam ainda estar tão confortáveis um com o outro? Sofia não se lembrava da última vez que realmente fez uma piada no quarto. Claro, ela também não se lembrava da última vez que tinha tido relações sexuais com as luzes acesas ou sobre uma superfície que não fosse um colchão. Isso facilitou lembrar por que ela tinha evitado relacionamentos sérios desde que ele partiu. Não havia como lidar com sentimento assim o tempo todo. Era esmagador ser tão aberta com outra pessoa. O problema era que também era muito libertador. —Sobre isso. —Ela murmurou, mordendo o lábio e fazendo para ele seu melhor beicinho, ao qual ele nunca tinha sido capaz de resistir antes. —Não é o momento de terminar com esse intervalo? —Suponho que temos todo o dia. —Ele admitiu. As mãos de Isaac apertaram suas coxas com mais força e ele se dirigiu nela com um empurrão suave. Um riso escapou enquanto ela ficava maravilhada com a plenitude dele. Ele fez uma pausa. 52
—Você vai me complexar se você rir. Isaac não precisava de mais complexos a julgar por suas últimas travessuras, então ela fez uma cara séria. —Era uma risada boa. Eu simplesmente não pude evitar, mas acho que excitada é o termo apropriado, para como me senti. —Então você gostou? — Suas pálpebras cheias de luxuria enquanto falava. Ele já estava claramente perdido no momento. —Oh ... sim ... — Foi a resposta quando ele começou a bombear dentro dela. Era como se uma eternidade se passara desde que um homem a tivesse feito se sentir assim, e de alguma forma, como se o tempo não tivesse passado entre ela e Isaac. Embora anos dedicados a malhação certamente tivessem causado efeito. Os quadris estreitos de Isaac conduzindo contra ela provavam isso. Sofia sentiu seu corpo apertar, seus músculos enrolando com a tensão requintada enquanto se movia com precisão impecável. Suas pernas enroladas na cintura dele, pedindo-lhe para apressar enquanto pressionava mais forte contra ele. Ao se aproximar do clímax, ele soltou as pernas e deslizou um braço sob sua cintura, puxando a boca dela para a dele. Prazer a percorreu com o toque de seus lábios, seu corpo desvendado nos braços de Isaac. Ele gemeu quando ela gozou, mas não parou de beijá-la, mesmo quando sentiu o corpo tenso com a liberação. Sofia desmoronou contra ele, sem fôlego e satisfeita. Por um segundo, nenhum dos dois falou. Isaac enterrou o rosto em seu cabelo e eles permaneceram na felicidade pós-transa. Não era para ser assim, pensou. Não com toda a sua bagagem. Não deveria se sentir tão bem, ou correta, mas ela não podia negar isso. As sirenes de alarme soaram na cabeça dela, mas ela ignorou. Ela não era mais uma garota. Ela sabia o que estava fazendo. Pelo menos é o que ela disse a si mesma.
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CAPÍTULO SEIS Isaac finalmente quebrou o silêncio, retirando-se cuidadosamente do aperto de suas coxas. Embora ele ficaria feliz de ficar lá durante todo o dia se seu corpo não tivesse outros planos. —Você já comeu? —Ele perguntou esperançosamente, dando seu sorriso mais premiado. O que a revista Maxim tinha votado como o de derreter calcinha. As sobrancelhas de Fia subiram incrédulas. Aparentemente, ela era imune aos seus efeitos, o que só o fez sorrir mais. Este já estava se preparando para ser o melhor dia de folga, que não tinha a um longo tempo e não era ainda nem meio-dia. Pelo menos ele não achava que fosse. Tinha perdido a noção do tempo. Inferno, ele esperava que não fosse. Ele tinha muito mais coisas que ele queria fazer com ela antes de estar de volta no set amanhã. —Eu pedi o café da manhã. —Ele lembrou. —E eu não sei sobre você, mas eu preciso de um pouco de energia. —Eu comi antes de vir. — Um sorriso brincou em seus lábios, e ela não se moveu. —É por isso que você está aqui para me ajustar. —Ele brincou. — Claramente, você é melhor em ser adulta do que eu. —Eu fico irritada senão comer. —Eu também. —Ele disse com falsa seriedade. —É por isso que eu preciso de um segundo café da manhã, depois do primeiro. —Primeiro café da manhã? Seus olhos viajaram para baixo na sua buceta ainda nua e ele sorriu. Fia sacudiu a cabeça. —Você é um problema.
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—Se eu não fosse, não teria a mulher mais sexy do mundo nua e aberta na minha mesa. — Isso pode ter soado como uma simples frase, mesmo sem ele ter essa intenção. Isaac tinha visto muitas mulheres nuas em sua vida. Ele meio que vagava pelo mundo da nudez. Ele tinha visto além de sua cota de pele nua, e parecia mais do que confiante de que tinha alguma experiência na área. Ele andou até o carrinho de serviço de quarto e tirou a tampa do prato de servir. A maior parte estava frio agora, mas ele não se importou. Empurrando um pedaço de bacon em sua boca, um sorriso lento surgiu no seu rosto quando viu a taça de frutas frescas. Felizmente, o Westminster Real era o tipo de hotel que servia apenas os melhores e mais frescos alimentos. Se eles não tivessem sido tão meticulosos, ele não poderia ter se inspirado. Pegando a tigela, ele voltou para a mesa. Fia piscou preguiçosamente. —Eu realmente não estou com fome. —Bom. —Ele disse. Inclinando-se a beijou nos lábios. Quando ele se afastou, seus olhos estavam abertos em expectativa. —Eu tenho uma teoria de que você tem um gosto mais doce do que isso. — Ele pegou um morango na tigela e colocou-o entre os dentes. Segurando-o lá, ele mergulhou de volta para baixo e correu o fruto suculento sobre os lábios inchados. Ela lambeu o suco involuntariamente e gemeu. Bem, isso era quente. Abandonando a tigela de frutas que pairava sobre ela, traçando com a fruta do seu queixo até a cavidade de sua garganta. Os olhos de Fia fecharam, mas ela se contorceu quando o fruto frio fez contato com sua pele quente. O pau de Isaac endureceu, já pronto para a segunda rodada. Se ela não o corrigisse, ela provavelmente o mataria. Não havia tantas coisas sexy que um homem poderia suportar. Continuou passando por seu umbigo, arrastando a fruta até o ápice de sua abertura. Ele se levantou e admirou a trilha de suco artisticamente criada em sua pele pálida. Chupando o resto do morango na boca, mastigou pensativamente enquanto Fia se contorcia sob seu olhar. Ela olhava para Isaac, com os olhos vidrados com luxúria. Isaac teve que se conter para não possuí-la de novo sobre a mesa. Em vez disso, ele a beijou mais uma vez e, em seguida, começou a lamber ao longo da 55
trilha que tinha deixado para trás. Desta vez, suas mãos encontraram a sua cabeça, e ela envolveu seus dedos em seu cabelo curto, puxando-o mais perto de sua boca, se desviando do caminho para os seios. —Eu os ignorei antes. —Ele murmurou enquanto acariciava os mamilos rosas. —Isso foi muito, muito errado da minha parte. —Contanto que você corrija seus erros ... oh... Seu corpo arqueou, buscando mais contato com seu corpo. Ele a tomou em seus braços. —Foda-se o café da manhã. —Não, foda-me. —Ela sugeriu. Não havia necessidade de pedir duas vezes.
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Sofia posicionou um travesseiro de penas atrás das costas quando Isaac reapareceu com o carrinho de serviço no quarto. Ela bateu palmas quando ele pegou a bandeja e apresentou-a para ela. —Eu nunca tive tanta fome. —Ela admitiu, certa que ele podia ouvir seu estômago roncando. —Nem eu. — O tom sugestivo de Isaac enquanto roubava um beijo. Ela empurrou-o, sacudindo a cabeça. —Comida. Você precisa estar no set em uma hora. —Na verdade, eu estava pensando em comida. — Ele caiu na cama ao lado dela. —Eu descobri que tenho um limite de 24 horas para ficar em jejum. Estou decepcionado comigo mesmo. —O homem não pode viver só de buceta. —Sofia apontou, passando manteiga em um biscoito. 56
Ele fez cócegas em seu estômago. —Ainda não. Só se pode esperar que a evolução siga seu curso apropriado. —Como você consegue fazer qualquer outra coisa com essa libido? — Ela o empurrou e colocou a bandeja entre eles só por precaução. Eles pediram comida pelo menos três vezes ontem. A certa altura, eles chegaram até a se vestir para sair, antes que acabassem pressionados um contra o outro na porta do quarto do hotel. A limitação física poderia ser a única esperança que tinham de não morrerem de fome. —Garanto que eu não sou um anúncio de Viagra o tempo todo. — Sua boca se curvou em um sorriso cínico enquanto roubava a outra metade de seu biscoito. —Você faz isso comigo. —Espero que não, porque eu acho que você deveria consultar um médico se a sua condição persistir por mais quatro horas. — Ela golpeou sua mão errante novamente e saiu da cama para se servir de uma xícara de café. Os jornais que ela tinha encomendado estavam esperando em uma pilha ao lado da jarra. Recolhendo-os, ela pegou seu café e voltou para a cama. Eles tinham um pouco mais de uma hora, antes que tivessem que estar no set. O que lhes dava tempo para descansar um pouco e ficarem abraçados. —Material de leitura interessante. —Isaac disse, olhando a pilha de tabloides e revistas que Sofia pediu ao concierge10 para enviar esta manhã. —Eu pensei que você lesse algo como o Wall Street Journal. —Sem papo sobre celebridades o suficiente. —Ela disse com um sorriso travesso. Levantou um tabloide. —Isto é para mim como os classificados. —Mas você já tem um grande negócio, e... — Isaac foi sumindo. Ele olhou por um momento antes de tirar o jornal de suas mãos. —Ei! — Ela puxou dele, mas ele afastou enquanto examinava suas manchetes. 10
Concierge é o profissional responsável por assistir clientes de hoteis, cruzeiros, entre outros, em qualquer pedido que estes tenham relativos à sua estadia no estabelecimento, ou na viagem. Desempenha um papel de ajuda a todos integrantes do hotel, fazendo tarefas quando solicitadas.
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—Foooodaaaa-se. —Ele disse tão lentamente que as palavras ficaram com sílabas adicionais. —Seu sotaque sulista está aparecendo. —Ela o alertou. —É sempre assim quando meu cavalheirismo é insultado. — Ele franziu a testa e virou o tabloide de modo que ela pudesse olhá-lo mais de perto. Foda-se, não chegou nem perto do que isso merecia. Sofia não conseguia pensar em nada para resolver isso, então ela recusou se esconder. —Eu deveria estar lisonjeada por eles me chamarem de “uma sereia sensual”, ou insultada por insinuarem que o “atraí para minhas profundezas? ”. Realmente não importa como ela se sentia. Por um lado, não havia nenhuma maneira de dizer que era ela na imagem que acompanhava a manchete. Eles tinham sido tão amáveis em borrar a foto para esconder sua bunda. Era por isso que ela estava sempre aconselhando seus clientes a investir em cortinas. —Cristo, Fia. Sinto muito. —Isaac passou os dedos sobre seu cabelo curto. Era fácil perceber a fúria óbvia e crescente em sua voz. —Bem, pensarei melhor antes de foder contra a janela novamente. — Ela disse dando de ombros. Era imperativo que neutralizasse essa situação agora. A última coisa que ela precisava era de Isaac perdendo a cabeça com os paparazzi. —Nós estávamos em particular! — Ele explodiu. Muito tarde. Ele sabia que o mais sensato era não pensar assim. A maioria das celebridades sabia. O problema era que não importa o quanto a mídia tentasse deixá-los insensíveis, a maioria das celebridades insistia em ter sentimentos. Era um bom sinal de que Isaac ainda tinha uma resposta humana a um escândalo de publicidade, mas isso certamente não compensava as possíveis consequências. Não era só por ele estar chateado, mas não levaria muito tempo antes de que alguém somasse dois e dois, e descobrisse que não era um alguém qualquer. Sofia sabia que seu pai estava de olho em Isaac. Isso ia ser uma diversão.
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—Se eles podem vê-lo, não é privado. —Ela lembrou, escolhendo ignorar o constrangimento inevitável. —Ei, não é assim tão importante. A história só enfatiza o seu sex appeal. Não mostra o meu rosto. —Eu não ligo para o que eles pensam sobre mim. Eu não gosto compartilhar você com eles. Foi uma confissão brutalmente honesta e Sofia levou mais tempo para recuperar-se disso do que quando ela viu pela primeira vez a imagem. As coisas estavam ficando muito reais. Ela precisava distraí-lo imediatamente. —Qual é a diversão de me pegar contra a janela se ninguém vê? —Ela ronronou. Ela empurrou a bandeja para fora de seu caminho, fazendo uma nota mental para deixar uma gorjeta para a arrumadeira quando ela caiu no chão. Em um flash, ela subiu em cima dele, empurrando-o de volta contra o colchão. Ela revirou os quadris, pressionando contra sua pélvis. Isaac agarrou a bunda dela, puxando-a para a cima até que ela estava pairando sobre seu rosto. Missão cumprida, pensou enquanto guiava sua buceta para sua boca. —Simmm. —Ela sussurrou, resistindo contra sua língua enquanto ele a devorava. —Meu Deus. Se os filmes convencionais não funcionarem, eu acho que você ainda vai ter um futuro nas telas. Isaac riu contra sua carne sensível. As vibrações de sua risada enviaram um tremor através de sua pele. Ela teve mais do que alguns amantes que não conseguiam encontrar o ponto certo, mas Isaac poderia escrever um guia. Tensão se acumulou em seu corpo, seus membros contraíram com a promessa, enquanto sua língua circulava seu clitóris. A cabeça de Sofia caiu para trás quando ela começou a afrouxar, mas então ele parou. Antes que ela pudesse protestar, ele virou-a de costas. Em um movimento suave, seus tornozelos estavam sobre seus ombros e ele pressionava contra ela. —Estamos sem preservativos. —Ele ofegou. —Eu posso ligar para a recepção.
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Ela sacudiu a cabeça desesperadamente. Eles estavam no décimo quarto andar. Que fazia quatorze andares muito tempo para esperar. —Eu estou tomando a pílula. —Estou limpo. — Ele começou. —Eu sei. Eu tenho o seu arquivo, lembra? —Ela disse. Eram necessários testes médicos antes das filmagens começarem. Seu pai insistia nisso. Ela nunca entendeu por que, nunca tinha se preocupado antes, mas ela estava feliz agora. —Tem certeza? —Perguntou. Seus olhos estavam loucos de tesão, e ela não tinha nenhuma dúvida que o dela refletia um estado similar. Havia uma primeira vez para tudo, e não era como se ela não o conhecesse. Sofia assentiu. Ele deslizou para dentro dela com um gemido. —Isso é incrível, porra. —Ele rosnou. —Sua buceta é o meu lugar favorito. Ela não tinha certeza se era a intimidade sem precedentes, ou o tesão que sentia, ou a sua boca suja, mas ela quase gozou ali. Apertando as mãos nos lençóis, ela segurou seu orgasmo. Ela queria que isso durasse o maior tempo possível. —É muito bom. — Isaac mergulhou e saiu dela com lentidão deliberada, que só aumentava a deliciosa agonia de seu corpo. —Não... Quero... Parar... —Não pare. —Ela ordenou, suas palavras abafadas por um suspiro súbito de prazer, quando ele a encheu mais uma vez. As mãos de Isaac massageavam seus seios enquanto seu ritmo aumentava. Juntos, girando, perdendo o controle e Sofia se sentiu cair e cair, enquanto ele assumia o controle. Seu nome estava em seus lábios quando ela gozou. Mas ele não a seguiu. Em vez disso, enquanto ela caía, desossada e oprimida de volta contra o travesseiro, ele se retirou e a virou de bruços. Guiando sua bunda para o ar, ele se introduziu nela com um impulso suave.
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—Estava morrendo por isso desde que você passou pela minha porta. — Isaac a afastou, mas não saiu e soltou uma respiração profunda. —Você sabe por que você é, minha princesa? Sofia suspeitava que o apelido se devia a seu pai ser quem era. Ela era considerada da realeza de Hollywood por alguns. Não lhe ocorrera que o termo poderia ser realmente usado com afeto. Não até agora. Ela não tinha certeza de como se sentia sobre isso, mas ela não desaprovava a sensação que isso lhe causava agora. —Porque tudo sobre você é superior. Suntuoso. Pela maneira que você caminha em um ambiente como se possuísse tudo nele. —Sua mão acariciou a curva de seu traseiro. —Esta bunda perfeita. Isso me faz querer me ajoelhar e servi-la. —Hummm... — Não havia nenhuma maneira que ela poderia gozar tão cedo novamente, mas isso não significava que ela queria que ele parasse. —Toque-se. — Ele instruiu-a. —Eu quero ver você gozar. —Não. —Ela gemeu. Ela estava muito inchada e sensível. —Agora, princesa. — Ele bateu de leve na sua bunda. —Eu não vou pedir de novo. Necessitou de toda a sua força para alcançar entre as pernas. Seus dedos se atrapalharam contra sua excitação e, lentamente, ela começou a esfregar o local. —É isso aí. —Ele persuadiu enquanto afundava mais. Isaac ficou imóvel, segurando seus quadris até que ela começou a se contorcer contra ele. Aparentemente, era dia para coisas impossíveis. Talvez ela devesse comprar um bilhete de loteria, mas o pensamento foi apagado de sua mente quando ele começou a bombear dentro dela. Ele chegou ao clímax com um grito gutural, e o calor de seu orgasmo encheu-a, empurrando-a para o seu próprio. Impossível. Não mais, ela pensou enquanto desabavam sobre a cama juntos. 61
Isaac rolou para o lado e inclinou seu queixo para cima com o dedo indicador até que suas bocas se encontraram. Não foi um beijo faminto. Foi um satisfeito, o tipo compartilhado por amantes, não de amigos de foda. Era quente e bem-vindo. Urgente e sem pressa. Apesar da dormência quase total eclipsando seu corpo depois de dois orgasmos tão próximos, uma emoção vibrou em seu peito. Ela recuou e rapidamente escondeu sua surpresa. —Você vai se atrasar, e vamos cheirar a sexo se não entrarmos no chuveiro. —Eu nunca vou chegar a tempo, se entrarmos no chuveiro juntos. — Ele traçou sua mandíbula, seus olhos ardendo com a promessa de suas palavras. Sofia procurou uma resposta na névoa de êxtase pós-transa, confusão de sentimentos a inundavam. Ela sabia que Isaac não era um cara normal. Simplificando, ele era apenas tudo de mais. Mais homem. Mais drama. Mais tudo. E se ela não tivesse cuidado ela seria pega em seu redemoinho. —Então eu vou terminar de ler estes jornais e o encontro no set mais tarde. Além do mais isso só daria aos cães mais munição, se saíssemos juntos. Era uma razão perfeitamente racional e ela sabia que ele não podia discutir com isso. Mas, mais do que qualquer coisa ela precisava de um tempo para pôr a sua cabeça no lugar, desde que Isaac já tinha, obviamente, estragado tudo. —Mais tarde então. — Ele deu um beijo no seu seio esquerdo e saiu da cama. Sofia não pôde deixar de apreciar sua bunda firme enquanto ele desfilava para o banheiro, parando para piscar para ela da porta. Ela jogou os tabloides de lado e enterrou o rosto no travesseiro. Quem ela estava enganando? Isaac era um problema, mas o melhor problema possível.
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CAPÍTULO 7
Isaac evitou os destroços voando. Era só espuma, mas na cena acabada ele ficaria quase como se tivesse sido esmagado por um edifício em colapso. Ele ficou um pouco perto demais da explosão encenada, que era exatamente o porquê dele ter acabado com uma dor de cabeça ontem. Mas hoje ele tinha feito isso de propósito. Ele se sentia intocável. A adrenalina que sentiu ao dar um beijo de despedida numa Fia muito nua em sua cama o invadiu completamente. Assim eles conseguiram obter a cena perfeita em uma única tomada. Haveria mais para que a equipe pudesse pegar todos os ângulos, eles as uniriam também. —Corta! — O diretor gritou. —Redefinir a cena. Antônio caminhou em direção a Isaac e bateu-lhe nas costas. —Bom trabalho. Apenas mais algumas tomadas, mas se você continuar com essa energia vamos voltar a programação a tempo. Isaac sentiu o alívio do jovem diretor. Este filme era a sua chance de fazer o salto, de vídeos de música para a tela grande. O ator concordou em grato reconhecimento. —Descanse um pouco e beba uma água. —Antônio aconselhou-o antes de caminhar até um dos cinegrafistas para discutir o que ele queria capturar com a próxima tomada. Isaac correu as costas da mão pela testa, enxugando o brilho fino do suor pelo seu esforço. Ele deveria descansar, mas ele tinha outras coisas em sua mente. Olhando ao redor do estúdio seus olhos pousaram sobre ela. Fia observava-o da mesa de som. Seus olhos se encontraram e ele estava seguindo em direção a ela com a velocidade de um homem possuído. Ele estava no auge de sua disposição por causa dela e de repente ele precisava de um lanche. Spencer entrou em seu caminho, esfregando a ponta de seu nariz.
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—É uma vergonha maldita que eles não tenham mais câmeras lá fora, cara. Aqui está apertado. Isaac murmurou em acordo, evitando seu amigo que o seguia. Ele só tinha olhos para Fia. A cabeça de Spencer virou para ver o que tinha distraído Isaac, a confusão no rosto mudando, para alegria de menino, quando ele a viu. —Eu entendo. — Ele cutucou Isaac nas costelas. —Você tem vinte minutos antes que eles estejam prontos para a próxima tomada. —Eu só preciso de dez, mas eu vou aceitar vinte. — Seu sotaque sulista deslizou enquanto falava e Spencer sacudiu a cabeça antes de liberar seu amigo. Fia obviamente tinha voltado para seu próprio hotel e encontrado algo para vestir no set. A saia justa era suficientemente profissional, e curta o suficiente para mostrar suas pernas bem torneadas. Ele quase podia sentir a seda de suas meias acariciando seu rosto. Em poucos minutos, ele estaria fazendo disso uma realidade. —Sr. Blue. —Ela cumprimentou-o friamente, mas seus olhos brilhavam quando se aproximou dela. O azul frio tinha derretido completamente. Ela poderia ser capaz de representar para todos os outros, mas não podia enganá-lo. —Sra. King. —Ele respondeu a saudação formal, pegando o seu cotovelo e conduzindo-a para longe da ação, para uma parte não utilizada do estúdio. —Eu vim. —Ela disse com voz rouca. —E você está prestes a vir 11 novamente. —Prometeu a ela, empurrando-a contra uma coluna de cimento. A garagem vazia tinha sido palco de uma perseguição de carro em alta velocidade há poucos dias. Eles não iriam precisar dela novamente, mas parecia uma pena desperdiçar o espaço. —Esta é uma má ideia. —Ela alertou-o. —Qualquer um poderia nos ver. —Você sabe como isso funciona, Fia. Eles não precisam mais disso então não vão sequer pensar em me procurar aqui.
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Trocadilho com a palavra come: vim, que também significa gozar.
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—De nenhuma maneira vou deixar você se atrasar ao chamado do diretor. Eu sou sua assessora. —Ela lembrou-o. —Você viu aquela última tomada? —Ele perguntou. Isaac apertou-lhe os pulsos com sua mão musculosa e levantou-os sobre sua cabeça, prendendo-os na coluna. Com a mão livre, ele começou a desabotoar a blusa imaculadamente engomada. A única coisa melhor do que fazer amor com Fia era vê-la transformasse da sexy profissional para a mulher selvagem, apaixonada que tinha compartilhado sua cama. —Eu nunca tinha feito algo assim em uma única tomada. Portanto, sua teoria sobre focar toda minha energia em uma distração saudável? Eu diria que funcionou. —Eu estou contente que meus métodos estão ajudando você. Ela tentou abafar um suspiro quando seus dedos ásperos invadiram o seu sutiã e libertaram seus mamilos. —Sobre isso. —Ele rosnou, trazendo seus lábios perto de seu ouvido. —Eu preferiria se mantivéssemos este método só entre nós. Eu não tenho certeza que seus outros clientes poderiam lidar com isso. Os olhos de Fia reviraram e ela sorriu. —Combinado. —Já que estamos de acordo. — Seus dentes beliscaram o lóbulo da orelha e desta vez não havia como parar seu gemido. Deslizando sua mão debaixo da bainha da saia, ele caminhou em torno de seus quadris, pulando para trás de surpresa, quando seus dedos se fecharam sobre sua buceta nua. —Eu pensei em lhe poupar tempo. — Ela ronronou. Seus dedos exploraram o fecho de sua cinta-liga. —Saber que você está aqui sem calcinha pode ser realmente muita distração. —É melhor tirar isso da sua cabeça. —Ela sugeriu com falsa inocência enquanto seus dedos habilmente abriam o zíper de sua calça jeans. 65
—Exatamente o que eu estava pensando. — Ele gemeu quando seus dedos se fecharam sobre seu pau duro. —Pronto e disposto, eu vejo. —Ela brincou. —Sempre. — Quando as cenas de ação finalmente acabassem em poucas semanas, ele teria que encontrar uma maneira para que ela continuasse o mantendo na linha. Ou talvez ele devesse encontrar um terapeuta. Ele lidaria com seus óbvios problemas de compulsão mais tarde. Agora ele precisava estar dentro dela. Com seus saltos, ela estava quase na sua altura, proporcionando a entrada perfeita. Ele se posicionou, cutucando sua umidade, e esperou que ela desse o sinal. Os olhos de Fia fecharam e seus dentes afundaram em seu lábio inferior. Os lábios de Fia se esmagaram contra os dele, fechando o espaço nebuloso entre eles, e ele empurrou sua língua para dentro da boca dela. Sentia-se possessivo. Não era suficiente ter seu pau em seu interior. Ele queria enchê-la, consumi-la, como ela tinha feito com ele. Fia chupou sua língua com fome em resposta, como se soubesse o que ele estava pensando. Empurrando em sua abertura inchada, ele pressionou a testa contra a dela. Seus lábios roçaram, fazendo contato sutil sem realmente beijar. Ele mal podia acreditar na sua sorte. Aqui estava ele com Fia, a menina que ele deixou escapar, presa contra uma coluna. —Eu não vou sem você. —Ele alertou. —Então, princesa, se você me quer de volta no set ... Ele deixou o pensamento sumir quando sentiu os músculos pélvicos apertando ao redor de seu pênis. —Porraaaa. —Ele gemeu e imediatamente aumentou o seu ritmo. Os lábios de Fia esmagaram contra os seus, fechando o espaço vago entre eles, e ele enfiou a língua dentro da boca dela. Ele se sentia possessivo. Não era o suficiente ter seu pênis dentro dela. Ele queria enchê-la, consumi-la, como ela tinha feito com ele. Fia sugou sua língua avidamente em resposta como se soubesse o que ele estava pensando. 66
Ela apertou em torno dele e explodiu em uma série de gritos e gemidos que tornaram impossível para ele aguentar mais tempo. Ele se perdeu nela, se comprimindo dentro dela enquanto mantinha sua boca cativa. Quando finalmente se separaram ambos estavam ofegantes e suados. —Lá se vai descansar entre as filmagens. —Ele disse, engolindo ar. Baixou Fia para o chão e alisou a saia de volta para baixo. Fia franziu a testa quando começou a abotoar sua blusa, as sobrancelhas franzindo juntas em uma expressão adorável de preocupação. —Eu não sabia que você deveria estar descansando. Isaac terminou de levantar sua calça antes de passar um braço ao redor dela e puxar seu corpo de volta contra o dele. Ele não pôde resistir a beijá-la, o que efetivamente destruiu sua tentativa de mimá-lo. Atrás de Isaac, alguém limpou a garganta e eles congelaram, ainda meio vestidos. O olhar de Fia se fixou no dele e, em seguida, com muito cuidado, ela levantou a cabeça para espreitar por cima do ombro. Seus olhos se arregalaram e Isaac preparou-se. —E corta. —A voz rouca de Arnold Maxx falou secamente.
***
Isaac livrou-se dela tão graciosamente quanto pôde. Para um cara considerado o bam bam bam, ele parecia um pouco assustado. Claro, ninguém queria ser pego com a filha do patrão. Mas, Sofia e seu pai não tinham um relacionamento normal. Pelo menos ele teve a decência de dar a eles um momento para terminar de arrumar a saia, calça e camisas. Sofia deu a Isaac um sorriso tranquilizador e, em seguida, moveu-se para dar a seu pai um abraço. 67
—Desculpe... interromper. — Maxx desculpou. —Eu estava em uma reunião no Studio 6 e pensei que deveria passar pelo set. Ninguém tinha certeza de para onde Isaac tinha desaparecido. Vocês têm sorte que eu não trouxe um grupo de busca junto comigo. —Arnold... eu... — Isaac parecia não poder encontrar palavras, o que era raro para ele. Normalmente, ele estava cheio delas. —Eu percebi que era a sua bunda na capa de metade dos tabloides. — Ele estudou a sua filha como se avaliando a situação. Próximo a ele o olhar de Isaac passou de Sofia a seu pai como se estivesse fazendo a mesma coisa. Ele parecia um pouco mais confuso, no entanto. Não havia nenhum motivo para dar a ele uma desculpa. Mais tarde, ela sentaria com ele e explicaria a situação. Seu pai sabia sobre seu passado com Isaac quando a enviou para este caso. Ela tinha lhe avisado que a situação poderia revelar-se imprevisível, embora não tivesse previsto este resultado. —Você vai desculpar minha filha e eu? — Maxx perguntou educadamente. —Claro. —Isaac concordou, claramente ainda tentando entender o que tinha acontecido. —Tem certeza de que não quer... eu não sei, me socar? A testa de Arnold enrugou, revelando que era hora para uma viagem ao spa Beverly Hills que ele frequentava. —Por quê? —Porque eu... — Isaac hesitou e olhou para Sofia. —Envie ao profissional que treina seu sotaque um presente. — Maxx aconselhou-o.—Porque às vezes eu esqueço que você é do Sul, e então você me lembra. —Ok! — Sofia se colocou entre eles antes que seu pai chocasse Isaac profundamente. —Eu te vejo mais tarde. — Ela deu um beijo nos lábios de Isaac, recuando rapidamente, antes que a eletricidade entre eles se tornasse desajeitadamente óbvia. Aceitando o braço oferecido de seu pai, ela se forçou a não olhar para trás, enquanto era levada para longe. 68
—Isaac. — Maxx chamou, parando a poucos passos de distância. —Eu terei um jantar hoje à noite com elenco e a equipe. Eu quero ouvir sobre o progresso. Eu espero que você esteja lá. —Seu olhar deslocando para sua filha. — E você também. Ela abriu a boca para protestar, mas antes que pudesse expressar sua objeção, Isaac concordou. —Claro. Sofia teria que falar com ele sobre responder por ela. —Você deve convidar aquela sua amiga de escola. —Seu pai sugeriu. —Belle? Ela adoraria isso. —Ela olhou-o com desconfiança, esperando outra bomba cair. Arnold Maxx pode ser liberal, mas ele tinha interrompido ela e um cara ficando muito íntimos juntos. Ela estava certa de que ele não tinha visto tudo. Mas ainda assim. —Sem sermão? Talvez o melhor seria ir direto ao ponto. Ele poderia estar na cidade, mas não havia dúvida de que ele estava verificando. —Eu vou admitir que eu não tinha ideia de que seus métodos eram tão pouco ortodoxos. — Ele bateu na sua mão, talvez a exibição mais paternal que ele já tinha demonstrado para ela. —Mas Antônio diz que Isaac esteve particularmente focado hoje. Longe de mim julgar. —Cristo, eu não durmo com meus clientes. — Ela se afastou dele, mas ela não tinha certeza se estava desgostosa com sua insinuação ou consigo mesma. —Eu sei disso. —Ele garantiu. —Eu já vi alguns de seus clientes. —Papai. —Ela disse em tom de censura. —Você tem uma história com Isaac. Eu estava ciente disso. Eu esperava algumas complicações, mas não posso reclamar sobre os seus resultados. Eles filmaram mais em dois dias do que nas duas semanas. Eu quero que você fique por perto até que ele termine. Mais duas semanas. Quatro no máximo.
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Ela não esperava que da sua boca saísse algo como: OK. Ela não podia ficar em Londres por semanas. Não com clientes em LA. Ela precisava pegar um avião até o final desta semana. O problema era que ela não queria mais. Ele parou e estreitou os olhos escuros. —Contanto que você saiba no que você está se metendo. —Eu sei. — Mas ela realmente sabia? Seus sentimentos em relação a Isaac já estavam a confundindo. O simples fato de que ela estava considerando seus sentimentos era prova suficiente disso. —Seu filme será concluído a tempo. Isaac precisava de uma maneira saudável para preencher seu tempo livre. —Ela não acrescentou que seus motivos não foram totalmente altruístas. A paixão que ela sentia por seu ex tinha provado ser uma cruz mais difícil de carregar do que ela havia previsto. —Ele não é o rapaz por quem você esteve apaixonada. —Ele alertou. —Eu sei. — Mas a afirmação, apenas a lembrou que ele tinha se tornado muito mais. A compreensão caiu pesadamente em seu estômago. Ela foi apaixonada por aquele menino, como seu pai o chamou, e agora ele se tornou um homem. Mas mesmo que ele ainda fosse encantador, engraçado e sexy como o inferno, Isaac também era problema com um P maiúsculo. Consertar bad boys estava em sua descrição de trabalho, mas não estava em sua lista de namoro. Claro, estava se tornando cada vez mais difícil para ela se lembrar que ele tinha problemas. Talvez ela precisasse colocar sua última foto de registro na cadeia, como protetor de tela. —Ah, e um conselho. — Seu pai fez uma pausa pensativa e envolveu um braço musculoso em torno de seu ombro. —Feche as cortinas no futuro. Sofia riu e se soltou. Confie no papai para manter a perspectiva.
***
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Era ridículo ficar nervoso. Isaac tinha andado no tapete vermelho, saltado de edifícios de quinze andares e tinha sido capa da revista People. Ele estava acostumado ao exame minucioso. Mas passar um tempo com o pai de Fia era diferente. Tinha passado muito tempo desde que ele tinha ido jantar com a família de uma mulher. Na verdade, ele nunca tinha conhecido oficialmente os pais. Isso não era com ele. Ele ajeitou a gravata, verificado o espelho e soltou-a. Terno e gravata parecia um pouco demais, como um figurino. De uma forma que o fez sentir-se melhor, como se encontro de hoje à noite fosse nada mais do que uma cena. Ele poderia desempenhar o papel de encantador pretendente esta noite. O problema era que Fia tinha deixado bem claro que o relacionamento deles era uma situação temporária, isso deveria ter tornado ainda mais fácil incorporar o papel. Mas nada sobre Fia era fácil, exceto, talvez, como ele se sentia quando estava com ela, particularmente no sentido bíblico. Isaac arrancou a gravata. Se sentiu bem. Se ele ia fingir esta noite, ele deveria estar confortável. Ele tirou o paletó. Melhor ainda. Ele conhecia Arnold Maxx, mas, esse poderia ser o problema. Ele conhecia Maxx, talvez um pouco até demais. Não havia onde o homem não iria para conseguir o que queria. Ele fazia o Poderoso Chefão parecer como o Papai Noel de um shopping center. Isaac apostaria dinheiro que o súbito aparecimento de Maxx no set tinha muito menos a ver com a verificar sobre o progresso do filme e muito mais a ver com as fotos picantes que tinha aparecido nos tabloides. Passando a mão sobre seu cabelo curto, se olhou no espelho novamente. —Cristo. —Falou com seu reflexo. —Você está se transformando em um maldito adolescente. Se ele não se acalmasse, daqui a pouco estaria verificando suas mensagens a cada minuto e tirando dezenas de selfies diárias. Ele era um profissional, então por que estava agindo como uma pilha de nervos? Mas, enquanto pegava a chave do seu quarto, ocorreu-lhe que ele já sabia a resposta. 71
CAPÍTULO OITO
Isaac chegou no restaurante antes do restante do grupo. Se ele continuasse com essa merda ele comprometeria seriamente sua fachada fria. Era o beijo da morte para estrelas de cinema de ação, e se ele não tomasse cuidado, ele se veria estrelando como o pai trapalhão no próximo filme do canal Disney. Uma limusine preta elegante parou na calçada, fazendo com que várias pessoas próximas virassem a cabeça. Era a maneira mais fácil de ser notado, que foi exatamente por isso que Isaac tinha pedido para parar três blocos antes do restaurante. Só uma pessoa na festa desta noite optaria por chegar com tanto brilho e glamour assim: Arnold Maxx. E Isaac estava apostando, neste caso, a maçã não caía muito longe da árvore. Ele andou a passos largos, o motorista da limusine abrindo a porta do passageiro detrás. Inclinando-se, ele vislumbrou um par de pernas longas que definitivamente não pertenciam a Maxx. —Bate aqui, meu filho! — Maxx saudou jovialmente, mas o produtor de Hollywood endurecido não conseguia passar a imagem de figura paterna. Isaac acenou com a cabeça em reconhecimento, mas seus olhos nunca deixaram Fia. Ela usava um vestido de algodão branco que era muito mais recatado do que qualquer coisa que tinha visto nos últimos dias. Ele não era o único interpretando esta noite. Aparentemente Fia seria a filha devotada com uma pitada de inocência. Seus olhos brilharam com um tom travesso quando se encontraram. De repente, Isaac percebeu que esta noite não era sobre um simples jantar do elenco, era um golpe publicitário. Talvez se todos fossem interpretar esta noite não seria tão ruim. Mas ele duvidava. Fia pegou sua mão e saiu da limusine em um movimento rápido, gracioso. Então, para sua surpresa, ela envolveu seus dedos.
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—De mãos dadas agora? —Ele sussurrou para que apenas ela pudesse ouvi-lo. Ele levantou uma sobrancelha e não soltou da mão dela. —Papai e eu discutimos o meu plano, e ele está de acordo. —Ela disse suavemente. Muito bem. Mão dadas ou não, era negócios como de costume. Isaac tinha certeza de que isso significava que ela tinha dito a seu pai que estava pegando Isaac para mantê-lo na linha até a filmagem terminar. Isso falou bastante sobre quão estragada era essa relação pai-filha, se ela se sentia confortável compartilhando isso e que seu pai aprovava. Ainda assim os dois de alguma forma conseguiam ser uma das famílias menos confusas em Hollywood. —Hoje à noite eu quero dar aos paparazzi uma imagem sua diferente. — Ela continuou. Suavizando sua voz, acrescentou: —Eu quero que eles vejam o Isaac que eu conheço. Suas palavras foram um soco no intestino, de um jeito bom. Se isso fosse possível. Por alguma razão incrível, Fia via algo em Isaac que ele mesmo não conseguia ver. Mas quando ele se virou para beijá-la, viu o sorriso estampado em seu rosto. Não era o sorriso natural de Fia. Era praticado. Ensaiado. Ela estava fingindo, mas para quem? Para as câmeras? Ou era parte do ato? Será ela tivesse dito isso alto o suficiente sobre o “Isaac que conhecia” para alguém ouvir? Fia estava aqui para endireitá-lo e mantê-lo dessa maneira, ele lembrou a si mesmo. Ela não era a garota de dezoito anos de idade, com olhos de corça que tinha se apaixonado por ele anos atrás. Ela passou seu tempo limpando bagunças de celebridades como hoje limpava as dele. Era um emprego para ela e ele estava começando a colher os benefícios de seu profissionalismo dedicado. Era tudo um grande espetáculo, e isso não era nada para um cara que vivia sua vida em frente da câmera. Então, por que a coisa toda o fazia se sentir tão sujo? Uma mão bateu em seu ombro e Arnold Maxx virou-o na direção de uma pequena, mas crescente multidão de curiosos. —Sorriam, crianças! 73
E lá estava ela. A razão de todo o negócio. Isaac trabalhava com Maxx por anos. O respeitava, tanto quanto um servo respeitava seu chefe. Era pouco dizer que Maxx tinha feito a carreira de Isaac, mas estar com ele agora e vê-lo planejar esse circo de publicidade, vê-lo usar sua única filha como uma jovem ingênua, lembrou Isaac de que havia um preço a pagar por ser parte da família. Maxx estava aqui para lembrá-lo disso. Ou todo esse trabalho teria sido de Fia? Seus olhos deslizaram através dela, observando a maquiagem leve que ela usava e as ondas em seu cabelo loiro. Ela se parecia com a garota que ele tinha deixado em Los Angeles há seis anos. Na verdade, ela parecia um pouco demais com aquela garota. Ele tinha errado. Arnold Maxx não tinha vindo aqui para gerenciar o escândalo nos tabloides entre seu astro e sua filha. Ele tinha vindo aqui para testemunhar. Ele não era o diretor desse drama, ela era. O que significava que ele deveria ter usado a maldita gravata, porque esta noite realmente seria apenas uma outra performance.
***
Era um negócio normal, exceto que não era. Não por muito tempo, pensou Sofia. Ela tinha participado de muitos jantares privados em Hollywood para espiar um cliente, ou simplesmente porque ela era conhecida na indústria. Fazia muito tempo desde que ela tinha sido objeto de especulação. A cada poucos minutos, ela sentia olhos de outro membro do jantar perfurando-a. Deixe-os imaginar sobre o que estava acontecendo com ela e Isaac. Ela sabia bastante sujeira sobre as pessoas nesta mesa para viver com o dinheiro da chantagem pelo resto de sua vida, se ela decidisse abandonar sua ética. Era improvável, mas uma menina deveria sempre ter opções. Nina Justin sentou-se perto da cabeceira da mesa e ao lado de seu pai. Dada a sua mania de audições em quartos fechados, Sofia esperava que ela não chegasse muito mais perto de seu pai. Nina tinha bastante talento e beleza, mas 74
ganhar seus papéis entre os lençóis, a tinha lançado para o estrelato quase que da noite para o dia. Nina chamou sua atenção e sorriu. Sofia devolveu. A atriz não era a ameaça que ela pensava que era. Próximo a ela estava Antônio, que atendia pelo apelido de Antônio Z, que lhe rendia uma série de piadas de A a Z em comentários. Ele preocupava mais. Antônio estava com fome de publicidade. Como a maioria dos graduados na faculdade de cinema, ele passou vinte anos fazendo vídeos de música para estrelas pop tentando mudar sua imagem pública. Ele conseguiu mostrar ao público que um número de ex-estrelas adolescentes eram agora os sonhos eróticos permitidos. E o rumor era que ele tinha desfrutado bastante deixando muitas delas mostrar-lhe o quão crescidas elas estavam. Seu pai tinha mais esqueletos no armário do que uma casa assombrada. Encontrar material de chantagem para ele seria uma moleza. Não que ela quisesse. Claro, uma pessoa teria que ser muito estúpida para chantagear Arnold Maxx. Muitos tentaram, poucos conseguiram. Ele simplesmente não se importava. Era realmente uma benção parecer insensível e sem escrúpulos em sua posição. As únicas duas pessoas aqui que Sofia não podia imaginar desenterrar sujeira eram Belle e Isaac. Ela não tinha interesse em desenterrar segredos de Belle. Ela nem tinha certeza se existia algum. E Isaac viveu sua vida na primeira página. O que você via era o que você encontrada quando se tratava de sua carreira e vida pessoal: resmungos ocasionais sobre sua ética de trabalho e uma série de casos que terminaram sem muito drama. Talvez por isso Sofia se sentia confortável em torno deles. —Fia. — Nina interrompeu seus pensamentos. A atriz balançava o vinho, tamborilando os dedos sobre o cristal. —Algum dia vamos vê-la em filmes de novo? —Eu estava pensando a mesma coisa. — Antônio acrescentou, relaxando em seu assento. —Você tem a aparência para isso. Eu me lembro quando você estava em Malibu Place. 75
Maxx levantou uma sobrancelha. —Ela não teria nenhum problema em conseguir papéis. —Se você se lembra de Malibu Place, então você provavelmente se recordará que cada resenha desse programa criticou meu pai por contratar sua filha. — Sofia encolheu os ombros. Isso tinha incomodado uma vez, mas agora ela entendia como essas coisas funcionavam. —Eu me divirto muito com minha profissão atual para considerar atuar novamente. —É justo. — Nina concordou. Ela voltou sua atenção para Belle. —E o que você faz? Belle começou, aparentemente surpresa por ser abordada. Até o momento ela tinha passado a noite olhando para as pessoas famosas em torno dela. —Acabei de me formar. Os pensamentos de Sofia voltaram à pergunta de Nina. Ela JÁ tinha considerado antes, mas ela sabia que o que estava fazendo era importante. Se não fosse, ela não estaria aqui.
***
—E outro gin tônica. — Isaac pediu quando o garçom se aproximou para encher os copos de água. A mão de Fia fechou sobre seu pulso em advertência, mas ele a ignorou. Mais tarde, após essa farsa acabar, ele diria a ela para ir se foder. Educadamente. Ele ainda era um cavalheiro depois de tudo. Ou talvez ele transasse com ela primeiro e, em seguida, a despacharia. Definitivamente não era a definição de cortesia, mas se Fia estava disposta a ir para a cama com ele para fazer seu pai, também conhecido como “o dinheiro”, feliz, então por que não aproveitar? Era apenas mais um show depois de tudo. Fia se inclinou e baixou a voz. 76
—Você está bem? —Tudo bem. — Ele deu de ombros enquanto tamborilava com os dedos em seu joelho. Permitindo a mão se aproximar de sua coxa, ele decidiu testá-la. —Eu espero que você tenha a calcinha combinando. —E se eu tiver? —Ela ronronou. Isaac não perdeu o fato de que enquanto ela se movia para mais perto dele, ela empurrava sua nova bebida para longe de seu prato. —Se você fizer isso, eu vou colocá-la no meu joelho e bater em você. Os olhos de Fia dilataram e ela balançou a cabeça. —Eu tenho um limite rígido sobre isso. —E um rabo firme. —Ele acrescentou. —Não me teste, Sr. Blue. As palavras dela tinham um tom de aviso, mas Isaac dispensou-as. —Não é essa a minha parte do acordo? —Eu não sou uma garota de programa. — Raiva contaminando suas palavras suaves. Ele tinha encontrado o ponto. Por alguma razão, ele queria empurrá-lo mais e ver o que acontecia. —Desculpe, eu não captei todos os parâmetros de nosso acordo. Fia respirou e se afastou dele, choque em seu rosto. Bem, ele não esperava isso. Ele tinha a machucado. Seria possível que a fria Sofia não estava aqui apenas para mantê-lo no cabresto? Ele se inclinou para frente e estudou o perfil dela. Uma única lágrima se agarrava a seus cílios inferiores. Droga, ele a fez chorar. Talvez ela não fosse tão fria e distante como ele pensou que era. Ela lhe disse por que foi para a cama com ele. Mas isso tinha sido antes que eles realmente tivessem ido até o fim. 77
Era difícil de processar, mas algo tinha mudado para ele. Era por isso que ele tinha saltado para conclusões. Mas agora ele reconhecia com o que ele estava lidando: ciúme. Não de outro homem. Ele não podia sequer imaginar Fia com outro homem. Não, ele estava com ciúmes de sua capacidade de seguir em frente. Ele nunca tinha realmente sido capaz de fazer isso. Isso estava bastante claro agora que ela estava de volta em sua vida. Ele também tinha ficado com raiva que houvesse um prazo para seu relacionamento. Mas e se as coisas não tivessem que ser tão temporárias? E se isso não se limitasse a uma proposta de negócio? Isaac estendeu a mão e guiou seu rosto de volta para ele. Enxugando suas lágrimas com a ponta do polegar, ele sorriu. Era um sorriso real. Não o que ele dava no tapete vermelho ou durante sessões de fotos. Era mais suave. Era real. E não um, que ele mostrasse sempre. —Eu sou um idiota. —Confessou. Erguendo a mão à boca, beijou a palma da mão suavemente. —Eu sinto muito. —Talvez eu devesse bater em você mais tarde. —Ela ameaçou, mas seus lábios tremeram enquanto ela falava. —Não tenho nenhum problema com isso. — Ele envolveu os dedos nos dela e trouxe suas mãos para descansar em cima da mesa. —Especialmente se você estiver vestindo uma calcinha branca. —Você é um problema, Isaac. — Mas ela deixou um sorriso escapar. Isaac sentiu como se tivesse acabado de ganhar na loteria. —Não, eu estou com problemas.
***
—Bem, desta vez Isaac e eu não seremos romanticamente ligados. —Nina disse, rindo como uma colegial. —Lembra-se de nosso primeiro filme juntos? Eles insistiram em fingir que estávamos loucamente apaixonados. 78
O aperto de Isaac em seus dedos intensificou. Isso não era novidade para Sofia, no entanto. Nina tinha confiado isso a ela recentemente, mas uma pontada de aborrecimento correu através dela com o pensamento. —Todo mundo sabe que você prefere homens mais velhos. — Maxx falou de improviso. —Eles nunca caíram na conversa que vocês dois estavam juntos. —Ninguém acreditou no papo que tínhamos alguma coisa antes. — Isaac disse calmamente, mas havia uma fúria subjacente nas suas palavras. Sofia teve uma pequena emoção ao ouvir a ameaça sutil. —Suponho que não. — Nina revirou os olhos e tomou um gole de vinho. —Claro, você estava realmente apaixonado por outra pessoa. Aposto que ela não estava muito feliz com isso. Nina não era a mais inteligente de todos. Ela, obviamente, não tinha ideia de que a menina que tinha sido desprezada em favor de um golpe de publicidade estava sentada ao lado dele neste momento. Sofia decidiu concentrar-se no fato de que ela estava aqui com ele agora. Podia ser temporário, mas havia algo reconfortante sobre saber a verdade. Tinha havido muitas perguntas antes. Talvez quando fosse a hora de seguir em frente, não seria tão difícil desta vez. —Ela não ficou. — Isaac confirmou. —Eu acho que ela ainda não está. Sofia apertou sua mão uma vez. Era melhor deixar pra lá do que começar a falar sobre isso agora. —Foi uma bagunça. —Arnold Maxx falou distraidamente. Seus olhos se encontraram com sua filha, e por uma fração de segundo, ele quase parecia arrependido. Ela tinha que estar imaginando isso, no entanto. Ele não fazia muito isso. Ele tinha uma filosofia de nunca demonstrar quando fazia asneira. Na maioria das vezes ela respeitava isso nele. —Mas você seguiu com isso, Nina? — Belle falou, surpreendendo a todos na mesa. —Mesmo sabendo que ele tinha uma namorada? Deus a abençoe. Belle era claramente o controle neste grupo. Ela era a única variável que não tinha sido afetada pela experiência maluca que era a vida em Hollywood, é por isso que ela ainda podia se surpreender que alguém fingiria 79
estar apaixonada, por uma jogada publicitária. Isso era também, por que ela era a pessoa menos provável de necessitar de terapia na mesa. —Quais foram suas palavras exatas? — Nina olhou para Maxx. —“Todos fora deste filme são irrelevantes. Isaac entende isso ou ele não estaria aqui. Eu não sou completamente insensível?”. Os olhos de Sofia faiscaram de Isaac para o pai, à espera que um deles negasse isso. Nina passou a maior parte de sua vida fingindo. Talvez ela estivesse misturando as coisas. Mas Maxx deu de ombros e balançou a cabeça. —Isaac sabia que se queria ser uma estrela, ele não poderia ser vinculado a qualquer uma. Eu deixei isso claro para ele. O estúdio queria um símbolo sexual. Símbolos sexuais não têm namoradas. Era importante que cada mulher na América acreditasse que ele poderia entrar e prendê-la à parede a qualquer momento. A boca de Sofia caiu. Era verdade. Isaac não tinha só deixado de ligar para ela. Ele a trocou por uma grande oportunidade. —Eram negócios. —Maxx acrescentou. Ele nem piscou enquanto Sofia ficava boquiaberta. —Sempre é. — Sofia assobiou. —Não importa se alguém acabe mal, até mesmo sua própria filha.
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CAPÍTULO NOVE
Sofia não conseguia se lembrar de como respirar. Enquanto as palavras de seu pai afundavam, as peças do quebra-cabeça começaram a encaixar, revelando uma imagem que nunca tinha visto antes. A mesa ficou em silêncio. Sofia olhou para Isaac, em seguida, olhou para seu pai. Se alguém já precisou de um exemplo visual de como “culpado-como-inferno” parecia, tudo o que precisava era olhar os dois. Ela se levantou tão rápido que sua cadeira caiu com um estrondo, mas ela mal notou. De repente, não havia oxigênio suficiente no ambiente. Algumas pessoas olharam para ela. Nina teve a boa vontade de se distrair com seu telefone celular. Em frente a ela Belle seguiu o seu exemplo, pegando sua bolsa e apontando para a porta. Pelo menos ela tinha cabeça e uma estratégia clara de saída. Sem outra palavra, Sofia correu da sala. Belle a alcançou na entrada e envolveu um braço firme ao redor dela. A mensagem implícita era clara, Sofia passaria por isso com uma ajudinha de seus amigos. Mas Sofia não queria passar por isso. Ela queria uma máquina do tempo. Ela queria retroceder tudo o que aconteceu nos últimos dias. Ela queria apagar o telefonema de seu pai e dizer-lhe para se foder. Mais do que qualquer coisa ela desejava ter escutado seu instinto e ficado longe do acidente de trem chamado Isaac Blue. —Sofia. —Seu pai chamou seu nome com a mesma autoridade condescendente que ele empregava com estrelas travessas. Mas Sofia não era uma garotinha e ela não era uma criança mimada. Ela estava chateada, mas isso era compreensível devido as circunstâncias. Girando para encará-lo, ela apontou um dedo em seu peito. —Só para ficar claro, será um dia frio no inferno antes de eu fazer mais algum favor para você. 81
—Bebezinha. —Maxx estendeu as mãos na inocência. —Não é o que você pensa. —Então você não ofereceu para fazer do meu namorado um astro, se ele me deixasse? — Sofia cruzou os braços e esperou sua resposta, certo de que seria uma obra-prima de meias verdades. Quando ela tinha seis anos, seu pai tinha substituído seu gatinho por uma tartaruga e conseguiu convencê-la como mágica. O homem tinha um dom para o engano auto benéfico, mas não havia maneira nenhuma que ele poderia adoçar sua atitude com um presente. —Bebezinha... —Nada de bebezinha para mim e nem tente conversa mole comigo também. Eu não acabei de sair de um ônibus vindo do Kansas. Não há estrelas em meus olhos me cegando para ver como isso funciona. —Ela o interrompeu. —Por que diabos você me pediu para vir aqui e fazer este trabalho se você não me quer perto de Isaac? Maxx fez uma pausa, como se considerando o rumo a tomar. —Isaac seria uma estrela com ou sem mim. Qualquer um podia ver isso e você sabe o que vem com isso melhor do que ninguém. Drogas. Bebida. Mulheres. O fundo do poço é uma longa e dura queda a partir do topo. Me certifiquei que você não sofresse os danos colaterais. —Você não tinha que fazer isso. — Ela não sabia por que estava discutindo com ele. Ele já tinha feito o estrago e ele não era o tipo de homem que admitia seus erros muitas vezes. —Me diz uma coisa. Você já considerou que talvez Isaac poderia ter sido diferente se tivesse lhe dado uma chance? —Eu dei a ele uma chance. Ele escolheu a fama como eu suspeitava que ele iria. —Então por que você me enviou aqui? — Sofia enxugou as lágrimas furiosas reunidas em seus olhos. Não era o seu estilo ficar chateada assim, e isso só a deixou mais irritada, porque ela não podia controlar-se agora. —Porque você merece ser feliz. —Ele disse suavemente. —Eu estava feliz! E bem-sucedida, se puder acrescentar. 82
—Como uma viciada em trabalho. Posso detectar outros que sofrem da mesma aflição. —Max apertou os lábios em uma linha fina e balançou a cabeça. —Há ambição e depois há ambição implacável. Você herdou o último de mim. —Isso nunca incomodou você antes. —Ela respondeu. —Sua mãe me deixou por causa do meu trabalho. —Eu pensei que ela deixou você porque você estava transando com a metade da lista da Entertainment Today de jovens estrelas. — Seu talento especial para reescrever a história a fazia querer gritar, mas ela empurrou para baixo a raiva que a percorria. Este não era o momento nem o lugar para deixá-la sair. Não com uma dúzia de fotógrafos do lado de fora da entrada. Ela precisava sair daqui com a sua dignidade e carreira intacta. —Eu era fiel à sua mãe. Minha única amante era o estúdio. Eu não percebi o que eu tinha até que ela foi embora e ela morreu antes que eu pudesse consertar as coisas. —Não importa. Eu preciso ir. —Sofia colocou a bolsa nos ombros e olhou em direção à saída. Belle estava de guarda perto da porta. Uma vez que Sofia passasse por ela, ela poderia colocar Isaac e tudo isso no passado. —Sim, é verdade. — Maxx a agarrou pelo braço e a obrigou a olhá-lo nos olhos. —Eu cometi um erro. —Bem, o inferno acabou de congelar. — Sofia murmurou, mas ele a ignorou. —Você pode não precisar dele, mas Isaac precisa de você. Ela se afastou dele, sua raiva virando perplexidade. —Você é incrível. Você sabe disso? Isaac precisa de um publicitário. Tenho certeza que você pode lidar com isso. —Eu não estou pedindo para você ficar aqui e corrigir um filme, menina. Posso fazer outro. E eu não lhe pedi para vir aqui para corrigir Isaac. Eu lhe pedi para vir aqui para que eu pudesse consertar o meu próprio erro. 83
Em todo o mundo as pessoas devem ter sentido o deslocamento do eixo da terra, pensou Sofia. Mas não significava nada para ela ouvi-lo admitir que tinha feito algo errado. —Você está seis anos atrasado, papai. Você traiu minha confiança, ambos traíram a minha confiança. Eu acho que foder com a minha vida era apenas uma reviravolta na história para você, mas era a minha vida. É a minha vida. Ela passou por ele antes que pudesse dizer mais. Mais alguns passos e ela estaria fora da vida de Isaac para sempre. Ela nunca teria de vê-lo novamente, exceto na fila do caixa em um supermercado, onde se acostumou a vê-lo em capas de revistas antes. Ela poderia fazê-lo novamente. Belle não disse uma palavra quando Sofia a alcançou. Em vez disso, ela abriu a porta, oferecendo-lhe um pequeno, mas reconfortante sorriso enquanto os flashes das câmeras começaram. Sofia saiu e parou. O que eles dizem sobre a curiosidade matar um gato? Olhando para trás, ela percebeu que seu pai já tinha ido embora. Claro, ele esqueceria isso e voltaria para papear com a mesa cheia de bajuladores. Seu olhar vagou em direção à entrada da sala de jantar privada e sua respiração ficou presa na garganta. Isaac imóvel, na soleira da porta. Sua expressão em branco. Um dos talentos menos conhecidos dos atores era a cara de paisagem fabulosa. Ele não fez nenhum movimento para segui-la e não mostrou nenhum sinal de remorso. Sofia se sentiu imediatamente estúpida por insinuar para seu pai que ele poderia ter sido diferente. Ele tinha entrado nisso pelo sexo e não tinha sido esse o plano depois de tudo? Uma distração sem compromisso para frear sua autodestruição? Ela se virou e passou pela multidão de repórteres e saiu de sua vida para sempre.
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—Eu preciso sair deste negócio. — Sofia estava pensando em voz alta. Ela não tinha certeza se Belle entendia, mas era bom conversar com alguém que não estava na indústria. Os que estavam dentro, nunca se imaginariam indo embora. Eles se sentiam presos, com penas de prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional. Era uma doença. Uma que Sofia já sofreu. —Você ama seu trabalho. — Belle lembrou. Ela passou um braço em volta dos ombros de Sofia e seguiram em silêncio por um momento. —Eu amei. Eu amo. —Ela se corrigiu. —Mas talvez eu precise de uma pausa. Está ficando cada vez mais difícil manter a perspectiva, e uma vez que a perspectiva é a única coisa que os meus clientes mais precisam de mim, eu não posso me dar ao luxo de fazer isso. —Não deve ser fácil pensar com clareza perto de Isaac. As mulheres que não o conhecem, não conseguem. Eu nem posso imaginar como isso é para você. —É exatamente isso. Eu estou pensando com clareza. —Sofia hesitou, sem saber como poderia explicar isso para sua amiga. —É sempre difícil questionar suas raízes, e meu alicerce inteiro está em Hollywood, mas está ficando mais fácil ver que eu preciso cortar alguns laços familiares. Talvez arrancar e recomeçar por completo. —Isso nem sempre é tão fácil. — Belle falou por experiência, e Sofia sabia disso. Sua amiga tinha sofrido com um escândalo público, quando seu pai desviou milhões de dólares em uma fraude bancária. —Você conseguiu. —Ressaltou. Sofia tinha visto com orgulho como a amiga apagou a aparência desagradável e as fofocas constantes que a seguiram na escola. O pai dela tinha financeiramente arruinado várias das famílias mais proeminentes da escola e Belle havia enfrentado um bombardeio constante de fofocas, mesmo após o suicídio de seu pai. —E agora eu estou casando e voltando para a aristocracia. — Belle riu sem graça. —Talvez quando se trata de nossas famílias, nós todos gostamos de ser castigados. 85
Sofia não pôde deixar de pensar em seu próprio pai. Ela realmente o amava, embora ele fosse muitas vezes a pessoa mais desprezível que ela conhecia. —Eu sei uma coisa ou duas sobre fechar os olhos. —Mas isso é mais difícil de fazer agora. — Belle adivinhou. —Agora que eu sei que meu pai basicamente subornou meu namorado para escolher a fama acima de mim? Sim, ele definitivamente ganhará uma merda de presente de Natal. —Doía menos fazer piadas do que considerar seriamente a traição, ou o fato de que Isaac não tinha vindo atrás dela. Ela entrou nesta situação com os olhos abertos, e ainda assim tinha sido golpeada na cabeça com a realidade. A coisa toda era digna de uma reviravolta na história de Hollywood. Conhecendo seu pai, ele provavelmente escreveria um roteiro. O motorista de táxi parou na frente do prédio de Belle e sua amiga se inclinou para lhe dar um abraço. Ela foi breve. Sem dúvida, lembrando que Sofia não era realmente o tipo abertamente afetuosa. —Será que vou vê-la novamente? — Era uma pergunta simples, mas carregada de significado. —Eu acho que eu preciso sair de Londres. — Sofia disse se desculpando. Nenhuma parte dela queria ficar por aqui. Embora ela não tivesse certeza de que voltar para Los Angeles era uma alternativa melhor. —Talvez eu encontre uma praia e, finalmente, escreva minha biografia. —Isso seria um best-seller. — Belle disse secamente, colocando uma mecha de cabelo dourado atrás da orelha e abrindo a porta do carro. —Vamos apenas dizer que é o meu plano B. Belle fez uma pausa, já meio caminho para fora do taxi. —Talvez você não devesse desistir do plano A ainda. Sofia assistiu sua amiga desaparecer no em seu prédio, antes que ela indicasse ao motorista o seu hotel. A coisa era que ela não tinha um plano A. Ele 86
tinha pulado pela janela quando ela beijou Isaac. Sua melhor opção era sair da cidade, juntar os pedaços e seguir em frente. Quando os planos davam errado, ela sempre voltava para o começo. O problema era que Isaac era o início de tudo isso. Lá se foram os seus melhores planos. ***
A chuva batia contra o telhado de seu trailer quando Isaac bebeu outra dose de scotch. Se esta fosse uma cena de um filme, teria sido um desastre, como se a tempestade de alguma forma refletisse sua agitação interna. Isso acontecia quando se era um ator, tudo parecia uma encenação. Do lado de fora alguém bateu na porta e pediu para entrar. A miséria ama uma companhia, certo? A cabeça acobreada de Spencer empurrou para dentro, seguida rapidamente por seu corpo encharcado de chuva. —É inútil. Isso não vai parar. —Nunca para. — Isaac deu de ombros e apontou para a garrafa ao lado dele. —Mergulhando na dor? — Spencer adivinhou. Isaac percebeu os sussurros no set, logo que ele pisou no estúdio, esta manhã. Ele apreciou o choque no rosto das pessoas por ele ter aparecido. Todos sabiam que ele era um idiota de primeira classe e agora eles também sabiam que ele tinha feito um pacto com o diabo para conseguir sua grande chance. Ele não se importava. Depois de tudo, ele ainda era a atração principal deste filme e não era a primeira vez que alguém tinha vendido sua alma para Arnold Maxx. —Estou pensando. — Ele corrigiu seu amigo. —Estrelas de ação não pensam. Eles fazem as coisas acontecerem. —Essa foi de longe a coisa mais sensata que o jovem cameraman já tinha dito a ele.
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—Eu não acho que isso possa se chamar de cena de ação. — Se fosse, ele não teria deixado Fia sair pela porta na noite passada. Ele tinha fodido as coisas para sempre desta vez. —Eu deveria ter dito a ela. —Talvez. —Spencer reconheceu. —Mas quem iria querer admitir isso para alguém que ama? —Alguém que fosse capaz de amar. Aparentemente, essa é uma emoção que eu não sei como representar. —Você está deprimido. — Spencer sentou-se no sofá e brincou com seu telefone. —Mas por que se deixou ser estereotipado? —Porque eu sou muito bom em um tipo de papel e um merda em outros. Eu corro das explosões, lembra? Eu não volto e conserto as coisas. —Destruição era sua especialidade. Isaac poderia salvar o dia, mas quando a tela apagava, ele não tinha mudado nada. Na verdade, não. Ele era o único a lidar com as consequências. —Mesmo que isso fosse verdade, o roteiro sempre manda você para resgatar a garota. —Esta menina não precisa de resgate. —Ele ressaltou. Fia não era uma donzela em perigo. —Spoiler: elas geralmente não são. O ponto principal de todo o filme é provar que você a merece. —Spencer se inclinou para frente e encontrou os olhos de Isaac. —Então você merece? Isaac nem sequer teve que considerar isso. —De jeito nenhum. —Ainda estamos filmando. Talvez você devesse tentar outra tomada. — Ele se levantou para sair e parou com a mão na porta. —Eu sei que você não vai conseguir consertar se ficar sentado aqui e bebendo. Ele tinha razão. Os vilões o tinham cercado, uma bomba tinha sido lançada. Se ele queria ser um herói ele não podia cruzar os braços e ficar bebendo. Mas ele não tinha o direito de ir atrás dela, não depois do que tinha 88
feito. Tinha sido duro o suficiente olhar para o seu próprio reflexo após a separação anterior, nunca mais tinha sido fácil realmente. Não até que ela caminhou de volta para seu quarto de hotel. Se este seria o ponto da reviravolta nesse roteiro, agora era a hora dele tomar uma decisão. Agir ou esperar. Fia provavelmente já estava em um avião para Los Angeles. Ela já parecia a mil quilômetros de distância. Mas e se ela não estivesse? Isaac pegou a garrafa e levou-a até a pia. Despeja-la pelo ralo o fez se sentir muito mais corajoso do que bebe-la. À medida que o líquido âmbar descia pelo ralo, ele sabia exatamente que história era essa. Era hora dele ganhar de volta a menina a qualquer custo, e ele era o homem para o papel.
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CAPÍTULO DEZ
Sofia carregou a mala até a porta. O porteiro estaria lá a qualquer momento para levá-la para o carro a espera que a levaria para o aeroporto Heathrow. Sem jato particular desta vez. Um assento na primeira classe custava muito menos do que estar em dívida com seu pai. Ela andou pelo quarto de hotel vazio, verificando algum item esquecido. Era inútil. Ela passou apenas pouco tempo aqui. A maioria de seus pertences tinham ficado na sua mala. Ela deixou alguns itens na cobertura de Isaac, mas eles já haviam sido considerados como danos colaterais. O porteiro bateu na porta e ela praticamente correu para abrir. Ela precisava sair da chuvosa Londres, tão envolta em um nevoeiro como a cabeça dela. Céu limpo, água azul e areia branca iriam consertá-la. —Isso é tudo, madame? —Perguntou o garoto. Seu uniforme pendurado em seu corpo magro. Sofia não tinha certeza se ele poderia lidar com sua mala, mas manteve isso para si e assentiu. —Meu motorista está esperando na calçada. — Ela começou, mas foi interrompida pela chegada do elevador. Suas portas se abriram, revelando um Isaac Blue encharcado. Ele claramente não tinha trocado o figurino hoje. Sua camisa artisticamente rasgada e arruinada se agarrava a sua igualmente rasgada parte superior do corpo, e seu jeans pendurado em seus quadris, revelando o início do V esculpido que continuava após sua cintura. A respiração de Sofia engatou e momentaneamente se esqueceu cada palavra que conhecia. Quando ele a deixou sair ontem à noite, ela assumiu que era isso. Isaac a tinha pego na cama e desapareceu assim que a merda bateu no ventilador. O fato de que ele estava de pé diante dela agora, todo molhado, quando deveria estar no set, sugeria o contrário. Dez minutos mais tarde e ela estaria no aeroporto. Onde tinha uma máquina do tempo quando ela precisava de uma? 90
—Pegue isso e segure o elevador. —Ela ordenou ao porteiro quando finalmente conseguiu falar. —Eu estarei bem atrás de você. — Ela teve que enfiar a mala em suas mãos, porque ele estava muito ocupado admirando Isaac. —É que ... — A voz do jovem quebrou, traindo sua juventude. O constrangimento súbito o trouxe de volta à realidade e ele se moveu para levar a bagagem para o elevador, obedientemente segurando a porta para Sofia seguir. —Fia. — Isaac implorou a ela quando passou por ele. Ele pegou o braço dela e ela puxou de volta. —É tarde demais. Seis anos é tarde demais. —Não precisa ser. —Ele rosnou. Havia possessividade na voz que enviou um tremor através dela, mas ela o ignorou. O lado dominante de Isaac produzia um efeito nela, mas o mesmo acontecia quando se bebia demais e acidentalmente misturava com medicamentos prescritos. Os efeitos colaterais raramente eram uma coisa boa. —Na verdade...— Ela entrou no elevador e apertou o botão do saguão. — Precisa sim. Se o porteiro não estivesse atrás dela, ela poderia ter chorado. Talvez. Na verdade, ela estivesse dormente, mas ela não tinha certeza se era por causa de Isaac aparecer, ou o fato de que ela se afastou dele. Escapando de lá. Seu quarto era apenas no segundo andar, o que significava que ele poderia facilmente segui-la. Uma estratégia de saída simples seria melhor. Ela tinha planejado parar na recepção e liquidar a conta. Ela poderia fazer isso por telefone. Tudo o que tinha a fazer era sair pela porta da frente e entrar no carro. Então, por que isso parecia como um feito monumental de se realizar? Quando as portas se abriram, ela esperava ver Isaac, mas ele não a tinha seguido. Ponto para os hotéis antigos com escadas de incêndio difíceis de encontrar e elevadores. Sofia seguiu para a porta, forçando o porteiro a correr para alcançá-la. 91
—Por favor, madame. — Ele tentou impedi-la, mexendo na portaria para arranjar um guarda-chuva, mas ela o ignorou. A chuva bateu no seu rosto, gotas grossas, agarrando-se a seus cílios e deslizando por sua pele. A tempestade repentina fez o ar de verão parecer grosso e pesado. O porteiro tinha conseguido passar sua bolsa para o motorista e agora estava empurrando um guarda-chuva frágil sobre sua cabeça. —Fia! O chamado de Isaac a surpreendeu e ela girou, esperando vê-lo saindo pela porta atrás dela. Mas ele não estava lá. Seu olhar viajou para cima e o encontrou de pé sobre uma varanda do segundo andar. —Como você chegou aí? — Ela falou, a curiosidade vencendo a sua resolução. Esse definitivamente não era o seu quarto. —Como se vê a maioria das mulheres abrem a porta do seu quarto para mim. — Isaac deu de ombros, a boca torcendo em um sorriso extraordinariamente autoconsciente. Pela primeira vez, Sofia percebeu a mulher pairando perto das portas francesas, vestida apenas com um robe e olhando sonhadoramente para Isaac. Claro, uma mulher abriria a porta para o homem mais sexy. E era exatamente por isso que Sofia virou-se e abriu a porta do carro, ignorando os protestos do motorista esperando. Era hora de alguém fechar a porta para Isaac. —Fia! —Ele gritou novamente. Ela não teria parado a não ser porque ele a surpreendeu mais uma vez. Virando-se para a mulher atrás dele, ele puxou o cinto de seu robe. —Desculpe, querida. Sofia meio que esperou a mulher desmaiar. Em vez disso, ela agarrou seu robe e se encostou na moldura da porta. Antes de Sofia se recompor e voltar para seu plano, Isaac pulou a grade da varanda. Não era tão alto, mas ele alcançaria a distância. Não por muito tempo. Sofia estava vagamente ciente do número de espectadores se reunindo nas 92
proximidades. Sem dúvida, eles estavam procurando as câmeras. Afinal, por que Isaac Blue estaria na varanda do hotel numa tarde chuvosa em Londres? Ela congelou no local, também, e mais do que um pouco envergonhada por perceber que ele conseguiu ganhar sua atenção. Ele envolveu a faixa de pano em torno de uma balaustrada e atirou-lhe um sorriso tranquilizador. Oh meu deus, ele iria se pendurar da varanda. Devido a cerca de ferro forjado que rodeava os pátios no piso térreo, isto parecia menos com um gesto romântico e mais com um suicídio. Sofia abriu a boca para impedi-lo, mas suas palavras ficaram presas na garganta quando ele saltou. O cinto deslizou pelo poste de metal molhado com um assobio que fez toda a cena parecer como uma cena final de uma sequência de ação. Os pés de Isaac balançavam a esmo perto da fileira das pontas da grade que revestiam o topo do muro, mas ele dobrou seus joelhos. Lançando seu corpo para a frente em um arco selvagem, ele soltou o cinto e caiu com um baque pesado, seu corpo agachado em uma pose que só um astro de ação poderia ter. O instinto a levou em direção a ele, mas quando ela o alcançou, ela bateu em seu ombro. —Que diabos está fazendo? Isaac se levantou e passou um braço ao redor da cintura dela, puxando-a para ele. Com a mão livre, ele segurou seu queixo e a obrigou a olhá-lo nos olhos. —Houve uma mudança no roteiro. Eu vou atrás da garota. —O show acabou. —Ela murmurou, mas não tentou se afastar. Sua boca se contorceu em um sorriso perverso. —O que você disser, princesa. Não houve hesitação quando colidiram um com o outro, os lábios colidindo no frenesi do reencontro inesperado. A chuva caia sobre eles, mas eles não se soltaram. Isaac abaixou-se e tomou-a em seus braços. Aplausos assustaram os dois. Sofia tinha esquecido que tinha uma plateia. Isaac inclinou a 93
cabeça quando ele a levou de volta para o hotel. Ele fez uma pausa e se virou para olhar para o porteiro. —Leve a bagagem da Sra. King para dentro e informe o seu concierge que eu exijo sua suíte mais cara. Pela manhã, essa ordem simples seria a manchete em revistas de fofocas de todo o mundo. Provavelmente haveria mais do que um vídeo no YouTube também. Haveria uma bagunça para limpar. A boca de Isaac encontrou a dela novamente e beijou-a até que ela se esqueceu dos truques publicitários e dublês. —Sem planos. —Ele sussurrou, quando finalmente se afastou. —Hoje somos apenas nós. Fia e Isaac. O mundo pode esperar. Sofia se esqueceu de que ela estava encharcada, ou que ela perderia seu voo. Em vez disso, ela escondeu o rosto em seu peito. —Você está molhado. —Você também. —Ele afirmou e a segurou mais perto. O concierge veio com a velocidade de um homem que sabia que coisas boas vinham para aqueles que atendiam celebridades. Ele também era consciente o suficiente para fingir que não estava no elevador com duas pessoas prestes a rasgarem as roupas um do outro. Na porta da suíte, Isaac entregou-lhe um maço de notas de libras e um cartão de crédito preto antes de fechá-la em seu rosto. Atrás da porta, Sofia estremeceu com o ar condicionado e Isaac franziu a testa, levando-a diretamente para o banheiro da suíte. Normalmente ela se ocuparia observando o luxo do quarto, mas agora ela só tinha olhos para ele. Ele tinha vindo por ela, e enquanto seu golpe pode ter sido um pouco exagerado, isso disse todas as coisas que os dois tinham muito medo de dizer. Ele não a deixaria ir sem lutar. Isaac a colocou em pé e começou o banho. Voltando-se para ela, ele tocou os botões da blusa e lentamente começou a desabotoá-la.
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—Eu era jovem e estúpido. —Ele disse em uma voz rouca. —Quando você voltou para a minha vida, eu devia ter lhe contado sobre o porquê que eu parti. Eu estou dizendo a você agora. Eu sinto muito. Eu era jovem e estúpido demais para ver o que eu tinha na minha frente. Quando você tem dezenove anos e alguém lhe oferece fama e fortuna, é difícil resistir. Eu pensei que eu queria essa vida, mas eu tenho vivido essa mentira por tanto tempo, que eu comecei a acreditar. Ela levantou uma mão hesitante ao rosto e limpou a chuva. —Eu sei. —Você sabe? — Seus olhos procuraram seu rosto, e ela sentiu a última resistência se esvaindo. —Eu sei. — Ela jurou. —Nós não somos um acordo de negócios. —Ele disse a ela. —Nós nunca fomos. Eu cometi erros e eu vou corrigi-los. Eu não sabia que eu estava perdido até que você me encontrou novamente. Os olhos de Sofia fecharam enquanto ele deslizava sua camisa de seda por seus ombros. Despiu-a com uma reverência lenta, ocasionalmente parando para deslizar suas mãos suavemente sobre a pele. Quando chegou a sua calcinha, ajoelhou-se e deslizou-as passando por seus quadris. Ela deslizou pelos seus pés com cuidado, seu pulso aumentando com a excitação quando ele removeu as barreiras entre eles. Mas Isaac não a beijou. Ele não afastou suas pernas em um show primitivo de luxúria. Em vez disso, ele passou os braços em volta da cintura nua e pressionou o rosto na carne macia de sua barriga. Seu tremor não havia diminuído, e entre seu cabelo úmido e as emoções que a inundavam, isso aumentou em um tremor violento. Isaac recuou, sorrindo suavemente. Quando ele se levantou, ele guiou-a lentamente para o banho quente. A água continuava a encher a grande banheira de hidromassagem e ela afundou com gratidão, puxando os joelhos contra o peito e abraçando seu corpo sobrecarregado. Isaac tirou a camisa molhada, revelando o tanquinho perfeito por baixo. Ela não tinha certeza se era o banho, mas de repente ela estava se sentindo mais 95
quente. Seu calor corporal aumentou quando ele deixou a calça no chão e entrou na banheira. Envolvendo-a em seus braços, ele a abraçou, beijando o topo de sua cabeça. Era assim que deveria ser. Este momento era uma reconfortante sensação de pertencer. Ela tinha visto o quanto ele tinha mudado, mas ela nunca tinha considerado que talvez todo esse tempo separados os tinham tornado pessoas que lutariam um pelo outro. Agora ela não tinha dúvidas de que era e quem tinha se tornado. Os braços fortes de Isaac cruzaram sobre os seios possessivamente e ela afundou contra ele. Quando ela veio para Londres, ela tinha hesitado em enfrentar o homem que ela amava. Ela sabia agora que nunca deixou de amá-lo. Sofia tinha encontrado paixão em sua carreira, em viagens e na construção de sua identidade. Isso significava que ela finalmente se conhecia bem o suficiente para não ter medo de saltar em um relacionamento com Isaac. A compreensão disso a liberou, soltando os últimos laços de seu passado. Como se pudesse adivinhar o que ela estava pensando, os lábios de Isaac aninharam em sua orelha suavemente e ele sussurrou. —Eu te amo. Havia uma promessa nessas palavras, ela livrou-se de seu abraço e se virou com cuidado na banheira, ajeitando suas pernas ao redor dele e afundando em seu colo. Eles se curariam juntos, entrelaçando seus corpos. Isaac afastou o cabelo molhado da testa e a beijou suavemente. Sofia sentiu ele mexer entre suas pernas e ela apertou-se mais nele. —Eu te amo. —Ela respondeu. Parecia estranho, maravilhoso e reconfortante dizer isso. —Você não vai voltar para LA. —Ele informou. —Não sem mim. Eu passei muitos anos sem você e eu não quero desperdiçar mais um segundo. —Você tem um filme para terminar. — Ela o lembrou. Haveria complicações. Não haveria privacidade. Mas, aqui com ele, agora, ela sabia que isso não importava. Ela tinha dito a seus clientes para encontrar algo em que 96
acreditar, algo real. O homem que a segurava agora era mais real do que qualquer coisa em sua vida. —Eu não me importo com os filmes. — Sua voz estava rouca. Sofia levantou uma sobrancelha e sorriu. —Diz o cara que se balançou de um balcão para me impedir de entrar em um carro. —Era uma pequena varanda. — Mas ele retribuiu o sorriso. —Eu deveria ter te perseguido durante os últimos seis anos. Eu faria muito mais do que isso para impedi-la de partir agora. —Você não precisa. Ele inclinou o seu rosto para o dela e olhou com adoração. —Mas eu vou. Daqui em diante. Eu acho que você me mudou depois de tudo. —Não. — Ela balançou a cabeça. —Eu só o lembrei de quem você é. Lembrei a nós dois. A mão de Isaac embalou seu pescoço e trouxe sua boca para a dele. O beijo foi lento, aprofundando enquanto seus corpos lutavam para se aproximarem mais. Ela sentiu a mão entre as pernas dela e, em seguida, o delicioso empurrão de seu pau contra sua abertura. Ele parou ali, como se à espera de permissão. —Humm rumm. —Ela suspirou contra seus lábios. Seu pau empurrou dentro dela com decisão, a água do banho proporcionando resistência suficiente para que ela gemesse com a entrada abrupta. —Você está bem, princesa? —Ele murmurou preocupado. —Nunca estive melhor. — Seus braços envolveram seus ombros enquanto ele começou a se mover dentro dela. O forte abraço de Isaac era o seu santuário enquanto o prazer fluía. Ela partiu em seus braços, tremendo enquanto gozava. Jogando a cabeça para trás, ela se perdeu, seu clímax tão poderoso que a levou às lágrimas. 97
Quando ela finalmente abriu os olhos, ela descobriu Isaac observando-a com olhos luxuriosos. —Você é a coisa mais bonita que eu já vi. Sofia corou e desviou o olhar, mas sua voz a chamou de volta para ele. —Você está quente, princesa? Ela assentiu, ainda com a língua presa pelo ataque de emoções e êxtase derramando através dela. Isaac se levantou, não permitindo que seus corpos perdessem o contato, e deu um passo com cuidado para fora da banheira. Sofia apertou seu corpo quando ele a levou para o quarto. Baixando-a na cama, ele começou a se mover novamente. Isaac bombeava dentro dela lentamente, girando os quadris talentosos com cada impulso até que ela sentiu seus membros apertarem mais uma vez. Ele agarrou seu quadril enquanto dirigia dentro dela, sua outra mão descansando no oco abaixo de sua garganta. —Este é o meu coração. Você o carrega dentro de você. Proteja-o. Ela assentiu, amor explodindo através dela fervorosamente em uma torrente. Ofegando enquanto o ritmo de Isaac aumentava, seus quadris batendo contra o dela, ela enrolou as pernas em volta dele. Ela queria mais. Ela queria tudo dele. Isaac se chocou contra ela, segurando seu corpo firme enquanto amassavam um no outro. Por um momento, eles se olharam, uma centena de promessas não ditas passavam entre eles. Finalmente, Isaac rolou na cama e puxou o seu corpo trêmulo contra o dele. Sua mão descansando em sua barriga e depois de alguns minutos, quando a sua respiração tinha voltado ao normal, ele sentiu um estrondo sob a palma da mão. —Com fome? — Ele riu. —Faminta. —Ela admitiu.
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—Vamos pedir comida. —Ele sugeriu, roçando a ponta do seu dedo através de seu belo lábio inferior inchado. —Mas desta vez vamos comer e então... —E então? — Ela perguntou. —Segunda rodada? Sofia pensou por um momento antes dela se empurrar para cima dele. Seus corpos se conectavam e ela circulou seus quadris, as unhas afundando em seu peito para se apoiar. —Que se dane o café da manhã.
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CAPÍTULO ONZE
Câmeras brilharam quando Isaac saiu da parte de trás da limusine. Era estranho voltar para LA, que estava inexplicavelmente quente para maio. Claro, talvez fosse o smoking. Talvez um dia, camiseta e calções seriam aceitáveis no tapete vermelho. Ele arrumou a gravata-borboleta. Até esse dia... Mas havia uma vantagem às expectativas de trajes formais de estreias de filmes. Estendendo a mão, ele ajudou Fia sair do carro para que ela não pisasse em sua saia. Não precisava óculos de raios-X para saber que não havia absolutamente nada por baixo do vestido de seda. Nenhuma calcinha à vista. Fia ficou para trás, deixando-o assumir a liderança. Levou horas de papo furado para convencê-la a acompanhá-lo para a première. Ele finalmente teve que recorrer ao uso de suas experiências sexuais. Ela pretendia ficar longe dos holofotes, mas ele a queria a seu lado. Apertando-lhe a mão, ele a puxou para mais perto até que eles estavam andando lado a lado. A reação foi instantânea. Os enxames de repórteres a reconheceram imediatamente. Através de algum milagre, eles conseguiram terminar o filme enquanto permaneciam fora da mídia. Vídeos e fotos de seu reencontro em frente ao hotel tinham circulado amplamente, mas graças à chuva ninguém tinha sido capaz de identificar corretamente Fia. O elenco e a equipe tinham instintivamente protegido seu segredo. Todos, ao que parecia, gostavam de uma história de amor. Os dois haviam passado os últimos meses saltando entre o trabalho na fundação, que Fia o ajudou a criar e uma praia privada em Fiji. Mas agora o segredo foi revelado. Talvez isso significasse que o período de lua de mel de seu namoro acabou, mas Isaac não tinha vontade de esconder o seu amor. —Lá se foi ser capaz de ir ao supermercado. — Fia resmungou com bom humor, mas relaxou contra ele. Ela era natural na frente da câmera. Claro, ela sempre tinha sido. 100
—Fia! — Um repórter da Entertainment Today enfiou um microfone em seu rosto. —Isso significa que vamos vê-la em filmes de novo? Nem pensar, ela pensou. Em vez disso, ela sorriu e balançou a cabeça. —Eu deixo os caras maus e dublês para Isaac. Ela não acrescentou que ela teve sua cota de drama de Hollywood para uma vida. Nos últimos meses, ela descobriu que sua capacidade de criar histórias para ganhar a atenção internacional poderia ser utilizada de uma maneira mais satisfatória do que limpar a bagunça de celebridades. A Fundação Isaac Blue ela realmente tinha uma chance de mudar o mundo, não apenas ajudar um ator a conseguir outro papel no cinema. Era gratificante, o que Fia antes pensava não ser nada mais do que conversa de hippie e que não valia a pena seu tempo. Não que algum deles estivesse interessado em se tornar hippie. Ela tinha desenhado um limite firme nisso quando Isaac tinha sugerido o tamanho de seu cabelo. —Isaac, há rumores de que a sua fundação será finalista para o Prêmio Humanitário Halsted, o que te inspirou iniciá-la? —A nossa fundação. — Isaac corrigiu o repórter, envolvendo um braço em torno da cintura de Fia para dar ênfase. —Obviamente isso é lisonjeiro, mas pouco importa para mim. —Qual é o seu próximo projeto? — Uma jovem repórter gritou atrás deles e Fia estremeceu. Era tão fácil sentir o cheiro de sangue novo na água. —Na verdade, eu estou fazendo uma pausa e me dedicando ao trabalho de caridade em tempo integral. Você teria que verificar com uma cartomante para descobrir o que eu vou fazer a seguir, porque eu não sei. —Ele abriu um amplo sorriso. As unhas de Fia enfiaram em seu braço, sinalizando que era hora de ir. Assim que eles estavam longe das câmeras, ela sussurrou: —Você ia me contar essa bomba?
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—Eu apenas decidi. —Ele admitiu enquanto entravam no teatro. A maioria dos participantes ainda estavam fora atendendo a multidão, mas algumas pessoas já lotavam o local. Ele agarrou a mão dela e se escondeu atrás de uma cortina para que ficassem fora de vista. Pressionando-a contra a parede, ele prendeu as mãos dela nas laterais e arrastou seus lábios pelo seu queixo. —Você não é minha assessora esta noite. Apenas a minha namorada. Fia engoliu o gemido ameaçando sair de seus lábios. —Bem, então, se a sua assessora estivesse aqui, ela iria dizer que você não pode simplesmente anunciar uma aposentadoria temporária em uma estreia de cinema. Isaac ignorou, continuando a descida pela sua garganta. Ele apertou um beijo no côncavo de seu pescoço quando soltou suas mãos. Ele a tinha onde ele gostava, mas se ela estivesse realmente irritada com ele, ela tinha o direito de ir. Fia não se moveu. Suas mãos deslizaram ao longo da seda através de suas curvas. Isaac roçou os polegares sobre os mamilos, sorrindo triunfalmente quando eles endureceram sob o vestido fino. —Nós já fizemos isso na limusine. — Ela o lembrou, mas seu corpo arqueou para ele de qualquer maneira. —Eu nunca vou ter o suficiente de você. — Ele escorregou a alça pelo seu ombro, mas ela pegou. —Se a sua assessora estivesse aqui... Ele a cortou. —Eu não ligo para o que minha assessora pensa. O que é que a minha namorada acha? —Isaac, eu... —Não analise, Fia. Eu nunca estive mais feliz do que estive nos últimos meses. Nós temos mais dinheiro do que realmente precisamos. Você pode pensar 102
em uma boa razão para não fazer uma pausa? —Ele perguntou, de forma rápida adicionando: Eu estou perguntando a minha namorada. —Não. —Ela admitiu. Ele estava certo, é claro. Tudo o que ela queria fazer era sair, embalar seu biquíni e cair fora da face da terra com ele. —Mas você ama interpretar. —Eu não vou fingir minha própria morte. Eu só disse que faria uma pausa. Eu sempre posso voltar. —Ele pegou sua mão e levou à boca. —Você pode, também. —Não força, Blue. —Mas ela riu desta vez. —Agora vamos voltar a este evento que eu tive que vir antes que você arruíne este vestido. —Mas eu estive ansiando arruinar este vestido a noite toda. —Com sua aposentadoria repentina, temos todo o tempo do mundo. — Ela o lembrou. Ele a agarrou pelo braço e levou-a de volta para a festa. Ela estava certa, afinal.
Fim
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